sexta-feira, 31 de julho de 2015

Não pode existir uma vontade separada da de Deus


LIÇÃO 212

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (192) Tenho uma função que Deus quer que eu cumpra.

Busco a função que me libertará de todas as vãs ilusões do mundo. Só a função que Deus me dá pode oferecer liberdade. É apenas isto que busco, e só aceitarei isto como meu.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 212

Em certo sentido, somos todos buscadores. E buscamos o quê? Será que perdemos alguma coisa? Será que há algo a ser encontrado? Por que a maioria dentre nós não está satisfeita com o que tem, com o que vive, com o lugar aonde está, com aquilo que pensa poder fazer e com aquilo que acredita não poder? Por que muitas pessoas dizem que gostariam de ter nascido noutra época, noutro lugar, noutro corpo, muitas vezes, no seio de outras famílias que não as suas?

Na verdade, quer me parecer, a partir do ensinamento do Curso, que não há nada a buscar. O próprio Curso diz que já somos aquilo que estamos buscando. Diz mais: que não perdemos nada e nem, de fato, há algo que possamos perder ou encontrar. E diz ainda que podemos tudo, pois herdamos do Pai o mesmo poder que Ele tem. Assim, temos pleno poder para fazer o que quisermos, desde que tomemos a decisão de agir no mundo a partir do Ser. Isto é, inspirados apenas por aquilo que somos.

Contudo, parece-nos que a maior parte do tempo não sabemos o que somos, o que fazemos, o que há para fazer e nem onde estamos. Como se sentíssemos falta de alguma coisa que não sabemos dizer de forma clara o que é. Há algo que queremos e que não conseguimos identificar bem.

Este algo é aquilo que podemos chamar de anseio pela eternidade, de saudade de casa, de saudade de um tempo em que sabemos ter vivido apenas a alegria de ser e estar no lugar a que pertencemos.

É por esta razão que ideia para a nossa revisão de hoje tem importância vital para a re-descoberta do papel que nos cabe na ordem das coisas, para dar sentido à vida que vivemos neste mundo, de acordo com a Vontade de Deus. Tudo o que precisamos fazer, então, a partir também da ideia que praticamos ontem, é lembrar de nossa condição de Filhos santos do Próprio Deus.

Uma passagem do livro texto, que já citei outras vezes, sugere que reconheçamos e aceitemos a seguinte ideia: "O Próprio Deus é incompleto sem mim".  Ora, esta ideia é fundamental para que recobremos o direito legítimo à herança divina que nos cabe, para que possamos ser a manifestação do Deus Vivo em nosso aparente estar-no-mundo.

E não há como não reconhecê-la se pensarmos que Deus, ou melhor dizendo, a ideia de Deus é uma ideia todo-abrangente. Ele [ou a ideia d'Ele] só existe para mim, para nós, para quem quer que seja, quando tudo e todos começam e terminam n'Ele. Tudo se recobre de sentido no Amor que é capaz de abarcar a tudo e a todos em Si.

Assim, como já disse antes também, da mesma forma que precisamos de Deus [ou da ideia de Deus] para que nossas vidas tenham sentido, Deus [mesmo que apenas como ideia] precisa de todos e de cada um de nós assumindo o compromisso com a função que nos cabe para a realização de Seu plano para a salvação do mundo, para a realização de Sua Vontade de alegria e paz perfeitas e completas para cada um. E para todos nós. Uma vontade que é também a nossa. Porque não podemos ter nenhuma vontade à parte da de Deus, do mesmo modo que não podemos existir separados d'Ele.

Às práticas?

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Para reconhecer que, em geral, vivemos em transe


LIÇÃO 211

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (191) Eu sou o Próprio Filho santo de Deus.

Em silêncio e em verdadeira humildade eu busco a glória de Deus, para vê-la no Filho Que Ele criou como o meu Ser.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 211

Revisamos hoje, uma vez mais, aquela ideia que nos põe em contato com a verdade acerca de nós mesmos, a ideia que nos devolve à condição de Filhos santos do Próprio Deus, ou do Próprio Filho santo de Deus, o que nos põe de novo em contato, assim, com aquilo que somos na verdade.

Como já disse algumas vezes no passado, falando desta lição de forma específica, a repetição continuada das afirmações ou declarações que unificam este período de revisão [Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.] visa a re-criar e a reforçar em nós a sensação da unidade com Deus. Uma forma extremamente eficiente de eliminar da mente a crença na separação, que é, de fato, o único problema que precisamos resolver.

