segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

É preciso abandonarmos a crença na separação

LIÇÃO 59

As seguintes ideias são para a revisão de hoje:

1. (41) Deus vai comigo aonde eu for.

Como posso estar só, se Deus sempre vai comigo? Como posso ter dúvidas e ficar inseguro de mim mesmo, se a certeza perfeita habita n'Ele? Como posso ser perturbado por qualquer coisa, se Ele descansa em mim na paz absoluta? Como posso sofrer, se o amor e a alegria me envolvem por intermédio d'Ele? Que eu não nutra ilusões acerca de mim mesmo. Eu sou perfeito porque Deus vai comigo aonde eu for.

2. (42) Deus é minha força. A visão é Sua dádiva.

Que eu não recorra a meus próprios olhos para ver hoje. Que eu esteja disposto a trocar minha ilusão lamentável de ver pela visão que é dada por Deus. A visão de Cristo é sua dádiva, e Ele a dá a mim. Que eu invoque esta dádiva hoje, para que este dia possa me ajudar a compreender a eternidade.

3. (43) Deus é minha Fonte. Separado d'Ele, não posso ver.

Posso ver aquilo que Deus quer que eu veja. Não posso ver mais nada. Além da Vontade d'Ele só existem ilusões. É isto que escolho quando penso poder ver separado d'Ele. É isto que escolho quanto tento ver com os olhos do corpo. Apesar disso, a visão de Cristo me é dada para substituí-los. É por meio desta visão que escolho ver.

4. (44) Deus é a luz na qual eu vejo.

Não posso ver na escuridão. Deus é a única luz. Por isso, se é para eu ver, tem de ser por meio d'Ele. Eu tento definir o que é ver e estou errado. Agora me é dado compreender que Deus é a luz na qual eu vejo. Que eu receba bem a visão e o mundo feliz que ela me mostrará.

5. (45) Deus é a Mente com a qual eu penso.

Não tenho nenhum pensamento que eu não compartilhe com Deus. Não tenho nenhum pensamento separado d'Ele, porque não tenho nenhuma mente separada da d'Ele. Como parte da Mente d'Ele, meus pensamentos são os d'Ele e os Pensamentos d'Ele são os meus.

*

COMENTÁRIO:

Nesta segunda-feira, dia 28 de fevereiro, revisamos cinco das ideias mais importantes desta série de 50 lições que abre o Livro de Exercícios, muito embora não se possa dizer que alguma ideia é mais importante do que qualquer outra, uma vez que, de acordo, com o Curso qualquer uma delas inteiramente aprendida e posta em prática pode ensejar a nossa salvação e a do mundo todo.

Porém, como lhes disse a ideia que nos traz a lição 41 a transforma em uma de minhas lições favoritas, porque se a examinarmos com atenção está tudo lá. Acreditar nesta ideia pode fazer com que sejamos capazes de nos permitirmos abandonar toda e qualquer ilusão acerca do mundo de de tudo o que ele contém.

Não lhes parece confortadora a ideia de que Deus está conosco aonde estivermos? Que não estamos sós? E que não há nada que precisemos temer? E que tal saber que a visão é a dádiva de Deus para nós? Que é d'Ele que vem nossa força? Deus é nossa Fonte. Separados d'Ele não somos capazes de ver, mas não podemos nos separar d'Ele.

Também é tranquilizador saber que a Luz em vemos vem d'Ele e que Ele sempre vai iluminar nossos passos. Pois como vimos em uma das lições anteriores Deus está em tudo o que vemos, porque Ele está em nossas mentes. Aliás, esta é a última ideia da nossa revisão de hoje. Deus é a Mente com a qual pensamos.

De que mais precisamos para abandonar toda e qualquer crença na separação?

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A santidade não nos impede de sermos humanos

LIÇÃO 58

Estas são as ideias para revisar hoje:

1. (36) Minha santidade envolve tudo o que vejo.

É da minha santidade que nasce a percepção do mundo verdadeiro. Ao perdoar, eu não me vejo mais como culpado. Posso aceitar a inocência que é a verdade a meu respeito. Vista por meio de olhos compreensivos, a santidade do mundo é tudo o que vejo, pois só posso conceber os pensamentos que tenho acerca de mim mesmo.

2. (37) Minha santidade abençoa o mundo.

A percepção de minha santidade não abençoa só a mim. Todos e tudo o que vejo em sua luz compartilham da alegria que ela me traz. Não há nada que esteja separado desta alegria, porque não existe nada que não compartilhe minha santidade. À medida que reconheço minha santidade, a santidade do mundo também traz seu brilho para todos verem.

3. (38) Não há nada que minha santidade não possa fazer.

Minha santidade é ilimitada em seu poder de curar, porque é ilimitada em seu poder de salvar. De que mais se pode ser salvo exceto de ilusões? E o que são todas as ilusões exceto ideias falsas a respeito de mim mesmo? Minha santidade desfaz todas elas pela afirmação da verdade acerca de mim. Na presença de minha santidade, que compartilho com o Próprio Deus, todos os ídolos desaparecem.

4. (39) Minha santidade é minha salvação.

Já que minha santidade me salva de toda culpa, reconhecer minha santidade é reconhecer minha salvação. É também reconhecer a salvação do mundo. Uma vez que eu aceite minha santidade, nada pode me amedrontar. E, em razão de eu não ter medo, todos têm de compartilhar minha compreensão, que é a dádiva de Deus para mim e para o mundo.

5. (40) Eu sou abençoado como um Filho de Deus.

Aqui está minha reivindicação a todo o bem, e só ao bem. Eu sou abençoado como um Filho de Deus. Todas as coisas boas são minhas, porque Deus as destinou a mim. Não posso sofrer nenhuma perda ou privação ou dor em razão de ser Quem sou. Meu Pai me apoia, me protege e me orienta em todas as coisas. Seu cuidado por mim é infinito e está comigo para sempre. Eu sou eternamente abençoado como Seu Filho.

*

COMENTÁRIO: 

Nunca é demais lembrar que a santidade de que o Curso fala não tem nenhuma relação com a santidade tal qual nos foi ensinada pelas religiões. Uma santidade que trata de seres sobre-humanos e poderosos com qualidades de que não nos acreditamos portadores, porque  inimagináveis para nossa experiência de seres dotados de um corpo aparentemente frágil e cheio de fraquezas e necessidades, que limitam o campo de ação do espírito. E até porque nos imaginamos corpos apenas a maioria das vezes, esquecidos do espírito que nos move.

Não! A santidade a que refere o Curso é exatamente nossa condição natural: a de ser como somos, sem tirar nem pôr. Somos santos assim como somos. Aqui e agora. Não há nada a ser acrescentado nem nada a ser tirado. Isto é, mesmo vivendo aparentemente em um corpo, a santidade nos dá poderes ilimitados e permite que, se assim desejarmos, todas as nossas ações e todos os nossos pensamentos durante este nosso estar-no-mundo sejam expressão e manifestação do divino.

É isto que as ideias que revisamos neste domingo, dia 27 de feveiro, vem nos lembrar. Podemos viver nossa humanidade neste mundo a partir do contato com a santidade em nós. É por isso que somos abençoados como Filhos de Deus.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Trocar a forma de ver do ego pela do Espírito Santo

LIÇÃO 57

Hoje vamos revisar estas ideias:

1. (31) Eu não sou vítima do mundo que vejo.

Como posso ser vítima de um mundo que pode ser completamente desfeito, se eu escolher fazê-lo? Minhas correntes estão soltas. Posso me livrar delas simplemente por desejar fazê-lo. A porta da prisão está aberta. Posso abandoná-la simplesmente caminhando para fora dela. Nada me prende a este mundo. Só meu desejo de ficar me mantém prisioneiro. Quero desistir de meus desejo loucos e caminhar, enfim, na direção da luz do sol.

2. (32) Eu invento o mundo que vejo.

Eu inventei a prisão na qual me vejo. Tudo o que preciso fazer é reconhecer isto e estou livre. Eu me engano ao acreditar que é possível aprisionar o Filho de Deus. Fui cruelmente enganado nesta crença, que não quero mais. O Filho de Deus tem de ser livre para sempre. Ele é tal como Deus o criou, e não o que quero fazer dele. Ele está aonde Deus quer que ele esteja, e não aonde eu imaginava mantê-lo.

3. (33) Existe outro modo de olhar para o mundo.

Uma vez que a finalidade do mundo não é aquela que atribuí a ele, tem de haver outro modo de olhar para ele. Eu vejo tudo de cabeça para baixo e meus pensamentos são o contrário da verdade. Eu vejo o mundo como uma prisão para o Filho de Deus. A verdade, então, tem de ser que o mundo realmente é um lugar no qual ele pode ser libertado. Quero olhar para o mundo como ele é, e vê-lo como um lugar onde o Filho de Deus encontra sua liberdade.

4. (34) Eu poderia ver paz em vez disto.

Quando eu vir o mundo como um lugar de liberdade, perceberei claramente que ele reflete as leis de Deus em lugar das regras que inventei para ele obedecer. Compreenderei que a paz, não a guerra, habita nele. E perceberei que a paz também habita nos corações de todos aqueles que compartilham este lugar comigo.

5. (35) Minha mente é parte da Mente de Deus. Eu sou absolutamente santo.

Quando compartilho a paz do mundo com meus irmãos, começo a compreender que esta paz nasce do fundo de mim mesmo. O mundo para o qual olho adquire a luz do meu perdão e me devolve o brilho do perdão. Nesta luz eu começo a ver aquilo que minhas ilusões a meu próprio respeito mantinham escondido. Começo a compreender a santidade de todas as coisas vivas, incluindo a mim mesmo, e a unidade delas comigo.

*

COMENTÁRIO:

Neste sábado, dia 26 de fevereiro, já nos aproximamos do término de nossa revisão. Espero que ela tenha sido proveitosa para todos e que tenha servido para fixar na consciência as ideias que vão nos ajudar a abandonar os ensinamentos do mundo, do sistema de pensamento do ego, substituindo-os pela forma de ver do Espírito Santo.

As ideias que revisamos hoje são particularmente apropriadas a este fim, uma vez que elas nos liberam da crença de que podemos de alguma forma ser vítimas de um mundo cruel e vingativo, de um deus cruel e castigador, que só existe na ilusão do sistema de pensamento do ego, baseado no medo.

Por outro lado, as ideias das práticas deste sábado também nos informam que fomos nós a inventar o mundo e que existe uma outra maneira de olhar para ele. Uma maneira que pode nos fazer ver paz em lugar de todo o caos que aparentemente reina no mundo visto pelos olhos do ego.

Para tanto, basta que nos voltemos para o interior de nós mesmos, aquietando-nos e aquietando nossa mente para descobrir que ela é parte da Mente de Deus. Isso pode nos devolver à santidade, que é nossa condição original de Filhos de Deus.

Isso não lhes parece motivo suficiente para nos dedicarmos às práticas de coração e mente abertos?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Em que acreditamos a nosso próprio respeito?

LIÇÃO 56

Nossa revisão para o dia de hoje abrange o seguinte:

1. (26) Meus pensamentos de ataque ferem minha invulnerabilidade.

Como posso saber quem sou, se me vejo sob ataque constante? A dor, a doença, a perda, a idade e a morte parecem me ameaçar. Todas as minhas esperanças, e desejos e planos, parecem estar à mercê de um mundo que não posso controlar. No entanto, a segurança perfeita e a realização completa são minha herança. Eu tento entregar minha herança em troca do mundo que vejo. Mas Deus mantém minha herança a salvo para mim. Meus próprios pensamentos verdadeiros me ensinarão o que ela é.

2. (27) Acima de tudo, eu quero ver.

Reconhecendo que o que vejo reflete o que penso que sou, percebo claramente que a visão é minha maior necessidade. O mundo que vejo á a confirmação da natureza terrível da auto-imagem que criei. Se eu quiser me lembrar de quem eu sou, é essencial que eu abandone esta imagem de mim mesmo. Quando ela for substituída pela verdade, a visão certamente me será dada. E, com essa visão, olharei para o mundo e para mim mesmo com caridade e amor.

