sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Nada que não seja nossa vontade pode acontecer


LIÇÃO 335

Escolho ver a inocência de meu irmão.

1. O perdão é uma escolha. Nunca vejo meu irmão tal qual ele é, pois isso está muito além da percepção. O que vejo nele é apenas o que quero ver, porque isso representa o que quero que seja a verdade. É só a isso que reajo, não importa o quanto eu pareça ser impelido por acontecimentos externos. Escolho ver aquilo que quero ver e é isso, e apenas isso, que vejo. A inocência de meu irmão me mostra que quero ver minha própria inocência. E eu a verei, se escolher ver meu irmão em sua luz santa.

2. O que poderia devolver a memória de Ti para mim, exceto ver a inocência de meu irmão? A santidade dele me lembra de que ele foi criado um comigo e igual a mim mesmo. Nele encontro meu Ser e em Teu Filho encontro também a memória de Ti.

*

COMENTÁRIO:

Talvez seja conveniente, e sirva de alguma ajuda, recapitular algumas ideias de lições que, a meu ver, têm algo a acrescentar a nossa reflexão desta sexta-feira, dia 30 de novembro. Ideias que, ao mesmo tempo, podem oferecer exemplos bem claros da coerência do ensinamento, além de também se prestarem para aprofundar as práticas. E desde já, como também fiz anteriormente, peço-lhes que me perdoem se o comentário parecer demasiado longo.  Fiquem, por favor, só com a lição, se lhes parecer melhor.

A primeira delas é a ideia da lição 22, lembram? O que eu vejo é uma forma de vingança. De acordo com o que aprendemos na lição 312, "a percepção vem depois do julgamento". Isto é, só depois que damos um nome à coisa, ou atribuímos um valor ou uma qualidade à pessoa para que olhamos é que a vemos. E as vemos de um modo que representa aquilo que queremos que seja a verdade a respeito delas.

A segunda é a da lição 34: Eu poderia vez paz em vez disso. A prática desta ideia juntamente com a da ideia de hoje serve para reforçar em nossa consciência a ideia de que, conforme o Curso afirma: Existe outro modo de olhar para o mundo. E para todas as coisas e pessoas que existem no mundo. Um modo que pode nos devolver a segurança, a serenidade, a paz e a alegria, que são nossa herança natural.

A terceira das ideias que me ocorre como forma de aprofundar e estender as práticas da ideia da lição de hoje é a da lição 138: O Céu é a decisão que tenho de tomar. Cabe aqui que nos perguntemos - cada um de nós para si mesmo - "o que é o Céu para mim"?

Não seria viver o Céu, olhar para meu irmão, seja qual for a forma com que ele se apresente, e ver apenas sua inocência? Há como se experimentar isso? Há! - diz o Curso. Mas temos de tomar a decisão e mantê-la, não importa o que aconteça. Não importa que obstáculos se interponham entre nossa decisão e o necessário para cumprir o compromisso que assumimos ao tomá-la.

E aqui entra a quarta das ideias relacionadas à de hoje para recapitulação. É a da lição 152: O poder de decisão é meu. Aí já não há mais como fugir. É preciso que reconheçamos que não vivemos o Céu apenas porque ainda não nos decidimos por isso. Todavia, esta ideia nos ensina também que não há ninguém a quem responsabilizar, a não ser a nós mesmos. Ninguém é culpado de nada. O que acontece é apenas que ainda não tomamos a decisão. Devemos nos culpar por isso? Não! Muitas vezes não sabemos como fazê-lo. Muitas vezes pensamos que já a tomamos, mas as experiências se apressam a nos mostrar coisas diferentes do Céu. São as práticas diárias que podem nos ajudar, sem dúvida -, e muito.

A última das ideias que gostaria que recapitulássemos, para finalizar este comentário, é a da lição 253: Meu Ser é o soberano do universo. E aqui, creio, cabe até voltar às primeiras frases desta lição específica. Que são as seguintes:

"É impossível que qualquer coisa não solicitada por mim mesmo venha a mim. Mesmo neste mundo, sou eu que governo meu destino. Aquilo que eu desejo é o que acontece. O que não acontece é aquilo que não quero que aconteça."

Dito isto, resta nos voltamos para as práticas com a ideia de hoje: Escolho ver a inocência de meu irmão. E a lição começa dizendo, ainda que de modo diferente, a mesma coisa que nos dizem as lições que trouxemos de volta à lembrança: "O perdão é uma escolha". Isto é, somos nós - cada um de nós a sua própria maneira -, e apenas nós, que podemos decidir aquilo que queremos viver. E isto é livre arbítrio.

Por mais que queiramos, em determinadas ocasiões, abrir mão de nossa responsabilidade por qualquer coisa que se apresente a nossa consciência, ninguém, mas ninguém mesmo, pode escolher ou decidir por nós, a não ser quando, equivocados, entregamos a outro o poder que nos pertence por direito.

Vamos, então, aprofundar a reflexão acerca do que queremos? Acerca do que estamos fazendo para chegar lá? Até quando vamos apelar para o auto-engano, dizendo a nós mesmo que estamos fazendo tudo o que podemos? Que não conseguimos fazer mais? Lembremo-nos daquela instrução que diz que "não consigo" é sinônimo de "não quero".

