sexta-feira, 3 de abril de 2009

Tu és o Reino e a realidade é tua

"... nosso presente estado de consciência cotidiano, seja ele qual for, triste, feliz, deprimido, extático, agitado, calmo, preocupado ou amedrontado... - este exatamente, exatamente como é, é o Nível da Mente [Deus, ou qualquer nome que se dê a Ele]. [Deus] não é uma experiência particular, nível de consciência ou estado de alma - mais do que isso, é precisamente o nivel que temos agora, seja ele qual for, e compreender isto nos confere um profundo centro de paz, que aparece sob as piores depressões, ansiedades e medos e que permanece enquanto elas durarem." Esta descrição aparece logo no início do último capítulo do livro O Espectro da Consciência, de Ken Wilber, um capítulo intitulado Aquilo Que É Sempre Já, referindo-se, acredito, à Consciência Universal, ou a Deus, ou ainda à experiência de Deus que podemos ter em nossas vidas.

O poeta Alberto Caieiro diz o seguinte:

Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento,
Assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade.
Mas, como a realidade pensada não é a dita mas a pensada,
Assim a mesma dita realidade existe, não o ser pensada.
Assim tudo o que existe, simplesmente existe.
O resto é uma espécie de sono que temos,
Uma velhice que nos acompanha desde a infância da doença.

O livro texto do Curso diz, a certa altura do capítulo sete, o seguinte: "Estar no Reino é apenas focalizar tua atenção completa nele. Enquanto acreditares que podes tratar do que não é verdadeiro, aceitas o conflito como tua escolha. Isso é uma escolha realmente? Parece ser, mas a aparência e a realidade dificilmente são a mesma coisa. Tu que és o Reino não tens interesse na aparência. A realidade é tua porque tu és realidade..."

Todas esta afirmações podem nos ajudar a reforçar a ideia que a lição 93, deste dia 3 de abril, nos oferece para a prática de hoje: A luz, a alegria e a paz habitam em mim. Em nosso estado comum de aparente vigilia nos acreditamos acordados, mas a maior parte do tempo, ao acordar do sono noturno, levantamos para um sono ainda mais profundo e perturbador. Isso porque são raros aqueles entre nós que acreditam, de fato, nas ideias expostas acima e na ideia do exercício de hoje. E somos poucos também os que sabem que nosso maior desejo, o único verdadeiro desejo que podemos ter, é o de entrar em contato com "aquilo que é sempre já". Com a realidade e com o Reino. Ser o Reino, para vivê-lo.

E tudo isso porque ainda não aprendemos a focalizar nossa atenção completa apenas naquilo que queremos de verdade. Sabemos imediatamente citar as coisas de que não gostamos, aquelas que não queremos. Damo-nos ao trabalho de ter listas de coisas indesejáveis, de defeitos que não suportamos nos outros, dos problemas mais sérios do mundo, de nossa cidade, de nossa rua ou do lugar onde moramos, mas raramente utilizamos parte de nosso tempo para definir claramente aquilo que nos traz alegria, aquilo que nos dá felicidade, paz.

A luz, a alegria e a paz habitam em mim. É isso que a lição de hoje nos convida a praticar durante os primeiros cinco minutos de cada hora deste dia. E se não for possível ou não tivermos a disposição necessária para fazê-lo, pede-se ao menos que nos lembremos de repetir a ideia a cada hora, ou sempre que nos lembrarmos. Isso virá a ser de grande auxílio para nos pôr em contato com a realidade daquilo que somos e com o papel que nos cabe na salvação.

2 comentários:

  1. A luz, a alegria e a paz habitam em mim. Agradeço a todas as horas e sempre que me lembro por tudo o que tenho, e por te encontrar no meu caminho. Se fisicamente nos encontramos ou não, isso não tem importancia. O que realmente vale é comungarmos uma essência comum. Obrigada pelo nosso encontro. Se calhar temos andado juntos já há muito e não sabiamos. Agradeço por ter consciencia de estar em boa companhia.

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  2. Sem dúvida, Welvitichia.
    Para o Curso nunca nos separamos, pois vivemos desde sempre e para sempre na Unidade.
    Bem-vinda mais uma vez ao nosso convívio.
    Obrigado por compartilhar.

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