quinta-feira, 30 de abril de 2009

Duas mensagens de Neale

Recebo diariamente uma mensagem de Neale Donald Walsch, o autor da trilogia Conversando com Deus, e de vários outros livros, para quem não sabe. Não porque ele me conheça ou porque tenhamos uma ligação pessoal, além daquela convicção de que somos parte da mesma unidade, na Filiação, mas apenas porque estou cadastrado em seu mailing. As mensagens dele começam invariavelmente com o seguinte: Neste dia de sua vida, caro(a) amigo(a), Deus quer que saibas...

A mensagem de hoje pareceu-me particularmente interessante. Por isso, e porque ela talvez nos auxilie a refletir um pouco a respeito das ideias para a reflexão de hoje, gostaria de partilhá-la com vocês. Diz ela:

Neste dia de sua vida, caro(a) amigo(a), Deus quer que saibas...

... que amar é jamais ter de pedir perdão.

Erich Segal disse isso e estava certo. Deus te ama e é por isso que nunca tens de "pedir perdão" a Deus. Se amas alguém, alivia-o da necessidade de se desculpar por qualquer coisa.

A necessidade de um pedido de desculpas é o indício de que a pessoa está equivocada a seu próprio respeito. Tu não podes ser prejudicado por outro, só pensar que podes. Tudo está em tua cabeça. Tudo está em teu modo de pensar a respeito disso. Volta para o amor e desiste de tua necessidade de perdoar outros por qualquer coisa.

Tenho certeza de que vocês também vão achar interessante a mensagem de ontem. Vejam aí abaixo:

Neste dia de sua vida, caro(a) amigo(a), Deus quer que saibas...

... que tens de ser bom(boa) para ti mesmo(a) se quiseres em algum momento ser bom(boa) para outros(as).

Isso significa, de vez em quando, tirar um dia de folga, quando não está programado. Comer um pedaço de chocolate, quando não é recomendável. "Tirar um cochilo", quando é simplesmente impossível.

Enfiar-se em um livro por uma hora, quando não podes te dar ao luxo de. Mergulhar numa banheira, quando não há nem ao menos um minuto para tal. Parar tudo, quando é o que menos se espera que faças. Faze isso agora, agora já, pelo amor de Deus!

A volta da pureza e da inocência

Neste dia 30 de abril, com a lição de número 120, chegamos ao final de mais uma de nossas revisões. As últimas ideias para as reflexões e práticas de hoje são:

1. (109) Eu descanso em Deus.

O comentário para dar início à reflexão é o seguinte: Eu descanso em Deus hoje e O deixo agir em mim e por meu intermédio, enquanto descanso n'Ele na paz e na segurança perfeita.

2. (110) Eu sou como Deus me criou.

Para se começar a pensar acerca desta ideia, o Curso nos oferece os seguintes comentários: Eu sou o Filho de Deus. Hoje, abandono todas as ilusões doentias a meu respeito e deixo que meu Pai me diga Quem verdadeiramente sou.

Se acredito ser como Deus me criou, descanso em Deus, sem sombra de dúvida. Estas ideias nos devolvem ao estado de pureza e de inocência no qual fomos criados. Não há nada que nos possa ameaçar, quando temos a certeza de que somos Filhos de Deus. Esta certeza nos dá a mais perfeita garantia e a segurança mais tranquila e inabalável para continuarmos nossa jornada neste mundo. Quando acreditamos que só podemos ser, de fato, como Deus nos criou, podemos, com certeza e alegria descansar n'Ele. E nenhuma dúvida, nenhuma questão, nenhum fato, nem nenhuma situação pode nos afastar da certeza de que estamos destinados a viver a alegria e a felicidade perfeitas, para cumprir a Vontade d'Ele para Seu Filho.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Reforçando a certeza da Unidade

A lição 119, para este dia 29 de abril, nos traz para a revisão as seguintes ideias:

1. (107) A verdade vai corrigir todos os erros em minha mente.

Como ponto de partida para a reflexão a respeito desta ideia, o Curso oferece os seguintes comentários: Estou errado quando penso que posso de algum modo ser ferido. Eu sou o Filho de Deus, cujo Ser descansa em segurança na Mente de Deus.

2. (108) Dar e receber são uma coisa só na verdade.

E o comentário para dar início à reflexão acerca desta ideia é o seguinte: Vou perdoar todas as coisas hoje, a fim de poder aprender como aceitar a verdade em mim, para chegar a reconhecer minha inocência.

Mais uma vez as ideias para as práticas do dia nos oferecem um caminho seguro para chegar à paz. Isto é, para nos dar a certeza de que só a verdade, que podemos ouvir quando prestamos atenção à Voz por Deus, pode nos colocar em contato com o que somos verdadeiramente. E livrar-nos de todos os conflitos que se apresentam neste mundo a partir da crença segundo a qual dar e receber são coisas distintas e contrárias uma da outra. Ou que dar implica de algum modo perder ou ficar sem o objeto doado. Ou que receber resulta em uma dívida para com o doador. Esta crença equivocada serve apenas para reforçar em nós a ideia da possibilidade da existência de uma separação que nunca aconteceu. Vivemos hoje e viveremos sempre, da mesma forma que sempre vivemos, na Unidade com Deus, de Quem é impossível nos separarmos.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Um convite renovado

Para este dia 28 de abril, por meio da lição 118, o Curso nos convida a revisitar as seguintes ideias:

1. (105) A paz e a alegria de Deus são minhas.

E sugere como comentário inicial para a reflexão o que segue: Hoje, vou aceitar a paz e a alegria de Deus, em uma troca feliz por todos os substitutos que invento para a felicidade e para a paz.

2. (106) Que eu me aquiete e escute a verdade.

Para dar início à reflexão a respeito desta ideia, o comentário sugerido pelo Curso diz: Que minha própria voz, débil, se aquiete e me permita ouvir a Voz poderosa pela Própria Verdade me garantir que eu sou o Filho perfeito de Deus.

Estas duas ideias não são nada mais do que a renovação do convite para que baixemos todas as nossas defesas, abandonando todos os auto-conceitos que inventamos a nosso próprio respeito e a respeito de Deus, a fim de prestar atenção ao que o Espírito Santo tem a nos dizer acerca do que somos de verdade. Busquemos, pois, seguir as orientações do Curso para as práticas com as ideias de hoje.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A escolha do relacionamento curado

Estendendo um comentário feito às observações e perguntas de Welwitschia a partir da lição do dia 25, que gerou mais dúvidas e questões, quero observar apenas que entendo que a frase de Leo Buscaglia que citei, à luz do que o Curso nos ensina, não se limita a buscar definir um compromisso amoroso apenas naquelas relações a que nos referimos como o "amor romântico" deste mundo. O ensinamento do UCEM se refere a apenas dois tipos de relacionamentos, dos quais somente um é verdadeiro. O outro é tão somente parte da ilusão criada pelas crenças do sistema de pensamento do ego.