OBSERVAÇÃO: Este comentário é repetição, quase que palavra por palavra, do comentário feito a esta mesma lição nos dois últimos anos. Creio que não havia algo diferente a ser dito neste dia. E também há que se pensar que nem todos os que estão aqui já o tinham visto, não é mesmo? Além do mais continuo com aquele problema técnico em meu equipamento. Obrigado a todos pela compreensão.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Só o perdão nos permite acessar a paz do espírito


LIÇÃO 334

Reivindico, hoje, as dádivas que o perdão dá.

1. Não vou esperar outro dia para achar os tesouros que meu Pai me oferece. Todas as ilusões são vãs e os sonhos desaparecem, mesmo porque se baseiam em percepções falsas. Permite que hoje eu não aceite dádivas tão mesquinhas novamente. A Voz de Deus oferece a paz de Deus a todos que ouvem e escolhem seguí-Lo. Esta é minha escolha hoje. E, assim, vou encontrar os tesouros que Deus me dá.

2. Busco apenas o eterno. Pois Teu Filho não pode se satisfazer com nada menos do que isso. O que, então, pode servir de consolo para ele, a não ser aquilo que Tu ofereces a sua mente confusa e coração amedrontado, para lhe dar segurança e lhe trazer paz? Quero ver meu irmão sem pecado hoje. Esta é Tua Vontade para mim, pois deste modo verei minha inocência.

*

COMENTÁRIO:

A ideia que o Curso nos oferece para as práticas nesta quinta-feira, dia 29 de novembro, tem a ver com tomar posse da herança de filhos de Deus, a que temos direito natural, por ainda sermos tal qual Deus nos criou, conforme ensina o UCEM de várias maneiras e em várias ocasiões ao longo do texto e dos exercícios.

Tem a ver com o perdão, que é a forma de acessar essa herança. E perdoar o mundo é o mesmo que abandoná-lo, é o mesmo que abrir mão dele, para ganhá-lo por inteiro, à luz da percepção verdadeira, sabendo que ele não vai durar, que ele não é eterno e não tem senão o valor que lhe damos, que é sempre temporário e variável. Por dependente da percepção que temos e que, ora nos mostra algo como útil, ora como inútil.

Perdoar o mundo, como eu já disse antes, em sintonia com o que o Curso ensina, é esquecer o passado. É entregar o mundo e seu futuro a seu próprio destino, sem qualquer intenção de controle, sem qualquer pretensão de saber ditar a ele "melhores" modos e comportamentos.

Repetindo, perdoar o mundo é reconhecer que ele não tem nada que queiramos realmente. É dar a ele apenas o valor que lhe é devido por sua impermanência, por sabê-lo passageiro e mutável, reconhecendo a diversidade apenas como aspectos diversos da mesma ilusão, que o cria e constrói a partir de pensamentos baseados na crença em uma ideia que valoriza a separação, como se ela fosse verdadeira, esquecendo-se da Unidade, de que todos somos partes.

Para nos lembrarmos de tudo isso, ofereço-lhes mais uma vez a passagem do livro Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa, na qual ele nos apresenta a compreensão disto, a partir da percepção do Menino, em um trecho de uma das estórias:

"E, vindo outro dia, não no não-estar-mais-dormindo e não-estar-ainda-acordado, o Menino recebia uma claridade de juízo - feito um assopro - doce, solta. Quase como assistir às certezas lembradas por um outro; era que nem uma espécie de cinema de desconhecidos pensamentos; feito ele estivesse podendo copiar no espírito ideias de gente muito grande. Tanto, que, por aí, desapareciam, esfiapadas.

"Mas naquele raiar, ele sabia e achava: que a gente nunca podia apreciar, direito, mesmo as coisas bonitas ou boas, que aconteciam. Às vezes, porque sobrevinham depressa e inesperadamente, a gente nem estando arrumado. Ou esperadas, e então não tinham gosto de tão boas, eram só um arremedo grosseiro. Ou porque as outras coisas, as ruins, prosseguiam também, de lado e do outro, não deixando limpo lugar. Ou porque faltavam ainda outras coisas, acontecidas em diferentes ocasiões, mas que careciam de formar junto com aquelas, para o completo. Ou porque, mesmo enquanto estavam acontecendo, a gente já sabia que elas já estavam caminhando para se acabar roídas pelas horas, desmanchadas..." 

Não lhes parece que as práticas podem nos levar mais depressa ao encontro de nós mesmos, no Ser, em Deus, com Ele?

OBSERVAÇÃO: Este comentário reprisa com as pequenas modificações necessárias e uns poucos acréscimos o comentário feito a esta mesma lição no ano passado. Continuo sem meu computador e postando de modo precário.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O que fazer com a injustiça e a irresponsabilidade?


LIÇÃO 333

O perdão acaba com o sonho de conflito aqui.

1. O conflito tem de ser resolvido. Se quisermos nos livrar dele, não podemos evitá-lo, pô-lo de lado, negá-lo, disfarçá-lo, vê-lo em outro lugar, dar-lhe outro nome ou escondê-lo por meio de qualquer tipo de truque. Ele tem de ser visto exatamente como é, onde se pensa que ele está, na realidade que lhe foi dada e com o propósito que a mente conferiu a ele. Pois só assim suas defesas são suspensas e a verdade pode brilhar sobre ele à medida que ele desaparece.

