segunda-feira, 31 de março de 2014

Todo problema sempre traz consigo a solução


LIÇÃO 90

Para esta revisão usaremos estas ideias:

1. (79) Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

Que eu perceba claramente hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição segundo a qual só existe um problema e uma única solução. O problema é uma mágoa; e a solução é um milagre. E eu convido a solução a vir a mim por intermédio de meu perdão à mágoa e por minha acolhida ao milagre que toma o lugar dela.

2. Aplicações específicas desta ideia poderiam ser feitas destas formas:

Isto me apresenta um problema que quero ver resolvido.
O milagre por detrás desta mágoa a resolverá para mim.
A resposta para este problema é o milagre que ele esconde.

3. (80) Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

Parece-me que tenho problemas apenas porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro e que deve haver um lapso de tempo antes que ele possa ser resolvido. Eu não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isto porque eu ainda não percebo claramente que Deus coloca a resposta junto com o problema, de modo que eles não podem estar separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isto, se eu Lhe permitir. E compreenderei que é impossível que eu tenha um problema que já não esteja resolvido.

4. Estas formas da ideia serão úteis para aplicações específicas:

Eu não preciso esperar para que isto seja resolvido.
A resposta para este problema já me foi dada, se eu quiser aceitá-la.
O tempo não pode separar este problema de sua solução.

*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 90

Encerramos hoje a segunda revisão com as práticas de duas ideias que dizem respeito à correção de uma percepção ainda equivocada, que nos leva a pensar muitas vezes que nossos problemas, sejam eles quais forem, podem ser resolvidos por alguma coisa fora de nós mesmos. É esta percepção que nos leva a fingir que sabemos tudo, que não há nada que precisemos aprender, quando, na verdade, a sabedoria começa quando reconhecemos que não sabemos nada.

"Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido."

Eis aí a primeira das ideias para a revisão de hoje. É uma ideia que coloca em xeque a pretensa onipotência egoica, que nos pede para pensarmos que somos capazes, que sabemos de que forma resolver tudo o que se apresenta a nossa experiência. Como se em algum momento, a partir do sistema de pensamento do mundo e do ego, alguma das soluções que provemos para os problemas que aparecem tenha sido a melhor das soluções para todos. Como se as soluções que pensamos ter encontrado por nós mesmos sejam as mais satisfatórias para nos conduzir na direção da alegria que Deus quer para nós.

É por isso que a lição nos orienta a buscar um modo de perceber claramente o significado que está por trás do problema que temos de enfrentar e resolver. Assim 

Que eu perceba claramente hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição segundo a qual só existe um problema e uma única solução. O problema é uma mágoa; e a solução é um milagre. E eu convido a solução a vir a mim por intermédio de meu perdão à mágoa e por minha acolhida ao milagre que toma o lugar dela.

É isso que vai permitir que percebamos que estamos nos enganando ao pensar que o problema que pode parecer ser de outro não nos diz respeito e que podemos creditar o problema a ele [o outro] tão somente. Não podemos! Se vemos um problema, qualquer que seja, ele também é nosso. Pois somos, todos e cada um de nós, cem por cento responsáveis por tudo aquilo que nos chega à consciência.

Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

É a prática com esta ideia que vai nos fazer reconhecer a verdade eterna que a lição nos traz também a partir das práticas com a segunda das ideias que vamos revisar hoje:

"Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos." 

Na verdade, os problemas só parecem existir porque vivemos a ilusão de um tempo linear, durante o qual nascemos em um corpo, crescemos e nos desenvolvemos até começarmos a perder as forças, envelhecer e morrer. Mas esta não é a verdade a respeito do que somos. Somos espírito. E o espírito não morre. Jamais.

Quando, em algum momento de nossas vidas, conseguimos nos afastar da ilusão do tempo para viver o "agora", isto é, "o presente" - o único tempo que existe, observamos que aquilo que somos não depende de tempo, nem de espaço. Isto quer dizer que, na realidade, todos os problemas que pensamos enfrentar só existem porque nos iludimos com a percepção de que alguma coisa aconteceu - no tempo - em algum momento de nossa vida e precisa ser resolvida para que continuemos a explorar a ilusão do tempo, com um problema a menos. 