Os relacionamentos nos quais vivemos, ou buscamos viver, o dito "amor romântico", em geral, fazem parte daquilo a que o Curso chama de relacionamentos especiais. Estes abrangem praticamente todos os relacionamentos que temos, pois estão embasados nas crenças que desenvolvemos a partir do sistema de pensamento do ego. O outro tipo de relacionamento, a que o Curso se refere como o "relacionamento santo", é o que o Curso também trata como o relacionamento curado, porque é visto à luz do perdão. Isto é, é o relacionamento em que o amor está presente.

O "relacionamento santo" não se limita às relações entre um homem e uma mulher, no sentido de se estabelecer um vínculo que se destina à procriação, à perpetuação da espécie, e a todos os outros tipos de jogos e interesses envolvidos em relacionamentos deste tipo. Ele abarca todos os relacionamentos nos quais o julgamento do ego não está presente. Assim, também entendo a frase de Buscaglia como não limitada aos relacionamentos "românticos". E, respondendo a outra de suas pergunta, em meu modo de entender, um relacionamento amoroso, conforme o Curso o entende, é sempre para toda a vida, o que não significa que as pessoas envolvidas nele tenham de permanecer juntas fisicamente para sempre. E muda da mesma forma que mudam as pessoas envolvidas nele. O amor, porém, não muda.

Quanto à ideia de "aceitar tudo o que temos como parte do plano de Deus", isso não significa de modo algum resignar-se. Afinal, sempre podemos escolher de forma diferente. A aceitação implica apenas entender que aquilo que se apresenta a nós num determinado momento, seja ele qual for, é apenas a manifestação de uma escolha que fizemos em algum ponto de nossa trajetória. Uma escolha que é sempre pessoal e pela qual temos de assumir toda a responsabilidade. De nada adianta rejeitar o resultado de nossa escolha. Nunca. O melhor a fazer, sempre, quando aquilo que se apresenta a nós "aparentemente" não é aquilo que escolhemos, e não nos coloca em contato com a alegria, ou com a felicidade que é nossa herança, é agradecer de todo coração e escolher novamente.

Uma das ideias mais interessantes e inovadoras para o modo de pensar do ego que o Curso oferece é exatamente esta, a de que não é necessário levarmos adiante uma experiência que não nos faz felizes. Sem culpa. Sem mágoa. Sem ressentimento. Agradecidos pela oportunidade de aprender o que ela nos ofereceu. Agradecidos à pessoa [ou pessoas] que serviu de instrumento para nosso aprendizado, e que pode ou não ter aprendido conosco. Assim, quando uma relação com quem quer que seja está a nos sufocar, podemos escolher tranquilamente olhar para ela [para a relação e para a pessoa, ou pessoas] de modo diferente. Para entender o que é preciso aprender daquela relação, daquela pessoa, ou pessoas. Mas é preciso que eu tenha bem claro que o que é preciso aprender diz respeito apenas a mim mesmo. A pessoa, em particular, e as pessoas todas, em geral, se apresentam em minha vida apenas e tão somente para que eu aprenda mais a meu próprio respeito. Sempre. O tempo inteiro. Ou seja, tudo o que vejo, como já disse anteriormente, de acordo com o que o Curso ensina, é apenas projeção daquilo que trago interiormente.

Por fim, Welwitschia, apenas para não me estender demais neste comentário, gostaria apenas de te dizer que muito mais dúvidas, muito mais perguntas vão surgir ao longo do caminho da descoberta de si a que o Curso pode e quer nos conduzir. É preciso não ter medo de perguntar. É preciso apenas um pouquinho de boa vontade e disposição para entregar todas as nossas dúvidas e todas as nossas perguntas ao Espírito Santo. Ele nos guiará. Com certeza, posso dizer que ainda é muito cedo para ti, que começas agora a trilhar este caminho. Os exercícios são o melhor instrumento para nos orientar na jornada. As respostas virão aos poucos. Basta querer caminhar.

De qualquer forma temos todos de te agradecer por manifestares tuas dúvidas e questões. Quem sabe elas simbolizam as perguntas de muitos. Oxalá este esboço de resposta sirva para trazer um pouco de luz. E, por favor, não hesitem em me corrigir caso este comentário não esteja de acordo com o que o Curso ensina.

Amor, felicidade e alegria são minha herança

Para a revisão de hoje, 27 de abril, a lição 117 traz as seguintes ideias:

1. (103) Deus, sendo Amor, é também felicidade.

Os comentários que servem de ponto de partida para a reflexão acerca desta primeira ideia são: Que eu me lembre de que amor é felicidade e de que nada mais traz alegria. E que, por isso, eu escolha não nutrir nenhum substituto para o amor.

2. (104) Busco só o que me pertence na verdade.

Para começar a reflexão a respeito desta ideia, os comentários são os seguintes: O amor é minha herança, e com ele a alegria. Estas são dádivas que meu Pai me deu. Quero aceitar tudo o que me pertence na verdade.

domingo, 26 de abril de 2009

Para escolher a felicidade perfeita

A lição de número 116, para este dia 26 de abril, nos convida a revisar as ideias abaixo:


1. (101) A Vontade de Deus para mim é a felicidade perfeita.


Para estimular a reflexão, o Curso nos oferece o seguinte comentário: A Vontade de Deus é a felicidade perfeita para mim. E eu só posso sofrer a partir da crença de que existe outra vontade separada da d'Ele.


Refletir com cuidado e atenção acerca desta impossibilidade, a de que exista alguma vontade separada da Deus, pode, acho, ser suficiente para nos dar tranquilidade e paz para o resto de nossos dias, bem como a certeza de que a partir do momento em que escolhermos viver a felicidade em todos os momentos de nossas vidas, estamos escolhendo em definitivo aceitar a Vontade de Deus para nós. Não lhes parece isso?


2. (102) Eu compartilho a Vontade de Deus de felicidade para mim.


Para esta ideia, o comentário que o Curso propõe para dar início ao processo de reflexão é o seguinte: Eu compartilho a Vontade de meu Pai para mim, Seu Filho. O que Ele me dá é tudo o que quero. O que Ele me dá e tudo o que existe.

