quinta-feira, 31 de março de 2016

Para deixar de acreditar nas carências e nos limites


LIÇÃO 91

Vê-se milagres na luz.

1. É importante lembrar que milagres e visão necessariamente combinam. Isto exige repetição, e repetição frequente. É uma ideia fundamental em nosso novo sistema de pensamento e na percepção que ele apresenta. O milagre sempre existe. A presença dele não é motivada por tua visão; sua ausência não é resultado de teu fracasso em ver. É apenas tua consciência de milagres que fica prejudicada. Tu os verás na luz; não os verás no escuro.

2. A luz, então, é vital para ti. Enquanto permaneceres nas trevas, o milagre continua a ser invisível. Deste modo, ficas convencido de que ele não existe. Isto decorre das premissas a partir das quais a escuridão nasce. A negação da luz leva ao fracasso em percebê-la. O fracasso em perceber a luz é perceber a escuridão. A luz, então, apesar de existir, é inútil para ti. Tu não podes usá-la porque sua presença é desconhecida para ti. E a aparente realidade das trevas torna sem sentido a ideia da luz.

3. Ser informado de que aquilo que não vês existe soa como loucura. É muito difícil ser convencido de que loucura é não ver o que existe e, em seu lugar, ver o que não existe. Tu não duvidas de que os olhos do corpo podem ver. Tu não duvidas de que as imagens que eles te mostram são a realidade. Tua fé está nas trevas, não na luz. Como se pode inverter isto? É impossível para ti, mas não estás sozinho nisto.

4. Teus esforços, por menores que possam ser, têm um forte apoio. Se ao menos percebesses de forma clara quão grande é esta força, tuas dúvidas desapareceriam. Hoje nos dedicaremos à tentativa de permitir que sintas esta força. Quando sentires em ti a força que coloca facilmente todos os milagres ao teu alcance não duvidarás. Os milagres que tua sensação de fraqueza escondem irromperão em tua consciência quando sentires a força em ti.

5. Três vezes hoje, reserva cerca de dez minutos para um momento de paz no qual tentas ultrapassar tua fraqueza. Isto se realiza de forma muito simples, à medida que informas a ti mesmo que não és um corpo. A fé se transfere para aquilo que tu queres e tu instruis tua mente de forma consoante. Tua vontade continua a ser teu professor e tua vontade tem toda a força para fazer o que deseja. Tu podes escapar do corpo se escolheres. Podes experimentar a força em ti.

6. Começa os períodos de prática mais longos com esta declaração das relações verdadeiras entre causa e efeito:

Vê-se milagres na luz.
Os olhos do corpo não percebem a luz.
Mas eu não sou um corpo. O que sou?

A pergunta com que esta declaração termina é necessária para nossos exercícios hoje. O que pensas ser é uma crença a ser desfeita. Mas o que és verdadeiramente tem de ser revelado a ti. A crença de que és um corpo, por ser um erro, exige correção. A verdade do que és convoca a força em ti para trazer a tua consciência o que o erro esconde.

7. Se não és um corpo, o que és? Precisas ficar ciente do que o Espírito Santo usa para substituir a imagem de um corpo em tua mente. Precisas sentir algo em que colocar tua fé, quando a retiras do corpo. Precisas de uma experiência real de alguma outra coisa, alguma coisa mais consistente e mais segura; mais digna de tua fé e que exista verdadeiramente.

8. Se não és um corpo, o que és? Pergunta isto com sinceridade e, depois, dedica vários minutos a permitir que teus pensamentos equivocados sejam corrigidos, para que seus opostos tomem o lugar deles. Dize, por exemplo:

Eu não sou fraco, mas forte.
Eu não sou impotente, mas todo-poderoso.
Eu não sou limitado, mas ilimitado.
Eu não sou indeciso, mas seguro.
Eu não sou uma ilusão, mas uma realidade.
Eu não posso ver nas trevas, mas na luz.

9. Na segunda fase do período de exercício, tenta experimentar estas verdades a teu próprio respeito. Concentra-te particularmente na experiência da força. Lembra-te de que toda sensação de fraqueza está associada à crença segundo a qual tu és um corpo, uma crença equivocada e que não merece nenhum crédito. Tenta retirar dela tua fé, ainda que só por um instante. Vais te acostumar a manter a fé naquilo que é mais digno em ti, à medida que avançamos.

10. Relaxa durante o restante do período de prática, confiante de que teus esforços, embora insuficientes, são plenamente apoiados pela força de Deus e de todos os Pensamentos d'Ele. É Deles que tua força virá. É por meio de Seu apoio vigoroso que sentirás a força em ti. Eles estão unidos a ti neste período de prática em que compartilhas um objetivo igual ao Deles Mesmos. É Deles a luz na qual verás milagres, porque a força Deles é tua. A força Deles vem a ser os teus olhos, para poderes ver.