3. (28) Acima de tudo, quero ver as coisas de modo diferente.

O mundo que vejo mantém minha auto-imagem terrível no lugar e assegura sua continuidade. Enquanto eu vir o mundo tal como o vejo agora, a verdade não pode penetrar em minha consciência. Quero permitir que a porta por trás deste mundo seja aberta para mim, para eu poder olhar, adiante dela, para o mundo que reflete o Amor de Deus.

4. (29) Deus está em tudo o que vejo.

Por trás de cada imagem que faço, a verdade permanece inalterada. Por trás de cada véu com que cubro a face do amor, sua luz continua a ser radiante. Além de todos os meus desejos loucos está minha vontade, unida à Vontade de meu Pai. Deus ainda está em todos os lugares e em todas as coisas para sempre. E nós, que somos parte d'Ele, ainda olharemos para o que há além de todas as aparências e reconheceremos a verdade além de todas elas.

5. (30) Deus está em tudo o que vejo, porque Deus está em minha mente.

Em minha própria mente, por trás de todos os meus pensamentos loucos de separação e de ataque, existe o conhecimento de que tudo é um para sempre. Eu não perdi o conhecimento de Quem eu sou, porque me esqueci disso. Ele está guardado para mim na Mente de Deus, Que não abandona Seus Pensamentos. E eu, que estou entre eles, sou um com eles e um com Ele.

*

COMENTÁRIO:

Em geral, não nos damos conta de que nossos pensamentos, quando mal dirigidos, se voltam diretamente contra nós. Uma vez que, como o Curso diz, os pensamentos não podem deixar sua fonte e a mente não pode ser fragmentada, apesar de nos projetarmos e percebermos separados uns dos outros e de Deus, tudo aquilo que pensamos e atribuímos ao(s) outro(s) é o que afirmamos, sem perceber muitas vezes, a respeito de nós mesmos. É aquilo que acreditamos a nosso próprio respeito.

Pensamos ver e nos esquecemos de que o que vemos é apenas uma imagem que projetamos a partir do que pensamos querer ver. É por isso que os pensamentos de ataque ferem nossa própria invulnerabilidade. Ao acreditarmos que podemos atacar, afirmamos para nós mesmos que podemos ser atacados e, se podemos ser atacados, não podemos ser invulneráveis.

As ideias que revisamos nesta sexta-feira, dia 25 de fevereiro, oferecem os meios para nos libertarmos das crenças nas quais não é possível acreditar, dando-nos também uma orientação que pode nos trazer de volta à verdade a respeito do que somos, do que sempre fomos e sempre seremos na unidade com Deus. Para tanto, é preciso reconhecermos a necessidade da tomada de decisão. É preciso querer ver acima de tudo para ver. Do mesmo modo, se o que vemos apenas nos afasta da alegria e da paz, é preciso que nos decidamos a ver de modo diferente. É esta decisão que vai permitir percebermos Deus em tudo o que vemos pois, ao tomá-la, reconhecemos que Deus está em nossa mente.

Não lhes parece o melhor dos mundos revisar tendo isso em mente?

Às práticas, pois.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A única finalidade do sonho é o despertar dele

LIÇÃO 55

A revisão de hoje inclui o seguinte:

1. (21) Estou decidido a ver as coisas de modo diferente.

O que vejo agora são apenas sinais de doença, de infelicidade e de morte. Não pode ser isto o que Deus criou para Seu Filho amado. O próprio fato de eu ver tais coisas é prova de que não compreendo a Deus. Por isto, eu também não compreendo Seu Filho. O que vejo me diz que não sei quem eu sou. Estou decidido a ver as testemunhas da verdade em mim em lugar daquelas que me mostram uma ilusão de mim mesmo.

2. (22) O que vejo é uma forma de vingança.

O mundo que vejo raramente é uma representação de pensamentos amorosos. É um retrato do ataque a tudo por tudo. É tudo menos um reflexo do Amor de Deus e do Amor de Seu Filho. São meus próprios pensamentos de ataque que dão origem a este retrato. Meus pensamentos amorosos vão me salvar desta percepção do mundo e me darão a paz que Deus pretendia que eu tivesse.

3. (23) Posso escapar deste mundo desistindo de meus pensamentos de ataque.

A salvação está nisto, e em nenhum outro lugar. Sem pensamentos de ataque eu não poderia ver um mundo de ataque. À medida que o perdão permitir que o amor volte a minha consciência, verei um mundo de paz e de segurança e de alegria. E é isto que escolho ver em lugar daquilo para que olho agora.

4. (24) Eu não percebo meus maiores interesses.

Como eu poderia reconhecer meus maiores interesses se não sei quem sou? O que penso serem meus maiores interesses apenas me prenderia mais ao mundo de ilusões. Estou disposto a seguir o Guia que Deus me dá para descobrir quais são meus maiores interesses, reconhecendo que não posso percebê-los por mim mesmo.

5. (25) Eu não sei para serve coisa alguma.

Para mim, a finalidade de todas as coisas é a de provar que minhas ilusões a meu próprio respeito são verdadeiras. É para este fim que tento usar todos e tudo. É para isto que acredito que o mundo serve. Por esta razão não reconheço a verdadeira finalidade dele. A finalidade que dou ao mundo conduz a um quadro amedrontador dele. Que eu abra minha mente à verdadeira finalidade do mundo retirando aquela que lhe dou e aprendendo a verdade a respeito dele.

*

COMENTÁRIO:

Não sabemos para que serve o mundo, nem sabemos para que serve coisa alguma nele. Tampouco sabemos qual é nossa finalidade no mundo. Isto é, não temos, em geral, a menor ideia da razão pela qual estamos aqui onde acreditamos estar, fazendo o que pensamos fazer.

As ideias que revisamos nesta quinta-feira, dia 24 de fevereiro, de certa forma nos lembram do que eu disse logo aí acima. E apontam uma direção ou um caminho para o qual podemos orientar nosso olhar e nosso modo de pensar a respeito do mundo.

Nossa natureza original de espíritos atemporais aparentemente sofreu uma mudança quando passamos a nos ver como consciência identificada com uma forma, com um corpo separado de outros corpos e de outras consciências também separadas entre si, de acordo com Tony Parsons.

Ainda de acordo com ele, nós "criamos essa circunstância a fim de redescobrir que o sonho que vivemos não tem absolutamente nenhuma finalidade que não a de nosso despertar dele. Esse despertar surge fora do sonho, fora do tempo e está completamente fora do alcance do esforço, do caminho, do processo ou da crença individuais".

Os exercícios diários nos encaminham na direção desta descoberta, ou redescoberta.

Às práticas, pois. 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A percepção resulta de nosso modo de ver

LIÇÃO 54

Estas são as ideias para a revisão de hoje:

1. (16) Eu não tenho nenhum pensamento neutro.

Pensamentos neutros são impossíveis porque todos os pensamentos têm poder. Eles tanto criarão um mundo falso quanto me conduzirão para o mundo verdadeiro. Mas os pensamentos não podem deixar de ter efeitos. Da mesma forma que o mundo que vejo surge dos erros de meu modo de pensar, o mundo verdadeiro também despontará diante de meus olhos quando eu permitir qeu meus erros sejam corrigidos. Meus pensamentos não podem ser verdadeiros e falsos ao mesmo tempo. Eles têm de ser uma coisa ou outra. O que vejo me mostra qual das duas coisas eles são.

2. (17) Eu não vejo nenhuma coisa neutra.

O que vejo testemunha o que penso. Se eu não pensasse, não existiria, porque vida é pensamento. Que eu olhe para o mundo que vejo como a representação de meu próprio estado de espírito. Sei que meu estado de espírito pode mudar. E, por isso, sei também que o mundo que vejo pode mudar do mesmo modo.

3. (18) Não estou sozinho ao experimentar os efeitos de meu modo de ver.

Se não tenho nenhum pensamento privado, não posso ver um mundo privado. Até mesmo a ideia louca de separação teve de ser compartilhada antes de poder dar forma à base do mundo que vejo. Contudo, esse compartilhar foi um compartilhar do nada. Eu também posso apelar a meus pensamentos verdadeiros, que compartilham tudo com todos. Uma vez que meus pensamentos de separação convocam os pensamentos de separação dos outros, meus pensamentos verdadeiros também despertam os pensamentos verdadeiros neles. E o mundo que meus pensamentos verdadeiros me mostram depontará tanto na sua vista quanto na minha.

4. (18) Não estou sozinho ao experimentar os efeitos de meus pensamentos.

Não estou sozinho em nada. Tudo o que penso, ou digo, ou faço ensina a todo o universo. Um Filho de Deus não pode pensar ou falar ou agir à toa. Ele não pode estar sozinho em coisa alguma. Por isso, está ao meu alcance mudar todas as mentes junto com a minha, porque o poder de Deus me pertence.

5. (20) Eu estou decidido a ver.

Reconhecendo a natureza fracionada de meus pensamentos, estou decidido a ver. Quero olhar para as testemunhas que me mostram que o modo de pensar do mundo mudou. Quero ver a prova de que aquilo que foi realizado por meu intermédio capacitou o amor a substituir o medo, o riso a substituir as lágrimas e a abundância a substituir a perda. Quero olhar para o mundo verdadeiro e deixar que ele me ensine que minha vontade e a Vontade de Deus são uma só.

*

COMENTÁRIO:

Nesta quarta-feira, dia 23 de fevereiro, fazemos nossa quarta prática revisando as ideias das lições que vão da décima-sexta à vigésima, que cobrem os primeiros 20 dias do ano. São ideia inétidas para o sistema de pensamento do ego. O mundo é incapaz de pensar nestes termos e, se experimentarmos comentar com alguém que não conheça o ensinamento, seremos chamados de louco por querer acreditar em tal forma de pensar.

Conforme o Curso propõe, os exercícios desta primeira parte do livro se destinam a nos ensinar a desaprender tudo aquilo que o mundo nos ensinou de modo equivocado. Na verdade, nós não fazemos ideia da força de nossos pensamentos. São eles, de fato, que criam e constróem as experiências pelas quais passamos.

Como já comentei antes, logo no início do capítulo 21 do texto, o Curso nos diz: "O mundo que vês é o que deste ao mundo, nada mais do que isso. Mas, embora não seja mais do que isso, não é menos. Por isso, ele é importante para ti. Ele [o mundo] é a testemunha do teu estado de espírito, o retrato externo de uma condição interna. O modo com que um homem pensa é também o modo com que ele percebe. Por isso, não busques mudar o mundo, mas escolhe mudar tua forma de pensaar a respeito do mundo. A percepção é um resultado e não uma causa".

É por esta razão que precisamos tomar consciência da veracidade das quatro primeiras ideias que revisamos para, após praticá-las e internalizá-las em nós mesmos, chegarmos à decisão que nos aconselha a última das ideias das práticas de hoje.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Toda mudança tem de começar a ser feita dentro

LIÇÃO 53

Hoje revisaremos o seguinte:

1. (11) Meus pensamentos sem significado me mostram um mundo sem significado.

Já que os pensamentos dos quais estou ciente não significam nada, o mundo que os retrata não pode ter nenhum significado. O que produz este mundo é insano e o que ele produz também é. A realidade não é insana e eu tenho tanto pensamentos reais quanto pensamentos insanos. Por isso eu posso ver um mundo real, se confiar em meus pensamentos reais como guia para a visão.

2. (12) Eu estou transtornado porque vejo um mundo sem significado.

Pensamentos loucos são perturbadores. Ele produzem um mundo no qual não há nenhuma ordem em lugar algum. Somente o caos governa um mundo que representa um modo de pensar caótico, e o caos não tem nenhuma lei. Não posso viver em paz em tal mundo. Eu me sinto grato porque este mundo não é verdadeiro e porque não preciso vê-lo a menos que escolha dar valor a ele. E não escolho dar valor àquilo que é totalmente insano e não tem nenhum significado.