2. Pai, o perdão é a luz que Tu escolheste para eliminar todo conflito e toda dúvida, e para iluminar o caminho de nossa volta a Ti. Nenhuma luz a não ser essa pode pôr fim a nosso sonho mau. Nenhuma luz a não ser essa pode salvar o mundo. Pois apenas essa não falhará em nada jamais, pois é Tua dádiva para Teu Filho amado.

*

COMENTÁRIO:

Nunca é demais repetir por inteiro este comentário a uma lição. As pequenas modificações se referem apenas a adequar o comentário à data e ao momento presente. Quer dizer, a ideia que vamos praticar nesta quarta-feira, dia 28 de novembro, tem tudo a ver com o comentário que virá em seguida, e que é mesmo feito para ilustrar esta ideia nos dois últimos anos. Creio que vale a pena rever. 

Vejamos, pois: 

Gerald Jampolsky, um dos estudantes de UCEM de primeira hora e fundador do primeiro Center for Attitudinal Healing [Centro para Cura das Atitudes - CCA], escreveu, a partir de suas interpretações dos ensinamentos do UCEM, entre outros, um livro inteiro a respeito do perdão.

O livro se chama Perdão e vale a pena ser lido, pois traz explicações para as muitas razões pelas quais achamos difícil perdoar e ilustra os motivos por que "apegar-se a sentimentos de revanche e de vingança é uma atitude que só pode causar sofrimento". Um livro que descreve de forma clara e simples, "os motivos pelos quais [muitas vezes] nos negamos a perdoar e como a nossa mente trabalha para justificar essa atitude". O que, é claro, tem a ver com a ideia para nossas práticas de hoje.

Além do mais, a fim de ajudar a nos decidirmos pelo perdão, o livro "aponta os efeitos colaterais tóxicos causados [pela] intolerância e os males que isso pode provocar no nosso corpo e na nossa vida em geral. Mas, acima de tudo, revela-nos os incomensuráveis benefícios do perdão".

Entre as várias histórias que Jampolsky conta, "que abrem nossos corações aos milagres que acontecem quando acreditamos verdadeiramente que todas as pessoas merecem o nosso amor", está a seguinte:

"Na tribo Babemba, da África do Sul, quanto uma pessoa age de maneira injusta ou irresponsável, ela é colocada sozinha no centro da aldeia, mas não é de maneira alguma impedida de fugir.

"Todos os habitantes da aldeia param de trabalhar e formam um círculo em volta da pessoa acusada. Em seguida, cada um, independentemente de sua idade, começa a lembrar o acusado de todas as boas ações que ele praticou ao longo da vida.

"Tudo o que é lembrado sobre a pessoa em questão é descrito em pormenores. Todos os atributos positivos do acusado, suas boas ações, seus pontos fortes e generosidades são ressaltados em benefício dela. Cada pessoa do círculo faz isso de forma detalhada.

"Todos os fatos da vida dessa pessoa são expostos com o máximo de sinceridade e amor. Ninguém pode exagerar os acontecimentos e todos sabem que não podem inventar histórias. Ninguém mente nem é irônico ao fazer esse relato.

"Essa cerimônia prossegue até que todos os habitantes da aldeia tenham relembrado os feitos dessa pessoa como membro respeitado de sua comunidade. Esse procedimento pode prolongar-se por vários dias. No final, a tribo desfaz o círculo e começa uma celebração jubilosa em que a pessoa é recebida de volta à tribo.

"Pelos olhos do amor, que essa cerimônia descreve de maneira tão bela, só a reconciliação e o perdão têm lugar. Cada pessoa no círculo, bem como a pessoa colocada em seu centro, é lembrada [de] que o perdão nos dá a oportunidade de abandonar o passado e os medos do futuro. A pessoa que está no centro não é considerada uma pessoa má nem é excluída da comunidade. Em vez disso, ela é lembrada do amor que existe em seu interior e é acolhida por todos à sua volta."

É isto o que fazemos quando alguém à volta de nós age, para o nosso julgamento, nosso modo particular de ver, de maneira injusta e irresponsável? E se, mesmo que apenas na imaginação, adotássemos o hábito de criar na mente um Círculo de Perdão [o Curso nos oferece a ideia de um círculo de Expiação], no qual colocássemos todas as pessoas que, por qualquer razão, ainda nos parece difícil perdoar? É possivel! As práticas de hoje se destinam a nos ensinar a encontrar a alegria e a liberdade que só o perdão dá.

Às práticas, pois!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Amor é única coisa real que se pode conhecer


LIÇÃO 332

O medo aprisiona. O perdão liberta.

1. O ego cria ilusões. A verdade desfaz seus sonhos maus, afastando-os com sua luz. A verdade nunca ataca. Ela é simplesmente. E a partir da presença dela a mente se lembra das fantasias e acorda para o real. O perdão convida esta presença a entrar e a tomar seu lugar legítimo na mente. Sem o perdão, a mente fica aprisionada, acreditando em sua própria inutilidade. Com o perdão, entretanto, a luz brilha, de fato, por entre as trevas, oferecendo-lhe esperança e lhe dá o meio para perceber claramente a liberdade que é sua herança.