11. Cinco ou seis vezes por hora, em intervalos razoavelmente regulares, lembra a ti mesmo de que é na luz que se vê milagres. Certifica-te também de combater a tentação com a ideia de hoje. Para esta finalidade particular, esta forma seria útil.

Vê-se milagres na luz.
Que eu não feche meus olhos por causa disto.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 91

"Vê-se milagres na luz."

Vamos retomar mais uma vez nossa caminhada na direção de nós mesmos? Da luz em nós mesmos? Da consciência da Presença da Luz do divino em nós mesmos?

Depois da última revisão, em sintonia com o que nos oferece o Curso, vamos buscar novas maneiras para desaprender o que o mundo, via sistema de pensamento do ego, tenta continuar nos ensinando acerca da necessidade de nos vermos separados e capazes de julgar o melhor para nós, para os outros e para o mundo. 

Para tanto, de acordo com um livro que li recentemente, em perfeita harmonia com o que nos diz o ensinamento, precisamos ter a coragem e a disposição de tomar a decisão de abandonar tudo aquilo que "os pais, os educadores, os mestres de infortúnios e os profetas das desgraças [nos impuseram]. Deles aprendemos a ter a mentalidade de vítimas, a entrar na aflição, na pobreza e na doença. (...) Deles aprendemos os milhares de modos de morrer. Dos primórdios da civilização, mediante um contágio entre gerações, milhões de homens [e mulheres] submetidos a um sono hipnótico, aprenderam a acreditar cegamente na carência e no limite". 

E é para que deixemos de acreditar nas carências e nos limites, que o ego diz serem nossa realidade, que as práticas de todos os dias se fazem necessários.

Pois isto, a crença em carências e limites, na verdade, nos deixou nas trevas. E vamos continuar lá, enquanto escolhermos dar ouvidos ao ego e a seu sistema de pensamento. Um sistema que constrói e sustenta este mundo de ilusões. Nunca chegaremos a ver nenhum milagre com base no que ele ensina. Pois:

Vê-se milagres na luz.

É isto que vamos praticar com a lição de hoje, aceitando o desafio de abandonar as trevas para nos acercarmos da luz, querendo descobri-la e vê-la em nós mesmos e em todos aqueles com quem temos contato. Pois, como a própria lição diz:

É importante lembrar que milagres e visão necessariamente combinam. Isto exige repetição, e repetição frequente. É uma ideia fundamental em nosso novo sistema de pensamento e na percepção que ele apresenta. O milagre sempre existe. A presença dele não é motivada por tua visão; sua ausência não é resultado de teu fracasso em ver. É apenas tua consciência de milagres que fica prejudicada. Tu os verás na luz; não os verás no escuro.

Assim, a ideia que praticamos hoje vem trazer mais segurança ao nos ajudar a combinar a visão aos milagres. Se, presentemente, pensamos nos ver no escuro, não fazemos nada mais do que dar forma a ilusões a nosso próprio respeito. Ilusões que nem de longe representam o que somos de fato. Ilusões que não têm nada a ver com a visão e muito menos com a luz.

Por isso, como a própria lição diz, é vital que nos voltemos para a luz, decididos a ver de modo diferente, como já aprendemos. Só assim vamos poder ver os milagres. Eles são naturais. E quando não acontecem é porque alguma coisa deu errado. Ou porque não estamos olhando para o mundo a partir da luz. Vejamos:

A luz, então, é vital para ti. Enquanto permaneceres nas trevas, o milagre continua a ser invisível. Deste modo, ficas convencido de que ele não existe. Isto decorre das premissas a partir das quais a escuridão nasce. A negação da luz leva ao fracasso em percebê-la. O fracasso em perceber a luz é perceber a escuridão. A luz, então, apesar de existir, é inútil para ti. Tu não podes usá-la porque sua presença é desconhecida para ti. E a aparente realidade das trevas torna sem sentido a ideia da luz.

E mais:

Ser informado de que aquilo que não vês existe soa como loucura. É muito difícil ser convencido de que loucura é não ver o que existe e, em seu lugar, ver o que não existe. Tu não duvidas de que os olhos do corpo podem ver. Tu não duvidas de que as imagens que eles te mostram são a realidade. Tua fé está nas trevas, não na luz. Como se pode inverter isto? É impossível para ti, mas não estás sozinho nisto.

E, mesmo que ainda não percebamos, nossos..

... esforços, por menores que possam ser, têm um forte apoio. Se ao menos percebesses de forma clara quão grande é esta força, tuas dúvidas desapareceriam. Hoje nos dedicaremos à tentativa de permitir que sintas esta força. Quando sentires em ti a força que coloca facilmente todos os milagres ao teu alcance não duvidarás. Os milagres que tua sensação de fraqueza escondem irromperão em tua consciência quando sentires a força em ti.