3. (13) Um mundo sem significado gera medo.

O totalmente insano gera medo porque é completamente inseguro e não oferece nenhuma base para a confiança. Nada é seguro na loucura. Ela não oferece nenhuma segurança e nenhuma esperança. Mas tal mundo não é verdadeiro. Eu lhe dou a ilusão de realidade e sofro em função da minha crença nele. Agora escolho retirar esta crença e colocar minha confiança na realidade. Ao escolher isto, escaparei dos efeitos do mundo de medo, porque estou reconhecendo que ele não existe.

4. (14) Deus não criou um mundo sem significado.

Como pode existir um mundo sem significado, se Deus não o criou? Ele é a Fonte de todo o significado e tudo o que é verdadeiro está na Mente d'Ele. Está em minha mente também, porque Ele o criou comigo. Por que eu deveria continuar a sofrer os efeitos de meus próprios pensamentos insanos, se meu lar é a perfeição da criação? Que eu me lembre do poder de minha decisão e reconheça o lugar onde, de fato, habito.

5. (15) Meus pensamentos são imagens que faço.

Tudo o que vejo reflete meus pensamentos. São meus pensamentos que me dizem onde estou e o que sou. O fato de eu ver um mundo no qual o sofrimento, a perda e a morte existem me mostram que estou vendo apenas a respresentação de meus pensamentos insanos e que não estou permitindo que meus pensamentos verdadeiros distribuam sua luz generosa sobre o que vejo. O caminho de Deus é seguro, porém. As imagens que faço não podem predominar sobre Ele, porque não é minha vontade que o façam. Minha vontade é a d'Ele e não colocarei outros deuses diante d'Ele.

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COMENTÁRIO:

O ponto central do equívoco do sistema de pensamento do ego, que é o único problema que precisamos resolver, de acordo com o ensinamento do UCEM, é a crença na separação. É desta crença que advêm todos os outros problemas que pensamos ter de enfrentar em nossa vida.

Nesta terça-feira, 22 de fevereiro, terceiro dia de práticas de revisão, as ideias que vamos revisar mostram que é também a partir da crença na separação que imaginamos ser possível que Deus tenha criado este mundo em que pensamos viver. Como afirma uma das ideias: Deus não criou um mundo sem significado. Isto quer dizer que, conforme já aprendemos, a responsabilidade pela falta de significado do mundo é nossa. E também cabe a nós a responsabilidade pelo significado que damos a ele.

Estamos meio que numa "sinuca de bico", como se diz popularmente. A ideia é "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Na verdade todo esse transtorno que aparentemente é viver neste mundo se deve apenas a nossa apego às imagens que fazemos a partir dos nosso pensamentos, de acordo com outra das ideias que revisamos hoje.

Na verdade, vamos aprender e compreender, quando nos abrirmos de vez ao ensinamento, que não existe mundo. Não há nada fora de nós. E que tudo o que é preciso mudar, se for preciso mudar alguma coisa, tem de ser mudado dentro de nós mesmos.

Às práticas, pois. Lembrem-se, por favor, das orientações dadas para as práticas neste período na introdução à revisão.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Olhar pela primeira vez para tudo e para todos

LIÇÃO 52

A revisão de hoje abrange estas ideias:

1. (6) Eu estou transtornado porque vejo o que não existe.

A realidade nunca é assustadora. É impossível que ela possa me transtornar. A realidade só traz a paz perfeita. Quando estou transtornado, é sempre porque substituí a realidade por ilusões que inventei. As ilusões são perturbadoras porque lhes dou realidade e, deste modo, considero a realidade uma ilusão. Nada na criação de Deus, de nenhuma forma, se deixa abalar por esta minha confusão. Eu sempre estou transtornado por nada.

2. (7) Eu só vejo o passado.

Ao olhar a minha volta, condeno o mundo para o qual eu olho. Chamo a isto de ver. Utilizo o passado contra todos e contra tudo, transformando-os em meus inimigos. Quando eu me perdoar e me lembrar de Quem sou, abençoarei a todos e a tudo o que vir. Não haverá passado e, por isso, nenhum inimigo. E olharei com amor para tudo o que deixei de ver antes.

3. (8) Minha mente está preocupada com pensamentos passados.

Eu só vejo meus próprios pensamentos e minha mente está preocupada com o passado. O que, então, posso ver tal como é? Que eu me lembre de que olho para o passado a fim de impedir que o presente desponte em minha mente. Que eu compreenda que estou tentando usar o tempo contra Deus. Que eu aprenda a entregar o passado, percebendo claramente que, ao fazê-lo, não estou desistindo de nada.

4. (9) Eu não vejo nada tal como é agora.

Se eu não vejo nada tal como é agora, pode-se verdadeiramente dizer que não vejo nada. Eu só posso ver o que existe agora. A escolha não está entre ver o passado ou o presente; a escolha está simplesmente entre ver ou não. Aquilo que escolhi ver me custou a visão. Agora quero escolher outra vez a fim de poder ver.

5. (10) Meus pensamentos não significam coisa alguma.

Eu não tenho nenhum pensamento privado. No entanto, é apenas de pensamentos privados de que estou ciente. O que estes pensamentos podem significar? Eles não existem e, por isso, não significam nada. Contudo, minha mente é parte da criação e parte de seu Criador. Será que eu não prefiro me unir ao modo de pensar do universo a esconder tudo o que, de fato, é meu com meus pensamentos "privados" lamentáveis e sem significado?

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COMENTÁRIO:

Nesta segunda-feira, dia 21 de fevereiro, nosso segundo dia de práticas de revisão, volto a lhes perguntar? Não lhes parece ser a primeira vez que estas ideias para as práticas lhes são apresentadas? Como confiar na memória, então? Como acreditar naquilo que vivi/vivemos há muitos anos baseados apenas na impressão que armazenamos em nossa mente e que passou a fazer parte das lembranças que temos?

Não é mais simples e mais verdadeiro, talvez, abandonar toda e qualquer lembrança que temos do passado e aprender a olhar para tudo e para todos com olhos inocentes, capazes de ver tudo e todos como se fosse a primeira vez? Como seria então o mundo? Ele não estaria livre para se mostrar em toda sua beleza? Ele não seria, então, ilimitado, pois livre de quaisquer conceitos ou pré-conceitos que poderíamos ter?

Creio que todas e cada uma das ideias que praticamos hoje, de algum modo particular, abrem diante de nossos olhos a possibilidade de olharmos para o mundo de forma diferente. De olharmos para nós mesmos, para todos e tudo de forma diferente. Abandonando-nos ao presente, à certeza de que não sabemos nada e de que não há nada que precisemos aprender quando nos rendemos ao espírito, ao divino em nós.

Boas práticas a todos.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Aprender a deixar todo o passado para trás

REVISÃO I

Introdução

1. A partir de hoje, teremos uma série de períodos de revisão. Cada um deles abrangerá cinco ideias já apresentadas, começando com a primeira e terminando com a quinquagésima. Haverá alguns comentários curtos depois de cada uma das ideias a respeito dos quais deves refletir em tuas revisões. Nos períodos de prática, os exercícios devem ser feitos da forma indicada a seguir:

2. Começa o dia lendo as cinco ideias e os comentários incluídos. Depois disso não é necessário seguir nenhuma ordem particular para refletir sobre elas, embora cada uma deva ser praticada pelo menos uma vez. Dedica dois minutos ou mais a cada período de prática, pensando a respeito da ideia e dos comentários relativos a ela depois de lê-los. Faze isso com a maior frequência possível durante o dia. Se qualquer uma das ideias te atrair mais do que as outras, concentra-te naquela. Ao final do dia, porém, certifica-te de revisar todas elas mais uma vez.

3. Não é necessário abordar nem de forma literal ou minuciosa os comentários que se seguem a cada ideia nos períodos de prática. Tenta, em vez disso, enfatizar o ponto central e pensa nele como parte de tua revisão da ideia à qual ele se relaciona. Depois de leres a ideia e os comentários relacionados a ela, os exercícios devem ser feitos, se possível, de olhos fechados e quando estiveres sozinho em um lugar tranquilo.

4. Enfatiza-se isto para os períodos de prática em teu estado atual de aprendizado. Contudo, será necessário que aprendas a não precisar de nenhum cenário especial no qual aplicar o que aprendes. Vais necessitar de teu aprendizado principalmente em situações que parecem ser perturbadoras, mais do que naquelas que já parecem ser calmas e tranquilas. O objetivo de teu aprendizado é te capacitar a carregares a serenidade contigo e a curar a aflição e o tumulto. Não se faz isto evitando-os e buscando um refúgio de isolamento para ti mesmo.

5. Tu ainda vais aprender que a paz é parte de ti e só pede que estejas presente para envolver qualquer situação em que te encontrares. E, por fim, aprenderás que não há nenhum limite em relação ao lugar onde te encontras, de modo que tua paz está em todos os lugares do mesmo modo que tu.

6. Vais perceber que, para os objetivos da revisão, algumas das ideias não são dadas exatamente em sua forma original. Usa-as como são dadas aqui. Não é necessário voltar às declarações originais nem aplicar as ideias da forma sugerida então. Agora estamos enfatizando as relações entre as primeiras cinquenta ideias que abordamos e a lógica do sistema de pensamento ao qual elas te conduzem.

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LIÇÃO 51

A revisão para o dia de hoje abrange as seguintes ideias:

1. (1) Nada do que vejo significa coisa alguma.

A razão para isto ser verdade é que eu vejo o nada e o nada não tem nenhum significado. É necessário que eu reconheça isto, para eu poder aprender a ver. O que penso ver agora ocupa o lugar da visão. Eu tenho de abandoná-lo percebendo claramente que isto não tem nenhum significado, a fim de que a visão possa assumir seu lugar.

2. (2) Dou ao que vejo todo o significado que tem para mim.

Julgo todas as coisas que vejo, e é isto, e apenas isto, que vejo. Isto não é visão. É simplesmente uma ilusão de realidade, porque meus julgamentos são feitos de modo bem separado da realidade. Estou disposto a reconhecer a falta de legitimidade em meus julgamentos, porque quero ver. Meus julgamentos me ferem e eu não quero ver em consonância com eles.

3. (3) Eu não compreendo nada do que vejo.

Como eu poderia compreender o que vejo se o julgo errado? O que vejo é a projeção de meus próprios erros de pensamento. Não compreendo o que vejo porque o que vejo não é compreensível. Não há sentido em tentar compreendê-lo. Mas existem inúmeras razões para abandonar isto e criar espaço para o que pode ser visto e compreendido e amado. Posso trocar o que vejo agora por isto simplesmente estando disposto a fazê-lo. Esta não é uma escolha melhor do que a que fiz antes?

4. (4) Estes pensamentos não significam coisa alguma.

Os pensamentos de que estou ciente não significam nada, porque estou tentando pensar sem Deus. Aquilo que chamo de "meus" pensamentos não são meus pensamentos verdadeiros. Meus pensamentos verdadeiros são os pensamentos que penso com Deus. Não estou consciente deles porque crio meus pensamentos para tomar o lugar deles. Estou disposto a reconhecer que meus pensamentos não significam nada e a abandoná-los. Escolho tê-los substituídos por aquilo que eles pretendiam substituir. Meus pensamentos são sem significado, mas toda a criação está nos pensamentos que penso com Deus.

5. (5) Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino.

Nunca estou transtornado pela razão que imagino, porque estou constantemente tentando justificar meus pensamentos. Tento constantemente torná-los verdadeiros. Torno todas as coisas minhas inimigas a fim de que minha raiva seja justificada e meus ataques sejam autorizados. Não percebo claramente o quanto uso de modo equivocado todas as coisas que vejo por lhes conferir este papel. Faço isto para defender um sistema de pensamento que me fere e que não quero mais. Estou disposto a abandoná-lo.