2. Não queremos aprisionar o mundo novamente hoje. O medo o mantém prisioneiro. E, não obstante, Teu Amor nos dá o meio de libertá-lo. Pai, queremos libertar o mundo agor. Pois na medida em que oferecemos a liberdade ela nos é dada. E não queremos continuar a ser prisioneiros, quanto Tu nos ofereces a liberdade.

*

COMENTÁRIO

Nesta terça-feira, dia 27 de novembro o Curso nos oferece mais uma vez a oportunidade de aprender a perdoar o mundo inteiro. A oportunidade de abraçarmos, também para nós mesmos, a liberdade. A de deixarmos de lado, de uma vez por todas, qualquer ideia de medo que nos aprisione. Daí o convite-pergunta: vamos aprender a libertar o mundo e, por consequência, aprender a liberdade para nós mesmos, libertando-nos de toda e qualquer ideia de medo, que, por manter o mundo todo em um prisão, faz de todos nós prisioneiros ao mesmo tempo?

O medo não é real. Tudo o que não é amor não é real. A única realidade com a qual podemos ter contato é o amor, que é sinônimo de alegria e de liberdade. Ou como diz Julian de Norwich:

A plenitude da alegria
é
contemplar 
Deus
em tudo.

É esta possibilidade de plenitude que as práticas de hoje nos oferece. Elas nos trazem, de fato, uma grande oportunidade para aprendermos a viver o que é real, a única coisa que é real em nós mesmos. De que modo?

Pela alegria e pelo perdão. O perdão, conforme ensina o Curso, é o meio de "remover os bloqueios à consciência da presença do amor" e da verdade, que "nunca ataca" e "é simplesmente". Lembram da Introdução ao Curso?. 

O perdão é o meio de que precisamos nos valer para chegar à alegria e à liberdade, a nossa própria e a da mundo. Para tanto, é preciso, primeiro, que deixemos a verdade tomar seu lugar legítimo em nossa mente, para desfazer as trevas que nos impedem de ver a luz.


Repetindo mais uma vez o finalzinho do comentário feito a esta lição nos dois últimos anos, é a luz que vai permitir que cheguemos ao perdão, que abandonemos toda e qualquer condenação, de nós mesmos de quem quer que seja, e que nos libertemos, oferecendo o perdão ao mundo todo que, deste modo, se libertará conosco.

Às práticas?


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Nosso desejo natural é possuir a Deus


12. O que é o ego?

1. O ego é idolatria; o sinal do ser limitado e separado, nascido em um corpo, condenado a sofrer e a terminar sua vida na morte. Ele é a "vontade" que percebe a Vontade de Deus como inimiga e toma uma forma na qual ela é negada. O ego é a "prova" de que a força é fraca e de que o amor é amedrontador, de que a vida é, na verdade, morte e de que só aquilo que contraria Deus é verdadeiro.

2. O ego é louco. Com medo, ele se põe diante de Todos os Lugares, separado do Todo, separado do Infinito. Em sua loucura, ele pensa ter se tornado um vitorioso sobre o Próprio Deus. E, em sua autonomia insuportável, ele "percebe" que a Vontade de Deus foi destruída. Ele sonha com castigo e treme diante das imagens de seus sonhos; seus inimigos, que buscam assassiná-lo antes de ele poder garantir sua segurança atacando-os.

3. O Filho de Deus não tem ego. O que ele pode saber da loucura e da morte de Deus, se habita n'Ele? O que ele pode saber da tristeza e do sofrimento, se vive na alegria eterna? O que ele pode saber do medo e do castigo, do pecado e da culpa, do ódio e do ataque, se tudo o que existe à volta dele é a paz perene, livre de conflitos e imperturbada para sempre, no silêncio e na tranquilidade mais profundos?

4. Conhecer a realidade é não ver o ego e seus pensamentos, seus esforços, seus atos, suas leis e crenças, seus sonhos, suas esperanças  seus planos para a própria salvação e o custo que a crença nele cobra. Em termos de sofrimento, o preço pela fé no ego é tão imenso que a crucificação do Filho de Deus é oferecida diariamente em seu santuários sombrio, e o sangue tem de jorrar diante do altar em que seus seguidores doentios se preparam para morrer.

5. Porém, um único lírio de perdão transformará as trevas em luz; o altar às ilusões no santuário à Própria Vida. E a paz será devolvida para sempre às mentes santas que Deus criou como Seu Filho, Sua morada, Sua alegria, Seu amor, inteiramente Seu, um só com Ele totalmente.

*

LIÇÃO 331

Não há nenhum conflito, pois minha vontade é Tua.

1. Quão tolo, Pai, acreditar que Teu Filho pudesse causar sofrimento a si mesmo! Ele poderia fazer um plano para sua própria maldição e ser deixado sem uma forma segura de liberação? Tu me amas, Pai. Tu nunca poderias me deixar abandonado, para morrer em um mundo de dor e de crueldade. Como pude pensar que o Amor abandona a Si Mesmo? Não existe nenhuma vontade a não ser a Vontade do Amor. O medo é um sonho, e não existe nenhuma vontade que possa entrar em conflito com a Tua. Conflito é sono, e paz despertar. Morte é ilusão; vida, verdade eterna. Não existe nenhuma oposição a Tua Vontade. Não existe nenhum conflito, pois minha vontade é Tua.