Não vamos perder tempo então. Dediquemos toda a atenção de que somos capazes às instruções que a lição de hoje oferece, para podermos desfrutar do milagre que a luz vai nos mostrar. 

Às práticas?

quarta-feira, 30 de março de 2016

Você nota que está aonde o problema se apresenta?


LIÇÃO 90

Para esta revisão usaremos estas ideias:

1. (79) Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

Que eu perceba claramente hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição segundo a qual só existe um problema e uma única solução. O problema é uma mágoa; e a solução é um milagre. E eu convido a solução a vir a mim por intermédio de meu perdão à mágoa e por minha acolhida ao milagre que toma o lugar dela.

2. Aplicações específicas desta ideia poderiam ser feitas destas formas:

Isto me apresenta um problema que quero ver resolvido.
O milagre por detrás desta mágoa a resolverá para mim.
A resposta para este problema é o milagre que ele esconde.

3. (80) Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

Parece-me que tenho problemas apenas porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro e que deve haver um lapso de tempo antes que ele possa ser resolvido. Eu não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isto porque eu ainda não percebo claramente que Deus coloca a resposta junto com o problema, de modo que eles não podem estar separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isto, se eu Lhe permitir. E compreenderei que é impossível que eu tenha um problema que já não esteja resolvido.

4. Estas formas da ideia serão úteis para aplicações específicas:

Eu não preciso esperar para que isto seja resolvido.
A resposta para este problema já me foi dada, se eu quiser aceitá-la.
O tempo não pode separar este problema de sua solução.

*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 90


Vamos encerrar hoje a segunda revisão com as práticas de duas ideias que dizem respeito à correção de uma percepção ainda equivocada, que nos leva a pensar muitas vezes que nossos problemas, sejam eles quais forem, podem ser resolvidos por alguma coisa fora de nós mesmos. É esta percepção que nos leva a fingir que sabemos tudo, que não há nada que precisemos aprender, quando, na verdade, a sabedoria começa quando reconhecemos que não sabemos nada.

"Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido."

Eis aí a primeira das ideias para a revisão de hoje. É uma ideia que coloca em xeque a pretensa onipotência egoica, que nos pede para pensarmos que somos capazes, que sabemos de que forma resolver tudo o que se apresenta a nossa experiência. Como se em algum momento, a partir do sistema de pensamento do mundo e do ego, alguma das soluções que provemos para os problemas que aparecem tenha sido a melhor das soluções para todos. Como se as soluções que pensamos ter encontrado por nós mesmos sejam as mais satisfatórias para nos conduzir na direção da alegria que Deus quer para nós.

É por isso que a lição nos orienta a buscar um modo de perceber claramente o significado que está por trás do problema que temos de enfrentar e resolver. Assim 

Que eu perceba claramente hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição segundo a qual só existe um problema e uma única solução. O problema é uma mágoa; e a solução é um milagre. E eu convido a solução a vir a mim por intermédio de meu perdão à mágoa e por minha acolhida ao milagre que toma o lugar dela.

É isso que vai nos permitir que perceber que estamos nos enganando ao pensar que um problema, que pode parecer ser de outro, não nos diz respeito e que podemos creditar o problema a ele [o outro] tão somente. Não podemos! Se vemos um problema, qualquer que seja, onde quer que ele esteja, pertença ele aparentemente a quem quer que seja, ele também é nosso. Pois somos, todos e cada um de nós, cem por cento responsáveis por tudo aquilo que nos chega à consciência.

Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

É a prática com esta ideia que vai nos fazer reconhecer a verdade eterna que a lição nos traz também a partir das práticas com a segunda das ideias que vamos revisar hoje:

"Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos." 

Na verdade, os problemas só parecem existir porque vivemos a ilusão de um tempo linear, durante o qual nascemos em um corpo, crescemos e nos desenvolvemos até começarmos a perder as forças, envelhecer e morrer. Mas esta não é a verdade a respeito do que somos. Somos espírito. E o espírito não morre. Jamais.

Quando, em algum momento de nossas vidas, conseguimos nos afastar da ilusão do tempo para viver o "agora", isto é, "o presente" - o único tempo que existe, observamos que aquilo que somos não depende de tempo, nem de espaço. Isto quer dizer que, na realidade, todos os problemas que pensamos enfrentar só existem porque nos iludimos com a percepção de que alguma coisa aconteceu - no tempo - em algum momento de nossa vida e precisa ser resolvida para que continuemos a explorar a ilusão do tempo, com um problema a menos. 