*

COMENTÁRIO:

Agora que já estamos mais ou menos acostumados ao ritmo das práticas e que elas passaram a fazer parte de nosso hábito, o Curso oferece a oportunidade de revisar o aprendizado, orientando-nos a voltar a uma ou mais de uma das ideias que praticamos como forma de fixá-la na mente ou mesmo entender algum aspecto que passou em nosso primeiro contato com ela.

Neste domingo, 20 de fevereiro, estamos começando a primeira revisão. Não vou me alongar nos comentários nestes próximos dez dias, uma vez que as instruções para cada uma das ideias que vamos praticar já exigem um bocado da atenção. Peço-lhes, porém, que procurem perceber o quanto parece ser a primeira vez que vemos cada uma das ideias, sempre que nos aproximamos delas de coração e mente abertos. Isso é parte do aprendizado. É para que deixemos todo o passado para trás. Ele não existe.

Assim, se ficar alguma dúvida para alguém,  fiquem, por favor, à vontade para expô-la. Sintam-se também à vontade para comentar a lição e as ideias do dia, acrescentando suas impressões e experiências, sempre que possível e necessário. Se precisarem de alguma informação adicional, é só perguntar.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Acolher a luz divina para iluminar nossos passos

LIÇÃO 50

É o Amor de Deus que me anima.

1. Eis aqui a resposta a todos os problemas com os quais te defrontarás hoje e amanhã e ao longo do tempo. Neste mundo, tu acreditas que tudo te dá forças, menos Deus. Colocas tua fé nos símbolos mais insignificantes e loucos; pílulas, dinheiro, roupa "de proteção", influência, prestígio, ser querido, conhecer as pessoas "certas" e uma infinidade de formas do nada às quais dotas de poderes mágicos.

2. Todas estas coisas são teus substitutos para o Amor de Deus. Todas estas coisas são alimentadas para assegurar uma identificação com o corpo. Elas são cantos de louvor ao ego. Não ponhas tua fé naquilo que é inútil. Ele não te dará forças.

3. Só o Amor de Deus te protegerá em todas as circunstâncias. Ele te elevará acima de todas as provações e te erguerá bem alto, acima de tudo o que se considera serem os perigos deste mundo, na direção de um clima de paz e segurança perfeitas. Ele te transportará a um estado de espírito que nada pode ameaçar, nada pode perturbar e no qual nada pode se intrometer na serenidade eterna do Filho de Deus.

4. Não ponhas tua fé em ilusões. Elas te abandonarão. Põe toda a tua fé no Amor de Deus dentro de ti; eterno, imutável e infalível para sempre. Esta é a resposta para qualquer coisa que enfrentares hoje. Por meio do Amor de Deus em ti podes resolver todas as aparentes dificuldades sem esforço e com confiança infalível. Dize isto a ti mesmo com frequência hoje. É uma declaraão de libertação de tua crença em ídolos. É teu reconhecimento da verdade a teu próprio respeito.

5. Por dez minutos, duas vezes hoje, pela manhã e à noite, deixa a ideia para hoje mergulhar profundamente em tua consciência. Repete-a, pensa a respeito dela, deixa que ideias afins venham te ajudar a reconhecer sua verdade, e permite que a paz flua sobre ti como um manto de proteção e segurança. Não deixes que nenhum pensamento inútil e tolo entre para perturbar a mente santa do Filho de Deus. Assim é o Reino do Céu. Assim é o local de repouso em que teu Pai te colocou para sempre.

*

COMENTÁRIO:

Eis aqui, então,  completas as primeiras 50 lições. Eu diria que cada uma delas é extremamente importante no processo de desaprender aquilo que o mundo nos ensinou, ensina e vai continuar a ensinar nos momentos em que estamos afastados do sistema de pensamento do Espírito Santo, que o Curso nos oferece como forma de chegarmos ao autoconhecimento. A Deus.

A ideia que praticamos neste sábado, 19 de fevereiro, é mais uma daquelas ideias que nos devolve à consciência a verdade a respeito daquilo que nos mantêm vivos. Pois como eu disse há pouco tempo em um comentário, tirando o divino de nós não sobra nada. Praticá-la, pois, é encher-se do espírito. É acolher a luz divina e permitir que Deus ilumine cada um de nossos passos.
A lição de hoje encerra o primeiro trecho de nossa jornada. E, para quem perdeu algum passo, vamos começar, a partir de amanhã, o primeiro período de revisão, no qual vamos revisitar os passos que demos para limpar alguma pegada que eventualmente tenha ficado e para retirar do caminho quaisquer pedras e/ou obstáculos que possam nos fazer tropeçar mais adiante.

A partir de amanhã e durante dez dias seguintes, vamos relembrar de cada uma das 50 primeiras ideias que o Curso nos oferece como forma de limpar a mente dos ensinamentos equivocados do ego. Isto é, uma forma de desaprendermos o ensinamento do mundo que busca perpetuar nossa crença na ilusão de uma separação que nunca existiu e nem é possível.

Do mesmo jeito que disse no ano passado, minha sugestão é a de fiquemos atentos, pois, para praticar com fé, na certeza de que as práticas vão nos levar a atingir os objetivos com que nos comprometemos quando aceitamos a orientação do Espírito Santo no sentido da necessidade de fazermos os exercícios diariamente.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

No silêncio é possível ouvir a Voz por Deus

LIÇÃO 49

A Voz de Deus fala comigo durante todo o dia.

1. É bem possível escutar a Voz de Deus durante todo o dia sem interromper tuas atividades normais de modo algum. A parte de tua mente na qual a verdade habita está em comunicação permanente com Deus, quer estejas ciente disso quer não. É a outra parte da tua mente que atua no mundo e que obedece às leis do mundo. É esta parte que está constantemente distraída, desorganizada e é muito inconstante.

2. A parte que ouve a Voz por Deus é calma, está sempre em paz e é totalmente segura. Ela é, de fato, a única parte que existe. A outra parte é uma ilusão louca, frenética e perturbada, mas destituída de qualquer tipo de realidade. Tenta não dar ouvidos a ela. Tenta te identificar com a parte de tua mente em que a serenidade e a paz reinam para sempre. Tenta ouvir a Voz de Deus te chamar amorosamente, lembrando-te de que teu Criador não Se esqueceu de Seu Filho.

3. Hoje precisamos pelo menos quatro períodos de prática de cinco minutos, e mais, se possível. Tentaremos, de fato, ouvir a Voz de Deus fazendo-te lembrar d'Ele e de teu Ser. Vamos nos aproximar com confiança destes pensamentos que são os mais felizes e santos, sabendo que, ao fazê-lo, estamos unindo nossa vontade à Vontade de Deus. Ele quer que ouças Sua Voz. Ele A deu a ti para ser ouvida.

4. Escuta em profundo silêncio. Fica muito sereno e abre tua mente. Ultrapassa todos os guinchos estridentes e todas as fantasias doentias que encobrem teus pensamentos verdadeiros e escondem tua ligação eterna com Deus. Mergulha profundamente na paz que espera por ti além dos pensamentos frenéticos e desenfreados e das cenas e sons deste mundo louco. Tu não vives aqui. Estamos tentando alcançar teu lar verdadeiro. Estamos tentando alcançar o lugar aonde tu és verdadeiramente bem-vindo. Estamos tentando alcançar Deus.

5. Não te esqueças de repetir a ideia de hoje com muita frequência. Faze-o de olhos abertos quando necessário, mas fechados quando possível. E, sempre que puderes, certifica-te de te sentares tranquilamente e repetir a idea para hoje, fechando os olhos ao mundo e percebendo claramente que convidas a Voz de Deus a falar contigo.

*

COMENTÁRIO:

Meio que repetindo o comentário que fiz para esta lição no ano passado vou dizer de novo. Uma vez que a lição 41 nos diz ser "bem possível [e muito fácil] alcançar Deus", por ser isto "a coisa mais natural do mundo", ou melhor dizendo, "a única coisa natural no mundo", vocês não acham que pode ser possível e verdadeira a ideia que vamos praticar nesta sexta-feira, dia 18 de fevereiro? A ideia de que é possível ouvir a Voz de Deus durante todo o dia, independente do que estivermos fazendo.

A lição nos diz que, para tanto, basta buscarmos ficar em silêncio para colocar toda a nossa atenção naquela parte de nossa mente que nunca se separou de Deus, aquela parte que é a única que existe verdadeiramente. A única que é real e que não dá crédito à louca ilusão criada pelo sistema de pensamento do ego, que crê em uma separação que não existe, e que chamamos de mundo. A única parte de nossa mente que nem mesmo obedece às leis que o ego inventa.

Como já disse, basta, portanto, que nos calemos, que nos acalmemos, buscando criar um espaço de silêncio e de paz no interior de nós mesmos, evitando quaisquer discussões ou conflitos com o que quer que seja. Para buscarmos estar presentes, abertos para a Voz por Deus em nós, para ouví-La e para sentir a Presença d'Ele.

Isso me lembra uma das músicas que cantávamos na Igreja, quando eu era frequentador assíduo das missas. Acho, se não me engano, que ela ainda é cantada antes da leitura do Evangelho. Ela dizia: "Faça silêncio em seu coração, pois o Senhor lhe quer falar". O que me parece dizer que não é preciso se estar em nenhum lugar especial, mas que tudo o que necessitamos é aquietar o coração e a mente para ouvir a Voz por Deus.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

"Se Deus é por nós, quem será contra?"

LIÇÃO 48

Não há nada a temer.

1. A ideia para hoje simplesmente declara um fato. Não é um fato para aqueles que acreditam em ilusões, mas ilusões não são fatos. Na verdade, não há nada a temer. É muito fácil reconhecer isto. Mas, para aqueles que querem que as ilusões sejam verdadeiras, é muito difícil reconhecê-lo.

2. Os períodos de prática de hoje serão muito breves, muito simples e muito frequentes. Repete simplesmente a ideia tantas vezes quanto possível. Podes usá-la de olhos abertos a qualquer momento e em qualquer situação. Recomenda-se com veemência, porém, que reserves cerca de um minuto sempre que possível para fechar os olhos e repetir a ideia lentamente para ti mesmo várias vezes. É particularmente importante que utilizes a ideia imediatamente, se alguma coisa perturbar tua paz de espírito.

3. A presença do medo é um forte indício de que estás confiando em tua própria força. A consciência de que não há nada a temer demonstra que em algum lugar em tua mente, embora não necessariamente em um lugar que já reconheças, tu te lembraste de Deus e deixaste a força d'Ele tomar o lugar de tua fraqueza. No instante em que estiveres disposto a fazer isto, de fato, não há nada a temer.

*

COMENTÁRIO:

Eis aqui uma lição curta, simples, prática e eficaz. Esta é uma lição da qual devemos nos lembrar em todos os instantes em que nos sentimos inseguros, em que nos assalta a dúvida acerca de que direção tomar, que decisão tomar. Em todos os instantes em que nos percebemos em perigo por qualquer razão que seja.

Se voltarmos nossa atenção para a introdução do Curso, vamos ler lá que nossa herança natural é o amor. Resumindo todo o ensinamento, a introdução diz:

Nada real pode ser ameaçado.
Nada irreal existe.

Nisso está a paz de Deus.

Se, de fato, acreditarmos nestas três frases, imprimindo-as em nossa consciência e gravando cada uma delas nos corações, veremos com clareza que não há mesmo nada a temer em nenhuma circunstância, em nenhuma situação que se nos apresente. E mais, lembrando de uma lição recente: o que há para temer se Deus vai comigo aonde eu for?

É isto que vamos praticar com a ideia da lição desta quinta-feira, 17 de fevereiro. Uma ideia que serve para dar veracidade a um dito muito antigo e conhecido: "Se Deus é por nós, quem será contra?"