Aqui podemos aproveitar para questionar a nós mesmos a respeito do tipo de felicidade com o qual estamos comprometidos. Isto é, será que estamos, de fato, atentos para a felicidade que o ego diz querer nos proporcionar a partir de todos os conceitos que seu sistema de pensamento nos convida a incorporar em nossa vida, que incluem a dor, o sofrimento, a morte, o julgamento, a perda, a escassez e assim por diante. Ou seja, uma felicidade que o ego quer nos convencer de que podemos conseguir a partir das ilusões do mundo e que está fadada a desaparecer de um momento para outro.

Lembremo-nos pois das instruções para as práticas destas revisões.

sábado, 25 de abril de 2009

Para repensar minha função e a importância de meu papel no mundo

Neste dia 25 de abril, a lição de número 115 nos convida a revisar as seguintes ideias:

1. (99) A salvação é minha única função aqui.

Para preparar a reflexão o texto sugere o comentário que segue: Minha função aqui é perdoar o mundo por todos os erros que cometo. Pois deste modo sou liberado de todos eles com todo o mundo.

2. (100) Meu papel é essencial ao plano de Deus para a salvação.

Diferentemente do que o ego quer nos fazer acreditar, o ponto de partida sugerido pelo livro para se iniciar a reflexão a respeito desta ideia diz que: Eu sou essencial ao plano de Deus para a salvação do mundo. Uma vez que Ele me ofereceu Seu plano a fim de que eu possa salvar o mundo.

Convido-os pois, conforme a orientação do texto, a voltarem a estas ideias neste dia. Lembrando de dedicarem, à hora cheia, um breve momento à primeira e, a cada metade da hora, uma pausa para trazer a segunda à mente.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Passos em direção à alegria

Neste dia 24 de abril, as ideias para nossa revisão, da lição 114, são as seguintes:

1. (97) Eu sou espírito.

O comentário para orientar nossa reflexão diz: Eu sou o Filho de Deus. Nenhum corpo pode conter meu espírito, nem me impor um limitação que Deus não criou.

2. (98) Vou aceitar meu papel no plano de Deus para a salvação.

E o comentário, na verdade uma pergunta, nos convida a refletir acerca do seguinte: Qual pode ser minha função exceto a de aceitar o Verbo de Deus, Que me criou para aquilo que sou e serei para sempre?

Lembremo-nos também de que além do dois períodos mais longos, de cinco minutos, que devemos dedicar à reflexão das duas ideias, o Curso nos pede que utilizemos a primeira ideia em cada hora cheia do dia e a segunda em cada meia hora, devotando-lhe nossa reflexão por um breve momento. Sem esforços excessivos e sem controle de quantidade de períodos que lembramos. Importante é que não deixemos passar um período em branco por relutância ou falta de vontade ou disposição. A atenção para não cair no auto-engano é essencial. E as lições, feitas sempre que possível atendendo às orientações, são instrumentos preciosos que permitem exercitar nossa capacidade de atenção e nos devolvem ao contato com aquilo que somos. Isso, mesmo que aconteça apenas por alguns instantes, é um passo enorme na direção de nossa meta de viver a alegria e a felicidade perfeitas. A Vontade de Deus para nós.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Comentário de comentários (2)

Uma das lições que vamos ver daqui a pouco, um pouco mais adiante, diz em sua ideia central que "todas as coisas são lições que Deus quer que eu aprenda". Por isso, gostaria de convidá-los a refletirem um pouquinho comigo acerca de comentário feito pela Duda a respeito da lição de ontem. Ressaltando que estas observações são apenas mais um agradecimento a ela [Certo, Duda? Obrigado!] pela oportunidade que ela nos dá de aprendermos um pouco mais a respeito das artimanhas do ego.

Vamos lá. Diz ela que "quando ficamos mais conscientes do mundo a nossa volta, percebemos com maior clareza a doença nas outras pessoas..." Na verdade, quando ficamos mais conscientes do mundo a nossa volta, percebemos com maior clareza a "doença" em nós mesmos, isto é, a consciência que adquirimos da prática dos exercícios nos permite perceber que a "doença" nas outras pessoas é nossa criação, uma vez que as outras pessoas também são criações nossas com tudo o que carregam para nos mostrar a nosso próprio respeito. Por isso é muito importante, e mesmo mais do que importante, é importantíssimo, termos sempre em mente que, de acordo com o ensinamento do Curso, não existem coisas como doença, dor, sofrimento e morte.

Depois, ela diz que, por percebermos com maior clareza a "doença" nas outras pessoas, "... tentamos curá-las, mas parece em vão, porque estão muito presas as (sic) coisas do mundo e parecem estarem (sic) cegas, dopadas..." Quem "quer" curar as "outras pessoas" é o ego. É ele que sabe tudo. É ele que pensa ser onipotente e ter solução para todos os "males do mundo". A cura para todas as doenças. Acompanhar com atenção o modo pelo qual o ego se manifesta em nós pode nos ensinar muito a respeito daquilo que o mundo nos ensina e que os exercícios buscam nos ajudar a desaprender. Isto é, quando nos distraímos, o que acontece a maior parte do tempo, ficamos como as pessoas a quem Duda se refere, presos às coisas do mundo, cegos, dopados... Daí a importância de se fazer os exercícios e de revisar as ideias a cada passo. O Curso diz que não posso fazer nada a ninguém. Diz que tudo o que faço é a mim mesmo. Sempre. Por que, então, ainda continuo a me enganar falando de João, de Pedro, de Paulo, de Fulano, de Sicrano ou de Beltrano? Tudo o que digo a respeito de qualquer pessoa fala sempre apenas da pessoa que fala, isto é, de mim mesmo.

Na continuação o comentário da Duda diz que "... eu sei que podemos ver tudo isso com amor, porém quando estamos sendo massacrados porque as pessoas não querem ver, acho que não devemos mais aceitar essa pressão". Ai, ai, ai, ai, ai... meu ego, meu ego... coitadinho de mim! Se sei que posso ver tudo isso com amor, por que não vejo assim, então? É claro que, se olho para tudo com amor, não posso ter a sensação de "estar sendo massacrado porque as pessoas não querem ver", não é mesmo? O que as pessoas querem não me diz respeito, a não ser na medida em que estou envolvido por alguma relação com elas. Lembrando, porém, com toda a atenção possível, que qualquer envolvimento meu com qualquer pessoa é sempre uma decisão pessoal minha, e também uma decisão conjunta minha com a outra pessoa, na medida em que concordamos em participar juntos de alguma parte do percurso que temos pela vida. Uma escolha amorosa sempre me autoriza a modificar o acordo, qualquer que seja ele, quando meu envolvimento com qualquer pessoa me afastar de mim mesmo ou me afastar do caminho que desejo seguir. E o mesmo vale para todas as pessoas que fazem parte de meu mundo e que partilham sua experiência comigo. Só meu ego, quando estou distraído de mim, pode me convidar a prestar atenção àquilo que as "outras pessoas" querem ou fazem, a fim de me afastar daquilo que sei pode me levar ao encontro da alegria e da felicidade. Só meu ego pode se sentir pressionado, aceitar pressões. Ele mesmo as cria. Ele mesmo as impõe.

