sábado, 31 de janeiro de 2009

Seremos vítimas do mundo?

Ao contrário do que se pode pensar, não somos as vítimas deste mundo. Mesmo quando tudo parece estar absolutamente contra nós e parece que não somos capazes de acertar em nada do que tentemos fazer.
Quando passamos por experiências marcantes, por momentos dolorosos, que nos fazem sentir solitários, tristes e abandonados, o que acontece, na maioria das vezes, é que nos concentramos demais na experiência e em nós mesmos, esquecendo que a vida não se resume àquele momento. Ele apenas serviu para nos afastar daquilo que somos por alguns instantes, para nos concentrarmos naquilo que não somos.
Sabemos, por experiência própria, que somos maiores do que quaisquer crises que se apresentem, porque elas sempre se originam do esquecimento da gratidão por tudo aquilo que recebemos. Por tudo aquilo que nos colocou em contato com a vida e com a alegria.
Neale Donald Walsch diz que "a luta termina quando a gratidão começa". E que "a procura termina quando se começa a encontrar". Diz ainda que "o encontrar não é absolutamente um achar, mas um criar". Porque não podemos achar aquilo por que estamos lutando, mas podemos criá-lo. E o ponto de partida [o pulo do gato] da criação é a gratidão.
Então, que tal refletirmos a respeito da ideia que o UCEM nos apresenta na lição de hoje, a de número 31, que diz: Eu não sou a vítima do mundo que vejo?
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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A visão verdadeira. Observações

Machado de Assis, em algum ponto do romance Dom Casmurro, fala o seguinte de um dos personagens principais do livro: "...veio abrindo a alma toda, desde a porta da rua até o fundo do quintal. A alma da gente, como sabes, é uma casa assim disposta, não raro com janelas para todos os lados, muita luz e ar puro. Também as há fechadas e escuras, sem janelas, ou com poucas e gradeadas, à semelhança de conventos e prisões. Outrossim, capelas e bazares, simples alpendres ou paços suntuosos".
Pode-se pensar, a partir deste trecho do grande autor brasileiro, que existem diferentes formas de alma. Mas, falando, por assim dizer, de forma mais específica das variações dos estados de espírito das pessoas a que nos referimos numa conversa, ou mesmo quando pensamos a respeito de alguém, a alma, de que fala Machado, aqui, tem a ver com a percepção, com nosso modo de ver as pessoas e o mundo. Como quando dizemos que alguém é uma santa alma. Ou uma alma boa.
E isso, me parece, também tem a ver com a lição deste dia 30 de janeiro, que amplia e aprofunda a ideia da lição de ontem. Ela diz: Deus está em tudo o que vejo porque Deus está em minha mente.
Mais do que lógico e muito mais do que óbvio, Deus pode estar em tudo o que vejo se estiver em minha mente, uma vez que é a partir dela que vejo/crio o mundo e tudo o que existe nele. Daí a necessidade da maior atenção à ideia proposta pelo UCEM hoje. Porque passamos a maior parte de nosso tempo em um estado que se pode classificar de "automático". Estamos tão habituados às atividades rotineiras que já não pensamos a respeito delas. Já não lhes prestamos a mínima atenção.
Quem sabe o preço que pagamos por esta falta de atenção? Quem já experimentou refletir acerca de coisas que passaram e ficou com a sensação de ter perdido grande parte de sua vida, porque imerso em um estado de falta de vontade própria, qual robô, que se limita a cumprir seu programa sem questioná-lo, sem entender nem por que nem para que o faz?
E, quando olhamos para um mundo aparentemente sem Deus, não será porque nos esquecemos de incluí-lo no mundo?
Há, agora, para a maioria de nós, uma nuvem bloqueando a visão verdadeira. Aquela que nos põe em contato com a unidade de que somos parte e complemento. A visão que pode dar - e dá - sentido a tudo o que se apresenta a nós. A visão que não depende apenas dos olhos do corpo e nem é limitada por eles. A visão que não está limitada ao espaço e à distância. A visão que independe de tempo e de lugar. A visão que nos devolve a nós mesmos. E a Deus, seja qual for o nome que damos a Ele.
Oxalá tenhamos coragem para pensar a este respeito e para nos decidirmos a olhar para o mundo de modo diferente.