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Só Deus é sempre digno de nossa confiança

LIÇÃO 47

Deus é a força na qual eu confio.

1. Se tua confias na tua própria força, tens todas as razões para ficar apreensivo, ansioso e amedrontado. O que podes prever ou controlar? O que há em ti com que se possa contar? O que te daria a capacidade de estar ciente de todas as características de qualquer problema e de resolvê-lo de tal modo que apenas o bem pudesse advir dele? O que há em ti que te dê o reconhecimento da solução correta e a garantia de que ela será alcançada?

2. Tu não podes fazer nenhuma destas coisas por ti mesmo. Acreditar que podes é colocar tua confiança onde a confiança não é justificada e confirmar o medo, a ansiedade, a depressão, a raiva e o pesar. Quem pode colocar sua fé na fraqueza e se sentir seguro? Mas quem pode colocar sua fé na força e se sentir fraco?

3. Deus é tua segurança em todas as circunstâncias. Sua Voz fala por Ele em todas as situações e em todos os aspectos de todas as situações, dizendo-te exatamente o que fazer para invocar Sua força e Sua proteção. Não há nenhuma exceção porque Deus não tem nenhuma exceção. E a Voz que fala por Ele pensa da mesma forma que Ele.

4. Hoje tentaremos ir além de tua própria fraqueza e alcançar a Fonte da força verdadeira. Quatro períodos de prática de cinco minutos são necessários hoje e insiste-se em períodos mais longos e frequentes. Fecha os olhos e começa, como de costume, pela repetição da ideia para o dia. Em seguida, passa um ou dois minutos em busca de situações às quais revestiste de medo em tua vida, descartando cada uma delas dizendo a ti mesmo:

Deus é a força na qual eu confio.

5. Tenta, agora, escapar de todas as preocupações relativas a tua percepção de falta de capacidade. É óbvio que qualquer situação que te cause preocupação está associada a sensações de falta de capacidade, pois, do contrário, acreditarias que podes lidar com a situação com sucesso. Não é acreditando em ti mesmo que vais adquirir confiança. Mas a força de Deus em ti é bem-sucedida em todas as coisas.

6. O reconhecimento de tua própria fragilidade é um passo necessário na correção de teus erros, mas raramente é um passo suficiente para te dar a confiança de que necessitas e à qual tens direito. Tu também tens de ganhar a consciência de que a confiança em tua força verdadeira é inteiramente justificada sob todos os aspectos e em todas as circunstâncias.

7. Na fase final do período de prática tenta ir fundo em tua mente para alcançar um lugar de segurança verdadeira. Tu reconhecerás que o alcançaste se experimentares uma sensação de paz profunda, ainda que breve. Abandona todas as coisas sem importâncias que se agitam e borbulham na superfície de tua mente, e desce mais para alcançar o Reino do Céu. Há um lugar em ti onde existe a paz perfeita. Há um lugar em ti onde a força de Deus habita.

8. Repete a ideia com frequência durante o dia. Utiliza-a como a tua resposta a qualquer inquietação. Lembra-te de que a paz é teu direito porque depositas tua confiança na força de Deus.

*

COMENTÁRIO:

Quando todas as nossas tentativas para solucionar um problema se esgotam sem resultado, para quem nos voltamos? Quando uma situação é aparentemente insolúvel, para quem voltamos nossos pensamentos? Quando, depois de andar e andar e andar aparentemente sem destino, chegamos a uma encruzilhada e não sabemos que caminho tomar, a quem recorremos?

Quando, inesperadamente, recebemos a notícia de que alguém de quem gostamos muito foi diagnosticado como sofrendo de uma doença incurável, para quem nos dirigimos? Quem pode nos trazer o alívio, a paz e a alegria, ao tomar para si todas as responsabilidades por tudo o que nos acontece? Em quem confiar, quando estamos próximos do desespero e nada parece mostrar uma pequena réstia de luz na direção da qual caminharmos?

É disto que trata a ideia para nossas práticas nesta quarta-feira, 16 de fevereiro.

Lembram-se de que no ano passado, ao comentar esta lição, chamei a atenção para aquele adesivo que vemos estampados em muitos carros pelas ruas, que diz: "Deus é fiel"?

Pois acho que vale a pena lembrar que, se pensarmos de forma mais profunda e refletida a respeito desta frase, vamos descobrir que, na verdade, só Deus é cem por cento fiel. Ou mais. Pois, ainda tendo em mente o comentário feito no ano passado, acho se pode dizer que somente Deus é fiel, a Sua Vontade para nós, a Seus Compromissos, a Sua Criação, a cada um de Seus Filhos e à Filiação toda.

Podemos confiar n'Ele em qualquer circunstância. Pois Deus é o Único que não nos abandona nunca e que mantém a Força de Seu Amor sempre à disposição de qualquer um de nós que se volte para Ele em qualquer momento de sua vida. Ou como diz a ideia que praticamos na lição de hoje: Deus é a força na qual confio. É só d'Ele que pode vir a força em que podemos confiar em nós mesmos. Pois só Ele se dá por inteiro a Seus Filhos e criaturas o tempo todo.

Confiemos, pois, a partir das práticas, que sempre poderemos nos voltar para Deus em busca de forças e em busca de salvação para toda e qualquer tribulação que nos deixe nas trevas da dúvida, do medo, da dor e do sofrimento. Pois só Deus pode nos devolver a luz e a força necessárias para o cumprimento de nossa função de salvadores do mundo.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um mundo de serenidade, de alegria e de paz

LIÇÃO 46

Deus é o Amor no qual eu perdoo.

1. Deus não perdoa porque Ele nunca condena. E tem de haver condenação antes que o perdão seja necessário. O perdão é a grande necessidade deste mundo, mas isto porque ele é um mundo de ilusões. Aqueles que perdoam estão, deste modo, se liberando das ilusões, enquanto aqueles que negam o perdão estão se comprometendo com elas. Uma vez que só condenas a ti mesmo, tu também só perdoas a ti mesmo.

2. Contudo, embora Deus não perdoe, Seu Amor é, apesar de tudo, a base do perdão. O medo condena e o amor perdoa. Deste modo, o perdão desfaz o que o mundo produz, devolvendo a mente à consciência de Deus. Por esta razão, o perdão pode verdadeiramente ser chamado de salvação. É ele o meio pelo qual as ilusões desaparecem.

3. Os exercícios de hoje pedem, pelo menos, três períodos de cinco minutos completos e tantos períodos mais breves quantos possíveis. Começa os períodos de prática mais longos com a repetição da ideia para ti mesmo, como de costume. Fecha os olhos ao fazê-lo e passa um minuto ou dois examinando tua mente à procura daqueles a quem não perdoas. Não importa "o quanto" não os perdoas. Tu os perdoas inteiramente ou não os perdoas em absoluto.

4. Se estiveres fazendo bem os exercícios não deves ter nenhuma dificuldade para encontrar várias pessoas a quem não perdoas. Um critério seguro é o de que qualquer pessoa de quem não gostes é um sujeito adequado. Cita cada um pelo nome e dize:

Deus é o Amor no qual eu te perdoo, [nome].

5. O objetivo da primeira fase dos períodos de prática de hoje é te colocar em uma posição para perdoares a ti mesmo. Depois de aplicares a ideia a todos que te vieram à mente, dize a ti mesmo:

Deus é o Amor no qual eu me perdoo.

Em seguida, dedica o restante do período de prática a acrescentar ideias afins tais como:

Deus é o Amor com o qual amo a mim mesmo.
Deus é o Amor no qual sou abençoado.

6. A forma da aplicação pode variar consideravelmente, mas não se deve perder de vista a ideia central. Poderias dizer, por exemplo:

Eu não posso ser culpado porque sou um Filho de Deus.
Eu já estou perdoado.
Nenhum medo é possível em uma mente amada por Deus.
Não há nenhuma necessidade de atacar porque o amor me perdoa.

O período de prática deve terminar, porém, com uma repetição da ideia de hoje conforme sua declaração original.

7. Os períodos de prática mais breves podem consistir tanto em uma repetição da ideia na forma original quanto em uma forma afim, conforme preferires. Certifica-te, no entanto, de fazer aplicações mais específicas, se necessário. Elas serão necessárias a qualquer momento, durante o dia, em que ficares ciente de qualquer tipo de reação negativa a qualquer pessoa, presente ou não. Neste caso, dize-lhe em silêncio:

Deus é o Amor no qual eu te perdoo.

*

COMENTÁRIO:

No prefácio de O Livro do Perdão, de Robin Casarjian, Joan Borysenko diz que a autora afirma que "o perdão é tanto um sinal de cura quanto a chave para ela". E mais: que "todo o entendimento do mundo vale muito pouco se nos ressentimos cada vez que um ato de um estranho [ou mesmo de um conhecido, eu diria] nos recorda nossas relações mal resolvidas".

Ela pergunta: "De que adianta o autoconhecimento, se nós o usamos para alimentar o nosso ódio a nós mesmos e a culpa que nos diz que, apesar dos nossos esforços, nunca seremos o bastante, nunca faremos o bastante, nem nos importaremos o bastante ou nos ajudaremos o bastante para sermos dignos do nosso próprio amor"?

Para ela, "o perdão acarreta a autêntica aceitação do nosso valor como seres humanos, a compreensão de que erros são oportunidades para o crescimento, para a consciência e para o cultivo da compaixão, e a percepção de que a extensão do amor para nós mesmos e para os outros é o cimento que mantém o universo coeso".

É disto também que trata a ideia que vamos praticar nesta terça, 15 de fevereiro, na lição que começa por nos dizer que o perdão é a maior necessidade do mundo. Porque tudo o que este mundo quer nos ensinar a fazer é comparar, julgar e condenar.

É claro que sabemos que tudo isso só acontece na ilusão, como a própria lição afirma. Mas, como disse no comentário do ano passado, estamos a maior parte do tempo imersos por demais na ilusão para que isso se mostre a nós com alguma clareza. É só quando, nalgum instante de nossas vidas, passamos por uma experiência de silêncio, de beleza, de dor profunda ou por um trauma qualquer, que paramos para pensar e, com sorte, vislumbramos um mundo diferente deste que a ilusão nos apresenta. Um mundo perdoado.

É na direção desse mundo que os exercícios com a ideia de hoje querem nos levar. Ao nos ensinar a perdoar o mundo, e a tudo e a todos nele, a nós mesmos inclusive, a partir do Amor de Deus, as práticas podem nos levar mais perto da experiência que o perdão oferece a todos que já aprenderam a perdoar. Uma experiência de um mundo de calma, de tranquilidade, de serenidade, de alegria e de paz.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O anseio que nenhuma ilusão pode satisfazer

LIÇÃO 45

Deus é a Mente com a qual eu penso.

1. A ideia de hoje contém a chave para o que teus pensamentos verdadeiros são. Eles não são nada do que pensas que pensas, do mesmo modo que nada do que pensas ver está relacionado à visão de nenhuma forma. Não há nenhuma relação entre o que é verdadeiro e o que pensas ser verdadeiro. Nada do que pensas serem teus pensamentos verdadeiros se assemelha a teus pensamentos verdadeiros em nenhum aspecto. Nada do que pensas ver tem qualquer semelhança com aquilo que a visão te mostrará.

2. Tu pensas com a Mente de Deus. Por isso, compartilhas teus pensamentos com Ele, do mesmo modo que Ele compartilha os d'Ele contigo. Eles são os mesmos pensamentos, porque é a mesma Mente que os pensa. Compartilhar é tornar igual, ou tornar um só. Os pensamentos que pensas com a Mente de Deus também não deixam tua mente, porque pensamentos não deixam sua fonte. Por isso, teus pensamentos estão na Mente de Deus, do mesmo modo que tu estás. Eles também estão em tua mente, aonde Ele está. Uma vez que és parte da Mente d'Ele, teus pensamentos também são parte da Mente d'Ele.