Por fim, ela diz que "o jeito é entregar ao Espírito Santo e ficar em paz". Este é sempre o melhor jeito. Aliás, este é sempre o único jeito. Todas as outras soluções são sugestões do ego e visam a manter a crença na ideia da separação. E a prática das lições e de seus exercícios torna cada vez mais fácil chegar a esta solução. Resta saber se já aprendemos, de fato, a entregar. Se aprendemos a ficar em paz depois de entregar. Ou se o ego continua a minar nossa decisão, tentando influenciar o Espírito Santo no sentido de fazer a "minha/dele" vontade, em lugar de deixar que se cumpra Vontade de Deus. Obrigado, Duda.

Comentário de comentários (1)

Aproveito aqui para agradecer aos comentários que recebi depois da postagem daquele parêntese. É importante, e faz bem, saber que algumas pessoas ainda estão acompanhando estes textos relativos aos exercícios diários do UCEM. Eu, pessoalmente [meu egão], gostaria de ter certeza de que todos os que aparecem lá no início, como seguidores, de fato, leem os textos e acham que eles contribuem para incentivar o compromisso de cada um com os exercícios. O que não é nada mais do que o compromisso de cada um consigo mesmo e com o papel que tem a cumprir no plano de Deus para a salvação.

Mas, agora, com esta postagem quero agradecer à Dani por seu comentário de ontem. Não te preocupes, Dani, com os erros de Português [ser formado em Letras não quer dizer nada]. O falar e o escrever corretamente [de acordo com uma norma dita culta] depende sempre de exercício, de leitura e de prática, o que pode não ser o teu caso aí tão longe, não é mesmo? O importante para qualquer língua, porém, é a comunicação. É que ela sirva para que as pessoas se entendam e troquem informações acerca de suas experiências e de quaisquer coisas que lhes sejam importantes e de interesse.

Dani, gostei do Moisa e do off-line. Pelo que o livro nos diz, por aquilo a que o ensinamento se propõe, esta é uma metáfora perfeita para o estado em que nos encontramos neste mundo: off-line [ainda bem que não o tempo todo]. Julgando-nos separados, estamos - ou pensamos estar - desconectados da Fonte. O que não é verdade! Tudo o que existe é a Fonte, é Dela e está Nela. E a Fonte está ligada permanentemente. E todos os seus sistemas funcionam do modo perfeito.

Nós, de vez em quando, por alguma razão que nunca saberemos explicar direito, resolvemos desligar nosso equipamento pessoal da rede [da Fonte] e sair do ar [apresentamo-nos off-line]. Isso não significa que houve uma falha no sistema, e sim que nós optamos por fazer uma pausa. Os exercícios buscam nos lembrar de que temos, sim, a opção de ficar permanentemente ligados à alegria e à felicidade perfeitas [coisas que conseguimos ligados à Fonte], que são a Vontade de Deus [a Fonte] para todos e para cada um de nós.

Fico muito feliz com teu comentário e pela sensação que descreves de estar lembrando quem realmente és. Muito obrigado.

Para deixar entrarem luz e ar puro

Neste dia 23 de abril, a lição 113, nos convida a revisar as seguintes ideias:

1. (95) Eu sou um único Ser, unido ao meu Criador.

O comentário para dar início às reflexões dos períodos mais longos, relacionando-o a nossos próprios pensamentos a respeito da ideia é:

A serenidade e a paz perfeita me pertencem, porque sou um único Ser, completamente íntegro, em unidade com toda a criação e com Deus.

2. (96) A salvação vem de meu único Ser.

E o comentário é o seguinte:

A partir de meu único Ser, Cujo conhecimento ainda permanece no interior de minha mente, vejo o plano perfeito de Deus para a minha salvação realizado de forma perfeita.

Apenas para relembrar a importância destes exercícios de revisão, considerando-os uma nova oportunidade para que deixemos entrar alguma luz em nossa vida, para a renovação e purificação do ar que respiramos e que muitas vezes se torna pesado no decorrer de nossos dias,
repito aqui, talvez de modo um pouco diferente, a exortação final do texto introdutório à revisão nos dizia na terça.

"Pensa em quão pouco aprendeste.
Atenta para o quanto podes aprender agora.
Lembra-te da necessidade que teu Pai tem de ti,
enquanto revisas estes pensamentos que Ele te deu."

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Toda hora é hora de aprender

Continuamos a fazer nossa revisão, hoje, neste dia 22 de abril, com a lição 112, lembrando que continuam a valer as instruções dadas ontem quanto à forma a ser utilizada para nossas práticas.

As ideias para a revisão de hoje são:

1. (93) Luz e alegria e paz habitam em mim.

O comentário que acompanha esta primeira ideia é o seguinte: Eu sou o lar da luz, da alegria e da paz. Eu lhes dou boas-vindas no lar que compartilho com Deus, porque sou uma parte d'Ele.

2. (94) Eu sou como Deus me criou.

Para este pensamento, o seguinte comentário: Vou continuar a ser como fui eternamente, criado pelo Imutável como Ele Mesmo. Sou um com Ele e Ele é um comigo.

Convém enfatizar que os exercícios feitos ao longo do dia, de acordo com as instruções iniciais, "são igualmente importantes e talvez até de maior valor". Porque estamos "inclinados a praticar apenas nos horários indicados", voltando-nos, em seguida, na direção de outras coisas, sem aplicar a elas o que aprendemos. Isso, por consequência, reforça muito pouco nosso aprendizado e não lhe dá uma "oportunidade razoável para provar quão grandes são suas dádivas potenciais".

As revisões são uma nova chance para se usar bem o que aprendemos. Neste período, em particular, acentua-se a necessidade de que não deixemos que nosso aprendizado fique à toa entre os períodos mais longos de prática. Assim, voltando às intruções para o período, lembremo-nos, então, de usar a primeira ideia do dia a cada hora, reservando a metade da hora para a segunda.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Parêntese, pedido, sugestão, pergunta

Caros, caras,

uma vez que muitos do vocês, acredito, não conseguem acessar este espaço no dia a dia, de sorte a acompanhar e fazer o comentário, ou comentários, relacionado a determinada lição na data atual do blogue, gostaria de lhes pedir, sugerir, perguntar o que vocês acham de a gente combinar que o comentário, qualquer que seja ele, seja feito sempre no dia do acesso, remetendo-o à lição a que se refere.