No "agora" o que experimentamos, em geral, é aquilo a que o Curso chama de instante santo. Isto é, um instante em que nos abandonamos por completo ao espírito em nós, unindo-nos ao divino e à alegria e à paz que são a Vontade d'Ele para todos e para cada um de nós. Nesse instante somos como que raptados pelo Ser, pelo Eu Sou que somos, na verdade. 

Vejam pois de que modo a poeta Adélia Prado se refere ao que reputo ser um instante como este no poema Rapto, de seu último livro, Miserere

À hora em que nada parece estar errado,
nem os monturos com seus sacos plásticos,
o invisível te arrepia os pelos.
Uma vez, num bando de passarinhos
disputando sementes.
Hoje, na grama baixa onde cabras pastavam.
Quando a máxima atenção te deixa distraído,
o sequestrador te pega
e diferente daqui
conhecerás o lugar
onde quem desperta repousa.

Há, forçosamente, que se reconhecer que aí todos os problemas deixam de existir, como praticamos hoje, não?


Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

Não nos damos conta de que todos os problemas são um só. E de que ele já foi resolvido. Até porque, na verdade, ele nem existe.

É isso que praticamos com a lição. Deste modo:

Parece-me que tenho problemas apenas porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro e que deve haver um lapso de tempo antes que ele possa ser resolvido. Eu não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isto porque eu ainda não percebo claramente que Deus coloca a resposta junto com o problema, de modo que eles não podem estar separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isto, se eu Lhe permitir. E compreenderei que é impossível que eu tenha um problema que já não esteja resolvido.

Não é isto mesmo que pensamos acontecer? Ou alguém entre nós já percebeu que nenhum problema se apresenta sem que trazer consigo a solução? É só na ilusão do tempo que pensamos haver um começo do que é um problema para que depois a solução se apresente.

É para corrigir esta percepção que praticamos. 

OBSERVAÇÃO: Ao publicar esta lição cometi um pequeno erro de digitação no poema, que corrigi agora. [3 de abril de 2014]. Nas últimas linhas do poema, onde apareceu a palavra "sequestrado", o correto é "sequestrador", conforme fica registrado a partir de agora.



domingo, 30 de março de 2014

O direito aos milagres permite escolher outra vez


LIÇÃO 89

Estas são nossas ideias para revisão hoje:

1. (77) Eu tenho direito a milagres.

Eu tenho direito a milagres porque não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Suas leis me liberam de todas as mágoas e as substituem por milagres. E eu quero aceitar os milagres no lugar das mágoas, que são apenas ilusões que escondem os milagres que estão além. Agora quero aceitar apenas aquilo que Deus me dá direito a ter, a fim de usá-lo em favor da função que Ele me dá.

2. Poderias usar estas sugestões para aplicações específicas desta ideia:

Por trás disto existe um milagre ao qual tenho direito.
Que eu não guarde uma mágoa contra ti, [nome], mas te ofereça,
em lugar dela, o milagre que te pertence.
Visto de forma verdadeira, isto me oferece um milagre.

3. (78) Permite que os milagres substituam todas as mágoas.

Por meio desta ideia, uno minha vontade à do Espírito Santo e as percebo como uma só. Por meio desta ideia, aceito minha liberação do inferno. Por meio desta ideia, manifesto minha disposição para ter todas as minhas ilusões substituídas pela verdade, de acordo com o plano de Deus para a minha salvação. Não quero fazer nenhuma exceção e nenhum substituto. Eu quero todo o Céu e só o Céu, tal como Deus quer que eu tenha.

4. Formas específicas úteis para a aplicação desta ideia seriam:

Não quero guardar esta mágoa à parte de minha salvação.
Permite que nossas mágoas sejam substituídas por milagres, [nome].
Adiante disto está o milagre pelo qual todas as minhas mágoas são substituídas.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 89

"Eu tenho direito a milagres."