Na verdade, se buscarmos refletir bem a respeito do que somos e da experiência que vivemos, não existe nada que possa nos fazer acreditar na possibilidade de uma vida separada de Deus, a não ser na ilusão. Pois, para que tal separação pudesse existir de fato, teríamos de estar separados de nós mesmos. Isto não é possível! Isto - a separação de nós mesmos - só pode acontecer - e também apenas na ilusão ou no delírio - quando nos dissociamos de nós mesmos. Um processo que é apenas mental. Ou quando vivemos um transe, uma hipnose, uma aparente separação da realidade, que também só pode ser mental.

Porém, sendo o mais honestos possível para com nós mesmos, é preciso reconhecer que vivemos em transe a maior parte do tempo. Pois, em geral não nos damos conta de que fomos e estamos hipnotizados, acreditando viver, em um mundo que não existe, uma "realidade" que é apenas uma sugestão hipnótica, uma ilusão criada por um sistema de crenças que, aparentemente, nos afasta de nós mesmos, do que somos e de Deus. 

Mais uma vez: Isto é impossível! E é exatamente para aprendermos de que forma podemos sair do transe que as práticas se fazem necessárias.

São elas que vão permitir que aceitemos a Expiação para nós mesmos, isto é, que sejamos capazes de corrigir, de desfazer, os erros, que só existem em nossa mente, quando nos acreditamos separados de Deus e, por consequência, de nós mesmos e um dos outros.

É por isso que o Curso ensina com as práticas que não há problema algum se pulamos um período ou outro, ou se não somos disciplinados o suficiente para seguir as orientações que ele nos dá ao longo do livro de exercícios, ou mesmo no texto. Somos convidados a voltar sempre que esquecemos, sem culpa, sem medo, sem nenhuma condenação. Mais ou menos como nos convida Rumi, poeta sufi do século XIII:

Vem, vem, seja lá quem fores.
Peregrino, devoto,
amante das partidas - não importa.
Nossa caravana não é de desespero.
Vem, mesmo que tenhas violado teus votos
cem vezes, mil vezes.
Vem, vem de novo, vem.

Às práticas?

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Para uma sintonia ininterrupta com o divino em nós


LIÇÃO 210

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (190) Escolho a alegria de Deus em vez da dor.

A dor é uma ideia minha. Não é um Pensamento de Deus, mas um pensamento que tive separado d'Ele e de Sua Vontade. A Vontade d'Ele é alegria e apenas alegria para Seu Filho. E é isto que escolho em lugar do que fiz.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 210

A ideia da lição 190 - Escolho a alegria de Deus em vez da dor. - é a ideia que revisamos hoje em nossas práticas.  Ideia que pede que confirmemos nossa decisão de ser livres para sentir e viver agora o Amor de Deus em nossa vida, como praticamos ontem.

Esta escolha - a da alegria de Deus em vez da dor -, como eu já disse antes, continua a ser a decisão que precisamos tomar agora.  Uma decisão que precisamos tomar e reafirmar a todo instante, minuto após minuto, hora após hora, dia após dia, mês após mês, ano após ano, uma vez tomada, de fato. Uma escolha que podemos manter simples e facilmente com as práticas diárias.

Como eu disse antes também, esta é uma escolha que nos oferece uma forma simples e fácil de manter a vigilância sobre os pensamentos, pois sempre que algo em nossa mente - uma ideia, um pensamento, um medo, um arrepio indefinível, por menos que dure, - parece nos afastar da alegria, a vigilância sobre nossos pensamentos vai permitir que sejamos capazes de perceber que nos afastamos daquilo que, segundo o Curso, é a Vontade de Deus para nós - a alegria e a paz, perfeitas e completas -, que é também a nossa vontade. Esta é uma escolha que nos cabe fazer por direito de filhos de Deus.

A dor, o sofrimento, a morte, a miséria, a escassez, a escuridão, a fome, a discórdia e todos os aparentes "males" do mundo são apenas efeitos de nossos pensamentos que "criam" - mais certo seria dizer inventam - e, é claro, materializam, na ilusão, de modo equivocado. São efeitos da crença na ideia de que é possível fazermos qualquer coisa separados de Deus. 