2. O perdão nos mostra que a Vontade de Deus é Uma Só, e que nós a compartilhamos. Vamos olhar para as imagens sagradas que o perdão nos mostra hoje, a fim de podermos encontrar a paz de Deus. Amém.

*

COMENTÁRIO:

Nesta segunda-feira, dia 26 de novembro, repetindo apenas em parte o comentário que fiz a esta lição no ano passado, digo-lhes mais uma vez, chegamos hoje à décima segunda das quatorze instruções que o Curso nos oferece para acompanhar as práticas das lições desta segunda parte do Livro de Exercícios. A parte, como já se disse várias vezes antes, de acordo com o Curso, cujo objetivo é o de nos oferecer os meios para que alcancemos a percepção verdadeira. O tema desta instrução é: O que é o ego? E é necessário que voltemos nossa atenção para ele diariamente nos próximos dez dias. Ao menos uma vez antes da prática com a ideia para o dia.

Conforme vocês já devem ter percebido, em particular aqueles que já estão passando por este ponto pela segunda, terceira ou mais vezes, esta instrução traz informações preciosas a respeito do ego [o falso eu que quer usurpar o lugar de Deus, como nos ensina o Curso] e de seu sistema de pensamento. Ao mesmo tempo ela nos ensina a olhar além dele, para nos auxiliar a que entremos em contato com a verdade do que somos, para nos colocarmos na posição e no lugar em que a Vontade de Deus, em Seu Amor infinito, quer que estejamos. E que é o único lugar em que podemos estar.

Repetindo, então, vamos, pois, para tanto, às práticas com a primeira das dez ideias que as lições deste período, sob esta décima-segunda instrução, nos oferece. Uma ideia que mais uma vez busca nos ensinar o caminho para a liberdade de todos os conflitos que o sistema de pensamento do ego quer que acreditemos verdadeiros. Uma ideia que nos assegura de que não há conflito possível entre nossa vontade e a Vontade de Deus. 

Aproveitemos, no sentido de facilitar a compreensão da ideia e estender a reflexão, para acompanhar a reflexão de Julian de Norwich, mística do século XIV, que também mostra não haver nenhum conflito entre o que Deus quer para nós e aquilo que queremos. Vejamos o que ela diz:

Temos o poder de pedir a nosso Amado,
reverentemente,
tudo o que desejamos.

Pois nosso desejo natural é possuir a Deus
e o bom desejo de Deus é nos possuir.

Não deixaremos nunca de ter esse desejo e 
anseio,
enquanto não possuirmos nosso Amado
na plenitude da alegria.

Então, não teremos mais nenhum outro
desejo.

domingo, 25 de novembro de 2012

Aprendendo a nos livrarmos do medo de morrer


LIÇÃO 330

Não vou me ferir novamente hoje.

1. Vamos aceitar o perdão como nossa única função neste dia. Por que deveríamos atacar nossas mentes e lhes dar imagens de dor? Por que deveríamos ensinar-lhes que são impotentes, se Deus oferece Seu poder e Seu Amor e as convida a aceitarem aquilo que já é delas? A mente que se torna disposta a aceitar a dádivas de Deus é devolvida ao espírito e estende sua liberdade e sua alegria, uma vez que a Vontade de Deus está unida à vontade dela mesma. O Ser que Deus criou não pode pecar e, por isso, não pode sofrer. Vamos escolher que Ele seja nossa Identidade hoje e, deste modo, escapar para sempre de todas as coisas que o sonho de medo parece nos oferecer.

2. Pai, Teu Filho não pode ser ferido. E, se pensamos sofrer, nós apenas deixamos de conhecer nossa Identidade una, que compartilhamos Contigo. Queremos voltar para Ela hoje, para nos tornarmos livres de todos os nossos erros e para sermos salvos daquilo que pensávamos ser.

*

COMENTÁRIO:

Repetindo mais uma vez o comentário feito para esta lição no ano passado, vou dizer que a ideia que o Curso nos oferece para as práticas deste domingo, dia 25 de novembro, pode - e vai -, a todos que desejarem e decidirem assim, ensinar a nos livrarmos para sempre da dor e do sofrimento. E é apenas pensando na forma pela qual ela nos traz tal ensinamento que vou repetir o que disse também nos dois últimos anos a respeito dela.

Ela é uma ideia que nos convida a aceitar "o perdão como nossa única função neste dia", neste mundo. E aceitar "o perdão como nossa única função" é compreender que "o Ser que Deus criou não pode pecar" e que, se ainda somos como Deus nos criou, de acordo com o ensinamento e de acordo com várias de nossas práticas anteriores, podemos escolher voltar a nossa Identidade una com Deus a qualquer momento e, assim, pôr fim a todas as ilusões "que o sonho de medo parece nos oferecer".

Para tanto, basta que estejamos dispostos a aceitar as dádivas de Deus. Para sermos devolvidos ao espírito, para voltarmos ao contato e ao convívio, em comunhão, com o divino em nós. Para partilharmos a liberdade e a alegria, e a paz sem fim que é a Vontade de Deus para nós. E que, é claro, é também nossa própria vontade, de acordo com o que vimos nas últimas lições.