Vamos começar esta exploração, a partir da primeira ideia para as práticas de hoje, perguntando-nos se acreditamos mesmo em nosso direito a milagres. Façamos uma breve pausa na leitura para refletir por alguns instantes a respeito desta questão: Acredito mesmo que tenho direito a milagres? Quero acreditar nisto?

É claro que é necessário que nos acreditemos filhos de Deus, criados a Sua imagem e semelhança, inseparáveis d'Ele, para podermos viver a crença nos milagres, que são naturais por serem expressões de amor. Na verdade, como o Curso ensina em seu primeiro capítulo, o verdadeiro milagre é o amor que inspira os milagres e, neste sentido, "tudo o que vem do amor é um milagre".

Eu tenho direito a milagres.

A única lição que o Curso nos oferece mais de uma vez da mesma forma é a lição que diz: Eu sou como Deus me criou. É em razão disto que temos direito a milagres. Também em razão da última das ideias que praticamos ontem: Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. E é deste modo que a lição de hoje pede que nos posicionemos para as práticas com esta primeira ideia:

Eu tenho direito a milagres porque não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Suas leis me liberam de todas as mágoas e as substituem por milagres. E eu quero aceitar os milagres no lugar das mágoas, que são apenas ilusões que escondem os milagres que estão além. Agora quero aceitar apenas aquilo que Deus me dá direito a ter, a fim de usá-lo em favor da função que Ele me dá.

Nada mais lógico e natural então que sejamos capazes de reconhecer e de aceitar os milagres a que temos direito em função de sermos filhos de Deus, não é mesmo? Para tanto, porém, é preciso que estejamos também dispostos a abandonar toda e qualquer mágoa, todo e qualquer julgamento. Pois como já aprendemos, as mágoas escondem a luz do mundo em nós. Isto é, as mágoas não nos permitem nos vermos como filhos de Deus, como a luz do mundo.

É isso que vamos praticar com a segunda ideia de nossa revisão de hoje:

"Permite que os milagres substituam todas as mágoas."

Mais uma vez é preciso que nos lembremos de que são as práticas que podem nos levar à purificação necessária. A purificação que vai permitir que vejamos os milagres acontecerem em nossas vidas e permitir também que sejamos os instrumentos dos milagres que vão servir para iluminar o mundo, envolvendo-o na luz de nosso perdão.

É a partir de nossa tomada de decisão de ver o mundo e tudo o que há nele de modo diferente que poderemos ver os milagres se manifestando a todo instante em nossa caminhada. Ao tomarmos a decisão de abandonar o julgamento do mundo, re-unimos nossa vontade à de Deus e abolimos a crença na separação, permitindo assim que todas as mágoas se vão e que sejam substituídas pelos milagres.

A lição nos traz isso do seguinte modo:

Por meio desta ideia, uno minha vontade à do Espírito Santo e as percebo como uma só. Por meio desta ideia, aceito minha liberação do inferno. Por meio desta ideia, manifesto minha disposição para ter todas as minhas ilusões substituídas pela verdade, de acordo com o plano de Deus para a minha salvação. Não quero fazer nenhuma exceção e nenhum substituto. Eu quero todo o Céu e só o Céu, tal como Deus quer que eu tenha.

Permitir que os milagres substituam todas as mágoas é, pois, escolher o Céu. Tomar a decisão de viver o Céu na terra, independente das circunstâncias que se nos apresentem. Pois sabemos que somos nós que escolhemos as circunstâncias. E, mesmo quando elas parecem não ser fruto de nossa escolha, sabemo-nos capazes de escolher outra vez, porque temos direito aos milagres. Assim podemos usufruir de tudo aquilo que é nosso por direito, pois não estamos sujeitos a nenhuma lei a não ser às Deus. E Vontade d'Ele e a nossa são uma só e a mesma.

Às práticas?

sábado, 29 de março de 2014

Só podemos escolher a luz, pois existimos nela.


LIÇÃO 88

Hoje revisaremos estas ideias:

1. (75) A luz veio.