As práticas de hoje, portanto, nos oferecem de novo mais um instrumento para o aprendizado e a prática do "orai e vigiai" a que nos exorta o texto bíblico desde há muito. Se aprendermos - e nos decidirmos - a manter uma vigilância constante e permanente sobre os pensamentos, livrando-os de qualquer sombra de medo,  já não haverá possibilidade de que eles "criem" de forma equivocada, pois a sintonia com o Pai, com o divino em nós, será ininterrupta e seremos capazes da comunicação perfeita com Ele. 

Às práticas?

terça-feira, 28 de julho de 2015

O momento para se escolher a liberdade é agora


LIÇÃO 209

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (189) Sinto o Amor de Deus em mim agora.

O Amor de Deus é o que me criou. O Amor de Deus é tudo o que sou. O Amor de Deus demonstra que sou Seu Filho. O Amor de Deus em mim me liberta.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 209

Penso, como já disse em anos anteriores, que grande parte da ingenuidade, da espontaneidade, da alegria e do destemor da maioria das crianças muito pequenas - e de algumas maiores, ou de outras, ditas especiais - se deve a sua quase que total dependência dos pais e de adultos a sua volta e à confiança que lhes dedicam, uma vez que sua razão ainda não lhes dá a capacidade de pensar lógica e racionalmente, o que só vai acontecer em uns poucos anos, quando acontecer, se acontecer.

A depender da forma com que forem ensinadas a se relacionarem com as pessoas e coisas do mundo, elas vão continuar a desenvolver sua confiança em si mesmas e nas outras pessoas, a partir da confiança que devotam aos pais e aos adultos que as rodeiam, ao mesmo tempo em que vão começar a ser menos dependentes deles, quando tudo se desenrolar a contento, da forma como costuma acontecer normalmente.

É, pois, muito importante que aprendamos - se ainda não aprendemos - a confiar nas pessoas, em todas as pessoas que se apresentam em nossas vidas em qualquer momento, pois é só este aprendizado que vai nos dar a confiança necessária para que nos entreguemos à vida de forma incondicional, reconhecendo, aceitando e acolhendo toda e qualquer experiência que se apresentar, porque cientes de que nós as escolhemos, mesmo quando não temos consciência do momento em que se deu a escolha e, às vezes, nem da razão ou razões por que ela foi feita. 

Lembram-se da primeira lição que revisamos nesta série, a última das revisões: Confio e meus irmãos, que são um comigo? E todos são meus irmãos, nossos irmãos. Todas as pessoas do mundo.

E digo tudo isto mais uma vez apenas para que busquemos nos pôr em sintonia com o que trazemos de nossa experiência em relação à ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje.

Nada do que já passou tem qualquer importância. E, se não fomos ensinados a confiar, ou se não fomos educados de forma a ser cada vez mais livres, e a viver em harmonia com a Vontade de Deus para nós, o momento para corrigir a percepção é agora. O momento para ser livre, para escolher e tomar a decisão pela liberdade, é agora. É agora, neste momento, neste instante exato, que podemos sentir o Amor de Deus. E, não importa a experiência pela qual estejamos passando, se quisermos perceber alguma mudança no mundo, é só agora, no instante presente, neste exato momento, que precisamos e podemos mudar nosso modo de olhar para ele. Isto, por consequência, vai trazer a mudança.

Não há outro tempo a não ser o presente. Quando nos deixamos enganar por aquilo a que damos nome de passado, imaginando que, se alguma coisa lá tivesse sido diferente, a situação que vivemos hoje poderia ser diferente, estamos nos auto-enganando. Estamos da mesma forma nos auto-enganando, quando buscamos nos convencer de que amanhã tudo vai ser diferente, porque nos propusemos a começar a fazer as coisas de forma diferente. É, sim, auto-engano, enquanto não tomarmos, de fato, a decisão e nos convencermos de que o que é preciso mudar só pode ser mudado agora: a partir da tomada de decisão.