O que experimentamos, em geral, no "agora" é aquilo a que o Curso chama de instante santo. Isto é, um instante em que nos abandonamos por completo ao espírito em nós, unindo-nos ao divino e à alegria e à paz que são a Vontade d'Ele para todos e para cada um de nós. Nesse instante somos como que raptados pelo Ser, pelo Eu Sou o Que Sou que somos, na verdade. 

Vejam pois, mais uma vez, de que modo a poeta Adélia Prado se refere ao que reputo ser um instante como este no poema Rapto, de seu livro mais recente, Miserere

À hora em que nada parece estar errado,
nem os monturos com seus sacos plásticos,
o invisível te arrepia os pelos.
Uma vez, num bando de passarinhos
disputando sementes.
Hoje, na grama baixa onde cabras pastavam.
Quando a máxima atenção te deixa distraído,
o sequestrador te pega
e diferente daqui
conhecerás o lugar
onde quem desperta repousa.

Há, forçosamente, que se reconhecer que aí todos os problemas deixam de existir, como praticamos hoje, não?


Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

Não nos damos conta de que todos os problemas são um só. Nem de que ele já foi resolvido. Até porque, na verdade, ele não existe.

É isso que praticamos com a lição. Deste modo:

Parece-me que tenho problemas apenas porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro e que deve haver um lapso de tempo antes que ele possa ser resolvido. Eu não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isto porque eu ainda não percebo claramente que Deus coloca a resposta junto com o problema, de modo que eles não podem estar separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isto, se eu Lhe permitir. E compreenderei que é impossível que eu tenha um problema que já não esteja resolvido.

Não é isto mesmo que pensamos acontecer? Ou alguém entre nós já percebeu que nenhum problema se apresenta sem que trazer consigo a solução? É só na ilusão do tempo que pensamos haver um começo do que é um problema para que depois a solução se apresente. 

E, aliás, como diz o dr. Hew Len, o problema só existe para quem acredita que problemas são possíveis, sem se dar conta de que todo e qualquer problema é criação própria. Tanto é que ele costuma perguntar em seus seminários: "Você já percebeu que, quando há um problema, você está lá"? 

É para corrigir a percepção que nos diz que há problemas que praticamos. 

Às práticas?

terça-feira, 29 de março de 2016

Abandonar todas as mágoas e todos os julgamentos


LIÇÃO 89

Estas são nossas ideias para revisão hoje:

1. (77) Eu tenho direito a milagres.

Eu tenho direito a milagres porque não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Suas leis me liberam de todas as mágoas e as substituem por milagres. E eu quero aceitar os milagres no lugar das mágoas, que são apenas ilusões que escondem os milagres que estão além. Agora quero aceitar apenas aquilo que Deus me dá direito a ter, a fim de usá-lo em favor da função que Ele me dá.

2. Poderias usar estas sugestões para aplicações específicas desta ideia:

Por trás disto existe um milagre ao qual tenho direito.
Que eu não guarde uma mágoa contra ti, [nome], mas te ofereça,
em lugar dela, o milagre que te pertence.
Visto de forma verdadeira, isto me oferece um milagre.

3. (78) Permite que os milagres substituam todas as mágoas.

Por meio desta ideia, uno minha vontade à do Espírito Santo e as percebo como uma só. Por meio desta ideia, aceito minha liberação do inferno. Por meio desta ideia, manifesto minha disposição para ter todas as minhas ilusões substituídas pela verdade, de acordo com o plano de Deus para a minha salvação. Não quero fazer nenhuma exceção e nenhum substituto. Eu quero todo o Céu e só o Céu, tal como Deus quer que eu tenha.

4. Formas específicas úteis para a aplicação desta ideia seriam:

Não quero guardar esta mágoa à parte de minha salvação.
Permite que nossas mágoas sejam substituídas por milagres, [nome].
Adiante disto está o milagre pelo qual todas as minhas mágoas são substituídas.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 89

"Eu tenho direito a milagres."

Vamos começar esta exploração, mais uma vez, como de costume, a partir da primeira ideia para as práticas de hoje, perguntando-nos se acreditamos mesmo em nosso direito a milagres. Façamos uma breve pausa na leitura para refletir por alguns instantes a respeito desta questão: Acredito mesmo que tenho direito a milagres? Quero acreditar nisto?

É claro que é necessário que nos acreditemos filhos de Deus, criados à imagem e semelhança d'Ele, de quem somos inseparáveis, para podermos viver a crença nos milagres; naturais por serem expressões de amor. Na verdade, como o Curso ensina em seu primeiro capítulo, o verdadeiro milagre é o amor que inspira os milagres e, neste sentido, "tudo o que vem do amor é um milagre".

Eu tenho direito a milagres.