Ao escolher a salvação em lugar do ataque, escolho simplesmente reconhecer aquilo que já existe. A salvação é uma decisão que já foi tomada. O ataque e as mágoas não existem para se escolher. É por isto que sempre escolho entre a verdade e a ilusão; entre o que existe e o que não. A luz veio. Eu só posso escolher a luz, pois não há nenhuma alternativa para ela. Ela substitui a escuridão e a escuridão desaparece.

2. Estas formas vão se revelar úteis para aplicações específicas desta ideia:

Isto não pode me mostrar a escuridão pois a luz veio.
A luz em ti é tudo o que eu quero ver, [nome].
Quero ver nisto apenas o que existe.

3. (76) Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Eis aqui a declaração perfeita de minha liberdade. Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Sou constantemente tentado a inventar outras leis e a lhes conferir poder sobre mim. Sofro apenas em razão de minha crença nelas. Elas não têm absolutamente nenhum efeito real sobre mim. Estou perfeitamente livre dos efeitos de todas as leis, salvo as de Deus. E as d'Ele são as leis da liberdade.

4. Para formas específicas de aplicação desta ideia, estas seriam úteis:

Minha percepção disto me mostra que acredito em leis que não existem.
Eu vejo apenas as leis de Deus em ação nisto.
Que eu permita que as leis de Deus, e não as minhas, atuem nisto.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 88

"A luz veio."

Eis aí a primeira da ideias que revisamos com a lição de hoje.

Quantos de nós podemos de fato dizer que "a luz veio" a esta altura das práticas? Já a vimos? Estamos cientes da presença da luz em nossos dias?


Quantos de nós de fatos queremos que a luz esteja presente? Quantos de nós não nos satisfazemos com o estado ora luminoso ora de escuridão que parece ser a vida que levamos?

A luz veio.

O que significa perceber a presença da luz?

Significa que já não temos mais nada a ver com este mundo dos sentidos e das formas. Não no sentido de que o deixamos de perceber ou de que deixamos de viver nossa vida aqui, mas no sentido de que nada nele nos prende. Já não queremos nada do mundo porque o sabemos transitório, porque o sabemos construído apenas a partir da ilusão de separação daquilo que, na verdade, somos: luz.

Não foi isso que praticamos há pouco: eu sou a luz do mundo?

É isso que somos. É da consciência de que somos a luz do mundo que reconhecemos e aceitamos nosso papel no plano de Deus para a salvação do mundo. E é isso o que nos diz esta primeira ideia hoje:


Ao escolher a salvação em lugar do ataque, escolho simplesmente reconhecer aquilo que já existe. A salvação é uma decisão que já foi tomada. O ataque e as mágoas não existem para se escolher. É por isto que sempre escolho entre a verdade e a ilusão; entre o que existe e o que não. A luz veio. Eu só posso escolher a luz, pois não há nenhuma alternativa para ela. Ela substitui a escuridão e a escuridão desaparece.

Conforme já sabemos, as ideias que praticamos hoje são complementares. Pois a segunda:

"Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus."

depende de nossa aceitação da primeira. Isto é, só quando recebo, acolho e aceito a luz é que posso reconhecer e aceitar que não estou sujeito a nenhuma lei senão às de Deus, uma vez que não existe algo como Deus e eu, mas, sim, apenas Deus.

Deus, como o Curso ensina, é uma ideia. E, assim como a ideia que tenho de mim não é o que de fato sou, a ideia de Deus é apenas uma ideia, enquanto este eu que sou não estiver na unidade com Deus.

Ou, para aproveitar o que nos diz Joel Goldsmith em um de seus livros:

"Nada do que você possa saber sobre Deus é Deus, já que o conhecedor da verdade é Deus. No entanto, vamos direto ao ensinamento do que Deus é, embora seja realmente impossível ensinar o que Deus é, já que eu sou. Mas, este mesmo eu sou é você quando está dizendo 'eu sou'. Em última análise, tudo o que se pode conhecer sempre sobre Deus é que eu sou Ele. Esta é a verdade básica. Sempre o conhecedor, aquele que está conhecendo a verdade, é a verdade que está sendo conhecida."

Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus.