Por exemplo, se alguém acessar o blogue hoje, dia 21 de abril, e ler a lição de 02 de março, ou a de outra data qualquer, e julgar necessário fazer uma pergunta, um comentário ou uma sugestão ou esclarecer alguma dúvida acerca do que leu lá, minha sugestão é a de que isso seja feito no espaço destinado aos comentários relacionados à lição do dia 21 de abril, informando que sua pergunta, comentário, sugestão ou dúvida se refere àquilo que leu na data tal. Por quê? Porque não tenho como saber se alguém que entrou agora no espaço começou a ler e a comentar as primeiras lições, a menos que eu dedique meu tempo todo a procurar os comentários desde os primeiros dias do ano, voltando todos os dias a cada uma das lições. Assim, pode acontecer de alguém ter alguma dúvida relacionada a alguma lição anterior e eu não ficar sabendo, nem as pessoas que acompanham os exercícios diariamente, e que podem ter dúvidas semelhantes.

Que lhes parece? Consegui ser claro? Vocês entendem a que me refiro? É claro que o melhor seria que a pessoa que leu o texto e tem alguma dúvida comentasse imediatamente, no dia em que a dúvida se apresentou, mas, como disse, sei que nem sempre o acesso se dá desta maneira. E sei também que muitas vezes é interessante voltar a uma lição anterior. Por isso esta sugestão.

Aliás, durante este feriado prolongado, pensei por algum tempo no trabalho necessário para a feitura destes comentários dia a dia e fiquei imaginando se alguém ainda os lê, uma vez que há mais de uma semana não há nenhum comentário. Lembrem-se, por favor, "pelamordedeus", de que eu também tenho um ego, um egão, que, quando isso acontece, fica me dizendo: "pára com isso, cara. Ninguém está interessado nisso. Tu que és um chato, 'pegando no pé' das pessoas, querendo que elas tenham o mesmo interesse que tu nesta história de 'milagres'. Desiste, meu. Não percas o teu tempo. Vai fazer alguma coisa diferente". O que vocês têm a dizer a meu ego? As últimas lições foram muito claras e todos entenderam tudo e estão praticando exatamente da maneira que o livro sugere? Ou, de fato, ninguém está nem aí para os exercícios ou para os 'milagres'? Ou ninguém entendeu nada ainda e não tem coragem de comentar, por medo de se expor? Ou estou falando sozinho?

Alôôôôôôôô... tem alguém aí acompanhando os exercícios? Começamos nova rodada de revisão hoje.

Lembrem-se de que as revisões são sempre muito importantes. Trazem sempre consigo a oportunidade de a gente fixar o que não aprendeu ou de esclarecer dúvidas que ficaram para trás. Também trazem a possibilidade de novas leituras e da aplicação prática de aspectos que deixamos de perceber numa primeira passada de olhos.

Reforçando o aprendizado

Nesta terça-feira, dia 21 de abril, começamos nossa terceira revisão. Nas lições seguintes, a contar desta 111 até a 120, ou seja, por dez dias sucessivos, vamos revisar todos os dias duas das lições mais recentes, observando uma forma particular para as práticas, à qual se recomenda seguir de modo tão fiel quanto possível.

O Curso entende que talvez não nos seja possível ater-nos ao que ele sugere, e ressalta que não haverá prejuízos para o aprendizado quando perdermos, por não ser possível, um período de prática no tempo estabelecido. Ressalta ainda que não há necessidade de fazermos esforços excessivos no sentido de acompanhar as práticas em termos numéricos, uma vez que não é intenção do Curso inventar rituais.

A única condição que pode prejudicar o aprendizado, dificultando-o, é pularmos um período por relutância ou má vontade para dedicar e ele o tempo recomendado. Por isso, é necessário prestar toda a atenção de que somos capazes para não nos enganarmos a respeito disso, já que a má vontade pode se esconder cuidadosamente sob um disfarce de situações que não podemos controlar. Precisamos aprender a distinguir claramente as situações pouco favoráveis à prática daquelas que criamos, no ego, para sustentar uma camuflagem para nossa pouca disposição. Caso isso aconteça, a orientação é que voltemos à prática tão logo possível.

A forma para a revisão das ideias é a seguinte: "dedica cinco minutos duas vezes por dia, ou mais, se preferires, à reflexão acerca dos pensamentos indicados". A seguir, pensa a respeito deles, relacionando-os as tuas necessidades, a problemas aparentes e a preocupações que tenhas. Deixa que tua mente use as ideias que ofereces a ela. A orientação virá do Espírito Santo. O Curso entende que o melhor seria usarmos, para as duas práticas mais longas, os primeiros e os últimos cinco minutos de nosso dia de vigília.

Durante o dia, vamos usar uma das ideias na hora cheia e outra na metade da hora. A revisão deve terminar com uma reafirmação dos dois pensamentos utilizados para os exercícios. Ao fazê-lo, conforme a orientação do Curso, é preciso que tenhamos em mente quão pouco aprendemos, o quanto podemos aprender agora e a necessidade que Deus tem de cada um de nós enquanto revisamos "estes pensamentos que Ele nos deu".

Eis, então, as ideias para a revisão de hoje:

1. (91) Milagres são vistos na luz.

Um comentário para auxiliar na reflexão: Eu não posso ver na escuridão. Que a luz da santidade e da verdade ilumine minha mente e me permita ver a inocência interior.

2. (92) Milagres são vistos na luz, e luz e força são a mesma coisa.

Para ajudar a encaminhar a reflexão: Vejo por meio da força, a dádiva de Deus para mim. Minha fraqueza é a escuridão que a dádiva de Deus dissipa, ao me dar Sua força para tomar o lugar dela.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A ideia que traz a salvação completa

Neste dia 20 de abril, com a lição 110, vamos praticar uma ideia com a qual já tivemos um primeiro contato na lição 94, no início deste mês. A ideia é: Eu sou como Deus me criou. Ela nos convida a reconhecer e a reafirmar que cada um de nós continua a ser exatamente como Deus o criou.

Já em nosso primeiro contato com ela recebemos a informação de que "esta é a única ideia que traz a salvação total; a única declaração que torna impotentes todas as formas de tentação; o único pensamento que silencia o ego e o desfaz por completo".

