quarta-feira, 31 de maio de 2023

É julgar o mundo o que nos faz prisioneiros/as dele

 

LIÇÃO 151

Todas as coisas são ecos da Voz por Deus.

1. Ninguém pode julgar com base em evidência tendenciosa. Isto não é julgamento. É apenas uma opinião baseada na ignorância e na dúvida. Sua aparente certeza é apenas um disfarce para a incerteza que ele quer esconder. Precisa de defesa irracional porque é irracional. E sua defesa parece forte , convincente e indubitável, em razão de todas as dúvidas subjacentes.

2. Tu não pareces duvidar do mundo que vês. Tu não questionas realmente o que os olhos do corpo te mostram. E também não perguntas por que acreditas nele, muito embora tenhas aprendido há muito tempo que teus sentidos, de fato, enganam. Quando paras para te recordar com que frequência eles foram testemunhas falhas, de fato, é ainda mais estranho que acredites no que eles contam até o último detalhe. Por que acreditarias neles de forma tão irrestrita? Por que, a não ser em razão da dúvida subjacente, que queres esconder com uma demonstração de certeza?

3. Como podes julgar? Teu julgamento se baseia nos testemunhos que teus sentidos te oferecem. E nunca houve testemunho mais falso do que este. Mas de que outra forma julgas o mundo que vês? Depositas uma fé lamentável naquilo que teus olhos e ouvidos contam. Pensas que teus dedos tocam a realidade e se fecham sobre a verdade. É esta a consciência que compreendes e que pensas ser mais verdadeira do que aquilo que a Voz eterna pelo Próprio Deus testemunha.

4. Isto pode ser julgamento? Insiste-se muitas vezes contigo para que te abstenhas do julgamento, não porque ele seja um direito que se nega a ti. Tu não podes julgar. Tu podes apenas acreditar nos julgamentos do ego, que são todos falsos. Ele orienta teus sentidos com cuidado para provar quão fraco és, quão indefeso e amedrontado, quão receoso da punição merecida, quão imundo pelo pecado, quão desprezível em tua culpa.

5. Ele te diz que esta coisa, de que ele fala e ainda quer defender, és tu mesmo. E tu acreditas que isto é verdade com obstinada certeza. Porém, interiormente, permanece a dúvida oculta de que ele não acredita naquilo que te apresenta como realidade com tanta convicção. É só a si mesmo que ele condena. É dentro de si mesmo que ele vê a culpa. É seu próprio desespero que ele vê em ti.

6. Não dês ouvidos à voz dele. As testemunhas que ele te envia para te provar que o mal dele é teu próprio mal são falsas e falam com segurança daquilo que não conhecem. Tua fé nelas é irracional porque tu não compartilharias as dúvidas que o senhor delas não pode derrotar por completo. Tu acreditas que duvidar de seus vassalos é duvidar de ti mesmo.

7. No entanto, tens de aprender a duvidar de que o testemunho delas desobstruirá o caminho para te reconheceres e permitir que só a Voz por Deus seja o Juiz do que é digno de tua própria crença. Ele não te dirá que teu irmão deve ser julgado por aquilo que teus olhos veem nele, nem por aquilo que sua boca diz a teus ouvidos, nem por aquilo que o toque de teus dedos te contam a respeito dele. Ele não toma conhecimento de tais evidências inúteis, que apenas levantam falso testemunho contra o Filho de Deus. Ele reconhece apenas aquilo que Deus ama e, na luz santa daquilo que Ele vê todos os sonhos do ego acerca do que és se desvanecem diante do esplendor que Ele vê.

8. Deixa que Ele seja o Juiz do que tu és, pois Ele tem uma certeza na qual não há nenhuma dúvida, porque se baseia em tão grande Certeza que a dúvida fica sem significado diante de Sua face. Cristo não pode duvidar de Si Mesmo. A Voz por Deus pode apenas exaltá-Lo, regozijando-se na inocência total e eterna d'Ele. Aquele a Quem Ele julga só pode rir da culpa, agora sem vontade de brincar com brinquedos de pecado, ignorando os testemunhos do corpo diante do arrebatamento que a face santa do Cristo provoca.

9. E Ele te julga deste modo. Aceita a Palavra d'Ele como o que tu és, pois Ele dá testemunho de tua bela criação e da Mente Cujo Pensamento criou tua realidade. O que o corpo pode significar para Aquele Que conhece a glória do Pai e do Filho? A que sussurros do ego Ele pode dar ouvidos? O que pode convencê-Lo de que teus pecados são reais? Deixa que Ele também seja o Juiz de todas as coisas que parecem te acontecer neste mundo. As lições d'Ele vão te capacitar a construir uma ponte sobre a brecha entre as ilusões e a verdade.

10. Ele eliminará toda a fé que colocaste na dor, na infelicidade, no sofrimento e na perda. Ele te dá a visão que pode ver além destas aparências sombrias e que pode ver a bondosa face de Cristo em todas elas. Tu não duvidarás mais de que apenas o bem pode vir a ti que és amado por Deus, pois Ele julgará todos os acontecimentos e ensinará a única lição que todos eles contêm.