*

Observações (mais algumas): é sempre bom e conveniente lembrar que imaginei e continuo a imaginar este espaço apenas como uma forma de lembrar dos ensinamentos do UCEM, e de seus exercícios, a quem quer que se interesse pelo assunto. Nem por um momento me passou pela cabeça a ideia de substituir o que o próprio texto diz. Por isso espero quem quer que acesse este blog saiba que considero o contato direto com o livro insubstituível. É ele quem traz todas as orientações acerca da forma como o exercício do dia deve ser feito. É ele que pode nos ajudar a nos organizarmos quanto à melhor maneira de incluir os exercícios em nossas atividades diárias. Este espaço, portanto, não traz um roteiro para se fazer a lição. Traz apenas ideias que, de alguma forma, podem estar ligadas à ideia que o UCEM apresenta no dia. E que podem, às vezes, não corresponder ao modo de pensar de muitos. Espero, por isso, que ninguém se assuste se alguma afirmação parecer contrariar o que alguém pensa a respeito do tema de que se fala. Por essa razão existe o espaço para os comentários. Fiquem à vontade, por favor. Sintam-se em casa.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Ruído ou informação?

Vivemos tempos de excesso. O desenvolvimento, de forma geral, nas ciências, na medicina, na física, na química, na biologia, na área tecnológica e em praticamente todas as áreas do conhecimento humano, se acelerou de uma forma tal que, quando pensamos em aprender uma técnica nova, ela já está desatualizada. Quando pensamos ter toda a informação possível acerca de um assunto, algum órgão de comunicação nos surpreende com novas descobertas.
É a velocidade dos meios e formas de comunicações que nos trouxe o excesso de informações, qualificado como ruído, por Iván Izquierdo, em entrevista na última edição da revista Vida Simples. Ruídos, de acordo com ele, não são apenas auditivos, são "visuais, linguísticos e sensoriais. São os sons indesejáveis, que gostaríamos de ignorar para poder atender aos sinais que nos são importantes".
Respondendo à pergunta da revista quanto a fato de que já nascemos fazendo barulho, ele diz que o ruído [o choro] que fazemos ao nascer é diferente, "é informação... é uma forma de expressão".
Iván diz que os ruídos "atrapalham a memorização e a sensibilidade, nas suas mais variadas combinações, inclusive prejudicando as memórias guardadas anteriormente..." E mais: que "na saúde mental, existe uma situação patológica que é a esquizofrenia, em que não se consegue identificar os sinais em meio aos ruídos - percebe-se tudo como importante".
Parece-me, pelo que ele diz que estamos nos tornando pouco a pouco esquizofrênicos, pois, aparentemente, já não há como fugir dos ruídos. Principalmente vivendo em uma grande cidades como São Paulo, ou outra capital qualquer de um dos Estados brasileiros. Ou de um País qualquer.
De acordo com o entrevistado, a melhor maneira de se prevenir do excesso de ruído, que pode criar um processo de confusão mental [vide os dois parágrafos anteriores],"é se manter atento, [é buscar] aprender a discriminar informação de ruído". Outra coisa interessante que ele diz é que, junto com o ruído apareceu o hábito do ruído, que é "o costume de não saber mais ouvir em silêncio", o que demonstra falha na educação e, na maioria das vezes, falta de respeito.
Outro ponto da entrevista sobre o qual acho que vale a pena refletir é a afirmação de Iván segundo a qual a ignorância "é muito barulhenta", gosta de frases de efeito, resultantes de "um tipo de desinformação que tem sua origem no desejo de simplificar".
Lendo a entrevista, lembrei-me de uma músiquinha que se cantava na missa [será que ainda se canta?], antes das leituras do Antigo Testamento e do Evangelho. Dizia: "faça silêncio em seu coração, pois o Senhor lhe quer falar..." e por aí vai.
Talvez tenhamos nos esquecido da necessidade do silêncio, da mesma forma que nos esquecemos de Deus, seja qual for o nome que damos a Ele, querendo nos referir à Mente Universal, ao Criador, ao Inominável, Àquele cuja existência é um mistério e fonte das maiores controvérsias ao longo do tempo. Na verdade, muitos de nós [a maioria?] pensamos que o que acontece é o contrário. Deus é quem se esqueceu de nós, tão grande a confusão que se apresenta neste mundo que vivemos.
Por isso, talvez, seja importante prestar atenção [deixar de lado os ruídos para ouvir] ao que diz a lição do UCEM para este dia 29 de janeiro: Deus está em tudo o que vejo.
Estará?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Por que ver de modo diferente