3. Onde estão teus pensamentos verdadeiros então? Hoje tentaremos alcançá-los. Teremos de procurá-los em tua mente, porque é aí que eles estão. Eles ainda têm de estar aí, porque não podem deixar sua fonte. Aquilo que a Mente de Deus pensa é eterno, por ser parte da criação.

4. Nossos três períodos de prática de cinco minutos para hoje terão a mesma forma geral que utilizamos para aplicar a ideia de ontem. Experimentaremos abandonar o irreal e buscar o real. Negaremos o mundo em favor da verdade. Não permitiremos que os pensamentos do mundo nos detenham. Não deixaremos que as crenças do mundo nos digam que o que Deus quer que façamos é impossível. Ao contrário, tentaremos reconhecer que somente aquilo que Deus quer que façamos é possível.

5. Também vamos tentar compreender que só aquilo que Deus quer que façamos é o que queremos fazer. E também tentaremos nos lembrar de que não podemos deixar de fazer aquilo que Ele quer que façamos. Tudo nos leva a nos sentirmos confiantes de que seremos bem-sucedidos hoje. É esta a Vontade de Deus.

6. Começa os exercícios para hoje pela repetição da ideia para ti mesmo, fechando os olhos ao fazê-lo. Em seguida, passa um período relativamente breve pensando acerca de alguns poucos de teus próprios pensamentos que tenham relação com a ideia, mantendo-a em mente. Depois de acrescentares quatro ou cinco de teus próprios pensamentos à ideia, repete-a mais uma vez e dize a ti mesmo silenciosamente:

Meus pensamentos verdadeiros estão em minha mente. Eu gostaria de achá-los.

Tenta, então, ir além de todos os pensamentos irreais que escondem a verdade em tua mente para alcançar o eterno.

7. Os pensamentos que pensaste com Deus no princípio estão sob todos os pensamentos sem sentido e as ideias loucas com as quais entulhaste tua mente. Eles estão aí em tua mente agora, completamente imutáveis. Eles sempre vão estar em tua mente exatamente como sempre estiveram. Tudo o que pensas desde então mudará, mas a Base sobre a qual isto se funda é totalmente imutável.

8. É na direção desta Base que os exercícios de hoje se orientam. Nela tua mente está unida à Mente de Deus. Nela todos os teus pensamentos são um só com os d'Ele. Para este tipo de prática é necessário apenas uma coisa: que te aproximes dela como te aproximarias de um altar dedicado a Deus, o Pai, e a Deus, o Filho, no Céu. Pois é este o lugar que tentas alcançar. É provável que ainda não sejas capaz de perceber claramente quão alto estás tentando ir. No entanto, mesmo com a pouca compreensão que já adquiriste, deves ser capaz de te lembrar de que isto não é nenhuma brincadeira à toa, mas um exercício em santidade e uma tentativa de alcançar o Reino do Céu.

9. Nos períodos dos exercícios mais breves para hoje, tenta lembrar quão importante é para ti compreender a santidade da mente que pensa com Deus. Reserva um minuto ou dois, enquanto repetes a ideia ao longo do dia, para refletir a respeito da santidade de tua mente. Por mais breve que seja, afasta-te de todos os pensamentos indignos d'Aquele de Quem és o anfitrião. E agradece a Ele pelos pensamentos que Ele está tendo contigo.

*

COMENTÁRIO:

Começo este comentário pedindo mil perdões a todos aqueles que acessam esta página procurando a lição do dia logo nos primeiros minutos do novo dia. Eu jurava tê-la programado com antecedência para ser publicada, como de hábito, logo depois da meia-noite de ontem, mas por um lapso meu não o tinha feito. Aí vai então a ideia para nossas práticas desta segunda-feira, dia 14 de fevereiro, com algumas horas de atraso em relação ao horário que costuma ser o normal.

Vamos descobrir com ela, assim como já vimos nas primeiras lições deste Curso, que aquilo que pensamos ser nossos pensamentos não significam nada e que nada do que pensamos ver se mostra a nós com seu significado verdadeiro na aparência que enxergamos. Isto é, com os olhos do corpo, no mundo, vemos apenas a ilusão porque é apenas dela que este mundo se alimenta, como eu disse também no comentário feito a esta lição no ano passado.

Este mundo nos ensina a valorizar, a preservar e a construir apenas ilusões dentro daquilo a que podemos chamar de ilusão maior: a crença de que estamos separados uns dos outros e de Deus. Uma crença ilusória que nos autoriza e incentiva a pensar que nossas mentes são capazes de pensar separadas da de Deus. Uma crença que nos leva a acreditar que nossos pensamentos podem construir ou acrescentar alguma coisa à realidade que seja verdadeira. Ora, a ilusão é tudo o que este mundo quer perpetuar e mais: ele quer que acreditemos que alguma ilusão pode ser mais verdadeira do que outra. Entretanto,  nenhuma ilusão nos satisfaz, porque em nosso íntimo vive um anseio que a ilusão nenhuma pode satisfazer: o de voltar para casa, na Mente de Deus, de onde, na verdade, nunca saímos.

Assim, as práticas de hoje nos incentivam a buscar dentro de nós, dentro de nossa mente os pensamentos verdadeiros que temos com Deus, n'Ele. Pois nunca houve nenhuma separação e só podemos encontrar os nossos verdadeiros pensamentos, os que partilhamos com Deus, em nossa própria mente, pois eles não podem abandonar sua fonte.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Para aprender a beber na fonte da luz divina

LIÇÃO 44

Deus é a luz na qual eu vejo.

1. Hoje estendemos a ideia de ontem acrescentando-lhe outra dimensão. Tu não podes ver no escuro e não podes criar luz. Tu podes fazer a escuridão e, então, pensar que vês nela, mas luz reflete vida e é, por isso, um aspecto da criação. A criação e as trevas não podem coexistir, mas luz e vida têm de estar em harmonia, por serem apenas aspectos diferentes da criação.

2. Tens de reconhecer, a fim de veres, que a luz está dentro, não fora. Tu não vês fora de ti mesmo; tampouco a capacidade de ver está fora de ti. Uma parte essencial desta capacidade é a luz que torna possível ver. Ela está sempre contigo, tornando a visão possível em todas as circunstâncias.

3. Hoje vamos tentar alcançar essa luz. Para este fim, usaremos uma forma de exercício sugerida antes, e que utilizaremos cada vez mais. É uma forma particularmente difícil para a mente indisciplinada e representa uma das metas mais importantes do treinamento da mente. Ele exige precisamente aquilo que falta para a mente não-treinada. Mas este treinamento tem de ser bem-sucedido, se for para veres.

4. Faze pelo menos três períodos de prática hoje, cada um com três a cinco minutos. Recomenda-se muito um tempo maior, mas só se achares que o tempo passa com pouca ou nenhuma sensação de esforço. A forma de prática que utilizaremos hoje é a mais natural e fácil do mundo para a mente disciplinada, exatamente do mesmo modo que parece ser a mais estranha e difícil para a mente sem treino.

5. Tua mente não é mais totalmente sem treino. Estás bastante preparado para aprender a forma de exercícios que usaremos hoje, mas é possível que descubras que vais encontrar forte resistência. A razão é muito simples. Enquanto praticares deste modo, deixarás para trás tudo aquilo em que acreditas agora, e todos os pensamentos que inventaste. Na verdade, isto é a liberação do inferno. Entretanto, aos olhos do ego, é perda de identidade e uma descida ao inferno.

6. Se puderes te afastar do caminho do ego, por pouco que seja, não terás nenhuma dificuldade para reconhecer que sua contrariedade e seus medos não têm significado. Podes achar proveitoso, de vez em quando, lembrar-te de que alcançar a luz é escapar das trevas, apesar de qualquer coisa que possas acreditar em contrário. Deus é a luz na qual vês. Estás tentando alcançá-Lo.

7. Começa o período de prática repetindo a ideia de hoje com os olhos abertos e fecha-os lentamente, repetindo a ideia várias vezes mais. Tenta, em seguida, mergulhar na tua mente, abandonando qualquer tipo de intromissão e intrusão, aprofundando-te serenamente além delas. Tua mente não pode ser impedida disso, a menos que tu escolhas impedí-la. Ela está apenas seguindo seu curso natural. Tenta observar os pensamentos que passam sem envolvimento e passa por eles calmamente.

8. Embora não se recomende nenhuma abordagem particular para esta forma de exercício, o que é indispensável é uma percepção da importância do que fazes; seu valor inestimável para ti; e uma consciência de que estás te aventurando em algo verdadeiramente santo. A salvação é a tua realização mais feliz. Ela também é a única que tem qualquer significado, porque é absolutamente a única que tem qualquer utilidade verdadeira para ti.

9. Se surgir resistência, de qualquer forma, faze um intervalo longo o suficiente para repetir a ideia de hoje, mantendo os olhos fechados, a menos que fiques ciente de medo. Neste caso, é provável que aches mais tranquilizador abrir brevemente os olhos. Tenta, porém, voltar aos exercícos com os olhos fechados assim que possível.

10. Se estiveres fazendo os exercícios corretamente, deves experimentar uma sensação de relaxamento, e até mesmo um sentimento de que estás te aproximando, se não, de fato, entrando na luz. Tenta pensar em luz sem forma e sem limite, ao passares pelos pensamentos deste mundo. E não te esqueças de que eles não podem te prender ao mundo, a menos que tu lhes dês o poder para fazê-lo.

11. Repete a ideia muitas vezes ao longo do dia, de olhos abertos ou fechados, conforme te parecer melhor no momento. Mas não te esqueças. Acima de tudo, decide-te a não esquecer hoje.

*

COMENTÁRIO:

Neste domingo, 13 de fevereiro, vamos praticar uma ideia que pode nos mostrar claramente que, como o livro diz a certa altura do texto:

"O ato de ver é sempre dirigido para fora. Se teus pensamentos fosse inteiramente teus, o sistema de pensamento que fizeste seria escuro para sempre. Os pensamentos que a mente do Filho de Deus projeta ou estende têm todo o poder que ele lhes dá. Os pensamentos que ele compartilha com Deus estão além de sua crença, mas aqueles que ele fez são as suas crenças. E são esses, e não a verdade, que ele escolhe defender e amar...[T.14.I.3:1-5]"

É em função disso que aparentemente vivemos no escuro, pois não temos consciência, ou melhor raramente nos damos o direito de pensar que existem pensamentos que partilhamos com Deus, uma vez que nos acreditamos, desde o nascimento ou logo depois dele, separados da Fonte de toda a Luz Verdadeira, da única Fonte de Luz que existe.

E reforçamos nossa crença na separação quando escolhemos defender e amar os pensamentos que fizemos por conta própria, projetando a escuridão a que eles estão acostumados em lugar de estender a luz que os pensamentos que temos com Deus nos oferece.

Na verdade, não podemos, de fato, nos separar de Deus e nem ao menos ter pensamentos separados dos d'Ele. Como já disse algumas vezes antes, vivemos em Deus e nos movemos n'Ele. Por consequência, só podemos ver, de fato, em Sua Luz. Isto é, só poderemos ver, de verdade, "quando abandonarmos a crença na separação de uma vez por todas e dirigirmos a tudo e a todos aquele nosso olhar que bebe na fonte da luz divina do Ser de Luz que mora em nós, do qual nunca nos afastamos e que nunca se afastou de nós", para aproveitar parte do comentário do ano passado.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A visão que garante a Presença em nossa vida

LIÇÃO 43

Deus é minha Fonte. Separado d'Ele, não posso ver.

1. Percepção não é uma característica de Deus. A Ele pertence o reino do conhecimento. No entanto, Ele criou o Espírito Santo como o Mediador entre percepção e conhecimento. Sem esta ligação com Deus, a percepção substituiria o conhecimento para sempre em tua mente. Com esta ligação com Deus, a percepção se tornará tão mudada e purificada que conduzirá ao conhecimento. Esta é a função dela tal como o Espírito Santo a vê.