A única lição que o Curso nos oferece mais de uma vez da mesma forma é a lição que diz: Eu sou como Deus me criou. É em razão disto que temos direito a milagres. Também em razão da segunda e última das ideias que praticamos ontem: Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. E é deste modo que a lição de hoje pede que nos posicionemos para as práticas com esta primeira ideia:

Eu tenho direito a milagres porque não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Suas leis me liberam de todas as mágoas e as substituem por milagres. E eu quero aceitar os milagres no lugar das mágoas, que são apenas ilusões que escondem os milagres que estão além. Agora quero aceitar apenas aquilo que Deus me dá direito a ter, a fim de usá-lo em favor da função que Ele me dá.

Nada mais lógico e natural então que sejamos capazes de reconhecer e de aceitar os milagres a que temos direito em função de sermos filhos de Deus, não é mesmo? Para tanto, porém, é preciso que estejamos também dispostos a abandonar toda e qualquer mágoa, todo e qualquer julgamento. Pois, como já aprendemos, as mágoas escondem a luz do mundo em nós. Isto é, as mágoas não nos permitem nos vermos como filhos de Deus, como a luz do mundo.

É isso que vamos praticar com a segunda ideia de nossa revisão de hoje:

"Permite que os milagres substituam todas as mágoas."

Mais uma vez é preciso que nos lembremos: são as práticas que podem nos levar à purificação necessária. A purificação que vai permitir que vejamos os milagres acontecerem em nossas vidas e permitir também que sejamos os instrumentos dos milagres que vão servir para iluminar o mundo, envolvendo-o na luz de nosso perdão.

É a partir de nossa tomada de decisão de ver o mundo e tudo o que há nele de modo diferente que poderemos ver os milagres se manifestando a todo instante em nossa caminhada. Ao tomarmos a decisão de abandonar o julgamento do mundo, e de perdoá-lo por inteiro, re-unimos nossa vontade à de Deus e abolimos a crença na separação, permitindo assim que todas as mágoas se vão e que sejam substituídas pelos milagres.

A lição nos traz isso do seguinte modo:

Por meio desta ideia, uno minha vontade à do Espírito Santo e as percebo como uma só. Por meio desta ideia, aceito minha liberação do inferno. Por meio desta ideia, manifesto minha disposição para ter todas as minhas ilusões substituídas pela verdade, de acordo com o plano de Deus para a minha salvação. Não quero fazer nenhuma exceção e nenhum substituto. Eu quero todo o Céu e só o Céu, tal como Deus quer que eu tenha.

Permitir que os milagres substituam todas as mágoas é, pois, escolher o Céu. Tomar a decisão de viver o Céu na terra, independente das circunstâncias que se apresentem. Pois sabemos que somos nós que escolhemos as circunstâncias. E, mesmo quando elas parecem não ser fruto de nossa escolha, sabemo-nos capazes de escolher outra vez, porque temos direito aos milagres. Assim podemos usufruir de tudo aquilo que é nosso por direito, pois não estamos sujeitos a nenhuma lei a não ser às Deus. E Vontade d'Ele e a nossa são uma só e a mesma.

Às práticas?

segunda-feira, 28 de março de 2016

Não existe algo como Deus e eu, e sim apenas Deus


LIÇÃO 88

Hoje revisaremos estas ideias:

1. (75) A luz veio.

Ao escolher a salvação em lugar do ataque, escolho simplesmente reconhecer aquilo que já existe. A salvação é uma decisão que já foi tomada. O ataque e as mágoas não existem para se escolher. É por isto que sempre escolho entre a verdade e a ilusão; entre o que existe e o que não. A luz veio. Eu só posso escolher a luz, pois não há nenhuma alternativa para ela. Ela substitui a escuridão e a escuridão desaparece.

2. Estas formas vão se revelar úteis para aplicações específicas desta ideia:

Isto não pode me mostrar a escuridão pois a luz veio.
A luz em ti é tudo o que eu quero ver, [nome].
Quero ver nisto apenas o que existe.

3. (76) Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Eis aqui a declaração perfeita de minha liberdade. Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Sou constantemente tentado a inventar outras leis e a lhes conferir poder sobre mim. Sofro apenas em razão de minha crença nelas. Elas não têm absolutamente nenhum efeito real sobre mim. Estou perfeitamente livre dos efeitos de todas as leis, salvo as de Deus. E as d'Ele são as leis da liberdade.

4. Para formas específicas de aplicação desta ideia, estas seriam úteis:

Minha percepção disto me mostra que acredito em leis que não existem.
Eu vejo apenas as leis de Deus em ação nisto.
Que eu permita que as leis de Deus, e não as minhas, atuem nisto.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 88

"A luz veio."

Reprisando mais uma vez o comentário do ano anterior, inclusive no título da postagem: Eis aí a primeira da ideias que revisamos com a lição de hoje. 