Basta que pensemos uma vez mais na terceira daquelas quatro leis espirituais que se ensina na Índia: "Toda vez que você iniciar é o momento certo". Mas não dá para deixar para amanhã. É preciso tomar a decisão agora. E saber que tomar a decisão é apenas o começo. E que ela vai ter de ser tomada a cada passo, a cada instante, a cada novo desafio, a cada nova experiência. Até estarmos certos de que tomamos a decisão que nos leva a viver a Vontade de Deus de alegria e paz perfeitas e completas para nós o tempo todo. Até sermos capazes de dizer e viver o tempo inteiro o que a ideia de hoje nos pede para praticar. Pois enquanto não formos capazes de confiar em nós mesmos e de nos amarmos inteira e completamente, ainda não estaremos sentindo em nós o Amor de Deus. E não o viveremos de fato. Daí a necessidade da atenção, da vigilância e dos exercícios diários.

Às práticas?

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Para se desfazer a aparente complexidade da vida


LIÇÃO 208

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (188) A paz de Deus brilha em mim agora.

Vou me aquietar e deixar que a terra se aquiete comigo. E, neste silêncio, encontraremos a paz de Deus. Ela está dentro do meu coração, que dá testemunho do Próprio Deus.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 208

A ideia que vamos praticar hoje, como já disse alguma vezes antes, pode nos ajudar a aprender a salvação, a vivê-la e a estendê-la ao mundo, livrando-nos de todos os equívocos e permitindo que a luz de Deus brilhe sobre cada um e sobre todos nós. Aliás, isto é o que cada uma das ideias que praticamos nesta revisão pode fazer, se aprendida, aceita e aplicada com disciplina e determinação, conforme o Curso nos diz.

Para aproveitar uma vez mais, quer dizer re-reaproveitar, o comentário feito a esta lição anteriormente gostaria de convidá-los a pensarem de novo na seguinte frase: 

"A vida é muito simples." 

O que isto lhes diz, se lhes diz alguma coisa? Parece verdade? Parece-se de algum modo com a experiência de vida que vivem? Ou é exatamente o contrário? 

"A vida é muito simples."

Parece-lhes muito ingênuo dizer isto? Muito pretensioso, arrogante?
  
Na verdade, a partir do que sabemos de tudo o que recebemos como legado de inúmeros mestres, a vida é, de fato, muito simples. Nós é que a complicamos. É o que dizem todos, ou quase todos os que viveram sua vida de maneira simples. Ou os que a vivem ainda hoje de forma simples, com simplicidade. A questão é que, de modo diferente daquele que ensinam os mestres, cada um de nós complica a vida a sua própria maneira. 

Fazendo dela um bicho-de-sete-cabeças, damos à vida uma complexidade que ela, absolutamente, não tem, se prestarmos atenção verdadeira a suas manifestações e desdobramentos. 

A vida só quer ser o que é, cumprir seu papel, e é isso o que ela faz, diferentemente da maioria de nós, que se sente paralisada à menção apenas de que é preciso antes de tudo ser, ou de agir no mundo a partir do que se é. Afinal, alguém sabe dizer o que somos? 

A vida sempre cumpre seu papel independentemente daquelas dificuldades que atribuímos a seu desdobrar-se. Não há dificuldades para ela. Todos os seus caminhos são planos e retos. Não há curvas, nem desvios. A vida, apesar de qualquer coisa que pensemos dela, segue sempre em frente. Nada a detém. Tudo e todos fazem parte do que ela é. Da mesma forma que tudo e todos são partes do que somos, na verdade.

Entretanto, naquilo que nos diz respeito, as coisas são diferentes. Muitas vezes, por medo de manifestar o que somos, ou por medo de ser aquilo que acreditamos ser no mais íntimo de nós mesmos, nós nos negamos o direito de ser e, por consequência, negamos a vida que vibra em nós e que quer se manifestar. Quer ser apenas a manifestação da alegria, que é a verdadeira característica daquilo que somos.

Negando a vida a nós mesmos, passamos a cultivar, ao mesmo tempo, um medo e um desejo mórbidos de morte em qualquer das formas que acreditamos que ela se apresente. Matamo-nos uns aos outros e a nós mesmos das mais variadas maneiras.

Em nome do orgulho, como eu já disse também em anos passados, deixamos de estender a mão a quem precisa receber algum conforto de nós. Em nome do medo, deixamos de nos mostrar, defendendo-nos constante e continuamente daquilo a que chamamos de ataques, mas que não passam de pedidos de ajuda. 

Como o Curso ensina qualquer ataque é um pedido de ajuda, um pedido de atenção e de amor, que nos pede para mudarmos a forma de ver o mundo. Pede que mudemos nossa maneira de criar e de construir o mundo, nosso modo de nos relacionarmos com o mundo para que ele possa experimentar a paz e a luz de Deus.