11. Ele escolherá neles os elementos que representam a verdade e desconsiderará aqueles aspectos que apenas refletem sonhos inúteis. E Ele reinterpretará tudo o que vês, e todas as ocorrências, cada circunstância e todos os acontecimentos que parecem te tocar de qualquer modo a partir de Seu único ponto de referência, totalmente unificado e certo. E tu verás o amor por trás do ódio, a constância na mudança, o puro no pecado e somente as bênçãos do Céu sobre o mundo.

12. Esta é a tua ressurreição, pois tua vida não é uma parte do nada que vês. Ela fica além do corpo e do mundo, depois de todo testemunho da maldade, no interior do Sagrado, santo como Ele Mesmo. Em tudo e em todos a Voz d'Ele não quer te falar de outra coisa senão de teu Ser e de teu Criador, Que é um com Ele. Deste modo verá a santa face do Cristo em tudo e não ouvirás em tudo nenhum som a não ser o eco da Voz de Deus.

13. Hoje praticamos sem palavras, exceto no início do período que passamos com Deus. Nós começamos estes períodos com apenas uma única e lenta repetição da ideia com a qual o dia começa. E, em seguida, observamos nossos pensamentos pedindo silenciosamente a intercessão d' Àquele Que vê os elementos da verdade neles. Deixa que Ele avalie cada pensamento que vem à mente, elimine os elementos de sonho e os devolva novamente como ideias puras que não contradizem a Vontade de Deus.

14. Dá teus pensamentos a Ele e Ele os devolverá como milagres que revelam de forma clara, alegremente, a totalidade e a felicidade que Deus deseja para Seu Filho, como prova de Seu Amor eterno. E à medida que cada pensamento é transformado desta maneira, ele assume o poder de cura da Mente que viu a verdade nele e deixou de ser enganada por aquilo que lhe foi acrescentado equivocadamente. Todos os fios da fantasia acabam. E o que permanece fica unificado em um Pensamento perfeito que oferece sua perfeição em todos os lugares.

15. Passa cinco minutos deste modo quando acordares e dá com alegria outros quinze mais antes de ires dormir. Teu ministério começa quando todos os pensamentos forem purificados. Assim se ensina a ti a ensinar ao Filho de Deus a lição sagrada de sua santidade. Ninguém pode deixar de ouvir, quando ouves a Voz por Deus prestar homenagem ao Filho de Deus. E todos compartilharão contigo os pensamentos que Ele retraduz em tua mente.

16. Esta é a tua Páscoa. E assim depositas a dádiva de lírios brancos sobre o mundo, substituindo as testemunhas do pecado e da morte. O mundo é redimido pela tua transfiguração e liberado da culpa alegremente. Agora, de fato, erguemos nossas mentes ressurretas em alegria e gratidão Àquele Que nos devolve a sanidade.

17. E nos lembraremos a cada hora d'Aquele Que é salvação e liberdade. À medida que damos graças, o mundo se une a nós e aceita alegremente nossos pensamentos sagrados, que o Céu corrige e torna puros. Agora começa nosso ministério, enfim, para levar ao mundo a boa nova de que a verdade não tem nenhuma ilusão e de que a paz de Deus, por meio de nós, pertence a todos.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 151

Caras, caros,

Quantos e quantas de nós viverão tempo suficiente para descobrir de verdade que passaram todo o tempo de suas vidas atrás de algo que não existe. Num mundo que não existe. Cercados, cercadas, de pessoas e coisas, vivas e inanimadas, que também só existem em suas cabeças.

Quantas e quantos de nós viverão tempo suficiente para se abrirem à descoberta de que suas vidas se perderam, ou foram desperdiças durante a maior parte do tempo em que emitiram julgamentos - contra ou a favor - disto e daquilo, desta e daquela pessoa, coisa viva ou inanimada? Desdobrando-se em milhares de tentativas de justificar as razões pelas quais julgaram assim ou assado.

Quantos e quantas de nós viverão tempo suficiente para se deixarem levar pela inspiração e para seguirem seus corações em lugar de suas mentes equivocadas, dirigidas pelo sistema de pensamento do ego, que não consegue perceber a neutralidade daquilo a que chamamos mundo, onde pensamos viver?

Acabamos ontem de revisar uma série de lições que utilizou a ideia "Minha mente contém só o que penso com Deus" para dar unidade às práticas. Parece-me que dez dias com esta ideia a abrir nossos dias deveria ser suficiente para nos dar uma sacudida no sentido de pararmos de julgar. Pois, a meu ver, não pode haver julgamento na mente que só contém aquilo que ela pensa com Deus.

Mas... a verdade é que poucas pessoas estão ligando para os rumos que suas vidas tomam, acreditando que, de algum modo, alguma coisa mágica vai surgir e resolver todos os seus problemas, responder todas as suas perguntas. Esquecendo-se de assumir a responsabilidade por aquilo que "criam" e "inventam". Não é mesmo? Somos todas e todos, de alguma forma, prisioneiras e prisioneiros do mundo. Vamos ser, enquanto não desistirmos de julgá-lo.

Por isto, é que é muito importante emprestarmos toda a atenção de que somos capazes para as práticas com a ideia

"Todas as coisas são ecos da Voz por Deus."

que o Curso nos oferece para este dia.

Comecemos, pois, a exploração:

Terminado mais uma vez um período de revisão, vamos praticar de novo mais uma das ideias que pode nos libertar do julgamento de uma vez por todas. E por que precisamos nos libertar do julgamento? Porque é ele que nos mantém prisioneiros/as de um mundo diferente daquele que queremos, daquele mundo em que temos consciência de que tudo o que fazemos fazemos a partir da Vontade de Deus, em nós, para nós, entendendo que a Vontade d'Ele e a nossa são a mesma. 