E eis um pensamento para nos ajudar a refletir a respeito do que é estar ciente da necessidade da Presença da Luz: 

"Um dia, para merecer [e para viver] o Paraíso, e para poder mantê-lo, tu deverás saber protegê-lo de toda mediocridade, de qualquer desatenção... de tuas mortes internas. Um homem [ou uma mulher] solar projeta a própria luminosidade, um mundo feliz, íntegro, e não permite que nada o ofusque (Elio D'Anna)."

Assim, quantos de nós podem de fato dizer que "a luz veio" a esta altura das práticas? Já a vimos? Estamos cientes da presença da luz em nossos dias?

Quantos de nós de fato queremos, desejamos de forma ardente, que a luz esteja presente? Quantos de nós não nos satisfazemos com o estado ora luminoso, ora de escuridão, que parece ser a vida do modo com que a levamos, vivendo a maior parte do julgamento, acreditando que é possível curar-nos e curar o mundo sem antes nos perdoarmos e perdoarmos o mundo inteiro? Ou simplesmente abandonando de vez as culpas, os medos e, por extensão, todo e qualquer julgamento. 

A luz veio.

O que significa perceber a presença da luz?

Significa que já não temos mais nada a ver com este mundo dos sentidos e das formas. Não no sentido de que o deixamos de perceber ou de que deixamos de viver nossa vida aqui, mas no sentido de que nada nele nos prende. Nada nele nos limita. Nada nele nos impede de viver a liberdade, a alegria e a paz infinitas. Já não queremos nada do mundo porque o sabemos transitório, porque o sabemos construído apenas a partir da ilusão de separação daquilo que, na verdade, somos: luz.

Não foi isso que praticamos há pouco: eu sou a luz do mundo?

É isso que somos. É da consciência de que somos a luz do mundo que reconhecemos e aceitamos nosso papel no plano de Deus para a salvação do mundo. E é isso o que nos diz esta primeira ideia hoje:

Ao escolher a salvação em lugar do ataque, escolho simplesmente reconhecer aquilo que já existe. A salvação é uma decisão que já foi tomada. O ataque e as mágoas não existem para se escolher. É por isto que sempre escolho entre a verdade e a ilusão; entre o que existe e o que não. A luz veio. Eu só posso escolher a luz, pois não há nenhuma alternativa para ela. Ela substitui a escuridão e a escuridão desaparece.

Conforme já sabemos, as ideias que praticamos hoje são complementares. Pois a aceitação a segunda:

"Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus."

depende de nossa aceitação da primeira. Isto é, só quando recebo, acolho e aceito a luz é que posso reconhecer e aceitar que não estou sujeito a nenhuma lei senão às de Deus, uma vez que não existe algo como Deus e eu, mas, sim, apenas Deus.

Deus, como o Curso ensina, é uma ideia. E, assim como a ideia que tenho de mim não é o que de fato sou, a ideia de Deus é apenas uma ideia, enquanto este eu que sou não estiver na unidade total e absoluta com Deus.

Ou, para aproveitar o que nos diz Joel Goldsmith em um de seus livros:

"Nada do que você possa saber sobre Deus é Deus, já que o conhecedor da verdade é Deus. No entanto, vamos direto ao ensinamento do que Deus é, embora seja realmente impossível ensinar o que Deus é, já que eu sou. Mas, este mesmo eu sou é você quando está dizendo 'eu sou'. Em última análise, tudo o que se pode conhecer sempre sobre Deus é que eu sou Ele. Esta é a verdade básica. Sempre o conhecedor, aquele que está conhecendo a verdade, é a verdade que está sendo conhecida." 

E há também, para ilustrar melhor, talvez, uma historinha de dois rabinos, contada no livro "Contos Filosóficos do Mundo Inteiro", de Jean-Claude Carrière. Diz ela: 

... determinada noite, dois rabinos iniciaram ... uma discussão sobre a existência de Deus. 
Eles trocaram os argumentos conhecidos sobre este assunto e, finalmente, lá pelas quatro ou cinco horas da madrugada, concluíram que Deus não existe. Sobre isso estavam totalmente de acordo. 
No dia seguinte, pela manhã, um dos rabinos - que havia convidado o outro, de passagem pela cidade, a pernoitar em sua própria casa - procura o colega e o encontra num canto do jardim recitando suas preces habituais. 
Ele se espanta e pergunta: 
- Mas o que você está fazendo? 
- Bem, como você vê, estou recitando minhas preces matinais. 
- Mas, lembre-se: discutimos a noite inteira e chegamos à conclusão de que Deus não existe. E então? Pode me dizer por que está fazendo as suas preces. 
O outro rabino lhe diz, muito simplesmente: 
- Mas o que Deus tem a ver com isso?