Qual é meu maior desejo? Por que coisa eu daria minha vida [a vida de meu corpo] de bom grado, sem medo?
É mais ou menos óbvio que o maior desejo de todos nós, seres humanos, é o de uma vida saudável, feliz, em um ambiente de harmonia e de paz. A perfeita alegria.
O que nos impede de realizar nosso maior desejo? O medo. Os medos.
O medo é natural? Os medos são naturais? Não, eu diria. O medo é natural apenas quando se refere àquela emoção ligada ao que se costuma chamar de instinto de sobrevivência. E não deveria se chamar medo, mas apenas instinto de preservação do corpo [e do ego]. Aquela emoção que sentimos quando nos envolvemos em alguma ação que pode trazer riscos para nosso corpo, o meio de comunicação e de transporte de uma forma particular de vida. A nossa.
A vida, em si mesma, não corre riscos. Nunca. Nem tem medo.
Por que, então, temos medo afinal?
Difícil responder. Porque nos sentimos sozinhos e separados uns dos outros. Porque pensamos no mundo como um lugar perigoso e cheio dos maiores horrores que se pode imaginar. Porque os homens [e mulheres] estão em guerra o tempo inteiro. Ora aqui, ora acolá. Porque não conseguimos nos entender. Porque falamos línguas diferentes. Porque temos religiões diferentes. Porque temos crenças diferentes. Porque temos interesses diferentes. Porque não nos respeitamos. E porque nem ao menos respeitamos as diferenças. Ou melhor, nem sequer reparamos que existem diferenças. Porque as diferenças e os diferentes não nos interessam em absoluto. Enfim, não existe forma de listar todos os motivos que imaginamos para justificar o medo.
Há algum tempo, ouvi um palestrante dizer que, ao contrário do que podemos pensar, nossas diferenças não nos separam. São elas que nos unem. Você consegue imaginar um mundo inteiro feito de uma pessoa só ou duas, pensando na possiblidade de macho e fêmea. Um macho e uma fêmea que, ao se acasalarem, reproduziriam sempre o mesmo macho e a mesma fêmea infinitamente. Iguais. Sem nenhuma diferença. What a nightmare! [Que pesadelo!]
No entanto, lá no fundo de minha mente [e da sua, e da de todos nós, ou da maioria] equivocada, existe um programa [uma crença] que me autoriza, de forma muito louca, a pensar que o mundo seria bem melhor se todos fossem iguaizinhos a mim. Se todos pensassem como eu. Que onipotência! Isso justifica o ditado segundo o qual "Deus criou o homem a Sua imagem e semelhança e o homem, em contrapartida, criou Deus a sua imagem e semelhança". Porque é apenas este ditado que pode explicar o estado de coisas que vemos no mundo. Um deus louco, insano, com sede de poder e dinheiro. Com sede de confusão.
Esquecemo-nos, ou não nos foi ensinado, durante o longo processo de aprendizado do mundo que "eu sou responsável por aquilo que vejo. Eu escolho as emoções que sinto e decido a meta que quero alcançar. E peço tudo o que parece me acontecer e recebo [tudo] da forma que pedi". Isso de acordo com o ensinamento do UCEM.
Por isso é importante que prestemos bastante atenção no que nos diz a lição para este dia 28 de janeiro: Acima de tudo eu quero ver as coisas de modo diferente. Para darmos, como sugere o livro, uma aplicação específica à ideia que ele nos ofereceu ontem.
E a pergunta que requer reflexão, a partir da ideia, é: se já sei tudo [em minha crença equivocada, em meu julgamento] para que ver as coisas de modo diferente?
Vamos comentar?

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O que significa ver

Gosto de contar a historinha de Sachi, de Dan Millman, que aparece no livro Canja de Galinha para a Alma, como segue:

Logo após o nascimento de seu irmão, a pequena Sachi começou a pedir a seus pais que a deixassem a sós com o bebê. Temendo que, como a maioria das crianças de quatro anos, ela pudesse sentir ciúmes e o quisesse machucar, eles disseram não. Porém, ela não mostrava sinais de ciúmes. Tratava o bebê com carinho e seus apelos para que fosse deixada a sós com ele começaram a se intensificar. Eles decidiram permitir.
Alvoroçada, ela entrou no quarto do bebê e fechou a porta; mas uma fresta se abriu - o suficiente para que seus curiosos pais espiassem e ouvissem. Eles viram a pequena Sachi andar devagarinho até seu irmãozinho, aproximar seu rosto para bem junto do dele e dizer baixinho:
- Bebê, diga-me como é Deus. Estou começando a me esquecer.

