quarta-feira, 15 de abril de 2009

Quem precisa de ídolos?

Nosso encontro de ontem à noite, trouxe à tona uma questão interessante. A questão dos ídolos. A leitura em que se centrou o encontro trouxe o tema Além de todos os ídolos, um dos subtítulos do capítulo 30, O Novo Começo, que nos convida a pensar no seguinte: "Ídolos são bem específicos. Mas tua vontade é universal, por ser ilimitada. E assim ela não tem forma, tampouco fica contente com sua expressão em termos de forma. Ídolos são limites. Eles são a crença de que existem formas que trarão a felicidade e de que pela limitação se obtém tudo. É como se dissesses: 'Eu não tenho necessidade de tudo. Quero só esta coisinha e ela será tudo para mim'. E isso tem de deixar de satisfazer porque tua vontade é a de que tudo seja teu. Decide-te pelos ídolos e pedes a perda. Decide-te pela verdade e tudo é teu" (T-30.III.1:1-10).

Além destas ideias há que se pensar ainda em muitas outras afirmações que o texto faz a respeito dos ídolos. Para citar apenas algumas, por exemplo: "O que buscas não é a forma.(...) Tu não queres um ídolo. Não é tua vontade ter um ídolo. Ele não te concederá a dádiva que buscas". E "por trás da busca de qualquer ídolo está o anseio pela completude. A integridade [no sentido de totalidade e completude] não tem forma porque é ilimitada".

Acho que isso, estas poucas ideias, são suficientes para nos voltarmos para a da lição 105, deste dia 15 de abril, que nos assegura que A paz e a alegria de Deus são minhas. E, a partir desta afirmação, podemos nos perguntar: se tenho "a paz e a alegria de Deus" comigo, para que necessitaria de ídolos?

Praticar ideia de hoje, para [e, quem sabe, até] acreditar em sua veracidade, internalizando-a o mais profundamente possível em nós, talvez seja a melhor maneira de nos livrarmos da necessidade de construir e criar ídolos em nossa vida. Talvez a ideia nos auxilie, de fato, a perceber que nenhum ídolo que se apresente a nós traz consigo a única coisa capaz de nos pôr em contato com a felicidade que Deus quer para nós. Nenhum ídolo no mundo, que se apresente como tal, nos oferece "a paz e a alegria de Deus". Pelo menos, não sem nos pedir alguma coisa em troca. Geralmente um "pequeno sacrifício". Para o nosso próprio bem.

Praticar a ideia deste dia significa tentar emprestar por inteiro toda a disposição de que somos capazes para aceitar nossa função "no plano de Deus para a salvação". E, por consequência, compartilhar a Vontade d'Ele de felicidade para nós.

O que ainda nos impede de aceitar "a paz e a alegria de Deus" como nossas, para o Curso, é a confusão criada em torno do significado de dar. Ainda não somos capazes de acreditar que as dádivas aumentam quando as recebemos. Mais, parece-nos impossível acreditar que as dádivas aumentam quando as damos. Mas as dádivas que Deus nos oferece não são iguais às dádivas do mundo, aonde acreditamos que dar significa perder, ficar sem.

Por isso, entre as principais metas deste Curso, está a de nos ensinar a inverter a visão a respeito do dar, para que possamos aprender a receber, uma vez que dar veio a ser uma fonte de medo neste mundo. Uma fonte que nos faz evitar a única maneira pela qual podemos receber. Aprendendo a aceitar "a paz e alegria de Deus", aprenderemos [e ensinaremos] "um modo diferente de olhar para uma dádiva". Pois "as dádivas de Deus nunca diminuirão quando forem dadas. Elas apenas aumentam em consequência disso".

Assim, podemos, de verdade, perguntar: se "a paz e a alegria de Deus são minhas" quem precisa de ídolos. Para quê?

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