Esta a segunda das ideias que praticamos hoje. Uma ideia que nos oferece o desafio de reconhecermos nela a liberdade de que precisamos para viver nossas vidas neste mundo a partir do que somos, e não a partir de uma falsa imagem que fazemos de nós, que não retrata nossa realidade. 

É assim que vamos entender de que forma praticar o que a lição pede:

Eis aqui a declaração perfeita de minha liberdade. Eu não estou sujeito a nenhuma lei a não ser às de Deus. Sou constantemente tentado a inventar outras leis e a lhes conferir poder sobre mim. Sofro apenas em razão de minha crença nelas. Elas não têm absolutamente nenhum efeito real sobre mim. Estou perfeitamente livre dos efeitos de todas as leis, salvo as de Deus. E as d'Ele são as leis da liberdade.

É também por isso que podemos ter certeza de que, como já lhes disse, mesmo vagando pelas trevas que construímos a partir de uma crença em algo que não existe; mesmo não sabendo que podemos escolher de modo diferente; mesmo optando por fazer nossas escolhas a partir da percepção equivocada e experimentando todo tipo de dor, de sofrimento, de mágoa, de angústia, de raiva, de decepção e fracasso, mais dia, menos dia, vamos compreender que para o "eu sou" em nós não outras leis que não as de Deus e que, por isso, só podemos escolher a luz, só podemos existir na luz, pois Ele é o que somos e é luz. Nós também.

Às práticas?

sexta-feira, 28 de março de 2014

As diferenças que vemos são nosso ponto de união


LIÇÃO 87

Hoje nossa revisão abrangerá estas ideias:

1. (73) Eu quero que haja luz.


Hoje usarei o poder de minha vontade. Não é minha vontade tatear nas trevas de um lado para outro, assustado por sombras e com medo de coisas invisíveis e irreais. A luz será meu guia hoje. Eu a seguirei aonde ela me conduzir, e só olharei para aquilo que ela me mostrar. Neste dia experimentarei a paz da percepção verdadeira.

2. Para aplicações específicas, estas formas desta ideia seriam úteis:

Isto não pode esconder a luz que quero ver.
Tu estás na luz comigo, [nome].
Isto parecerá diferente na luz.

3. (74) Não há nenhuma vontade a não ser a Vontade de Deus.

Estou em segurança hoje porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu só posso ter medo quando acredito que existe outra vontade. Eu só tento atacar quando estou com medo, e só quando tento atacar posso acreditar que minha segurança eterna está ameaçada. Hoje, reconhecerei que tudo isto não acontece. Eu estou em segurança porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

4. Estas são algumas formas úteis desta ideia para aplicações específicas:

Que eu perceba isto na harmonia com a Vontade de Deus.
É Vontade de Deus que tu sejas Seu Filho, [nome], e minha também.
Isto é parte da Vontade de Deus para mim, não importa como eu o veja.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 87

"Eu quero que haja luz."

Esta é a primeira das duas ideias que revisamos com esta lição. Uma ideia que nos oferece o desafio de buscarmos no mais íntimo de nós mesmos responder à pergunta: Tu queres que a luz se faça em tua vida?

A existência da luz pressupõe o fim das trevas e da escuridão. Quando nos encontramos mergulhados na dor e no sofrimento, por quaisquer razões que se tenham apresentado a nossa experiência, tudo o que parece que vemos é uma treva densa, que nos envolve e quer nos engolir. Parece que nunca mais vamos ser capazes de experimentar a alegria, não é mesmo?


Eu quero que haja luz.

A alegria, no entanto, tem de estar escondida em nós mesmos. Só não conseguimos achá-la.

O que esta primeira ideia que praticamos hoje, como parte do exercício de revisão, traz é a oportunidade de vivermos o milagre de reencontrar a luz em nós mesmos, seja qual for a situação que vivemos que a fez se esconder de nós. É a partir de nossa vontade que podemos achá-la e experimentá-la, como a lição diz:


Hoje usarei o poder de minha vontade. Não é minha vontade tatear nas trevas de um lado para outro, assustado por sombras e com medo de coisas invisíveis e irreais. A luz será meu guia hoje. Eu a seguirei aonde ela me conduzir, e só olharei para aquilo que ela me mostrar. Neste dia experimentarei a paz da percepção verdadeira.