Vocês já ouviram e, se ouviram, prestaram atenção à letra de Iluminados, uma das músicas de Ivan Lins. Ela diz o seguinte:

O amor tem feito coisas/Que até mesmo Deus duvida
Já curou desenganados/Já fechou tantas feridas
O amor junta os pedaços/Quando um coração se quebra
Mesmo que seja de aço/Mesmo que seja de pedra
Fica tão cicatrizado/Que ninguém diz que é colado
Foi assim que fez em mim/Foi assim que fez em nós
Esse amor iluminado...

E Richard Bach diz: "Aprender é descobrir o que já se sabe. Praticar é demonstrar o que se sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você. Todos são alunos, praticantes, professores.

Por fim, e para terminar com as citações de hoje, descobri há alguns dias uma frase de Guimarães Rosa, em um dos contos de seu livro Tutaméia, que vale a pena citar. Diz ele: "...amar não é verbo; é luz lembrada".

Tudo isso, parece-me, tem a ver com a ideia que o UCEM nos apresenta hoje na lição de número 27, que diz: Acima de tudo eu quero ver.

Eu diria que "ver" aqui é mais do que fixar o olhar nalguma coisa, objeto ou pessoa. E me parece também que há muito mais do que apenas os olhos e os órgãos do sentido de nosso corpo envolvidos aí.

Alguém quer comentar?


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Estamos vigilantes aos nossos pensamentos?

Ernest Becker, em seu livro, A negação da morte, diz a certa altura que "as dores que sentimos, as doenças reais ou imaginárias nos dão algo com que nos relacionarmos, evitam que escorreguemos para fora do mundo, que nos atolemos no desespero da completa solidão e do vazio total. Em uma palavra, a doença é um objeto. Nós nos transferimos para o nosso próprio corpo como se ele fosse um amigo no qual podemos nos apoiar para conseguir força ou um inimigo que nos ameace com o perigo. Pelo menos, ele nos faz sentir reais e nos dá um pouco de influência sobre o nosso destino".
Essa ideia, a de que somos apenas o corpo, é o grande equívoco sobre o qual se baseiam quase todas as nossas crenças e de onde se originam todos os nossos medos. Somos, de certa forma, incapazes de lidar com a ideia de nossa mortalidade, a do corpo, basicamente porque, no fundo, acreditamos que não existe nada além dele. Embora queiramos ardentemente acreditar em uma realidade eterna que não depende do corpo.
Becker diz ainda que nós, ocidentais, criamos uma série de rituais de louvor à morte exatamente por nos acreditarmos vulneráveis. Mortais, cujo destino depois de uma vida sem sentido algum, é o da morte inevitável. Um destino do qual não se escapa e que nos é absolutamente desconhecido, uma vez que não há registro digno de crédito de caso algum de pessoas como nós que tenham voltado do abismo da morte para contar o que acontece do outro lado. Se é que existe outro lado.
Na verdade, a se acreditar no que nos diz Becker a respeito da morte, ou do medo que temos dela, tornamo-nos hipócritas em nossas celebrações ritualísticas. Porque, quando choramos a morte de alguém, ou quando em contato com a morte de alguém que nos é caro, o que nos emociona e motiva é a constatação de também somos mortais. Mais do que qualquer outro sentimento de perda, a perda que choramos é a do chão sobre o qual pisamos, ao julgar a morte tão distante e percebendo-a tão próxima de nós naquele momento.
Esquecemo-nos de que tudo o que vemos é apenas expressão de nossos próprios desejos. Projeção daquilo que trazemos interiormente. E que pode, certamente, ser modificado, caso mudemos nossa forma de pensar. Caso mudemos nosso modo de criar a realidade.
Se pusermos nossa atenção e cuidado a serviço da verdade que não muda nunca, veremos claramente que somos invulneráveis. Nascemos assim e nada pode nos atingir a não ser nossos próprios pensamentos, os verdadeiros criadores de nossa aparente realidade. Sim, porque tudo o que existe, antes de se apresentar como vemos, foi inicialmente um pensamento, uma ideia.
Por isso é tão importante que prestemos atenção permanente a nossos pensamentos. Para não sermos surpreendidos com uma criação que não atenda a nossos maiores interesses. Isto é, uma criação que nos separe da alegria perfeita, para a qual fomos criados.
Alan Cohen, em uma das historinhas do livro Canja de Galinha para a Alma, diz que "nascemos para amar", que se poderia dizer que "somos máquinas de amar criadas por Deus", que "funcionamos com mais potência quando estamos dando amor". Diz ainda que "o mundo nos levou a acreditar que nosso bem-estar depende do amor de outras pessoas. Mas este é o tipo de pensamento às avessas [ao qual temos de prestar muita atenção], que tem nos causado tantos de nossos problemas. A verdade é que nosso bem-estar depende de nossa capacidade de dar amor. Não tem nada a ver com o que volta; tem a ver com o que vai!"
Parece-me que isso tem tudo a ver com a afirmação de Jesus segundo a qual o mal não está no que entra pela boca do homem e sim naquilo que sai dela. E mais, eu diria, tem tudo a ver com a lição de hoje do UCEM, a de número 26, que diz: Meus pensamentos de ataque atacam minha invulnerabilidade.
Vamos pensar a respeito disso. Alguém quer comentar alguma coisa? À vontade...