Vamos pensar nisso durante as práticas de hoje?

domingo, 26 de julho de 2015

Para reconhecer nossa total dependência de Deus


LIÇÃO 207

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (187) Abençoo o mundo porque abençoo a mim mesmo.

A bênção de Deus brilha sobre mim desde o interior do meu coração, onde Ele habita. Só preciso me voltar para Deus e todo o pesar se dissipa à medida que aceito Seu Amor infinito por mim.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 207

A ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje dá-nos novamente a oportunidade de reconhecermos nossa completa dependência de Deus, ou da ideia de Deus, pois só n'Ele podemos abençoar o mundo, por nos reconhecermos abençoados e aceitarmos todas as bênçãos que só Ele nos dá. 

Há um ponto no livro texto em que o Curso diz que não precisamos da bênção de Deus, porque já a temos. Sempre a tivemos e a teremos para sempre. O que precisamos, na verdade, de acordo com o texto, é de nossa própria bênção. E por quê?

Porque Deus é só bênção. E porque, é claro, só nós condenamos, ferimos, a nós mesmos. E só nós ferimos e condenamos a outros semelhantes. Isto, por consequência, é sempre uma condenação de nós mesmos, por ser a condenação de uma parte qualquer da obra perfeita do Criador.

Em Deus, tudo é bênção. E não há um momento sequer em que não estejamos n'Ele. É só na ilusão que podemos acreditar em uma separação que nunca existiu, não existe e não existirá jamais. Pois vivemos e nos movemos em Deus o tempo todo, mesmo quando aparentemente não O sentimos próximo de nós. E, na verdade, só podemos nos sentir assim, quando nós nos afastamos d'Ele. Pois Ele jamais Se afasta de nenhum de nós.

Aí, nada parece fazer sentido. E, de fato, não faz. Pois, na verdade, nosso existir, nosso estar-no-mundo, só pode vir a ter sentido a partir da consciência de que só existimos na Unidade com o Pai. Sem Ele, nada existe, nada faz sentido.

Lembrando mais uma vez da passagem do Curso que citei em anos passados: "não podes conhecer o poder real do Filho em seu verdadeiro relacionamento com o Pai, a menos que reconheças tua completa dependência de Deus". 

É também só a partir desse reconhecimento que podemos conhecer também todas as bênçãos que o Pai nos dá. Ou reconhecer tudo como bênção. Pois, se há alguém de quem depender, quem poderia querer depender de outro alguém qualquer que não Deus, que é o único Poder em quem podemos confiar para ser, para viver e para ter tudo aquilo de que precisamos?

De fato, só seremos capazes de aprender, reconhecer e viver a liberdade quando reconhecermos, aceitarmos e formos agradecidos por nossa total dependência de Deus. Ou vocês acham que existe outra forma de ser livre? Que é possível a liberdade sem Deus? 

Às práticas, pois.

sábado, 25 de julho de 2015

Mudando a crença, podemos mudar as experiências


LIÇÃO 206

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (186) A salvação do mundo depende de mim.

Deus me confiou Suas dádivas, porque sou Seu Filho. E quero levar Suas dádivas aonde Ele deseja que elas estejam.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 206

Nestes tempos de ceticismo e de quase abandono das coisas do espírito que vivemos, como se só a matéria, o material e os corpos importassem na vida, é interessante nos perguntarmos por que acontecem as coisas que acontecem? Talvez seja interessante nos perguntarmos também por que as coisas que acontecem a cada um de nós, aparentemente, acontecem da forma que acontecem.

E talvez seja conveniente também repetir as perguntas que fiz nos comentários dos últimos anos a esta lição. Lembram? 

Vejamos, repetindo:  

Vocês já repararam, já se deram conta de que a maioria das profecias, de um modo ou de outro, sempre se realizou, ou quase sempre se realiza e de que é bem possível que aquilo que se prenuncia vai, quase que com certeza, nalgum momento, se realizar? 

Por quê? - vocês hão de se perguntar. O que se pode dizer a respeito? O que se pode pensar?