A luz é o que somos no amor. E a alegria é a Vontade d"Ele para nós. É isso que vamos praticar com a segunda das ideias que revisamos hoje.


"Não há nenhuma vontade a não ser a Vontade de Deus."

Faz uma enorme diferença em nossa vida, no dia-a-dia, perceber, reconhecer, entender e aceitar e ficar grato por nossa vontade e a de Deus serem uma só, pois a partir desta aceitação, podemos passar a ver o mundo de forma diferente, com olhos amorosos que incluem e acolhem a tudo e a todos em sua visão.  

O milagre que as práticas das ideias que revisamos hoje é que elas são capazes de juntar mais uma vez nossa vontade à Vontade de Deus, uma vez que elas são a mesma, uma vez não existe nem nunca poderá existir nenhuma vontade separada da Vontade de Deus.


Não há nenhuma vontade a não ser a Vontade de Deus.

É assim que a lição pede que pratiquemos esta segunda ideia:


Estou em segurança hoje porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu só posso ter medo quando acredito que existe outra vontade. Eu só tento atacar quando estou com medo, e só quando tento atacar posso acreditar que minha segurança eterna está ameaçada. Hoje, reconhecerei que tudo isto não acontece. Eu estou em segurança porque não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

Lembremo-nos do que diz Ramana Maharshi a respeito de Deus, em sintonia com as ideias que praticamos:

"Deus não apenas é o coração de tudo, ele é o propósito de tudo, ele é a fonte de tudo, a morada e o fim de tudo. Tudo vem dele, tem seu lugar nele e, por fim, se resolve nele." 

É ao entendimento disto que as práticas nos levam, se feitas com atenção, obedecendo às instruções que o Curso nos dá para cada uma delas. É para nos ajudar a descobrir que existe, de fato, uma forma diferente de olhar para tudo, uma forma que podemos aprender da aceitação da Vontade de Deus para nós, da aceitação de que a única vontade que existe é a d'Ele, que a mesma que a nossa. 

É esta forma diferente de olhar para tudo e para todos, que nos ensina a envolver o mundo todo e tudo o que ele contém em um abraço amoroso, que cura todos os males e todas as dores que pensamos existir, pois não julga e não condena. Ao contrário, aceita as diferenças amorosamente por entender que elas não separam. Na verdade, são nossas diferenças que nos unem. São elas que nos permitem conhecer diferentes formas de viver e de ver o mundo, enriquecendo toda a vida. 

Em um determinado momento do texto, o Curso chama a atenção para a forma com que olhamos para o irmão, para o próximo. Isto é, podemos nos perguntar a cada instante, a cada novo encontro com as pessoas que povoam nosso mundo: como eu te vejo? De que modo devo olhar para o próximo para ver a santidade em mim? E o que ver a santidade em mim vai me trazer? 

Eis o que o Curso diz, parafraseando-o: 

O mundo ficaria imóvel e a paz desceria sobre ele em benignidade e com uma bênção tão completa que nenhum vestígio de conflito continuaria a existir para assombrar-te na escuridão da noite, se apenas visses a santidade do teu irmão. 

E mais: 

Teu irmão é teu salvador dos sonhos feitos de medo. É a cura de tua noção de sacrifício e de teu medo de que o que tens poderia se dispersar no vento e se converter em pó. Em teu irmão está a garantia de que Deus está aqui e de que está contigo agora. 

E ainda: 

Enquanto teu irmão for o que ele é [ele é como Deus o criou], podes estar certo de que é possível conhecer a Deus e de que Ele será conhecido por ti. Pois Deus jamais poderia abandonar Sua própria criação. O sinal de que isso é verdadeiro está no teu irmão, que te é oferecido de forma que todas as tuas dúvidas a teu próprio respeito possam desaparecer diante da santidade dele [que, reconhecida, revela tua própria santidade]. Olha para teu irmão e vê nele a criação de Deus. Pois é nele que o Pai espera pelo teu reconhecimento de que Ele o criou [assim como a ti] como parte de Si Mesmo.