Tudo aquilo de que temos de nos livrar é apenas o medo de morrer [Um medo que é resultado da crença na separação.], conforme nos diz Cecília Meirelles em um de seus poemas: o Cântico VI:

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno. 

sábado, 24 de novembro de 2012

Quase nunca sabemos o que é o melhor para nós


LIÇÃO 329

Eu já escolhi aquilo que Tu queres.

1. Pai, pensei que me desviava de Tua Vontade, que a desafiava, desobedecia suas leis e interpunha uma segunda vontade mais poderosa do que a Tua. Todavia, o que sou, na verdade, é apenas Tua Vontade estendida e se estendendo. Sou isto e isto nunca vai mudar. Da mesma forma que Tu és Um, eu também sou um Contigo. E escolhi isto na minha criação, quando minha vontade se tornou para sempre uma só com a Tua. Essa escolha foi feita para toda a eternidade. Ela não pode mudar para ficar em oposição a si mesma. Pai, minha vontade é a Tua. E eu estou seguro, tranquilo e sereno, em alegria sem fim, porque é Tua Vontade que seja assim.

2. Hoje aceitaremos nossa união uns com os outros e com nossa Fonte. Não temos nenhuma vontade separada da d'Ele e todos somos um porque todos compartilhamos a Vontade d'Ele. A partir dela descobrimos, enfim, nosso caminho para Deus.

*

COMENTÁRIO:

Neste sábado, dia 24 de novembro, vamos afirmar que queremos estar - e que acreditamos estar - em sintonia com a Vontade de Deus para nós. Vamos nos abrir à ideia de que nossa vontade e a d'Ele são uma só, assim como ensina o Curso e conforme já vimos muitas vezes antes. Já escolhemos o que queremos e queremos apenas aquilo que Deus quer, mesmo que não tenhamos consciência disso a maior parte do tempo.

Como eu disse nos dois últimos anos, nossa maior dificuldade, quando se trata de escolher entre ilusão e realidade está em achar que alguma das formas da ilusão tem valor [vejam de novo, por favor, o texto O amigo indicado, no capítulo 26 do livro]. Isto nos leva a tentar dar realidade às ilusões. Essa tentativa está fadada ao fracasso, uma vez que nada pode dar realidade àquilo que não tem realidade. Esta ideia, aliás, foi tema de um dos exercícios da primeira parte. Lembram?

O Curso ensina, entre outras coisas, que não podemos ter certeza de nada daquilo que vemos fora de nós, mas podemos ficar certos de que, ao nos deixarmos conduzir pelo Espírito Santo, pelo divino em nós, oferecendo-Lhe um lugar de descanso, é n'Ele que vamos descansar.

Dizendo de outra forma, para nos valermos também das ideias de duas lições recentes, tudo o que o Espírito Santo nos pede é que nos deixemos conduzir, que escolhamos ser o segundo [Deus está em primeiro, sempre], pois, de verdade, não sabemos o que é melhor para nós em praticamente nenhuma circunstância. Será competir pelo primeiro lugar? Lembremo-nos de que tudo é sempre entre nós e Deus. Daí, muitas vezes, nós mesmos questionarmos as decisões que acabáramos de tomar. Ou de termos dúvidas quanto à decisão a ser tomada.

Os sentidos, de que nos valemos para traçar os caminhos que vamos trilhar neste mundo, não conseguem ver, tocar, cheirar, saborear ou ouvir a realidade. A lógica do sistema de pensamento do ego [o falso eu] não é suficiente para abarcar todos os aspectos de um fato qualquer. Racionalizar serve para nos dar uma indicação de um caminho provável em função dos dados que determinada situação nos mostra, mas apenas para isso. Quando nos entregamos ao Ser, voltando-nos para o divino dentro de nós mesmos, só o melhor pode acontecer.

OBSERVAÇÃO: Como vocês podem ver este comentário repete os anteriores para esta mesma lição, em função, como lhes disse ontem do problema que estou tendo com meu computador. Esperemos confiantes em que estas repetições são parte da experiência que escolhemos viver e que são o melhor que se poderia apresentar para o desenvolvimento de nosso aprendizado.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Para aprender a abrir mão do desejo de controle


LIÇÃO 328

Escolho o segundo lugar para ganhar o primeiro.

1. Aquilo que parece ser o segundo lugar é o primeiro, porque todas as coisas que percebemos estão de cabeça para baixo até escutarmos a Voz por Deus. Parece que só ganharemos autonomia pela nossa luta para sermos separados, e que nossa independência do restante da criação de Deus é o modo pelo qual se alcança a salvação. Porém, tudo o que encontramos é doença, sofrimento e perda e morte. Isso não é o que nosso Pai quer para nós, e nem existe nenhum segundo para a Vontade de d'Ele. Unir-nos à Vontade d'Ele é apenas achar nossa própria vontade. E, uma vez que nossa vontade é a d'Ele, é a Ele que temos de recorrer para reconhecer nossa vontade.

2. Não existe nenhuma vontade senão a Tua. E fico contente de que nada do que imagino contradiga aquilo que Tu queres que eu seja. É Tua Vontade que eu esteja completamente seguro, eternamente em paz. E compartilho com alegria esta Vontade que Tu, meu Pai, me deste como parte de mim.