Lembremo-nos primeiro de que os profetas, os de antigamente e também os de hoje, surgem e se anunciam em função de momentos e situações críticas que se apresentam, e que criam um clima de temor e de medo no inconsciente de um grande número de pessoas num ponto qualquer do planeta. E até mesmo, por vezes, se apoderam do inconsciente de uma nação e do mundo inteiro, provocando as crises, quer econômicas, quer sociais, quer políticas, quer religiosas, quer de outra natureza qualquer. O mesmo se dá no microcosmo de um grupo de pessoas, num condomínio, numa família ou em escolas, em grupos menores e maiores.

Ora, a partir do que o Curso ensina, é mais ou menos óbvio concluir que foi a força, a energia, de um grande número de mentes sintonizadas em determinado pensamento - medo, crise, guerra, peste, fome ou o que quer que seja - que transformou em realidade a situação que se temia. Pois tudo o que se nos apresenta à experiência não é nada mais nada menos do que o resultado, a materialização, das crenças que abrigamos e acalentamos em nós.

É difícil para o ego admitir, como o Curso ensina, que "medo é desejo", mas esta ideia tem a mais perfeita lógica por detrás de si. Se nossos pensamentos são os mecanismos que materializam as experiências por que passamos, aquelas que escolhemos viver, e se é a energia que depositamos nos pensamentos que provoca esta materialização, nada mais óbvio do que pensar que, se colocamos nossa energia num medo qualquer, é esse medo que vai se materializar, porque é lá que mora a nossa crença, em forma de pensamento. É naquilo que temos nossa atenção presa. 

É óbvio, portanto, que, de acordo com o ensinamento do Curso, como eu já disse várias outras vezes também, que tudo o que vivemos neste mundo não passa de ilusão, porque o mundo só existe como projeção daquilo que pensamos, para materializar as informações, as experiências, as situação pelas quais queremos - e pensamos precisar - passar  para confirmar aquilo em que acreditamos a respeito de mundo e a nosso próprio respeito. 

Na verdade, a partir disto, é bastante lógico concluir que tudo aquilo em que pensamos, tudo aquilo em que acreditamos, vai se concretizar, quer neste momento, quer em algum momento do futuro, próximo ou distante, uma vez que nossos pensamentos, nossas crenças, nossos medos, se materializam em forma de problemas, experiências, situações por que precisamos passar, como eu disse acima, apenas para confirmar que temos razões para acreditar naquilo em que acreditamos. 

É por esta razão que os profetas têm suas profecias e previsões confirmadas muitas vezes. Pois o futuro tende a materializar aquilo que prevemos, se acreditamos na previsão, na profecia. Embora, no fundo, saibamos que o que o mundo nos oferece é apenas uma experiência de ilusões, baseadas na imagem de nós mesmos que inventamos - o falso eu, o ego do Curso -, que não é o que somos de fato, é esta experiência de ilusões que compõe a aparente realidade que o mundo nos apresenta. 

É apenas modificando nossas crenças que podemos modificar a experiência das ilusões, a experiência deste mundo, transformando-o no lugar para viver "o sonho feliz", em lugar de lidar com um pesadelo que se torna a cada dia mais apavorante, a se acreditar nas previsões dos pessimistas e céticos de plantão. 

Assim é que chegamos à ideia para nossa revisão de hoje, que nos ensina que: A salvação do mundo depende de mim. Para aprendermos a vigiar nossos pensamentos, para que a ilusão de mundo que construímos para nós mesmos e para todos os que habitam este mundo conosco seja a ilusão de um mundo perdoado, um mundo de alegria, de paz e de amor. Livre da arrogância e da onipotência do ego. Livre da necessidade do ego de ter razão.

Às práticas?

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Qual o único desejo que pode nos levar à salvação?


LIÇÃO 205

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (185) Eu quero a paz de Deus.

A paz de Deus é tudo o que quero. A paz de Deus é minha única meta; o objetivo de todo o meu viver aqui, o fim que busco, meu propósito e minha função, e minha vida, enquanto eu morar em um lugar em que não estou em casa.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 205

Voltemos mais uma vez às perguntas feitas nos comentários dos últimos anos:

O que eu quero? O que tu queres? O que queremos? Quem, de fato, sabe o que quer? Quem está buscando atender aos anseios mais profundos de seu coração? Será que alguém entre nós se ocupa verdadeiramente de buscar aquilo que quer ou, como a maioria, está preocupado tentando afastar aquilo que não quer?

