terça-feira, 14 de abril de 2009

A disposição para ver o mundo real

Desculpem-me pelo atraso para a lição 104, deste dia 14 de abril. Tive um compromisso logo pela manhã cedinho e só pude chegar ao computador agora. A tempo, porém, para que aproveitemos ao máximo a ideia para as práticas de hoje, que é: Busco só o que me pertence na verdade. Um pensamento que, de acordo com o Curso, busca nos assegurar, como os das lições anteriores, que "a alegria e a paz não são apenas sonhos vãos". São nosso direito legítimo em função daquilo que somos.

Em um encontro que tive ontem à noite, para o estudo do UCEM, a leitura recaiu sobre uma parte do texto que afirmava que "o mundo, da forma pela qual tu o percebes, não pode ter sido criado pelo Pai, porque o mundo não é como tu o vês. Deus criou só o eterno e tudo o que vês é perecível. Por isso tem de existir outro mundo que tu não vês". E é a isso, me parece, que a ideia central da lição de hoje se refere.

Tem de existir outro mundo que, em condições normais a partir da percepção desenvolvida pelo ego, não conseguimos ver. É esse mundo que buscamos, porque só ele tem o que nos pertence na verdade. É nele que vamos encontrar a alegria e a paz, características básicas de que depende a felicidade, que é a Vontade de Deus para nós. E, pelo que nos diz a lição de hoje, logo no início, "Deus não pode deixar de te dar o que Ele quer". Nosso papel, nossa função, nossa tarefa é preparar um lugar, um altar, para receber as dádivas d'Ele.

Fazemos isso praticando as lições, para aprender que não podemos acolher as dádivas de Deus com alegria quando enchemos nossa mente com as dádivas sem sentido do ego, que as cria como substitutos para as dádivas de Deus. A lição de hoje nos convida a eliminar todas essas dádivas sem sentido de nossa própria criação, abrindo assim o espaço necessário no altar sagrado de nossa mente para as dádivas que herdamos do Próprio Deus desde antes do início do tempo e "que ainda serão nossas depois que o tempo acabar na eternidade".

Nossa prática da ideia de hoje nos convida a abandonar "todos os conflitos do mundo, que oferecem outras dádivas e outras metas feitas de ilusões, testemunhadas por elas e buscadas apenas em um mundo de sonhos". Busquemos, pois, em lugar disso apenas o que nos pertence na verdade, reconhecendo que só isso pode nos dar a alegria e a paz. Nada mais que isso nos pertence ou interessa, de fato. Não queremos nada mais do que isso.

Apenas para lembrar mais uma vez o texto lido ontem à noite, o Curso diz lá ainda que "o mundo real pode, de fato, ser percebido. Tudo o que é necessário [para tanto] é uma disposição para não se perceber nenhuma outra coisa". É a isso que nos convida a ideia de lição de hoje.

Vamos à prática?

3 comentários:

  1. Ainda sem conexão com a internet lá de casa, terei de ser bem breve aqui do escritório, devido a correria deste "mundo da ilusão". Não descobri ainda, mesmo praticando as lições com muito empenho, a viver neste "êxtase e abandonar todos os conflitos deste mundo de sonhos", já que preciso conciliá-lo com o estudo do UCEM, sendo "normal" como aconselha o Wapnick e não dá neste momento para ir para um retiro lá no Tibet, talvez...Onde ficaria bem fácil a aplicação do estudo NA PRÁTICA, eu acho. Pode ser até que fosse mais difícil,eu não sei,pois me parece que a dificuldade maior é a de querer de verdade, de lembrar de ver as coisas de modo diferente, o que se consegue, mas não o tempo todo. E o "mundo da ilusão" está aqui o tempo todo e é nele que eu tenho que aprender a viver melhor enquanto estou no planeta do ego. Ainda bem que hoje tem encontro dos milagres, pois estou precisando da "vitamina semanal", pois estou bem irritada, mesmo repetindo um montão de vezes a lição. Até mais tarde! Thanks!

    ResponderExcluir
  2. Parece-me que uma das maiores confusões - se não a maior delas - que fazemos é exatamente esta: a de separar o mundo "normal" do mundo "real". O que indica que continuamos acreditando na separação e nos impede de perceber a "real" unidade que está por debaixo da aparente diversidade de formas que vemos, percebemos e criamos via projeção no mundo. Na prática, parece-me também, o que pode fazer a diferença é unir ambos os mundos. Isto é, trazer ao mundo "normal", das ilusões e dos conflitos, o "êxtase" que sabemos possível, por já termos, todos nós, nalgum momento de nossas vidas experimentado vezes sem conta o que o Curso chama de "o instante santo". E ser cada vez mais infinitamente agradecidos pela vida que vivemos, independentemente de darmos a ela o aposto "normal" ou "real". Na verdade não existe nenhum aposto aplicável ou verossímil para o que a vida é. Tudo o que dissermos dela é o que ela é, mas também pode não ser o que ela é. Ou melhor, nada do que dissermos dela a define em sua completude, totalidade ou unidade. É claro que sabemos de nossas distrações. É claro que temos consciência de nossas "pisadas na bola". E é perfeitamente claro a maior parte do tempo que o que vivemos no mundo "normal" não é exatamente a expressão aparente do que sabemos ser. E sabemos também - pelo menos quem já aprendeu alguma coisinha e aceitou como verdadeiro o ensinamento do UCEM deve saber - que podemos mudar nossas escolhas o tempo inteiro, milhares de vezes por dia, por hora, por minuto. Podemos, inclusive, escolher não escolher. O que não deixa de ser uma escolha. Às vezes, sem perceber conscientemente, transformamos algumas de nossas ideias [que sempre podem ser mudadas] em crenças, que, eu diria, se tornam como que ídolos, dos quais temos mais dificuldade de nos livrar, de abandonar ou mesmo de mudar ou substituir, por não necessários, ou por nos afastarem da dita "felicidade perfeita", que é a Vontade de Deus para nós.
    Para finalizar este comentário, e não estendê-lo por demais, só quero lembrar que um retiro, em qualquer lugar que seja, normalmente não é uma solução que sirva para todas as pessoas, se é que é solução para alguma. Porque a decisão de se isolar do mundo, por não se querer ver o que o mundo "normal" apresenta, só reforça a crença na separação que acreditamos haver entre o "normal" e o "real" e acaba por se transformar em fuga. O que o Curso aconselha, a partir da aplicação de toda a nossa capacidade de atenção, é apenas "olhar para o mundo de forma diferente", para perceber que tudo o que existe nele não é nada mais do que um reflexo daquilo que está dentro de cada um de nós. Quando se aprende isso, então, pode-se até encontrar jusficativas para um retiro, mas um retiro que não signifique isolamento, mas apenas reflita uma necessidade pessoal momentânea de aproveitar um tempo para aprofundar-se na reflexão, na busca de si mesmo, para o melhor aprendizado do estender-se a partir de um estado amoroso.
    Obrigado por comentar.

    ResponderExcluir
  3. Oi Mouss
    Estou relendo o teu comentário, hoje, no feriado aqui em casa com a Duda e acabei de dizer a ela que as vezes dá vontade de bater em vc, pois é isso mesmo. Está tudo certo o que escreveu e o meu ego está dizendo:"Que raiva!" rs...É sempre mesmo uma questão de lembrar e lembrar e lembrar...Thanks!

    ResponderExcluir