Há ainda várias razões para que busquemos nos libertar do julgamento. Entre elas a seguinte, de acordo com a lição:

Ninguém pode julgar com base em evidência tendenciosa. Isto não é julgamento. É apenas uma opinião baseada na ignorância e na dúvida. Sua aparente certeza é apenas um disfarce para a incerteza que ele quer esconder. Precisa de defesa irracional porque é irracional. E sua defesa parece forte , convincente e indubitável em razão de todas as dúvidas subjacentes. 

Mais razões a lição vai nos dar, para que aprendamos que a percepção mostra apenas aquilo que queremos ver. E o que queremos ver depende do propósito que estabelecemos para nossa percepção. Se nosso propósito é o julgamento, então vamos perceber o mundo sob a ótica dos sentidos, sem duvidar por um instante só de que aquilo que vemos é a "realidade". 

Vejamos o que mais nos diz a lição:

Tu não pareces duvidar do mundo que vês. Tu não questionas realmente o que os olhos do corpo te mostram. E também não perguntas por que acreditas nele, muito embora tenhas aprendido há muito tempo que teus sentidos, de fato, enganam. Quando paras para te recordar com que frequência eles foram testemunhas falhas, de fato, é ainda mais estranho que acredites no que eles contam até o último detalhe. Por que acreditarias neles de forma tão irrestrita? Por que, a não ser em razão da dúvida subjacente, que queres esconder com uma demonstração de certeza? 

A certa altura do texto o Curso ensina: 

"É essencial que se tenha em mente que toda percepção ainda está de cabeça para baixo enquanto seu propósito não for compreendido. A percepção não parece ser um meio. E é isto que torna difícil apreender até que ponto ela tem de depender do propósito que vês nela. A percepção parece te ensinar o que vês. Porém, ela apenas testemunha aquilo que ensinaste. Ela é a figura exterior de um desejo, uma imagem que querias que fosse verdadeira." 

Isto quer dizer que, ao olharmos para algo, ou ao nomearmos alguma coisa ou alguém, já incorremos no julgamento, pois nosso olhar, ou nosso nomear, aprisiona aquele algo, aquela coisa, aquela pessoa, numa imagem que fazemos e com a qual vamos nos relacionar a partir daí. A lição, porém, pede para refletirmos acerca do seguinte:

Como podes julgar? Teu julgamento se baseia nos testemunhos que teus sentidos te oferecem. E nunca houve testemunho mais falso do que este. Mas de que outra forma julgas o mundo que vês? Depositas uma fé lamentável naquilo que teus olhos e ouvidos contam. Pensas que teus dedos tocam a realidade e se fecham sobre a verdade. É esta a consciência que compreendes e que pensas ser mais verdadeira do que aquilo que a Voz eterna pelo Próprio Deus testemunha.

Isto pode ser julgamento? Insiste-se muitas vezes contigo para que te abstenhas do julgamento, não porque ele seja um direito que se nega a ti. Tu não podes julgar. Tu podes apenas acreditar nos julgamentos do ego, que são todos falsos. Ele orienta teus sentidos com cuidado para provar quão fraco és, quão indefeso e amedrontado, quão receoso da punição merecida, quão imundo pelo pecado, quão desprezível em tua culpa.

Ele te diz que esta coisa, de que ele fala e ainda quer defender, és tu mesmo. E tu acreditas que isto é verdade com obstinada certeza. Porém, interiormente, permanece a dúvida oculta de que ele não acredita naquilo que te apresenta como realidade com tanta convicção. É só a si mesmo que ele condena. É dentro de si mesmo que ele vê a culpa. É seu próprio desespero que ele vê em ti.
 
É em função disso que precisamos nos voltar para o interior de nós mesmos/as e deixar que a Voz por Deus nos oriente. E ilumine nossa visão e todos os nossos sentidos, curando nossa percepção para que possamos ver apenas o reflexo da santidade em tudo aquilo sobre o que cair nosso olhar. É por isso que a lição nos orienta a não darmos ouvidos ao que nos diz o ego, a falsa imagem que fazemos de nós mesmos/as, o falso eu. Do seguinte modo:

Não dês ouvidos à voz dele. As testemunhas que ele te envia para te provar que o mal dele é teu próprio mal são falsas e falam com segurança daquilo que não conhecem. Tua fé nelas é irracional porque tu não compartilharias as dúvidas que o senhor delas não pode derrotar por completo. Tu acreditas que duvidar de seus vassalos é duvidar de ti mesmo. 

Ao contrário, a lição diz...

... tens de aprender a duvidar de que o testemunho delas desobstruirá o caminho para te reconheceres e permitir que só a Voz por Deus seja o Juiz do que é digno de tua própria crença. Ele não te dirá que teu irmão deve ser julgado por aquilo que teus olhos veem nele, nem por aquilo que sua boca diz a teus ouvidos, nem por aquilo que o toque de teus dedos te contam a respeito dele. Ele não toma conhecimento de tais evidências inúteis, que apenas levantam falso testemunho contra o Filho de Deus. Ele reconhece apenas aquilo que Deus ama e, na luz santa daquilo que Ele vê todos os sonhos do ego acerca do que és se desvanecem diante do esplendor que Ele vê.