Observações importantes

Comecei a utilizar este espaço/blog sem fazer nenhuma observação. Sem criar ou sugerir nenhuma regra para quem quer que seja que se interesse pelos temas tratados aqui. Minha intenção principal, porém, é a de que ele seja um canal aberto para a manifestação de todos os que estiverem interessados em opinar e/ou receber informações acerca dos ensinamentos do UCEM. Também entendo que ele pode ser uma forma de aprendermos a praticar juntos os exercícios do Curso. Isto é, ele pode dar [a quem quiser] a oportunidade de aplicar, na vida e na prática [o que me parece ser o mais importante], a teoria que o Curso traz, todos os dias.
Por que estas observações neste momento? Porque quem acompanhou o início do blog percebeu que a primeira lição foi a de número 21. Isto significa que havia 20 lições anteriores que não receberam nenhum comentário. E, de acordo com a proposta do Curso, as lições devem começar a ser feitas uma por vez, após a decisão de fazê-las, começando-se pela primeira e terminando na 365ª. Uma, e apenas uma, por dia.
Uma vez já tendo começado pela primeira, no dia 1º do ano, optei por dar continuidade à série pela lição do dia em que este canal foi aberto. Contando que haverá uma revisão após a lição de número 50, onde teremos oportunidade de comentar as primeiras [e eu diria as mais importantes] lições, creio que haverá, então, um jeito de recuperarmos os primeiros 20 dias do ano com comentários a respeito das vinte primeiras lições.
Outra observação diz respeito à forma pela qual as lições devem ser feitas. O livro traz a cada exercício uma série de orientações que não reproduzo aqui. A intenção do blog, a princípio, é apenas trazer a ideia do dia à tona, permitindo aos estudantes, professores e interessados em geral que parem por uns breves instantes e busquem lembrar-se de si, por meio do exercício. Isto é, o blog só quer convidar à parada, à reflexão. É esta parada que, ao tornar-se um hábito diário, vai permitir que nos envolvamos com o ensinamento e que tomemos a decisão de fazer, de fato, os exercícios. Experimentar o lado prático do Curso é o que vai trazer o ensinamento ao dia a dia de todos nós e provar a necessidade de que olhemos para o mundo de modo diferente. Se quisermos, é claro, um mundo diferente daquele que vivemos agora.
Outra possibilidade para o uso do blog é a de responder a questionamentos acerca do Curso, acerca de seus ensinamentos e de pontos específicos que podem muitas vezes não ser, ou não parecer, tão claros quanto gostaríamos que fossem. Isso, é óbvio, a partir de todas as limitações do blogger, que espera aprender muito mais com os comentários de todos. E, para isso, além do espaço aberto aos comentários de todos, meu e-mail está à disposição para o encaminhamento de questões, em caso de necessidade.
Recorrendo a algumas coisas que o Curso diz para justificar a iniciativa deste espaço e, talvez, destas observações, podemos lembrar, por exemplo que, diferentemente do currículo do mundo, o Curso afirma que "professor e aluno são iguais no processo do aprendizado", estando ambos "no mesmo nível" e tendo a mesma necessidade de compartilhar suas lições, sob o risco de lhes faltar convicção. Para o Curso, um bom professor [que é o equivalente a um bom estudante ou aluno]fortalece suas ideias ao ensiná-las. E mais, além de acreditar na ideias que ensina, ele tem de acreditar nos estudantes a quem as oferece. É muito importante aprendermos que, conforme diz o Curso: "Todo mundo ensina e ensina o tempo todo". A lembrança constante desta afirmação pode nos impedir de ensinar lições que, por não termos gostado de aprender, podemos escolher não ensinar.
Por fim, mas não menos importante, apenas para deixar registrado para aqueles que acessarem as informações deste blog tendo pouca ou talvez nenhuma familiaridade com o Curso, ou sem saber de que ele trata, é bom registrar que somos professores e estudantes o tempo inteiro, revezando-nos, ora numa função, ora noutra. E que o Curso busca nos mostrar, de muitas maneiras diferentes, como transformar tudo o que se apresenta a nós em situações de ensino-aprendizagem da verdade acerca de nós mesmos, pois a meta de seu currículo, independemente do professor que escolhermos, é: "Conhece-te a ti mesmo."