*

COMENTÁRIO:

Nesta sexta-feira, dia 23 de novembro, o Curso nos oferece uma ideia para as práticas que, de certo modo, complementa e amplia a ideia que praticamos na última segunda-feira: Eu apenas sigo, pois não quero conduzir. Conforme eu disse ao comentar a ideia, se não me engano, ela nos oferece a fórmula para fazer calar o falso eu - o ego do Curso -, deixando em nossas mãos a decisão de entregar ao Espírito Santo, ao divino em nós, a responsabilidade por toda e qualquer escolha que fizermos. E, se aprendermos a sempre escolher em sintonia com o Espírito Santo, quais serão as chances de que alguma coisa saia errado?

Como penso ter dito também tanto a ideia para as práticas de hoje quanto a das práticas da segunda, são modos diferentes de ratificar o "tu não precisas fazer nada" que o Curso ensina. Para aprender a "apenas seguir", precisamos abrir mão do "conduzir", isto é, da necessidade obsessiva de controle do falso eu. É apenas esta aparente absoluta necessidade de controle que nos impede de ver e de viver o que somos na verdade. Pois como o Curso não cansa de repetir sempre fomos, continuamos a ser e seremos eternamente aquilo que pensamos buscar. Ou, dito em outras palavras, como o próprio Curso repete em suas lições, ainda somos como Deus nos criou, por mais que o ego tente nos fazer acreditar que não. 

A ideia de que nalgum momento houve uma separação, ou a crença de que estamos de algum modo separados de Deus e uns dos outros é tão somente um equívoco. Pois nunca houve um tempo em que Deus Se separou de nós ou que nós tenhamos nos separado d'Ele. Ele não nos abandonou a uma sorte que não sabemos qual será. O contrário é a verdade. Ele está, sempre esteve e sempre estará conosco, em nós. E nós n'Ele.

Na verdade, reconhecer, acolher, aceitar e ser grato por poder pôr em prática a ideia que o Curso nos oferece para hoje é tudo o que precisamos fazer para aprender que não precisamos, de fato, fazer nada. Até porque, conforme eu já disse várias, de acordo com o que o Curso ensina, não há nada fora de nós. E ser o segundo em Deus elimina qualquer necessidade de competir por qualquer outra posição. Aliás, aceitar ser o segundo, praticar para ser o segundo em e com Deus nos põe diretamente na posição de primeiro, pois nos coloca direto na unidade.

OBSERVAÇÃO: Este comentário, com modificações muito pequenas, reprisa quase que completamente o comentário feito a esta lição no ano passado. Estou com um problema em meu computador e não sei ainda exatamente quando ele será solucionado. Peço-lhes, por isso que relevem minha falta, caso seja necessário apenas repetir os próximos comentários para as lições dos próximos dias. Obrigado.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O que nos impede de nos voltarmos para Deus?


LIÇÃO 327

Só preciso chamar e Tu me responderás.

1. Não se pede de mim que aceite a salvação com base em uma fé insustentável. Pois Deus garante que Ele ouvirá meu chamado e que Ele Mesmo responderá. Deixa apenas que eu aprenda de minha experiência que isso é verdadeiro e a fé n'Ele tem de vir a mim com certeza. Essa é a fé que irá durar e que me levará cada vez mais adiante pela estrada que conduz a Ele. Pois, deste modo, ficarei certo de que Ele não vai me abandonar e de que ainda me ama, e de que espera apenas meu chamado para me dar toda a ajuda de que preciso para chegar até Ele.

2. Pai, eu Te agradeço porque Tuas promessas nunca falharão em minha experiência, se eu apenas testá-las. Permite, portanto, que eu tente testá-las e que não as julgue. Tua Palavra é uma só Contigo. Tu dás o meio a partir do qual a convicção vem, e a certeza da qual se ganha, enfim, Teu Amor duradouro.

*

COMENTÁRIO:

Comecei a leitura de outro livro de Joel S. Goldsmith. E gostaria de sugerir que aproveitemo o que ele diz logo no início do primeiro capítulo, para aprofundar a reflexão a respeito da ideia que vamos praticar nesta quinta-feira, dia 22 de novembro, Só preciso chamar e Tu responderás. Uma ideia extremamente poderosa e que pode servir de grande ajuda em tudo. Uma ajuda que, de fato, não precisamos nem pedir, se já estivermos dispostos a aceitar a ideia de nos deixarmos conduzir por Deus em tudo e para tudo.

O que Goldsmith diz é o seguinte:

"Quando alguém diz que gostaria de ser um filho de Deus e de ser livre das mazelas da carne [da forma e dos sentidos], geralmente não quer dizer exatamente isso. Quer dizer que gostaria de ser livre das mazelas da carne [da forma e dos sentidos], sem abrir mão de seus proveitos e prazeres."

E é por isso, eu diria, que não tomamos a decisão de chamar por Deus, por medo de que a resposta d'Ele nos obrigue a abandonar o mundo. No mais íntimo de nós mesmos existe o desejo, a vontade, de viver em Deus, com Ele, na Unidade. Mas, no fundo, a partir da crença no sistema de pensamento do ego, ainda acreditamos que entregar-nos a Deus vai exigir um sacrifício que nossa identificação com o ego não nos julga capazes de fazer.