O texto de hoje nos diz que vamos repetir a prática com este pensamento de vez em quando porque, se acreditássemos que ele é verdadeiro, ele seria suficiente para nos salvar, e ao mundo. Acreditar em sua veracidade significa acreditar, de fato, que não realizamos nenhuma mudança verdadeira em nós mesmos e que "tampouco mudamos o universo de modo que aquilo que Deus criou fosse substituído pelo medo e pelo mal, pela miséria e pela morte". Significa acreditar que continuamos a ser como Deus nos criou, "que o medo não faz sentido, que o mal não é verdadeiro e que miséria e morte não existem".

A ideia de hoje é tudo o precisamos para "permitir que a total correção cure [nossa] mente e [nos] dê a visão perfeita que vai curar todos os erros que qualquer mente [cometa, possa cometer] tenha cometido em qualquer tempo ou lugar". Ela é suficiente para curar o passado e tornar livre o futuro; permitir que o presente seja aceito da forma que se apresenta; permitir que o tempo seja tão somente o meio para o mundo todo aprender a se libertar do tempo e de todas as mudanças que ele parece trazer ao passar.

Acreditar neste pensamento nos permite aceitar como verdadeiro que, se continuamos a ser tal qual Deus nos criou, "as aparências não podem substituir a verdade, a saúde não pode se transformar em doença, nem a morte pode ser o substituto para a vida, nem o medo para o amor".

Não precisamos de nenhum pensamento exceto este para permitir "que a redenção venha, para iluminar o mundo e libertá-lo do passado", que se desfaz, para salvar o presente, que pode se estender com tranquilidade rumo a um futuro intemporal. O texto diz que "o poder de cura da ideia de hoje não tem limites". E nos convida, para aprendermos a usar este poder, a começar nossos cinco minutos de prática de cada hora com a seguinte citação do texto:

Eu sou como Deus me criou. Seu Filho não pode sofrer nada. E eu sou Seu Filho.

O texto nos orienta também a nos lembrarmos de declarar com alegria e o maior número de vezes possível durante o dia a verdade contida na ideia de hoje, Eu sou como Deus me criou, que traz em si o Verbo de Deus, que nos liberta, e a chave dos portões do Céu e nos permite entrar na paz de Deus.

domingo, 19 de abril de 2009

Experimentar o Ceú na paz

A letra de uma música de Gilberto Gil começa dizendo assim: "a paz invadiu o meu coração, de repente me encheu de paz, como se o vento de um tufão, arrastasse os meus pés do chão, onde eu já não me encontro mais". A paz. É disso que precisamos neste mundo de atribulações e pressas. Neste mundo de violência e dor e sofrimento e medo.

A lição 109, deste dia 19 de abril, nos convida à paz. Diz que este é o dia da paz. Este é o dia em que "eu descanso em Deus". E este pensamento me convida ao descanso sereno, tranquilo. Posso atravessar tempestades e lutas, posso ir além da miséria e da dor, além da perda e da morte. Posso caminhar na direção da certeza de Deus, em quem descanso.

Quando "eu descanso em Deus", deixo para trás todas as minhas preocupações, minhas mágoas, ressentimentos e raivas. Não dou ouvidos ao mundo que busca me absorver com seu número aparentemente infinito de problemas e formas. Sei que sou parte da unidade e nada pode me impedir de alcançar a alegria de ser quem eu sou, a felicidade que está permanentemente ao meu alcance estando onde estou.

Eu descanso em Deus. É esta a ideia que deve nortear nosso dia hoje. É com ela que precisamos praticar aqueles cinco minutos de cada hora. É ela que vai nos trazer a serenidade, para, talvez, tomarmos a decisão de olhar para o mundo de modo diferente. De oferecer a ele nossa paz, nossa serenidade, nosso amor e nossa alegria. Para nossa própria salvação e para a salvação do mundo inteiro. Porque oferecendo a paz ao mundo, nós o perdoamos e recebemos o perdão. E cumprimos nossa função. Aceitamos nosso papel no plano de Deus para a salvação do mundo.

Estamos no mundo, mas não pertencemos a ele. A paz nos eleva acima do mundo. E nos leva a experimentar o Céu, que trazemos em nós para oferecer ao mundo. Experimentemos, pois.

sábado, 18 de abril de 2009

Para obter a verdadeira visão

Na verdade, dar e receber são uma só e mesma coisa. A visão, se, de fato, quisermos obtê-la, depende de se entender e aceitar esta ideia, que traz em si a luz, porque harmoniza todos os aparentes opostos. Isso está na introdução da lição 108, para este dia 18 de abril: Dar e receber são a mesma coisa na verdade.

Conforme já falamos anteriormente, a ideia de hoje é o oposto do que o mundo ensina, uma vez que para o mundo quem dá fica sem e quem recebe lucra em cima de quem deu. Na verdade, no entanto, conforme o ensinamento do Curso, só dou a mim mesmo. Tudo. Sempre. Então, mesmo para o ego, pode parecer lógico o pensamento que precisamos praticar neste dia. Se é que queremos aprender a ver de verdade.

A lição de hoje nos ensina que a luz que permite a verdadeira visão não é nada mais do que a solução, nascida da paz, de todos os meus conflitos e o esclarecimento de todos os meus pensamentos equivocados por um único conceito que é integralmente verdadeiro. Um conceito que também vai desaparecer, porque em vez dele, aparecerá o Pensamento subjacente a ele para tomar seu lugar.

Ensina também que a luz verdadeira, a que torna possível a verdadeira visão, não é a luz que os olhos do corpo veem. É um estado de espírito que torna tudo tão unificado que não deixa as trevas serem percebidas de forma alguma. E permite que o que é igual seja visto como único e mantém imperceptível qualquer forma de desigualdade. Esta é a luz que cura a visão e lhe dá o poder de curar, porque traz a paz de espírito a outras mentes e as convida a compartilharem a paz com alegria por serem unas umas com as outras e consigo mesmas e com nós todos.

Tanto dar quanto receber são apenas aspectos diferentes de um só Pensamento cuja verdade não depende de qual é visto primeiro nem de qual parece vir em segundo. Nele se compreende que ambos acontecem simultaneamente, que o Pensamento continua a ser único. E que a base sobre a qual todos os opostos são harmonizados está nesta compreensão, porque com ela os opostos são percebidos a partir do mesmo código de referência, aquele que dá unidade a este Pensamento.

A lição de hoje vai ser muito útil ao nosso aprendizado, pois é muito fácil testar a ideia de que dar e receber são a mesma coisa e comprovar sua veracidade. As práticas de hoje são a aplicação da ideia ao óbvio, o que vai nos dar resultados que não podemos deixar de perceber. Para tanto devemos iniciar os períodos de prática dizendo: Dar e receber são a mesma coisa na verdade. Vou receber o que dou agora. De olhos fechados, em seguida, vamos dedicar os cinco minutos da prática de cada hora pensando naquilo que gostaríamos de oferecer, ou estender, a todos ou a alguma pessoa em particular. O exercício sugere alguns exemplos: Ofereço tranquilidade a todos. Ofereço paz de espírito a todos. Ofereço serenidade a todos.