Deixa que Ele seja o Juiz do que tu és, pois Ele tem uma certeza na qual não há nenhuma dúvida, porque se baseia em tão grande Certeza que a dúvida fica sem significado diante de Sua face. Cristo não pode duvidar de Si Mesmo. A Voz por Deus pode apenas exaltá-Lo, regozijando-se na inocência total e eterna d'Ele. Aquele a Quem Ele julga só pode rir da culpa, agora sem vontade de brincar com brinquedos de pecado, ignorando os testemunhos do corpo diante do arrebatamento que a face santa do Cristo provoca.

E Ele te julga deste modo. Aceita a Palavra d'Ele como o que tu és, pois Ele dá testemunho de tua bela criação e da Mente Cujo Pensamento criou tua realidade. O que o corpo pode significar para Aquele Que conhece a glória do Pai e do Filho? A que sussurros do ego Ele pode dar ouvidos? O que pode convencê-Lo de que teus pecados são reais? Deixa que Ele também seja o Juiz de todas as coisas que parecem te acontecer neste mundo. As lições d'Ele vão te capacitar a construir uma ponte sobre a brecha entre as ilusões e a verdade.

Ele eliminará toda a fé que colocaste na dor, na infelicidade, no sofrimento e na perda. Ele te dá a visão que pode ver além destas aparências sombrias e que pode ver a bondosa face de Cristo em todas elas. Tu não duvidarás mais de que apenas o bem pode vir a ti que és amado por Deus, pois Ele julgará todos os acontecimentos e ensinará a única lição que todos eles contêm.

Aí podemos voltar ao texto, no ponto em que ele diz: 

"Não pode ser difícil realizar a tarefa que Cristo [que é teu divino interior, Deus em ti, que é o que, na verdade, tu és] designou para ti, pois é Ele [em ti, a partir de ti, quando aceitas ser apenas a manifestação do divino] Quem a realiza."

Quer dizer, quando aceitamos abrir mão do controle que o ego quer que pensemos ter e quando conseguimos entender que o corpo apenas parece ser o meio de que nos valemos para realizar qualquer tarefa, pois, na verdade, quando nos pomos em sintonia com o divino interior, é a Mente Crística em nós que a realiza de fato. A Mente Crística é que é nossa mente verdadeira. Então, podemos seguir com as orientações da lição de hoje, que nos pede para que deixemos o julgamento de todos os acontecimentos para Cristo, pois

Ele escolherá neles os elementos que representam a verdade e desconsiderará aqueles aspectos que apenas refletem sonhos inúteis. E Ele reinterpretará tudo o que vês, e todas as ocorrências, cada circunstância e todos os acontecimentos que parecem te tocar de qualquer modo a partir de Seu único ponto de referência, totalmente unificado e certo. E tu verás o amor por trás do ódio, a constância na mudança, o puro no pecado e somente as bênçãos do Céu sobre o mundo. 

Isso será a nossa ressurreição, nosso despertar para um mundo novo, pois olharemos para ele com novos olhos, que serão capazes de perceber o Céu em tudo e em todos.

Fiquemos, pois, com o que nos trazem os parágrafos restantes da lição, tentando assimilar o que ela nos ensina. Praticando para compreender e vivenciar tudo o que existe, tudo aquilo que vemos e tudo o que percebemos, por mais estranho que nos possa parecer, como ecos da Voz por Deus. Isto é, daquela voz no interior de nós mesmos/as - de todos, todas, de cada um e de cada uma de nós - que ainda traz em si a lembrança do Céu, a lembrança de sua divina condição de alegria e de paz completas e perfeitas, que é a única coisa que é real em nós.

Isso é tudo que precisamos lembrar. E é a isto que nossas práticas se destinam. 

Às práticas?

terça-feira, 30 de maio de 2023

O que sabemos de doença e de cura é pura ilusão

 

LIÇÃO 150

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(139) Aceitarei a Expiação para mim mesmo.

(140) Pode-se dizer que só a salvação cura.

*

COMENTÁRIO:

Caras, caros,

Vocês acreditam na possiblidade de se chegar ao autoconhecimento, ao conhecimento completo de um ou uma de nós mesmos, mesmas? Isso significaria, talvez, conhecer Deus, não é mesmo? Se é que Deus existe... Ou só existirá mesmo a ideia de Deus?

Creio que o mais próximo que alguém pode chegar ao conhecimento de si mesmo é apenas quando reconhece não se conhecer e se aceita inteiramente como é no momento em que pára para chegar a este reconhecimento.

Creio que é assim também com Deus, ou com a ideia de Deus. Se Deus existe e é responsável por toda a Criação, e se a Criação recomeça a cada milissegundo do tempo e espaço em que pensamos viver, não há como Deus chegar ao conhecimento de Si, senão reconhecendo que não Se conhece e Se aceitando inteiramente como Ele/Ela é no instante em que faz esta reflexão.

Por isso, creio também, é importante pararmos para explorar as ideias que determinam o fim desta quarta revisão. E principalmente a ideia que dá unidade a esta revisão. Vamos a elas?

*


Explorando a LIÇÃO 150

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Aceitarei a Expiação para mim mesmo.

Pode-se dizer que só a salvação cura.

