quinta-feira, 23 de abril de 2009

Comentário de comentários (2)

Uma das lições que vamos ver daqui a pouco, um pouco mais adiante, diz em sua ideia central que "todas as coisas são lições que Deus quer que eu aprenda". Por isso, gostaria de convidá-los a refletirem um pouquinho comigo acerca de comentário feito pela Duda a respeito da lição de ontem. Ressaltando que estas observações são apenas mais um agradecimento a ela [Certo, Duda? Obrigado!] pela oportunidade que ela nos dá de aprendermos um pouco mais a respeito das artimanhas do ego.

Vamos lá. Diz ela que "quando ficamos mais conscientes do mundo a nossa volta, percebemos com maior clareza a doença nas outras pessoas..." Na verdade, quando ficamos mais conscientes do mundo a nossa volta, percebemos com maior clareza a "doença" em nós mesmos, isto é, a consciência que adquirimos da prática dos exercícios nos permite perceber que a "doença" nas outras pessoas é nossa criação, uma vez que as outras pessoas também são criações nossas com tudo o que carregam para nos mostrar a nosso próprio respeito. Por isso é muito importante, e mesmo mais do que importante, é importantíssimo, termos sempre em mente que, de acordo com o ensinamento do Curso, não existem coisas como doença, dor, sofrimento e morte.

Depois, ela diz que, por percebermos com maior clareza a "doença" nas outras pessoas, "... tentamos curá-las, mas parece em vão, porque estão muito presas as (sic) coisas do mundo e parecem estarem (sic) cegas, dopadas..." Quem "quer" curar as "outras pessoas" é o ego. É ele que sabe tudo. É ele que pensa ser onipotente e ter solução para todos os "males do mundo". A cura para todas as doenças. Acompanhar com atenção o modo pelo qual o ego se manifesta em nós pode nos ensinar muito a respeito daquilo que o mundo nos ensina e que os exercícios buscam nos ajudar a desaprender. Isto é, quando nos distraímos, o que acontece a maior parte do tempo, ficamos como as pessoas a quem Duda se refere, presos às coisas do mundo, cegos, dopados... Daí a importância de se fazer os exercícios e de revisar as ideias a cada passo. O Curso diz que não posso fazer nada a ninguém. Diz que tudo o que faço é a mim mesmo. Sempre. Por que, então, ainda continuo a me enganar falando de João, de Pedro, de Paulo, de Fulano, de Sicrano ou de Beltrano? Tudo o que digo a respeito de qualquer pessoa fala sempre apenas da pessoa que fala, isto é, de mim mesmo.

Na continuação o comentário da Duda diz que "... eu sei que podemos ver tudo isso com amor, porém quando estamos sendo massacrados porque as pessoas não querem ver, acho que não devemos mais aceitar essa pressão". Ai, ai, ai, ai, ai... meu ego, meu ego... coitadinho de mim! Se sei que posso ver tudo isso com amor, por que não vejo assim, então? É claro que, se olho para tudo com amor, não posso ter a sensação de "estar sendo massacrado porque as pessoas não querem ver", não é mesmo? O que as pessoas querem não me diz respeito, a não ser na medida em que estou envolvido por alguma relação com elas. Lembrando, porém, com toda a atenção possível, que qualquer envolvimento meu com qualquer pessoa é sempre uma decisão pessoal minha, e também uma decisão conjunta minha com a outra pessoa, na medida em que concordamos em participar juntos de alguma parte do percurso que temos pela vida. Uma escolha amorosa sempre me autoriza a modificar o acordo, qualquer que seja ele, quando meu envolvimento com qualquer pessoa me afastar de mim mesmo ou me afastar do caminho que desejo seguir. E o mesmo vale para todas as pessoas que fazem parte de meu mundo e que partilham sua experiência comigo. Só meu ego, quando estou distraído de mim, pode me convidar a prestar atenção àquilo que as "outras pessoas" querem ou fazem, a fim de me afastar daquilo que sei pode me levar ao encontro da alegria e da felicidade. Só meu ego pode se sentir pressionado, aceitar pressões. Ele mesmo as cria. Ele mesmo as impõe.

Por fim, ela diz que "o jeito é entregar ao Espírito Santo e ficar em paz". Este é sempre o melhor jeito. Aliás, este é sempre o único jeito. Todas as outras soluções são sugestões do ego e visam a manter a crença na ideia da separação. E a prática das lições e de seus exercícios torna cada vez mais fácil chegar a esta solução. Resta saber se já aprendemos, de fato, a entregar. Se aprendemos a ficar em paz depois de entregar. Ou se o ego continua a minar nossa decisão, tentando influenciar o Espírito Santo no sentido de fazer a "minha/dele" vontade, em lugar de deixar que se cumpra Vontade de Deus. Obrigado, Duda.

2 comentários:

  1. Muito obrigada Moises, fico muito feliz pela sua ajuda e mais feliz por ter modificado o acordo, ou melhor rescindido o acordo, e ter entregue ao Espirito Santo.
    Entreguei ao Espirito Santo de verdade, eu não quero nenhuma outra coisa que não seja amor,paz e felicidade, quero ficar muito atenta para não deixar o Ego dominar essa decisão.Por isso livro de exercicios, blog, livro texto todos os dias.
    Muito obrigada!

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  2. Eu que agradeço, Duda. Eu que agradeço. Obrigado por compartilhar e comentar.

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