domingo, 25 de janeiro de 2009

Qual o sentido do mundo?

Para que serve o mundo? E para que servem as coisas do mundo? Qual é nosso papel neste mundo? De que serve estar no mundo? Sentimo-nos completos aqui? Encontramos aqui tudo aquilo de que precisamos para alcançar a alegria plena? Para viver a paz? Para viver o amor? Para viver simplesmente?
Nenhum de nós entende verdadeiramente a finalidade do mundo. Duvidamos muitas vezes de que ele tenha uma finalidade. Tanto isso é verdade que, desde o início dos tempos, o homem busca sentido para sua humanidade, para seu estar-no-mundo. Tudo o que aprendemos dessa busca, como legado da história que chegou até nós, ainda não é suficiente para satisfazer nossos anseios mais profundos. Nada do que existe no mundo jamais preencheu o vazio de nenhum daqueles que viveram no mundo e para o mundo.
A lição do UCEM para este dia 25 diz: Eu não sei para que serve coisa alguma. Isso talvez seja suficiente para provocar a reflexão, se as perguntas que deram início a este recado não foram.
Arvoramo-nos senhores do mundo desde que o mundo é mundo, mas, com raras exceções, nunca chegamos a perceber claramente para que servem as coisas que o mundo nos apresenta. Chegamos, talvez, a vislumbrar a utilidade de muitos dos artefatos que usamos no dia a dia em algumas poucas ocasiões. Porém, raras vezes paramos para pensar para que os utilizamos de fato. Que sentido há no uso desta ferramenta que o computador põe a minha disposição, por exemplo? A que finalidade eu atendo pelo uso desta ferramenta? Para que, de verdade, ela serve?
É imprescindível, para o ensinamento do UCEM, que questionemos tudo o que aprendemos a respeito do mundo. Precisamos desistir dos objetivos que demos a todas as coisas que criamos em nosso mundo e também daqueles objetivos dados para todas aquelas que recebemos como herança de todos os que vieram antes de nós.
Para quê?
Como fazer isso?
Vamos pensar a respeito?