Chegamos hoje, mais uma vez, à última das lições desta quarta revisão, com duas ideias vitais [Eu digo isso de todas, não é? É porque é verdade. Todas e cada uma delas são vitais. E uma só delas aprendida, aceita e posta em prática seria o suficiente para a salvação, como o Curso ensina.] para facilitar o aprendizado e tornar mais suave a caminhada rumo ao conhecimento de nós mesmos/as, que é o caminho que este Curso oferece para que alcancemos a consciência do divino em nós. Pois, como diz a Bíblia: "Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (I Cor. 3:16)

A primeira das ideias é o ponto de partida para a limpeza da percepção equivocada que temos de nós mesmos/as, do mundo e de todas as coisas do, e no, mundo. Para desfazer todos os erros. Aceitar a Expiação é permitir que o erro se desfaça. Qualquer erro. Na verdade, precisamos aprender e manter em mente que não há erro. Só experiência. Só a percepção equivocada e o julgamento do ego é que podem classificar - e classificam - uma experiência como um erro. É por isso que só a atenção e as práticas podem nos libertar deste equívoco, por nos ajudarem a desaprender o que o mundo nos ensina e a aprender a respeito do que somos na verdade. Por isso e para isso também é que o Curso, com suas práticas, nos ajuda a abandonar todo e qualquer julgamento do ego sobre o mundo, sobre as coisas e pessoas do mundo. 

Para aqueles que em algum momento entraram em contato com a ideia das práticas do ho'oponopono [uma palavra da língua nativa dos havaianos, que denomina também uma prática de cura], é preciso salientar que "ho'oponopono" e "Expiação" são sinônimos. Ambas significam desfazer o erro. As práticas, pois, com esta primeira ideia podem - e de fato o fazem - nos levar ao início do aprendizado de que o mundo - e tudo e todos que aparentemente estão nele - é neutro.

Aceitar a Expiação é começar a aprender que, na verdade, não existem erros, como já dito acima. Dizendo de outra forma, aceitar a Expiação, o que equivale a desfazer os erros, é retirar o julgamento de toda e qualquer experiência, permitindo que ela seja apenas o que é: uma experiência simplesmente, que vai nos oferecer um resultado, a partir de uma escolha que fizemos ou de uma decisão que tomamos. 

O resultado que a experiência mostra é que vai determinar se nossa escolha foi acertada ou equivocada. Não no sentido de julgamento, mas apenas no sentido da constatação daquilo que a experiência nos trouxe, com seu resultado. Se o resultado dela nos afastar da alegria e da paz, então é preciso escolher outra vez. Lembrando-nos sempre de que, para escolher de novo, é necessário: 1 - assumir a responsabilidade total pela escolha; 2 - receber e acolher o resultado; 3 - aceitá-lo e reconhecer que ele era a única coisa que podia ter acontecido; e 4 - ser grato por ele e pela experiência. A partir daí, abre-se a possibilidade de uma nova escolha.

Aceitar a Expiação também significa começar a aprender a ser agradecido/a por toda e qualquer experiência que se apresente, entendendo que todas elas são apenas a materialização aparente de um desejo nosso, de uma escolha que fizemos nalgum momento, conscientes dela ou não. Se o resultado da experiência não é algo que nos põe em contato com a alegria, nem a amplia, se é alguma coisa que nos tira a paz de espírito e nos afasta de nós mesmos/as e dos/das envolvidos/as na experiência e se resistimos ao que se apresenta a nós, a sensação de se estar separado fica mais aguda. Daí a necessidade de acolher e agradecer por todas as experiências e por todos os resultados delas, sejam elas quais forem, sejam quais forem os resultados.

As práticas com a segunda ideia tratam de nos devolver a liberdade e o poder para experimentar o mundo sem susto, sem medo, ao nos ensinarem a perceber claramente que tudo o que pensamos a respeito da cura e das doenças, neste mundo, é apenas ilusão, sonho. 

A segunda ideia, ao devolver nossa condição original de Filhos de Deus, nos restitui a santidade, a pureza e a inocência em que fomos criados/as, das quais nunca nos separamos, a não ser na percepção equivocada do sistema de pensamento do ego, o falso eu, a imagem de nós mesmos/as que construímos para viver a experiência deste mundo. 

Às práticas?

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Sim, o mundo muda conosco toda vez que mudamos

 

LIÇÃO 149

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(137) Quando sou curado, não sou curado sozinho.

(138) O Céu é a decisão que tenho de tomar.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 149

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Quando sou curado, não sou curado sozinho.

O Céu é a decisão que tenho de tomar.

Como vocês já sabem, estou reprisando por completo, com pequeninas alterações, por pertinente, o comentário feito a esta lição em anos passados. Inclusive o título da postagem, que também é o mesmo, com a mudança da ordem das palavras apenas. 

Voltemos, pois, mais uma vez, toda a atenção de que somos capazes às ideias que vamos revisar neste dia.

A primeira delas nos remete a dois princípios - mas não só a eles, evidentemente, como também a todo o ensinamento - muito importantes dos milagres. Estes dois princípios estão lá no início do livro texto. São eles o trigésimo quinto, que diz: "os milagres são expressões do amor, mas podem não ter sempre efeitos observáveis", e o quadragésimo quinto: "Um milagre nunca se perde. Pode tocar muitas pessoas que nem mesmo encontraste e produzir mudanças não sonhadas em situações das quais nem mesmo estás ciente".