Será inevitável descobrir que recebemos também de volta também toda e qualquer coisa que tenhamos oferecido a alguém tão logo o façamos. E compreenderemos muito melhor a ideia de causa e efeito a partir desta lição. E podemos ficar certos de que avançaremos mais rápido em nosso aprendizado a partir dos exercícios de hoje, se feitos de acordo com honestidade.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Identificando as artimanhas do ego

É interessante notar como as ideias se complementam e reforçam umas às outras, à medida que vamos tomando contato com as lições do Curso. Além, é claro, de nos remeterem, meio que de modo inconsciente a maioria da vezes, às experiências que vivemos, tanto no presente quanto no passado, e que pediam então, ou pedem agora, um novo modo de olhar, uma nova forma de perceber, uma pitada talvez generosa de perdão. Em geral, no calor das emoções, não somos capazes de acessar o "gênio do bem" - leia-se Espírito Santo, na linguagem do Curso - em nós mesmos. E distribuímos farpas e pontapés, a torto e a direito, quando não estamos de posse da verdade. Isto é, quando estamos inteiramente imersos na ilusão, seja ela a ilusão que se apresenta como fato, seja a que se apresenta como a situação que vivemos ou seja ainda a ilusão que se mostra na forma de uma experiência que parece não ser o resultado direto de nossa escolha do momento. Pedimos uma coisa e se apresentou outra.

A lição de número 107, A verdade vai corrigir todos os erros em minha mente, para este dia 17 de abril, me devolve mais uma vez àquilo que disse aqui na terça e que repeti ontem. E é óbvio que não posso deixar de convidá-los(as) a voltarem à ideia comigo. Trata-se daquela afirmação do texto segundo a qual "o mundo real pode, de fato, ser percebido", desde que estejamos dispostos, e mais do que dispostos, decididos a "não perceber nenhuma outra coisa". E como se chega a isso? Ou melhor, como podemos saber que chegamos a esta decisão?

Para responder a estas perguntas, é conveniente que prestemos toda a nossa atenção a uma das afirmações da lição de hoje. Em determinado momento ela diz o seguinte: "é impossível buscar sinceramente a verdade e não ser bem-sucedido". Esta afirmação nos dá o parâmetro pelo qual avaliar se nossas intenções, aquelas que dizemos ter, são as mais sinceras e verdadeiras. Pois nos permitem perceber se ainda estamos sendo iludidos pelo ego. Pois a verdade só pode nos levar sempre ao estado da "alegria perfeita" de que nos fala o Curso. Logo, quando não estamos vivendo um estado de "alegria perfeita" ainda estamos sendo ludibriados pelo ego, ainda estamos permitindo que seu/nosso orgulho se sobreponha à humildade natural do Ser em nós que o ego tenta esconder.

Quaisquer dúvidas, medos e incertezas, dores e desconfortos são respostas às perguntas que fazemos ao Espírito Santo e a Deus em nós de forma insincera. Dizemos por meio do ego que aprendemos ou que queremos as respostas e a cura, mas interiormente, orientados de modo equivocado pelo ego, não queremos de forma verdadeira. Ou temos medo de assumir a responsabilidade pela paz que a verdade nos trará, quando, de fato, nos entregarmos Àquele Que, em nós mesmos, só deseja a felicidade completa para Seu Filho.

A lição de hoje pergunta: "Podes imaginar o que é um estado de espírito livre de ilusões? Como ele seria?" E nos pede para buscarmos lembrar quando houve um momento - talvez um minuto, talvez até menos - em que nada vinha interromper nossa paz, um momento no qual tivemos a certeza de que éramos amados e estávamos em segurança. E pede mais, que tentemos imaginar como seria ter aquele momento estendido até o fim dos tempos e à eternidade. O exercício de imaginação continua: "Deixa, então, que a sensação de tranquilidade que sentiste seja multiplicada centenas de vezes e, em seguida, multiplicada outra centena mais".

Isso, diz a lição, vai nos dar apenas uma ideia, não mais do que um indício infinitamente pequeno do estado em que tua mente ficará quando a paz, que só a verdade pode trazer, chegar. Pois a verdade vai abolir de uma vez por todas as ilusões, e com elas, todos os medos, as dúvidas, as incertezas, as dores e todos os ataques.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O que significa dar e receber?

Para começar as aplicações práticas da ideia da lição deste dia 16 de abril, Que eu me aquiete e escute a verdade, a lição de número 106, nos exercícios de cada hora, o Curso nos orienta a utilizar o seguinte pedido: Eu me aquietarei e escutarei a verdade. O que significa dar e receber? E nos pede que nos aquietemos à espera da resposta para a pergunta que fazemos. E a resposta virá, pois espera que a recebamos há muito tempo.

Diz o texto que a resposta que receberemos é a que vai dar início ao ministério para o qual viemos a este mundo, e que o libertará do pensamento que vê dar como uma forma de perder. Isso vai deixar o mundo pronto para entender e para receber.

Lembram da parte do texto que destaquei na última terça-feira? "... o mundo real pode, de fato, ser percebido". [Basta] "uma disposição para não se perceber nenhuma outra coisa". As orientações para a lição de hoje também dizem que "se quiseres deixar de lado a voz do ego, por mais alto que ela possa parecer chamar; se desejares não aceitar suas dádivas mesquinhas, que não te dão nada daquilo que, de fato, queres; se desejares ouvir com uma mente aberta, que não te diz o que a salvação é; então ouvirás a Voz poderosa da verdade, calma em poder, forte em tranquilidade e absolutamente segura de Suas mensagens".

Isso é pôr-se à disposição para não perceber nenhuma outra coisa diferente do mundo real. E assumir o compromisso de compartilhar a Vontade de Deus de felicidade perfeita para nós todos e para cada um de nós. E aceitar as responsabilidades que advêm de cada uma de nossas escolhas. Fazendo cada uma delas com consciência e entregando ao Espírito Santo o resultado, uma vez que não sabemos nunca verdadeiramente o que é o melhor para nós.

Voltando ainda àquilo de que falamos ontem a respeito dos ídolos, podemos utilizar a ideia da lição de hoje, e sua prática, para fechar os ouvidos aos apelos de todos eles, sem medo de nos desviarmos das vozes do mundo. Não precisamos ouví-las, não precisamos de nada do que elas buscam nos oferecer como forma de satisfazer quaisquer de nossas necessidades. Elas não têm sentido. Não falam em nome da verdade.