Quem de nós já experimentou, alguma vez, alguma coisa, uma sensação melhor do que estar na mais absoluta paz de Deus e ainda pôde pensar que pode existir algo mais a se querer depois de experimentar esta paz?

Haverá - alguém pode afirmar de forma categórica a partir de sua experiência pessoal - algo melhor do que a paz de Deus para se desejar neste mundo, ou em qualquer mundo que possa existir?

A resposta a estas perguntas e a todas as perguntas que possamos ter e que possamos pensar e que possamos vir a fazer ao longo de nossa vida está na ideia que revisamos hoje. 

A maioria dos equívocos a que nos leva o sistema de pensamento do ego se deve ao fato de ele nos fazer pensar que podemos, "um pouquinho só", enganar a Deus. Quer dizer o ego nos faz acreditar que podemos, sim, desejar as coisas do mundo e ao mesmo tempo estabelecer um relacionamento satisfatório com Ele. Na prática, isto não é nada mais do que auto-engano, ou a quem pensamos enganar, acreditando que podemos esconder alguma coisa de Deus? 

É sempre só a nós mesmos que buscamos enganar, pois Deus não está em nenhum lugar que não em nós mesmos. Não existe um Deus exterior a nós mesmos a quem possamos recorrer para nos livrar da dor, do sofrimento, da doença ou da morte. O único Deus que existe só diz sim a tudo o que escolhermos. E estas experiências, dor, sofrimento, doença ou morte, só existem para aqueles de nós que as escolhem. Ou não acreditamos que existem pessoas felizes, alegres, satisfeitas com tudo o que têm, que não aspiram nada mais por que Deus - seu Deus interior - lhes dá tudo aquilo de que precisam em todos os momentos? 

Minha mulher, a partir de uma conversa a respeito de uma das últimas experiências que tivemos em nossa viagem pelo sertão nestes últimos dias, me lembrou de um filme que ela assistiu, uma espécie de documentário, que retratava a experiência de um jornalista ocidental que passou um ano entre os mongóis, no deserto, junto àquelas tribos que vivem em tendas e se deslocam pelo deserto de período em período. 

Foi uma experiência riquíssima para o jornalista que, ao encerrar seu tempo enttre eles, enquanto os mongóis finalizavam os preparativos para mais uma jornada, queria dar um presente de despedida aos que o acolheram, sem descobrir o que poderia ser. Resolveu, então, perguntar a eles qual era a coisa de que mais sentiam falta. E eles não entenderam a pergunta. Pois é só a partir do ponto de vista do ocidental, que vive no dito mundo civilizado e tecnológico, que alguém pode pensar que uma tribo nômade pode sentir falta de alguma coisa em seu modo de viver. 

Na verdade, a ideia de que alguma coisa pode faltar a alguém é apenas mais um dos disfarces a que recorre o sistema de pensamento do ego para nos fazer pensar que alguma coisa no mundo pode vir a nos satisfazer, a nos dar a felicidade. Nós nos comparamos, egoicamente, uns aos outros a partir daquilo que pensamos ter e que "falta" - em nossa percepção equivocada - a outros. Para nos julgarmos melhores do que outros. É aquela ideia: "eu tenho, você não tem". No entanto, isso só aprofunda mais e mais a ideia de separação, porque, por mais que acreditemos ter neste mundo, há sempre alguém que tem mais. E isso tira a paz de qualquer um que ainda esteja iludido, pensando que há algum valor em alguma coisa do mundo. 

Na verdade, só quem tem a paz de Deus tem tudo. Nada lhe pode faltar. Lembram-se: "O Senhor [o divino em mim] é meu pastor e nada me pode faltar"?

É por isto que a ideia para as práticas de hoje pode nos ensinar - e ensina a quem quiser aprender de fato - a manifestar de forma clara e inequívoca o único desejo que pode nos levar a alcançar salvação, para nós mesmos e para o mundo inteiro, além de nos colocar a todos em contato com a luz de que somos feitos e que nos mostra a verdade a nosso próprio respeito.

Como eu já disse várias vezes antes - e repito uma vez mais hoje -, o pensamento que vamos utilizar para as práticas de hoje é o único pensamento verdadeiro de que precisamos para transformar de modo indescritível nossa experiência de estar no mundo. Ele é um pensamento que pode nos transportar para além de todas as aparentes barreira e obstáculos que parecem nos impedir de alcançar a alegria e a paz perfeitas, que são a Vontade de Deus para todos e cada um de nós.