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Esta a segunda das ideias que praticamos hoje. Uma ideia que nos oferece o desafio de reconhecermos nela a liberdade de que precisamos para viver nossas vidas neste mundo a partir do que somos, e não a partir de uma falsa imagem que fazemos de nós, que não retrata nossa realidade. 

É assim que vamos entender de que forma praticar o que a lição pede:

Eis aqui a declaração perfeita de minha liberdade. Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Sou constantemente tentado a inventar outras leis e a lhes conferir poder sobre mim. Sofro apenas em razão de minha crença nelas. Elas não têm absolutamente nenhum efeito real sobre mim. Estou perfeitamente livre dos efeitos de todas as leis, salvo as de Deus. E as d'Ele são as leis da liberdade.

É também por isso que podemos ter certeza de que, como já lhes disse, mesmo vagando pelas trevas que construímos a partir de uma crença em algo que não existe; mesmo não sabendo que podemos escolher de modo diferente; mesmo optando por fazer nossas escolhas a partir da percepção equivocada e experimentando todo tipo de dor, de sofrimento, de mágoa, de angústia, de raiva, de decepção e fracasso, mais dia, menos dia, vamos compreender que para o "eu sou" em nós não há outras leis que não as de Deus e que, por isso, só podemos escolher a luz, só podemos existir na luz, pois Ele é o que somos e é luz. Nós também.

Às práticas?

domingo, 27 de março de 2016

Diferenças não separam, ao contrário, elas unem


LIÇÃO 87

Hoje nossa revisão abrangerá estas ideias:

1. (73) Eu quero que haja luz.

Hoje usarei o poder de minha vontade. Não é minha vontade tatear nas trevas de um lado para outro, assustado por sombras e com medo de coisas invisíveis e irreais. A luz será meu guia hoje. Eu a seguirei aonde ela me conduzir, e só olharei para aquilo que ela me mostrar. Neste dia experimentarei a paz da percepção verdadeira.

2. Para aplicações específicas, estas formas desta ideia seriam úteis:

Isto não pode esconder a luz que quero ver.
Tu estás na luz comigo, [nome].
Isto parecerá diferente na luz.

3. (74) Não há nenhuma vontade a não ser a Vontade de Deus.

Estou em segurança hoje porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu só posso ter medo quando acredito que existe outra vontade. Eu só tento atacar quando estou com medo, e só quando tento atacar posso acreditar que minha segurança eterna está ameaçada. Hoje, reconhecerei que tudo isto não acontece. Eu estou em segurança porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

4. Estas são algumas formas úteis desta ideia para aplicações específicas:

Que eu perceba isto na harmonia com a Vontade de Deus.
É Vontade de Deus que tu sejas Seu Filho, [nome], e minha também.
Isto é parte da Vontade de Deus para mim, não importa como eu o veja.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 87

"Eu quero que haja luz."

Esta é a primeira das duas ideias que revisamos com a lição de hoje. Uma ideia que nos oferece o desafio de buscarmos no mais íntimo de nós mesmos responder à pergunta: Tu queres que a luz se faça em tua vida?

A existência da luz pressupõe o fim das trevas e da escuridão. Quando nos encontramos mergulhados na dor e no sofrimento, por quaisquer razões que se tenham apresentado a nossa experiência, tudo o que parece que vemos é uma treva densa, que nos envolve e quer nos engolir. Parece que nunca mais vamos ser capazes de experimentar a alegria, não é mesmo?

Eu quero que haja luz.

A alegria, no entanto, tem de estar escondida em nós mesmos. O que acontece é que em tais momentos não conseguimos achá-la. Às vezes, parece até que não queremos, de verdade, achá-la. Ou como diz uma amiga minha. Às vezes, o pior é saber que a dor vai passar. Ou ainda, pensando no que dizem a respeito do tempo: que cura tudo, que é um grande professor, quiçá o melhor de todos. O problema é justamente que, de acordo com o que diz Hector Berlioz: O tempo é um grande professor, mas, infelizmente, ele mata todos os seus discípulos

Apesar e/ou em função de tudo o que podemos pensar, o que nos traz esta primeira ideia que praticamos hoje, como parte do exercício de revisão, é a oportunidade de vivermos o milagre de reencontrar a luz em nós mesmos, seja qual for a situação que vivemos que a tenha feito se esconder de nós. É a partir de nossa vontade que podemos achá-la, reencontrá-la em nós, e experimentá-la, como a lição diz:

Hoje usarei o poder de minha vontade. Não é minha vontade tatear nas trevas de um lado para outro, assustado por sombras e com medo de coisas invisíveis e irreais. A luz será meu guia hoje. Eu a seguirei aonde ela me conduzir, e só olharei para aquilo que ela me mostrar. Neste dia experimentarei a paz da percepção verdadeira.