Às práticas?

quinta-feira, 27 de março de 2014

Em geral, não sabemos o que é melhor para nós


LIÇÃO 86

São estas as ideias para a revisão de hoje:

1. (71) Só o plano de Deus para a salvação funcionará.

Não faz sentido, para mim, procurar a salvação de forma descontrolada. Eu a vi em muitas pessoas e em muitas coisas, mas, quando quis alcançá-la, ela não estava lá. Eu estava errado a respeito de onde ela está. Eu estava errado a respeito do que ela é. Não empreenderei mais nenhuma busca inútil. Só o plano de Deus para a salvação funcionará. E me alegrarei porque o plano d'Ele não pode fracassar nunca.

2. Estas são algumas formas sugeridas para a aplicação desta ideia de modo específico:

O plano de Deus para a salvação me salvará de minha percepção disto.
Isto não é nenhuma exceção no plano de Deus para a minha salvação.
Que eu só perceba isto à luz do plano de Deus para a salvação.

3. (72) Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

Guardar mágoas é uma tentativa de provar que o plano de Deus para a salvação não funcionará. No entanto, só plano d'Ele funcionará. Por esta razão, ao guardar mágoas estou jogando para fora de minha consciência minha única esperança de salvação. Não quero mais frustrar meus maiores interesses deste modo insano. Quero aceitar o plano de Deus para a salvação e ser feliz.

4. Aplicações específicas desta ideia poderiam ter estas formas:

Quando olho para isto estou escolhendo entre uma percepção equivocada e a salvação.
Se eu perceber razão para mágoas nisto, não verei razão para minha salvação.
Isto pede salvação, não ataque.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 86

Continuamos, neste segundo período de revisão que o Curso nos oferece, a voltar nosso olhar, diariamente, para duas lições dentre as que praticamos recentemente. Como eu já disse antes, isto é uma nova oportunidade para que aceitemos os desafios que elas nos oferecem, se já não o fizemos no primeiro momento em que elas se apresentaram, e para que aceitemos também o milagre que cada uma traz, se as praticarmos com toda a atenção de que somos capazes.

As que vamos explorar hoje são:


"Só o plano de Deus para a salvação funcionará."

E

"Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação."

Comecemos por reconhecer e aceitar a verdade eterna que há por detrás da primeira das ideias que revisamos. Isto é, só o plano de Deus para a salvação pode funcionar, pois nada do que fazemos a partir da crença de que podemos estar ou ficar separados d'Ele dá certo. Nada do que fazemos separados de Deus pode nos levar a experimentar a alegria e a paz de espírito que Ele quer para nós.

Assim é que a lição pede para praticarmos: 


Não faz sentido, para mim, procurar a salvação de forma descontrolada. Eu a vi em muitas pessoas e em muitas coisas, mas, quando quis alcançá-la, ela não estava lá. Eu estava errado a respeito de onde ela está. Eu estava errado a respeito do que ela é. Não empreenderei mais nenhuma busca inútil. Só o plano de Deus para a salvação funcionará. E me alegrarei porque o plano d'Ele não pode fracassar nunca.

Em geral, acreditamos que alguma coisa fora de nós pode nos salvar. Uma pessoa, um emprego, uma posição social, um cargo "importante", ganhar na loteria, encontrar a pessoa certa no lugar certo e tantas outras coisas. Nada disso funciona de verdade, pois tudo aquilo que esperamos encontrar no mundo nos escapa pelos dedos quando o alcançamos. Todo o objetivo que estabelecemos, uma vez alcançado, pede que estabeleçamos outro, pede que busquemos ir além. Nada no mundo pode, de fato, nos dar a paz duradoura, a alegria sem fim. Nenhum plano que façamos pode nos salvar. 

É por isso que praticamos:


Só o plano de Deus para a salvação funcionará.

E como ele pode funcionar de forma fácil, rápida e eficiente? 

Pelo nosso reconhecimento da verdade, pela nossa decisão de abandonar todo e qualquer ataque e de nos livrarmos de toda e qualquer mágoa que possas sentir em relação a qualquer pessoa ou coisa no mundo.