Só por isso vale perguntar mais uma vez: Quanto tempo ainda vamos esperar para aceitar a ideia de que tudo o que queremos, de fato, é a paz de Deus? De que ela é a única coisa que pode preencher nossas vidas com a alegria perfeita e completa, que é a condição natural do Filho de Deus? Quanto tempo ainda vamos levar para decidir que só queremos que o Deus em nós viva a vida por nós e escolha o que é melhor para nós?

Às práticas?

quinta-feira, 23 de julho de 2015

A meta da verdade dá significado a toda experiência


LIÇÃO 204

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (184) O Nome de Deus é minha herança.

O Nome de Deus me lembra de que sou Seu Filho, não escravo do tempo, livre das leis que governam o mundo de ilusões doentias, livre em Deus, um com Ele para todo o sempre.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.


*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 204

A ideia que vamos praticar mais uma vez hoje em nossa revisão revela a verdadeira herança a que temos direito na condição de filhos de Deus. Ela complementa e estende a ideia das práticas de ontem. Por isso, repetindo mais uma vez o que eu já disse várias vezes antes, gostaria de lembrá-los de que, assim como herdamos, de nossa família terrena, um nome que é o que nos acompanha desde o nascimento até o fim de nossa existência na forma humana, o fato de sermos Filhos de Deus também nos dá o direito de carregar o Nome d'Ele, até mesmo durante o tempo em que permanecemos em contato com o corpo que nos serve de veículo neste mundo. 

É preciso que nos lembremos ainda de que, quando nos decidimos, de fato, a voltar nossa vida "completamente para Deus" e "colocar o reino de Deus em primeiro lugar", podemos ter a impressão de que alguns dos relacionamentos que mantínhamos antes, outros que ainda que mantemos, e que se baseiam na busca da satisfação no mundo, acabam. Ou, na melhor das hipóteses, mudam por completo.

Algumas das pessoas que conhecemos e com quem convivemos até então se afastam e mostram uma espécie de não-reconhecimento, quando não um tipo de rejeição, àquilo [à ameaça] que passamos a representar a seus egos [o falso eu, a imagem que fazem de si e a que fazem de nós], quando resolvemos aceitar nosso papel no plano de Deus para a salvação do mundo.

Uma das lições que já praticamos diz que "só o plano de Deus para a salvação funcionará". Quando reconhecemos isso, entendendo o fato de que, como também diz Thomas Keating, de quem já falamos várias vezes, "somente a experiência de Deus pode colocar em perspectiva todas as outras formas de prazer ou as promessas de felicidade que várias criaturas [no e do mundo] nos proporcionam". 

O que o Curso pede que façamos não é abandonar o mundo ou as coisas e pessoas e criaturas do mundo. O que ele nos pede é que olhemos para o mundo de modo diferente, que olhemos primeiro para nós mesmos para encontrar as dádivas que recebemos, a fim de que sejamos capazes de oferecê-las, da mesma forma que Deus as oferece a todos e a cada um de nós a todo momento, todos os dias, o tempo todo.

Há ainda um texto do Curso que já mencionei outras vezes, intitulado "Estabelecer a meta" [na página 388, para quem tem o livro], que fala claramente da necessidade de tomarmos a decisão de viver para a verdade, aceitando e reconhecendo a Vontade de Deus de alegria e paz completas para nós como nossa própria vontade. Se estabelecemos a verdade como meta, toda e qualquer situação que se apresentar vai ser vivenciada como significativa para nos levar em direção a ela.

O que eu acho que posso dizer, depois de quase cerca de vinte anos em contato com o Curso e de mais de quinze com as práticas diárias, é que quando escolhemos de verdade voltar "nossas vidas completamente para Deus" [o que significa colocar sempre o Reino de Deus em primeiro lugar],  vamos ser capazes - a partir da fidelidade a nós mesmos e a nossa decisão de praticar diariamente lembrar de Deus, em nós -, de perceber que tudo e todos a nossa volta são manifestações do mesmo divino que nos dá nossa verdadeira identidade. 

Finalmente, vamos aprender que a separação nunca existiu, não existe e não poderá jamais existir. É isso que vai nos permitir construir uma experiência de mundo diferente. Uma experiência que não exclui nada, mas que, ao contrário, inclui tudo.

Às práticas?