sábado, 24 de janeiro de 2009

É tudo novo de novo

Há uma canção que diz: "É tudo novo de novo". Mas nem todos vemos assim. Como aquele conhecido escritor alemão, pensamos que não há "nada de novo no front", a maior parte do tempo. Esquecemo-nos de autorizar nossos olhos a se atualizarem, a não se fixarem num registro imaginário que já passou. A não cristalizarem o mundo em uma imagem imutável. A não o colocarem sob o controle e a guarda de crenças arraigadas que já perderam o sentido e a validade.
O presente é sempre novo. É sempre aqui. Agora. Neste exato momento.
De que falávamos mesmo dias atrás? Quem falava?
É interessante notar o modo como nos condicionamos [a maioria de nós, me parece] a aceitar, sem questionamento algum, tudo, ou quase tudo, o que nos receitam ou indicam as autoridades, os meios de comunicação, os políticos, as religiões, os gurus, os sábios, os profetas, a propaganda, os criadores da moda, a internet, com seu mundo virtual e seus infinitos "hards" e "softs", que atendem às necessidades mais impressionantes e estapafúrdias, às vezes, se é que podemos chamar de necessidades a algumas delas.
Esquecemo-nos [a maioria de nós, mais uma vez] das condições de vida de algum tempo atrás. Incorporamos a nosso dia a dia uma série, inominável, de necessidades que não existiam há bem pouco tempo. Já não vivemos, ou dizemos não entender como se podia viver, sem este ou aquele artefato moderno, que as novas tecnologias colocam à disposição hoje. E esperamos mais. Queremos sempre mais. Mais conforto, mais tempo, mais tudo. Para quê? Se não temos a menor noção daquilo que é o melhor para nós mesmos.
É esta a afirmação do exercício deste dia 24 de janeiro, deste novo ano: Eu não percebo meus maiores interesses. E se nos pusermos a pensar a respeito com vagar e com alguma atenção, como o aconselha o Curso, veremos quão verdadeira é a ideia. Basta que sejamos apenas um pouquinho mais honestos do que o habitual para com nós mesmos ao examinar as situações que se apresentam, ou se apresentaram a nós, para as quais ainda não sabemos qual a solução ideal. Isto é, a solução que nos colocaria em contato com a alegria perfeita.
Continuamos a basear nossas vidas em crenças que já se provaram equivocadas, apenas porque não queremos dar o braço a torcer.Não queremos tomar a decisão de olhar para o mundo de modo diferente. Apenas porque não queremos reconhecer que não sabemos nada. Que quanto mais aprendemos mais aprendemos que não sabemos, porque, a cada passo, o que não sabemos é muito mais do que o que sabemos. Porque o conhecimento que o mundo oferece não leva a lugar algum.
O conhecimento de que precisamos - aquele que pode nos pôr em contato permanente com a alegria, a paz e a felicidade - não está no mundo. Ou está também. Mas não pertence a ele, no sentido de que não depende dele.
Lembro-me de que certa vez anotei em meus rascunhos [uns cadernos que uso há algum tempo para registrar minhas observações e reflexões, leituras, citações e outras coisas de meu interesse] uma ideia sobre a qual talvez valha a pena pensar um pouquinho. E que vale para tudo o que digo, em qualquer tempo e lugar. Aqui, quem sabe, mais ainda. Todas as afirmações que fazemos, nós, eu e todas as pessoas do mundo, são somente perguntas para as quais buscamos respostas. Isto é, não há nada no mundo - ou a respeito dele - que possamos, de fato, afirmar, porque a impermanência do mundo e das coisas nele, nós mesmos entre elas, ou, se preferirem, o "princípio da incerteza de Heisenberg", reduz tudo à possibilidade, à probabilidade, à potencialidade.
O que, de uma certa forma, prova o que dizia o cantor. Se olharmos bem, "é tudo novo de novo". E prova ainda o acerto da ideia da lição de hoje, que vale repetir e refletir: Eu não percebo meus maiores interesses.
O debate está aberto. Quem se habilita?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

De Volta ao Aconchego e à Paz

Uma música que já tem algum tempo diz: "estou de volta pro meu aconchego... a paz que eu gosto de ter". Não será isso que procuramos todos? Não será este o destino final de cada um de nós, quando se fecharem as cortinas do tempo diante de nossos olhos? Vagamos por tantos lugares, abrimos tantos caminhos, para chegar exatamente aonde? Onde estará nosso aconchego? Onde encontraremos a paz que gostamos de ter?
Buscamos desvendar tantos mistérios. E para quê? Haverá de fato algum mistério no viver, além daqueles que nós mesmos criamos? Outra música diz que "o maior mistério é ver mistérios, ai de mim, senhora natureza humana. Olhar as coisas como são, quem dera. E apreciar o simples que de tudo emana. Nem tanto pelo encanto da palavra [a pretensa reveladora do mistério], mas pela beleza de se ter a fala". Simples, não?
Simples não quer dizer fácil. Mas só é difícil aquilo que não nos dispomos a aprender, aquilo que não nos dispomos a fazer. Carl Rogers, conhecido psicólogo que trabalhou toda a vida com o ensino, disse, próximo ao fim de seu tempo, ter descoberto durante sua longa vida de trabalho com a educação, que ninguém ensina nada a ninguém e que as pessoas só aprendem aquilo que querem aprender.
O ensinamento do UCEM diz que só ensinamos [a nós mesmos e aos que habitam nosso mundo] aquilo que precisamos aprender. E mais, que tudo o que precisamos fazer é apenas lembrar de que vivemos num sonho, pesadelo para alguns [para a maioria de nós?]. E diz ainda que podemos viver/construir/criar, neste mundo mesmo, "o sonho feliz", em lugar do pesadelo. Basta uma decisão. Uma escolha.
É o que nos diz também a lição deste dia 23 de janeiro: Posso escapar do mundo que vejo desistindo dos pensamentos de ataque.
Quem sabe, refletir a este respeito, a respeito desta ideia, nos possa levar de volta ao aconchego, à paz que gosta(ría)mos de ter, à descoberta de que não existem mistérios e à conclusão de que podemos aprender tudo o que quisermos. Até a construir "o sonho feliz". Só precisamos escolher lembrar de onde viemos e para onde vamos.
Alguém deseja comentar?
Por favor...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A Mudança Necessária