Pois,


Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

É esta a segunda ideia que vamos praticar. É este o desafio que temos de aceitar: o desafio de mudar nosso modo de olhar para o mundo e para as coisas do mundo para sermos capazes de perceber que tudo aqui é neutro. Nada nos pode magoar, a não ser nossos próprios pensamentos equivocados.

E as práticas nos pedem para reconhecer que:

Guardar mágoas é uma tentativa de provar que o plano de Deus para a salvação não funcionará. No entanto, só plano d'Ele funcionará. Por esta razão, ao guardar mágoas estou jogando para fora de minha consciência minha única esperança de salvação. Não quero mais frustrar meus maiores interesses deste modo insano. Quero aceitar o plano de Deus para a salvação e ser feliz.

É o reconhecimento disto que pode nos levar à decisão de passarmos a empunhar apenas a bandeira da paz e a abandonar de uma vez por todas o julgamento. Por reconhecermos que praticamente todos os planos que fazemos por nós mesmos, pensando-nos separados uns dos outros e de Deus, quase sempre nos levam até a beira de um abismo do qual temos muita dificuldade de voltar depois que chegamos lá, ao fundo do poço. 

Em geral, é só depois de chegarmos ao fundo do poço que, então,  vamos pensar na possibilidade - porque não vemos nenhuma outra saída nas sugestões do falso eu - de nos rendermos à ideia de voltar o olhar para dentro, para entrar em contato com o espírito em nós, para entregar a Deus aquilo que nos aflige, seja qual for o nome que damos àquela instância "espiritual" a que recorremos quando não temos mais para onde ir.

É aí que somos capazes de começar a perceber a verdade eterna que há por trás das palavras que nos traz a ideia das práticas:


Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

Antes de chegarmos ao fundo do poço e de nos dispormos a aceitar como verdadeiras as ideias que o Curso nos oferece, quase todos tendemos a fincar pé em uma opinião, mesmo sem saber muitas vezes ao certo por que pensamos deste ou daquele modo. Outras tantas vezes também nos recusamos a ouvir o outro lado de uma questão apenas em razão de um sentimento de orgulho ferido, por medo de termos de reconhecer que o outro lado faz sentido e - caso não faça sentido -, sirva para explicar a razão para o acontecido, para o fato que nos magoou ou feriu nosso orgulho.

Em nossa ânsia por ter razão, guiados pelo ego, pensamos que sabemos o que é melhor para nós. O que é melhor para os que dividem suas vidas conosco e, num lance desenfreado de onipotência, pensamos saber o que é melhor para o mundo todo. Ah, Deus! Ora, pois, como Deus ousa não obedecer ao meu plano? Como Ele ousa acreditar que o plano d'Ele é melhor do que o meu? 

Eu sei o que quero. Sei o que é melhor para mim. E sei também o que é melhor para o mundo todo. Por que as pessoas não me dão ouvidos e resolvem se comportar de um modo que não tem nada a ver com o que seria melhor para mim - e obviamente melhor para elas, a partir de minha forma de ver as coisas? 

Não é assim que agimos, quando optamos por não dar ouvidos ao que a Voz por Deus nos sussurra aos ouvidos? Não é isso que estamos dizendo, quando contestamos um acontecimento, uma experiência, uma pessoa, uma situação que se nos apresenta? Um fato, um desastre, um acidente que nos chega ao conhecimento? Uma pessoa que não corresponde a nossas expectativas? 

Precisamos voltar às quatro leis espirituais que se aprende na Índia, tê-las em mente e buscar pô-las em prática, apelar a elas, em todos os momentos. 

Lembram-se de quais são elas?

1. A pessoa que vem é a certa.
2. Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido.
3. Quando você começa algo, é o momento certo.
4. Quando uma coisa termina, acaba realmente. 

Manter isto em mente e aplicar as situações que surgem em nosso dia-a-dia é, sem dúvida, praticar, reconhecer e aceitar as duas ideias da lição de hoje:

Só o plano de Deus para a salvação funcionará.

Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

Às práticas?