Ora, Deus está sempre a nossa disposição, sempre de olhos, ouvidos, coração e consciência abertos ao nosso chamado. Só nós podemos atrasar o momento em que nos daremos inteiros a Ele, entregando-lhe o que somos e o que queremos. Dando-lhe o mundo todo, porque já não encontramos nele nada que nos satisfaça. Aí, teremos, como Jesus, vencido o mundo. E tudo estará também a nossa disposição. E viveremos o mundo real, sendo nele a manifestação do amor de Deus que nos criou.

É para superar os medos que nos impedem de nos dirigirmos a Deus de mãos vazias, de peito e de mente abertos que precisamos das práticas. 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O ensinamento do mundo e o ensinamento do Curso


LIÇÃO 326

Sou um Efeito de Deus para sempre.

1. Pai, fui criado em Tua Mente, um Pensamento santo que nunca deixou seu lar. Sou Teu Efeito para sempre e Tu és minha Causa para todo o sempre. Continuo a ser tal qual Tu me criaste. Ainda habito o lugar em que Tu me puseste. E todos os Teus atributos moram em mim, porque é Tua Vontade ter um Filho tão semelhante a sua Causa, que a Causa e Seu Efeito são indistinguíveis. Deixa-me saber que sou um Efeito de Deus e que, por isso, tenho o poder de criar do mesmo modo que Tu. E que é assim tanto no Céu quanto na terra. Sigo Teu plano aqui e sei que no fim Tu reunirás Teus efeitos no Céu sossegado de Teu Amor, onde a terra se desvanecerá e todos os pensamentos separados se unirão na glória na condição de Filho de Deus.

2. Vejamos a terra desaparecer hoje, primeiramente transformada e, em seguida, perdoada, inteiramente desvanecida na Vontade santa de Deus.

*

COMENTÁRIO:

A lição para as práticas desta quarta-feira, dia 21 de novembro, nos oferece a ideia de que somos, para sempre, um efeito de Deus. Uma ideia que passa ao largo das questões da ciência e das religiões, ou de quaisquer questões mundanas, pois ensina a nos considerarmos efeitos da Causa Primeira, efeitos de Deus, Pensamentos d'Ele, que criam da mesma forma que Ele.

Não há razão alguma para se pensar que quaisquer questões que o mundo imponha aparentemente se refiram à verdade, de alguma foram. A verdade de que o Curso fala está acima que qualquer questão. Além do mais, todas as dúvidas, que as questões traduzem, se referem apenas à ilusão, uma vez que nada neste mundo é real. Ou alguém conhece alguma coisa neste mundo que vá durar para sempre?

Quando o falso eu em nós nos leva a perguntar: "mas como foi que tudo começou?", ou "em que momento na história do homem e do universo é que aconteceu a separação de Deus?", ele está apenas tentando se convencer - e, por conseguinte, nos convencer - de que de fato houve uma separação em algum momento. 

Porém, se nos lembrarmos de que o tempo também não é real - e não existe, a não ser como expressão da ilusão de que estamos passando por ele - seremos capazes de perceber que estas perguntas não fazem sentido. E que tudo o que elas buscam fazer é reforçar em nós a crença em uma separação que nunca aconteceu. Uma separação que não pode acontecer e que não acontecerá jamais. Pois como ensina a lição para as práticas de hoje, aquilo que somos somos para sempre. E para toda a eternidade somos tão somente um efeito de Deus.

Um pequeno exemplo de como o mundo quer que pensemos, e de como ele nos ensina a pensar, tirado de uma postagem de nossa querida Bobdaniela Seaman no facebook, há alguns dias, pode nos ajudar a estender a reflexão a que nos convida a ideia para as práticas de hoje.

Vejam aí:

"O conhecimento é um direito merecido pela humanidade, ao qual ela tem acesso livre e irrestrito. O resultado do conhecimento, no entanto, pode ser desagradável, porque nos obriga a evoluir muito além daquilo que gostaríamos, dado que há algo na alma de todos que se acomoda, que pretenderia viver no lugar em que se encontra até o fim dos tempos. Mas, ao mesmo tempo, a curiosidade e a vontade de conhecer levam a humanidade para além de si mesma, inventando coisas que no princípio parecem não ter uma utilidade certa, mas que inevitavelmente a fazem evoluir. Assim, a humanidade evolui vítima daquilo a que ela mesma se dedica ansiosamente a conhecer e acompanhar." [Oscar Quiroga]

Ora, o que Quiroga diz só pode valer para aquilo que pensamos de nós a partir do sistema de pensamento do falso eu - o ego do Curso -, que acredita existir um mundo e, com ele, a necessidade de uma evolução. Para o mundo real, de que nos fala o Curso, o que somos é espírito que já é perfeito em Deus e que não tem necessidade de mudar ou evoluir, pois continua a ser como Deus o criou. 

O conhecimento de que ele fala só tem sentido para quem acredita no que lhe informam os sentidos a respeito do mundo da ilusão. O conhecimento de que nos fala o Curso está relacionado apenas à necessidade de que nos voltemos mais uma vez para o interior de nós mesmos para lembrarmos de que aquilo que somos, na verdade, é o que sempre fomos e sempre seremos como Efeitos de Deus. 

O resultado do conhecimento verdadeiro nunca poderá ser desagradável, pois só pode nos colocar em contato com a alegria e a paz completas e perfeitas que são a Vontade de Deus para nós.

Às práticas?