A luz é o que somos no amor. E a alegria é a Vontade d"Ele para nós. É isso que vamos praticar com a segunda das ideias que revisamos hoje.

"Não há nenhuma vontade a não ser a Vontade de Deus."

Faz uma enorme diferença em nossa vida, no dia-a-dia, perceber, reconhecer, entender e aceitar e ficar grato por nossa vontade e a de Deus serem uma só, pois a partir desta aceitação, podemos passar a ver o mundo de forma diferente, com olhos amorosos que incluem e acolhem a tudo e a todos em sua visão.  

O milagre que as práticas das ideias que revisamos hoje é que elas são capazes de juntar mais uma vez nossa vontade à Vontade de Deus, uma vez que elas são a mesma, uma vez não existe nem nunca poderá existir nenhuma vontade separada da Vontade de Deus.

Não há nenhuma vontade a não ser a Vontade de Deus.

É assim que a lição pede que pratiquemos esta segunda ideia:

Estou em segurança hoje porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu só posso ter medo quando acredito que existe outra vontade. Eu só tento atacar quando estou com medo, e só quando tento atacar posso acreditar que minha segurança eterna está ameaçada. Hoje, reconhecerei que tudo isto não acontece. Eu estou em segurança porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

Lembremo-nos do que diz Ramana Maharshi a respeito de Deus, em sintonia com as ideias que praticamos:

"Deus não apenas é o coração de tudo, ele é o propósito de tudo, ele é a fonte de tudo, a morada e o fim de tudo. Tudo vem dele, tem seu lugar nele e, por fim, se resolve nele." 

É ao entendimento disto que as práticas nos levam, se feitas com atenção, obedecendo às instruções que o Curso nos dá para cada uma delas. É para nos ajudar a descobrir que existe, de fato, uma forma diferente de olhar para tudo, uma forma que podemos aprender da aceitação da Vontade de Deus para nós, da aceitação de que a única vontade que existe é a d'Ele, e de que a Vontade d'Ele é a mesma que a nossa. 

É esta forma diferente de olhar para tudo e para todos, que nos ensina a envolver o mundo todo e tudo o que ele contém em um abraço amoroso, que cura todos os males e todas as dores que pensamos existir, pois não julga e não condena. Ao contrário, aceita as diferenças amorosamente por entender que as diferenças não separam. Na verdade é o contrário, são nossas diferenças que nos unem. 

São as diferenças que nos permitem conhecer formas outras de viver e de ver o mundo, enriquecendo toda a vida. Elas nos permitem conhecer partes de nós mesmos com as quais não tínhamos tido contato enquanto isolados, fechados, ilhados em nós mesmos. 

O diferente, quando o vejo, reconheço e aceito, sou eu mesmo. É uma parte de mim que se mostra para me fazer completo, para me tornar inteiro, se ainda não sou, se ainda não abarquei o mundo inteiro, perdoando-o dentro de mim. E isso não tem nada a ver com a forma pela qual o diferente se aproxima de mim. A forma, seja ela qual for, é sempre tão-somente um reflexo de mim mesmo, daquilo que trago dentro de mim. 

Em um determinado momento do texto, o Curso chama a atenção para a forma com que olhamos para o irmão, para o próximo. Isto é, podemos nos perguntar a cada instante, a cada novo encontro com as pessoas que povoam nosso mundo: como eu te vejo? De que modo devo olhar para o próximo para ver a santidade em mim? E o que vai me trazer a experiência de ver a santidade em mim? 

Eis o que o Curso diz, parafraseando-o: 

O mundo ficaria imóvel e a paz desceria sobre ele em benignidade e com uma bênção tão completa que nenhum vestígio de conflito continuaria a existir para assombrar-te na escuridão da noite, se apenas visses a santidade do teu irmão. 

E mais: 

Teu irmão é teu salvador dos sonhos feitos de medo. É a cura de tua noção de sacrifício e de teu medo de que o que tens poderia se dispersar no vento e se converter em pó. Em teu irmão está a garantia de que Deus está aqui e de que está contigo agora. 

E ainda: 

Enquanto teu irmão for o que ele é [ele é como Deus o criou], podes estar certo de que é possível conhecer a Deus e de que Ele será conhecido por ti. Pois Deus jamais poderia abandonar Sua própria criação. O sinal de que isso é verdadeiro está no teu irmão, que te é oferecido de forma que todas as tuas dúvidas a teu próprio respeito possam desaparecer diante da santidade dele [que, reconhecida, revela tua própria santidade]. Olha para teu irmão e vê nele a criação de Deus. Pois é nele que o Pai espera pelo teu reconhecimento de que Ele o criou [assim como a ti] como parte de Si Mesmo.

Às práticas?