A ideia da lição 137, que revisamos agora, afirma de forma muito clara que, ao nos curarmos, não curamos apenas a nós mesmos. Isto significa dizer - para que o reconheçamos de forma definitiva - que tudo o que fazemos traz consequências, para nós mesmos/as, para quem está próximo de nós, para  quem está distante de nós, de quem nos lembramos, de quem nos esquecemos, para as pessoas que ainda estão por aqui, vivendo conosco esta experiência ilusória de mundo e também para as pessoas que já não se fazem presente em forma e aparência em nossos dias, e, óbvio, para o mundo inteiro, mesmo que essas consequências não sejam visíveis para nós. Mais até, talvez, tudo o que fazemos poderá vir a ter consequências para aquelas pessoas que ainda não estão aqui, as que ainda não chegaram e que podem vir a ser tocadas por algo que fizemos, ou deixamos de fazer.

A ideia segundo a qual "quando sou curado, não sou curado sozinho" ensina, de forma absolutamente clara, que temos cem por cento de responsabilidade, se não por tudo o que acontece no mundo, pelo menos por tudo aquilo que nos chega à consciência, bem como por tudo o que nos acontece diretamente como resultado de nossas escolhas, por tudo o que construímos em nossas experiências, e, ainda, reforçando o dito logo aí acima, por tudo aquilo que de algum modo nos chegue à consciência. Quer estejamos dispostos a reconhecer isto, quer não.

É importante ter em mente, porém, que nossa responsabilidade não é em relação ao que aconteceu, e sim à cura daquilo que nos parece ser um equívoco. Aquilo que, no entanto, só pode ser um equívoco a partir de nossa percepção, que é absolutamente incapaz de ver o quadro todo, em momento algum. 

A segunda ideia que revisamos põe em nossas mãos todo o poder de que necessitamos para transformar o mundo, este mundo mesmo, ou qualquer outro que venha a existir, no Céu que queremos viver, a partir do momento em que assumimos completa e total responsabilidade por ele, por sua cura, a partir do compromisso que assumimos em relação à cura de nossa percepção. Para tanto, basta apenas nossa tomada de decisão. Pois o mundo muda conosco, toda vez que mudamos. E é muito fácil experimentar isto na prática, conforme já sugeri nas práticas dos anos anteriores e repito aqui, agora. Vale a pena fazer o teste. Faça-o.

Alguma coisa ou alguém te incomoda em teu dia a dia? Experimenta mudar tua forma de pensar a respeito de tal coisa ou de tal alguém. Faze-o de forma decidida pensando em te curar da percepção equivocada (primeira ideia) e em criar uma experiência de Céu, de paz, de alegria e de felicidade (segunda ideia). Em pouco tempo, a coisa, ou a pessoa, que parecia ser um problema vai certamente deixar de sê-lo. E tu vais poder passar a curar outras coisas que tua percepção te mostra de forma equivocada.

Como sugeri também em anos anteriores, compartilha aqui os resultados, mais tarde, e apenas se quiseres, é claro, depois de experimentar. Estou certo de que todos e todas vão se beneficiar de tua experiência e de teu compartilhamento dela.

Às práticas?

ADENDO:

Ao iniciar minhas práticas pela manhã, em algum momento num dos últimos anos, lendo o comentário que fiz à lição, falando das ideias que revisávamos então, lembrei-me de uma crônica de Clarice Lispector, que está em seu livro "A Descoberta do Mundo". Pensei em inclui-la no comentário, mas por alguma razão não o fiz. Resolvi, então, colocar a crônica num adendo ao comentário, que repriso para vocês hoje, aqui. E, por ser ela muito longa para a digitação, dou-lhes a versão em vídeo, gravado na voz de Aracy Balabanian, no YouTube. No link abaixo (é bom ouvir, e é bom ler a crônica também ou acompanhar a fala da atriz com a leitura. O texto está disponível em vários lugares na internet, se vocês quiserem se dar ao trabalho. Chama-se Perdoando Deus):

https://youtu.be/liMev7ERAXY

domingo, 28 de maio de 2023

É ilusória a ideia de uma existência separada de Deus

 

LIÇÃO 148

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(135) Se me defendo, sou atacado.

(136) A doença é uma defesa contra a verdade.

*

COMENTÁRIO:

Caras, caros,

Por mais que nos esforcemos, por maiores que sejam nossas tentativas de apagar a ideia de Deus de nossas mentes, ela sempre vai estar lá. Não porque nenhum ou nenhuma de nós tenha certeza ou possa de alguma forma provar a existência d'Ele/Ela, mas simplesmente porque tudo o que existe, antes de passar a existir, foi uma ideia, como já estamos carecas de saber, não é mesmo?

Há quem acredite em Deus. E há quem não acredite. Que diferença isto faz? A rigor, nenhuma, falando honestamente. Porque mesmo as pessoas que não acreditam em Deus já se acostumaram à ideia de um deus. Quer dizer, mesmo que não tenhamos fé na existência de um ser que controlaria o universo todo e que seria responsável por tudo o que acontece no mundo - e a quem muitas pessoas culpam pelas desgraças todas que existem em seu mundo, a pobreza, a doença, a fome, as guerras, os desastres naturais, os acidentes de qualquer natureza -, todos e todas nós já fomos inoculados com a palavra Deus, que contém a ideia de um ser assim.