2. Em Deus não podes ver. A percepçao não tem nenhuma função em Deus e não existe. Porém, na salvação, que é o desfazer do que nunca existiu, a percepção tem um propósito poderoso. Feita pelo Filho de Deus para um propósito não-santo, ela tem de se tornar o meio para o restabelecimento de sua santidade em sua consciência. A percepção não tem nenhum significado. No entanto, o Espírito Santo lhe dá um significado muito próximo ao de Deus. A percepção curada vem a ser o meio pelo qual o Filho de Deus perdoa seu irmão e, deste modo, perdoa a si mesmo.

3. Separado de Deus, tu não podes ver porque não podes existir separado de Deus. Tudo o que fazes fazes n'Ele, porque tudo o que pensas tu pensas com a Mente d'Ele. Se a visão for verdadeira, e ela é verdadeira na medida em que compartilha o propósito do Espírito Santo, então, tu não podes ver separado de Deus.

4. Pede-se três períodos de prática de cinco minutos hoje; um, o mais cedo possível, e outro, o mais tarde possível no dia. Podes empreender o terceiro no momento mais conveniente e oportuno que as circunstâncias e a disposição permitirem. No começo destes períodos de prática, repete para ti mesmo a ideia para hoje de olhos abertos. Depois, olha a tua volta por um breve momento, e aplica a ideia especificamente ao que vires. Quatro ou cinco sujeitos são suficientes para esta fase do período de prática. Poderias dizer, por exemplo:

Deus é minha Fonte. Separado d'Ele, não posso ver esta escrivaninha.
Deus é minha Fonte. Separado d'Ele, não posso ver aquele retrato.

5. Embora esta parte do período de exercícios deva ser relativamente breve, certifica-te de que escolhes os sujeitos para esta fase da prática de forma indistinta, sem inclusão ou exclusão auto-determinadas. Para a segunda fase, mais longa, fecha os olhos, repete a ideia de hoje mais uma vez e, então, deixa que quaisquer pensamentos afins que te ocorrerem contribuam com a ideia a tua própria maneira pessoal. Pensamentos tais como:

Eu vejo pelos olhos do perdão.
Eu vejo o mundo como abençoado.
O mundo pode me mostrar a mim mesmo.
Eu vejo meus próprios pensamentos, que são como os de Deus.

Qualquer pensamento relacionado de forma mais ou menos direta com a ideia de hoje é adequado. Os pensamentos não precisam ter nenhuma relação óbvia com a ideia, mas não devem ser contrários a ela.

6. Se achares que tua mente divaga; se começares a perceber pensamentos que estejam claramente em desacordo com a ideia de hoje, ou se parecer que não és capaz de pensar em nada, abre os olhos, repete a primeira fase do exercícios e, em seguida, tenta a segunda fase mais uma vez. Não permitas a ocorrência de nenhum período longo em que fiques preocupado com pensamentos inoportunos. Volta à primeira fase do exercício tantas vezes quantas forem necessárias para impedir isso.

7. Na aplicação da ideia de hoje nos períodos breves de prática, a forma pode variar de acordo com as circunstâncias e situações em que te encontrares durante o dia. Quando estiveres com alguém, por exemplo, tenta te lembrar de lhe dizer silenciosamente:

Deus é minha Fonte. Separado d'Ele, não posso te ver.

Esta forma tanto é aplicável a estranhos quanto àqueles que pensas serem mais próximos de ti. De fato, tenta não fazer distinções deste tipo de modo algum.

8. A ideia de hoje também deve ser aplicada, ao longo do dia, a várias situações e acontecimentos que possam se apresentar, particularmente àqueles que pareçam te afligir de algum modo. Para este fim, aplica a ideia desta forma:

Deus é minha Fonte. Separado d'Ele, não posso ver isto.

9. Se, no momento, nenhum sujeito particular se apresentar a tua consciência, simplesmente repete a ideia em sua forma original. Tenta, hoje, não permitir que se passem quaisquer períodos longos de tempo sem te lembrares da ideia de hoje e, deste modo, te lembrares de tua função.

*

COMENTÁRIO:

A ideia para nossas práticas neste sábado, 12 de fevereiro, é como que uma extensão das três últimas ideias e lições que praticamos, que buscavam, a primeira, nos devolver à consciência nossa condição de Filhos de Deus; a segunda nos assegurar de que Deus é nossa companhia permanente; e a última, a de ontem, garantir que nossa força vem d'Ele, Que nos dá a visão.

Mas a visão que Deus nos dá não se refere à visão dos olhos do corpo, não está relacionada aos sentidos, apesar de passar por eles e suplantá-los a todos. A visão a que o ensinamento se refere está relacionada ao que somos na verdade. À verdade de nossa condição divina, de Filhos de Deus, que vivem e se movem n'Ele.

Essa visão diz respeito à presença de Deus em nossas vidas, o que as preenche por completo e satisfaz de forma plena. É em razão dessa presença que existimos e temos alguma consciência de existirmos, mesmo não nos dando conta do realmente somos a maior parte do tempo

Daí a necessidade das práticas, pois como eu disse no comentário a esta lição no ano passado, se a visão é a dádiva de Deus para cada um de nós e se é d'Ele que recebemos toda a nossa força, não há como duvidar de que Ele é nossa Fonte. Não há como duvidar de que pensamentos não deixam sua fonte. Uma vez que, na Unidade com Ele, somos todos um, precisamos acreditar que Ele é indivisível e que ao nos dotar da visão Ele não nos abandonou e nem se separou de nós.
Às práticas, pois!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Deus é nossa única companhia constante

LIÇÃO 42

Deus é minha força. A visão é Sua dádiva.

1. A ideia para hoje combina dois pensamentos muito poderosos, ambos de importância vital. Ela também demonstra uma relação de causa e efeito que explica a razão pela qual não podes fracassar em teus esforços para alcançar a meta do curso. Tu verás porque é a Vontade de Deus. É a força d'Ele, não a tua, que te dá poder. E é a dádiva d'Ele, em lugar de tua própria, que te oferece a visão.

2. Deus é, de fato, tua força e o que Ele dá é dado verdadeiramente. Isto significa que podes recebê-lo a qualquer momento, em qualquer lugar, aonde quer que estejas e em qualquer circunstância em que te encontrares. Tua passagem pelo tempo e pelo espaço não é fruto do acaso. Tu não podes senão estar no lugar certo, no momento certo. Assim é a força de Deus. Assim são Suas dádivas.

3. Hoje teremos dois períodos de prática de três a cinco minutos, um assim que possível depois de acordares e outro tão próximo quanto possível da hora em que fores dormir. É melhor, porém, esperar até que possas te sentar tranquilamente sozinho, em um momento em que te sintas preparado, do que te preocupares com a hora da prática em si.

4. Começa estes períodos de prática com a repetição da ideia para hoje lentamente, de olhos abertos, olhando ao teu redor. Em seguida, fecha os olhos e repete a ideia outra vez, ainda mais devagar do que antes. Depois disso, tenta não pensar em nada, a não ser nos pensamentos relacionados com a ideia para o dia que te ocorrerem. Poderias pensar, por exemplo:

A visão tem de ser possível. Deus dá verdadeiramente.
ou:
As dádivas de Deus têm de ser minhas, porque Ele as deu a mim.

5. Qualquer pensamento claramente relacionado à ideia para hoje é adequado. Podes, de fato, ficar bastante surpreso com o tamanho da compreensão a respeito do curso que alguns de teus pensamentos contêm. Deixa-os virem sem censura, a menos que aches que tua mente está apenas divagando e que deixaste pensamentos obviamente inoportunos se intrometerem. É possível também que chegues a um ponto em que absolutamente nenhum pensamento pareça vir a tua mente. Se tais intromissões ocorrerem, abre os olhos e repete o pensamento mais uma vez enquanto olhas lentamente a tua volta; fecha os olhos, repete a ideia uma vez mais e, então, continua a buscar em tua mente os pensamentos relacionados a ela.

6. Lembra-te, contudo de que uma busca por pensamentos afins que exija muito esforço não é apropriada aos exercícios de hoje. Tenta apenas dar um passo atrás e permitir que os pensamentos venham. Se achares isto difícil, é melhor passar o período de prática alternando entre as repetições lentas da ideia de olhos abertos e de olhos fechados do que te esforçares para achar pensamentos adequados.

7. Não há nenhum limite para o número de períodos de prática breves que seriam benéficos hoje. A ideia para o dia é um passo inicial para reunir os pensamentos e para te ensinar que estás estudando um sistema de pensamento unificado ao qual nada de necessário está faltando e no qual não se inclui nada contraditório ou inoportuno.

8. Quanto mais vezes repetires a ideia durante o dia, tanto mais vezes lembrarás a ti memso de que a meta do curso é importante para ti e de que não te esqueces dela.

*

COMENTÁRIO:

Como eu disse também no ano passado, depois das práticas de ontem na companhia de Deus, nossa única companhia constante, nada melhor do que aprendermos que é d'Ele que vem minha/nossa força e que a dádiva que Ele reserva para mim/nós é a visão, uma vez que ando/andamos cegos e surdos pelo mundo, equivocado ao me/nos perceber(mos) fracos e impotentes. Somos - cada um de nós na unidade - tudo o que existe. Não há nada fora de nós.

É, ainda me valendo do comentário do ano passado, no mínimo, reconfortante saber, mesmo que no fundo ainda não acreditemos nisso, que não há modo de fracassar em nossos esforços para alcançar a meta do Curso. Melhor ainda aprender que não há necessidade de nenhum esforço se nos rendermos à Vontade de Deus, que é a mesma que a nossa.

A Vontade de Deus para nós é a visão, que Ele nos oferece tão logo nos voltemos para nós mesmos em busca de nos conhecermos e de conhecer a santidade que herdamos d'Ele. A partir da aceitação da visão vamos poder viver também Sua/nossa Vontade de alegria e paz perfeitas.

É na direção, pois, deste conhecimento de nós mesmos, que pode nos levar à unidade com e em Deus, que se voltam nossas práticas nesta sexta-feira, dia 11 de fevereiro.

Boas práticas.



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Livrando-nos do único problema que temos

LIÇÃO 41

Deus vai comigo aonde eu for.

1. Mais cedo ou mais tarde, a ideia de hoje superará por completo a sensação de solidão e abandono que todos os separados experimentam. Depressão é uma consequência inevitável da separação. Ansiedade, angústia, uma sensação de profundo desamparo, miséria, sofrimento e medo intenso de perda também são.

2. Os separados inventam muitas "curas" para o que acreditam serem "os males do mundo". Mas a única coisa que eles não fazem é questionar a realidade do problema. No entanto, seus efeitos não podem ser curados porque o problema não é real. A ideia para hoje tem o poder para pôr fim a toda essa tolice para sempre. E é tolice, apesar das formas perigosas e trágicas que pode tomar.

3. Tudo o que é perfeito está no mais íntimo de ti, pronto para se irradiar por meio de ti para o mundo. Isso vai curar todo o pesar, e a dor, e a perda, porque vai curar a mente que pensou que essas coisas fossem verdadeiras e sofreu em função de sua sujeição a elas.

4. Tu não podes ser privado nunca de tua santidade perfeita porque a Fonte dela vai contigo aonde fores. Tu não podes sofrer nunca porque a Fonte de toda a alegria vai contigo aonde fores. Tu não podes nunca estar só porque a Fonte de toda vida vai contigo aonde fores. Nada pode destruir tua paz de espírito porque Deus vai contigo aonde fores.

5. Compreendemos que não acredites em tudo isso. Como poderias, se a verdade está escondida no mais íntimo de ti, sob uma nuvem pesada de pensamentos insanos, impenetráveis e disfarçados, que representam, não obstante, tudo o que vês? Hoje faremos nossa primeira tentativa verdadeira de ultrapassar essa nuvem escura e pesada, e atravessá-la para chegar à luz que está além.