Começamos falando de mudança e alguns dos comentários também trouxeram observações a respeito dela. Continuemos, pois, nesta direção, uma vez que já disse alguém que a única constante com a qual podemos contar neste mundo que criamos em conjunto, o lugar aonde pensamos viver, é a mudança.
No início do ano passado, ocorreu-me o seguinte: a "mudança" necessária para que vejamos o mundo de forma diferente [lembram da lição de ontem, 21/jan?] não é um estado para ser obtido, ou perseguido e alcançado em muitas vidas. No tempo. Pode-se [é possível!] consegui-la instantânea e imediatamente. Num piscar de olhos.
Ela depende apenas de uma decisão. Depende de se buscar um estado de atenção permanente a nós mesmos. Ao que somos e ao que vivemos, e ao que criamos a partir do que somos, ou seja, a partir do estado de atenção. Ao que sentimos em nosso contato particular com o mundo que criamos e recriamos a cada instante, a cada nova informação, a cada experiência nova. É um estado de "iluminação" constante e permanente que se pode, sim, alcançar pela consciência de que não há, a consciência de que não existe um estado diferente daquele que vivemos agora. A consciência de que, como diz, uma antiga canção: "tudo está no seu lugar, graças a Deus". O tempo inteiro. Agora e sempre.
Assim, não precisamos nos preocupar muito com o que vemos [projeção de nossos desejos no mundo] porque, se prestarmos bastante atenção ao que se passa internamente em nós durante a maior parte de nossos dias, havemos de concordar com a ideia expressa pelo exercício do UCEM para este dia 22 de janeiro, que diz: O que vejo é uma forma de vingança.
Alguém quer comentar a respeito. Por favor. À vontade.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O Novo Começo/The New Beginning

Ano Novo. Vida Nova. A oportunidade ideal para O Novo Começo.
Assim como tudo se renova a cada instante na natureza, para fenecer e morrer no instante seguinte, nossos dias se desenrolam incessantemente, num começar e terminar que não tem fim. Basta um piscar de olhos e alguma coisa ou alguém desapareceu de nosso mundo. Partiu? Viajou? Morreu? Não é tão simples assim. O que vimos um instante atrás já não é a mesma coisa que vemos agora, ao lhe dirigirmos um novo olhar. Nossos olhos também já não são os mesmos.
Por isso os convido a participarem deste espaço. Para, quem sabe, aprendermos juntos O Novo Começo.
Vamos conversar e trocar ideias a respeito dos ensinamentos do UCEM. Vamos aprender todos os dias com os exercícios e com os comentários a seu respeito. Quiçá aprendamos que aprender depende também do que ensinamos. E que só ensinamos aquilo que precisamos aprender. E que tudo, absolutamente tudo, se renova a cada instante quando aprendemos a olhar para as coisas de modo diferente. E que podemos aprender a aprender, e a fazer isso [olhar para as coisas de modo diferente]. E que as coisas todas do mundo, ao se renovarem, para se apresentarem a nós de forma diferente a cada instante, são a prova de que "tudo está absolutamente certo" exatamente da forma como se apresenta a nós em qualquer instante de nossas vidas.
Como já disse alguém muito sabiamente, o mundo muda quando nós mudamos.
Cabe aqui muito bem lembrar que o exercício para este dia, o de número 21, é o seguinte: Estou decidido a ver as coisas de modo diferente.
Depois de algum tempo estudando o UCEM fica bem claro que esta é a única decisão que podemos tomar, se quisermos de verdade trazer alguma mudança em nossa vida.
Bem, espero que isso sirva como o sinalizador d'O Novo Começo.
Bem-vindos!