Por isso, entre outras coisas, é interessante que prestemos toda a atenção de que somos capazes na exploração das ideias de nossa revisão de hoje, com foco especial na ideia que dá unidade às práticas.

*

Explorando a LIÇÃO 148

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

 Se me defendo, sou atacado.

A doença é uma defesa contra a verdade.

De que forma podemos explorar as duas ideias que o Curso oferece para as práticas de hoje? O que podemos pensar ou dizer a respeito desta ideia: "Se me defendo, sou atacado."? Será que algum, alguma, de nós já parou para pensar a respeito? Será que algum, alguma, de nós já se deu conta da verdade e do milagre que estão por trás desta ideia aparentemente tão simples, tão lógica? Já percebemos que quando estamos esperando ser atacados/as por alguém, por alguma coisa que fizemos, ou por algo que deixamos de fazer e que nos pesa na consciência, nossa posição é sempre defensiva? Parece-nos que tudo o que a outra pessoa diz é um ataque, mesmo que a tal pessoa com quem conversamos não tenha a menor ideia da razão pela qual estamos nos defendendo. Mesmo que o que ela diga não tenha a menor intenção de nos atacar. 

E que dizer da segunda ideia, então? Aparentemente, antes de entrar em contato com o Curso, nunca ouvimos dizer coisa parecida. Uma doença sempre nos pareceu algo que acontece, algo que vem por conta do tempo, de maus cuidados em relação a nossos corpos, de acidentes, de maus tratos na infância ou de quaisquer outras causas que justifiquem que alguém desenvolva algum tipo de doença. Mas, acredito, jamais passou pela cabeça de ninguém que não tenha tido contato com o Curso a ideia de que a doença possa ser, na verdade, como o Curso sustenta, uma defesa contra a verdade. 

Que verdade?  Vejamos, pois. Paremos para refletir. Para descobrir a verdade e o milagre por detrás desta segunda ideia também.

Por que ficamos doentes? Porque acreditamos que podemos ser atacados pela verdade. É daí que vem nossa crença na necessidade de defesas. Mas, se ainda somos como Deus nos criou, o que poderia nos atacar? Ou não acreditamos que ainda somos tal qual Deus nos criou?

O Curso ensina que nunca houve um tempo em que nos separamos de Deus. Isto quer dizer que a ideia de uma existência separada d'Ele é apenas ilusão. Aliás, podemos pensar até que acreditar na ilusão de uma vida à parte de Deus é que é, sim, um ataque a Ele. Mas é também um ataque que só pode ser feito pelo ego, pelo falso eu, pela imagem equivocada que construímos de nós mesmos/as. Isto é, um ataque da ilusão à verdade, que não pode ter nenhum efeito.

Como já lhes disse antes, é esta percepção equivocada que temos de nós mesmos/as e, por consequência, do mundo inteiro e de tudo o que aparentemente existe nele, que nos põe permanentemente na defensiva, pois faz que nos vejamos como criaturas frágeis, destinadas a voltar ao pó, de onde se diz que viemos. Mas o que volta ao pó é apenas aquela parte ilusória de nós, que é feita de pó. O que somos, na verdade, não pode morrer, nem virar pó.

No entanto, ao nos identificarmos com um corpo perecível - a forma que temos na ilusão da percepção -, que está sujeito ao ataque de parte de nós mesmos/as, de outros ou outras de nós mesmos/as, da passagem do tempo, das condições climáticas e de todas as coisas que povoam o mundo amedrontador que construímos a partir desta percepção distorcida, damos à ilusão um poder sobre nós que ela não tem e nos deixamos enganar pelo ego, que se vale do poder que atribuímos a algo que não existe.

O fato de vivermos na defensiva, identificador do julgamento que fazemos de nós mesmos/as, e que projetamos em tudo o que vemos, abre espaço para o ataque, melhor dizendo, autoriza a que nos sintamos atacados/as pelas outras pessoas e por outras coisas vivas, vírus, bactérias, animais, grandes e pequenos, visíveis e invisíveis; e por coisas aparentemente inanimadas, utensílios, plantas, líquidos e alimentos. 

É para nos libertarmos da crença na separação, que gera a ideia da necessidade de defesa, que revisamos hoje. A primeira das ideias para as práticas deste dia ensina de forma clara como deslocar o ataque de qualquer coisa aparentemente externa a nós, atribuindo-o à única fonte de onde ele pode surgir: de nossa posição de defesa. 

É claro que isto contraria aquele pensamento do mundo segundo o qual "a melhor defesa é o ataque" e ensina que não há necessidade de defesas, que não podemos ser atacados/as por nada nem por ninguém, a não ser por nossa própria percepção equivocada de nós mesmos/as, que constrói todo este mundo de ilusões em que pensamos habitar. Na verdade, a melhor defesa não é o ataque. A melhor defesa é acreditar que ainda somos como Deus nos criou, na inocência e na pureza e na alegria, que permitem o olhar amoroso para tudo, para todos e todas porque não percebe nenhum ataque, porque não cogita a possibilidade de atacar a nada nem a ninguém.

A segunda informa a razão pela qual inventamos a doença, que consegue ser, ao mesmo tempo, uma forma de defesa e de ataque. Contra a verdade e contra nós mesmos/as. Sempre. Por mais que queiramos nos auto-enganar atribuindo uma doença qualquer a alguma coisa exterior a nós, todas as doenças são escolhas que fazemos - claro que na maior parte das vezes de forma inconsciente - e das quais nos valemos para atacar a verdade, ou para fazê-la calar, quando não queremos aceitar a completa e total responsabilidade por tudo aquilo que nos acontece na vida. 