6. Hoje haverá apenas um período de prática longo. Pela manhã, se possível assim que levantares, senta tanquilamente durante três a cinco minutos, de olhos fechados. No início do período de prática, repete a ideia de hoje bem devagar. Em seguida, não faças nenhum esforço para pensar em nada. Tenta, em vez disso, obter uma sensação de te voltares para dentro, além de todos os pensamentos vãos do mundo. Tenta penetrar bem fundo em tua própria mente, mantendo-a livre de quaisquer pensamentos que possam distrair tua atenção.

7. Se achares útil, podes repetir a ideia de vez em quando. Mas, acima de tudo, tenta ir o mais fundo dentro de ti, longe do mundo e de todos os pensamentos tolos do mundo. Estás tentando ir além de todas essas coisas. Estás tentando abandonar as aparências e te aproximar da realidade.

8. É bem possível alcançar Deus. De fato, é bem fácil, porque é a coisa mais natural no mundo. Poder-se-ia até dizer que é a única coisa natural no mundo. O caminho se abrirá, se acreditares que é possível. Este exercícios pode trazer resultados muito surpreendentes, mesmo na primeira tentativa e, mais cedo ou mais tarde, ele é sempre bem-sucedido. Entraremos em mais detalhes acerca deste tipo de prática à medida que avançarmos. Mas ela nunca fracassará por completo, e é possível o sucesso imediato.

9. Usa a ideia de hoje com frequência durante todo o dia, repetindo-a bem devagar, de preferência de olhos fechados. Pensa no que dizes; no que as palavras significam. Concentra-te na santidade que elas pressupõem em ti; na companhia infalível que tens; na proteção total que te envolve.

10. De fato, podes te dar ao luxo de rir de pensamentos de medo, ao te lembrares de que Deus vai contigo aonde fores.

*

COMENTÁRIO:

A ideia da lição para as práticas desta quinta-feira, dia 10 de fevereiro, é uma de minhas preferidas, se é que se pode dizer que há alguma ideia preferida entre todas as que as lições nos oferecem. Porém, tenho uma ligação especial com esta em função de ter percebido já muitas vezes a verdade da afirmação do Curso segunda a qual só temos um problema: a crença na separação.

Ora, se todos os nossos problemas têm origem nesta crença, praticar então a ideia de hoje com toda a sinceridade e honestidade possíveis, com todo o desejo de acreditar na ideia que praticamos pode ajudar a nos livrarmos da crença na separação. Podemos, de fato, a partir das práticas começar a acreditar mesmo que Deus vai conosco aonde formos.

Mais: podemos passar a experimentar isto de forma concreta enquanto fazemos o que nos é dado fazer em qualquer instante de nossa caminhada.

Aproveitando parte do comentário feito a esta lição no ano passado, voltemos nossa atenção para a primeira frase da lição de hoje, que afirma que, mais cedo ou mais tarde, vamos nos render à ideia de que nunca nos separamos de Deus. Por que não fazer que seja mais cedo? Quanto antes voltarmos a crer na unidade tanto mais depressa seremos capazes de experimentar a alegria e a paz perfeitas que Deus reserva a Seu Filho.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

De volta à condição de filhos de Deus

LIÇÃO 40

Eu sou abençoado como um Filho de Deus.

1. Hoje começaremos a reivindicar algumas das coisas felizes às quais tens direito por seres o que tu és. Não se pede períodos longos de prática hoje, mas são necessários períodos breves e muito frequentes. Seria muito desejável um a cada dez minutos e insiste-se que experimentes este horário e que sejas fiel a ele sempre que possível. Se esqueceres, tenta novamente. Se houver longas interrupções, tenta novamente. Sempre que lembrares, tenta novamente.

2. Não precisas fechar os olhos para os períodos de exercícios, embora seja provável que aches mais proveitoso se o fizeres. Contudo, pode ser que, durante o dia, te encontres em várias situações nas quais não seria possível fechar os olhos. Não percas um período de prática por causa disso. Tu podes praticar muito bem sob quaisquer circunstâncias, se quiseres de fato.

3. Os exercícos de hoje tomam pouco tempo e não exigem nenhum esforço. Repete a ideia para hoje e, em seguida, acrescenta várias das características que associas a ser um Filho de Deus, aplicando-as a ti mesmo. Um período de prática poderia, por exemplo, consistir no seguinte:

Eu sou abençoado como um Filho de Deus.
Eu sou feliz, sereno, amoroso e contente.

Outro poderia tomar esta forma:

Eu sou abençoado como um Filho de Deus.
Eu sou calmo, tranquilo, seguro e confiante.

Se só dispuseres de um período breve, será suficiente dizeres a ti mesmo simplesmente que és abençoado como um Filho de Deus.

*

COMENTÁRIO:

Quantos de nós já se sentiram gratos por tomar contato com este ensinamento, considerando-o uma bênção porque busca facilitar que nos lembremos de quem verdadeiramente somos? Quantos de nós já se sentiram, de fato, abençoados por este ensinamento que busca nos pôr em contato com o divino em nós mesmos? Com aquele aspecto de nós mesmos do qual não podemos nos separar a não ser em pesadelos e sonhos insanos. E sem custo nenhum, a não ser o abandono de tudo aquilo que não serve para nada mesmo. Tudo aquilo que o mundo nos ensinou, ensina e vai continuar a ensinar de errado a nosso próprio respeito. E que apenas nos afasta do estado de alegria e da paz perfeitas em que Deus deseja que vivamos.

As práticas desta quarta-feira, dia 9 de fevereiro, mesmo que por breves instantes, durante um dia inteiro, como eu disse também no comentário do ano passado, hão de nos devolver ao Céu. Hão de nos devolver à consciência a condição de filhos muito amados de um Pai Que nunca Se esquece de Seus Filhos, de quem Ele nunca Se separou. Um Pai Que nos ama a todos igualmente, como se fôramos um só. O que é a mais absoluta verdade a respeito de todos e de cada um de nós.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Para abrir mão da atração que a culpa exerce

 LIÇÃO 39

Minha santidade é minha salvação.

1. Se a culpa é o inferno, qual é o oposto dela? Da mesma forma que o texto para o qual este livro de exercícios foi escrito, as ideias para os exercícios são muito simples, muito claras e totalmente inequívocas. Não estamos interessados em proezas intelectuais nem em jogos de lógica. Lidamos apenas com o verdadeiramente óbvio, que passa despercebido nas nuvens de complexidade nas quais pensas que pensas.

2. Se a culpa é o inferno, qual é o oposto dela? Isto não é difícil, certamente. A hesitação que podes sentir para responder não se deve à ambiguidade da pergunta. Mas tu acreditas que a culpa é o inferno? Se acreditasses, verias imediatamente o quanto o texto é direto e simples, e não precisarias absolutamente de um livro de exercícios. Ninguém precisa praticar para adquirir o que já é seu.

3. Já dissemos que tua salvação é a salvação do mundo. E qual é a novidade a respeito de tua própria salvação? Tu não podes dar aquilo que não tens. Um salvador tem de estar salvo. De que outro modo ele poderia ensinar a salvação? Os exercícios de hoje se aplicarão a ti, reconhecendo que tua salvação é vital para a salvação do mundo. Enquanto aplicas os exercícios ao teu mundo, todo o mundo é beneficiado.

4. Tua santidade é a resposta para todas as perguntas que já foram feitas, que estão sendo feitas agora, ou que serão feitas no futuro. Tua santidade significa o fim da culpa e, portanto, o fim do inferno. Tua santidade é a salvação do mundo e a tua própria. Como poderias tu, aquele a quem tua santidade pertence, ser excluído dela? Deus não conhece o imperfeito. É possível que Ele não conheça Seu Filho?

5. Insiste-se em cinco minutos completos para os quatro períodos mais longos de prática de hoje e se encoraja sessões de prática mais demoradas e frequentes. Se quiseres ultrapassar as solicitações mínimas, recomenda-se um número maior de sessões em lugar de sessões mais longas, embora se sugira ambas.

6. Começa o período de prática, como de costume, pela repetição da ideia para ti mesmo. Em seguida, de olhos fechados, descobre teus pensamentos não-amorosos em qualquer forma que se apresentem: inquietação, depressão, raiva, medo, angústia, insegurança e assim por diante. Seja qual for a forma que tomem, eles não são amorosos e são, portanto, amedrontadores. E é deles, então, que precisas ser salvo.

7. Situações específicas, acontecimentos ou pessoas que associas a qualquer tipo de pensamentos não-amorosos são sujeitos adequados para os exercícios de hoje. É imprescindível que os vejas de modo diferente para tua salvação. E é tua bênção sobre eles que te salvará e que te dará a visão.

8. Devagar, sem escolha consciente e sem ênfase particular indevida a qualquer um deles examina tua mente em busca de cada pensamento que se interpõe entre tua salvação e tu. Aplica a ideia para hoje a cada um deles deste modo:

Meus pensamentos não-amorosos a respeito de ________ estão me
mantendo no inferno. Minha santidade é minha salvação.

9. É possível que aches estes períodos de prática mais fáceis se os intercalares com vários períodos breves durante os quais apenas repetes lentamente a ideia de hoje para ti mesmo algumas vezes. Também podes achar útil incluir alguns breves intervalos nos quais apenas relaxas e pareces não pensar em nada. No início é muito difícil concentração prolongada. Ela virá a ser mais fácil quanto tua mente se tornar mais disciplinada e menos passível de distração.

10. Enquanto isso, deves te sentir livre para introduzir variações nos períodos de exercícios de qualquer forma que te agrade. Contudo, ao modificares o método de aplicá-la, não mudes a ideia em si. De qualquer modo que escolhas usá-la, a ideia deve ser declarada de maneira que seu significado seja o fato de que tua santidade é tua salvação. Conclui cada período de prática com a repetição da ideia em sua forma original mais uma vez, e acrescentando:

Se a culpa é o inferno, qual é o oposto dela?

11. Nas aplicações mais breves, que devem ser feitas cerca três ou quatro vezes por hora, e mais se possível, podes fazer esta pergunta a ti mesmo, repetir a ideia de hoje, e ambas de preferência. Se surgirem tentações, uma forma particularmente útil da ideia é:

Minha santidade é minha salvação disto.

*

COMENTÁRIO:

Vamos recapitular nesta terça, dia 8 de fevereiro, o que dissemos a respeito da ideia para as praticas desta lição no ano passado. Talvez seja bom lembrar também de que tudo aquilo por que ansiamos e tudo aquilo que buscamos, muitas vezes mais nos afasta do que nos aproxima do que queremos de fato, do que somos.

Por isso é que há que se ter a convicção de que a culpa é o inferno, e a certeza de que não queremos o inferno, se de fato quisermos praticar para abandonar toda e qualquer culpa, para se andar na direção de se tornar aquilo que o Curso chama de "o aprendiz feliz". É preciso, como o Curso diz, que não achemos de nenhum modo nenhuma utilidade para a culpa sob qualquer forma.

Abandonar a ideia da culpa, abrir mão da atração que ela exerce sobre todos, ou quase todos nós, é andar na direção contrária da que o mundo nos pede. Pois o mundo nos ensina é abominar o erro, fazendo que nos sintamos culpados por qualquer pequeno deslize, exigindo de cada um de nós uma perfeição que egos não podem atingir. Ora, para o aprendiz feliz, aquele que entrou em contato com sua própria santidade, o erro é apenas mais uma oportunidade de exercitar o aprendizado de viver a santidade. Como aprender sem errar? E não há razão para ninguém se culpar, ou culpar quem quer que seja, por quaisquer erros, quando tem consciência de que está buscando aprender.

Tendo tudo isto em mente ao praticar, é possível que a ideia de hoje nos leve, sem demora a estender a santidade sobre tudo aquilo que aparentemente nos atrapalha de entrar em contato com a alegria e com a paz perfeitas, a condição natural do Filho de Deus.