Quem quer de forma consciente assumir que cria para si mesmo/a todas as experiências e situações por que passa? Quem quer assumir conscientemente que as pessoas que o/a cercam são as pessoas que ele/ela mesmo/a escolheu para o bem ou para o mal? E reconhecer e aceitar que elas cumprem um papel que ele/ela mesmo/a atribuiu a elas e que ele/ela deve ser grato/a por isso? 

Que se dirá, então, da possibilidade de encontrar alguém capaz de aceitar a responsabilidade por tudo o que vê no mundo, isto é, por tudo aquilo que lhe chega à consciência, sabendo que cabe apenas a si mesmo mudar o que vê, perdoando-se pela percepção equivocada para perdoar o mundo inteiro?

Pratiquemos, portanto, hoje, para aprendermos a abandonar tanto a defensiva quanto o ataque, entregando-nos por inteiro à verdade cujo conhecimento, segundo o que nos disseram que Jesus disse, nos libertará. 

Às práticas?

sábado, 27 de maio de 2023

No mais íntimo de nós mora o mundo que queremos

 

LIÇÃO 147

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(133) Não darei valor àquilo que não tem valor.

(134) Que eu perceba o perdão tal como ele é.

*

COMENTÁRIO:

Caras, caros,

Uma pessoa que conheço afirma que o autoconhecimento é impossível. E, se a gente pensar bem, é preciso reconhecer que esta pessoa tem razão. Não acham?

Explico por quê?

À luz do ensinamento que o Curso nos oferece, nossa caminhada é uma viagem que se dá sem distância. Quer dizer, não vamos sair daqui, do ponto em que estamos, por exemplo, e chegar a um ponto bem distante daquele do qual partimos. Não!

A caminhada vai sempre se dar na direção de nós mesmos, de nós mesmas. Por quê? Porque não nos conhecemos, não sabemos aonde estamos e nem para onde vamos. Assim, o Curso nos oferece uma jornada na direção do autoconhecimento, que significa conhecer a nós mesmos, a nós mesmas, e conhecer Deus.

Ora, o Curso também afirma que Deus é apenas uma ideia. E, mais, diz que nós, cada um e cada uma de nós, também somos apenas uma ideia. Se a Criação não tem princípio nem fim, ela está sempre acontecendo, de modo que aquilo que somos num dado momento já não é mais o que seremos no momento seguinte. Assim é a ideia de Deus, que só pode se conhecer experimentando as miríades de Si Mesmos, Si Mesmas, que brotam no universo a cada instante.

Daí a importância de praticarmos mais uma vez as ideias que o Curso nos pede para revisarmos hoje.


Explorando a LIÇÃO 147

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Não darei valor àquilo que não tem valor.

Que eu perceba o perdão tal como ele é.

Hoje, mais uma vez, vamos buscar reforçar em nossa consciência o aprendizado de duas ideias que também são vitais em nossa busca do autoconhecimento, isto é, o aprendizado, o reconhecimento e a aceitação da verdade do que somos, que é o que o ensinamento do Curso oferece a quem se dispõe a seguir as orientações que ele traz a cada um, a cada uma. Sempre nos lembrando também de que nestes dias de revisão somos convidados a plantar em nossa consciência a verdade que há na afirmação que abre todas as lições: Minha mente contém só o que penso com Deus. E este contém também poderia ser "guarda", "mantém", "retém". Quer dizer, é só o que pensamos com Deus que nos sustenta, que tem valor, que é verdadeiro.

A primeira das ideias que revisamos nos convida a praticar e a reforçar o entendimento de que o mundo que vemos não contém nada daquilo que, de fato, queremos, conforme uma lição que já praticamos anteriormente. Ou alguém entre nós, querendo muito alguma coisa, já se satisfez por completo com ela, após obtê-la? Isto é, obteve o que queria e nunca mais desejou nada do mundo?

Esta ideia, pelo convite a aprendermos a não dar valor àquilo que não tem valor, nos incita a abandonar o apego às coisas todas do mundo, reconhecendo a neutralidade delas, a fim de aprendermos a usá-las apenas como instrumentos que podem nos servir de auxílio na caminhada em direção ao mundo que há além deste, e que é o mundo que queremos. 

Não nos enganemos, porém, pensando que o mundo que queremos tem alguma coisa a ver com a aparente materialidade deste. Não! Na verdade, o mundo que queremos mora no mais íntimo de nós mesmos e é a melhor expressão do Céu que podemos encontrar, exatamente porque não está fora e pode ser acessado a qualquer instante a partir do momento em que nos decidirmos por ele.

A segunda ideia que revisamos hoje indica o melhor instrumento a ser usado para nos livrarmos do apego às coisas do mundo. É só o perdão que pode curar nossa percepção equivocada. Ao aprendermos a perceber o perdão como ele é, ou seja, um meio de eliminar a crença na separação, que apenas a percepção equivocada pode reforçar, seremos capazes de dar valor apenas àquilo que, de verdade, tem valor. À paz, à alegria e à felicidade completas, que são a Vontade de Deus para nós, em Seu Amor Infinito. 

Às práticas?