Aproveitemos, pois, a ideia da lição de hoje e os períodos de prática para ir além de "todas as coisas que não falam d'Aquele Que mantém [nossa] felicidade em Sua Mão, que a estende a [nós] em acolhimento e em amor". Isso nos deixará prontos para a salvação, que já está aqui e nos será dada hoje, quando aprendemos nossa função, ouvindo-a d'Aquele Que a escolheu por nós em Nome do Pai. É preciso que recebamos e aceitemos todos os milagres para podermos nos tornar os doadores felizes daquilo que recebemos.

Reafirmemos, então, nossa escolha de ouvir e de receber a orientação da Voz por Deus, lembrando-nos de dizer, durante todo o dia, o maior número de vezes possível nos intervalos de nossos períodos de prática: Que eu me aquiete e escute a verdade. Eu sou o mensageiro de Deus hoje. Minha voz é a d'Ele, para dar o que recebo.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Quem precisa de ídolos?

Nosso encontro de ontem à noite, trouxe à tona uma questão interessante. A questão dos ídolos. A leitura em que se centrou o encontro trouxe o tema Além de todos os ídolos, um dos subtítulos do capítulo 30, O Novo Começo, que nos convida a pensar no seguinte: "Ídolos são bem específicos. Mas tua vontade é universal, por ser ilimitada. E assim ela não tem forma, tampouco fica contente com sua expressão em termos de forma. Ídolos são limites. Eles são a crença de que existem formas que trarão a felicidade e de que pela limitação se obtém tudo. É como se dissesses: 'Eu não tenho necessidade de tudo. Quero só esta coisinha e ela será tudo para mim'. E isso tem de deixar de satisfazer porque tua vontade é a de que tudo seja teu. Decide-te pelos ídolos e pedes a perda. Decide-te pela verdade e tudo é teu" (T-30.III.1:1-10).

Além destas ideias há que se pensar ainda em muitas outras afirmações que o texto faz a respeito dos ídolos. Para citar apenas algumas, por exemplo: "O que buscas não é a forma.(...) Tu não queres um ídolo. Não é tua vontade ter um ídolo. Ele não te concederá a dádiva que buscas". E "por trás da busca de qualquer ídolo está o anseio pela completude. A integridade [no sentido de totalidade e completude] não tem forma porque é ilimitada".

Acho que isso, estas poucas ideias, são suficientes para nos voltarmos para a da lição 105, deste dia 15 de abril, que nos assegura que A paz e a alegria de Deus são minhas. E, a partir desta afirmação, podemos nos perguntar: se tenho "a paz e a alegria de Deus" comigo, para que necessitaria de ídolos?

Praticar ideia de hoje, para [e, quem sabe, até] acreditar em sua veracidade, internalizando-a o mais profundamente possível em nós, talvez seja a melhor maneira de nos livrarmos da necessidade de construir e criar ídolos em nossa vida. Talvez a ideia nos auxilie, de fato, a perceber que nenhum ídolo que se apresente a nós traz consigo a única coisa capaz de nos pôr em contato com a felicidade que Deus quer para nós. Nenhum ídolo no mundo, que se apresente como tal, nos oferece "a paz e a alegria de Deus". Pelo menos, não sem nos pedir alguma coisa em troca. Geralmente um "pequeno sacrifício". Para o nosso próprio bem.

Praticar a ideia deste dia significa tentar emprestar por inteiro toda a disposição de que somos capazes para aceitar nossa função "no plano de Deus para a salvação". E, por consequência, compartilhar a Vontade d'Ele de felicidade para nós.

O que ainda nos impede de aceitar "a paz e a alegria de Deus" como nossas, para o Curso, é a confusão criada em torno do significado de dar. Ainda não somos capazes de acreditar que as dádivas aumentam quando as recebemos. Mais, parece-nos impossível acreditar que as dádivas aumentam quando as damos. Mas as dádivas que Deus nos oferece não são iguais às dádivas do mundo, aonde acreditamos que dar significa perder, ficar sem.

Por isso, entre as principais metas deste Curso, está a de nos ensinar a inverter a visão a respeito do dar, para que possamos aprender a receber, uma vez que dar veio a ser uma fonte de medo neste mundo. Uma fonte que nos faz evitar a única maneira pela qual podemos receber. Aprendendo a aceitar "a paz e alegria de Deus", aprenderemos [e ensinaremos] "um modo diferente de olhar para uma dádiva". Pois "as dádivas de Deus nunca diminuirão quando forem dadas. Elas apenas aumentam em consequência disso".

Assim, podemos, de verdade, perguntar: se "a paz e a alegria de Deus são minhas" quem precisa de ídolos. Para quê?

terça-feira, 14 de abril de 2009

A disposição para ver o mundo real

Desculpem-me pelo atraso para a lição 104, deste dia 14 de abril. Tive um compromisso logo pela manhã cedinho e só pude chegar ao computador agora. A tempo, porém, para que aproveitemos ao máximo a ideia para as práticas de hoje, que é: Busco só o que me pertence na verdade. Um pensamento que, de acordo com o Curso, busca nos assegurar, como os das lições anteriores, que "a alegria e a paz não são apenas sonhos vãos". São nosso direito legítimo em função daquilo que somos.

Em um encontro que tive ontem à noite, para o estudo do UCEM, a leitura recaiu sobre uma parte do texto que afirmava que "o mundo, da forma pela qual tu o percebes, não pode ter sido criado pelo Pai, porque o mundo não é como tu o vês. Deus criou só o eterno e tudo o que vês é perecível. Por isso tem de existir outro mundo que tu não vês". E é a isso, me parece, que a ideia central da lição de hoje se refere.

Tem de existir outro mundo que, em condições normais a partir da percepção desenvolvida pelo ego, não conseguimos ver. É esse mundo que buscamos, porque só ele tem o que nos pertence na verdade. É nele que vamos encontrar a alegria e a paz, características básicas de que depende a felicidade, que é a Vontade de Deus para nós. E, pelo que nos diz a lição de hoje, logo no início, "Deus não pode deixar de te dar o que Ele quer". Nosso papel, nossa função, nossa tarefa é preparar um lugar, um altar, para receber as dádivas d'Ele.

Fazemos isso praticando as lições, para aprender que não podemos acolher as dádivas de Deus com alegria quando enchemos nossa mente com as dádivas sem sentido do ego, que as cria como substitutos para as dádivas de Deus. A lição de hoje nos convida a eliminar todas essas dádivas sem sentido de nossa própria criação, abrindo assim o espaço necessário no altar sagrado de nossa mente para as dádivas que herdamos do Próprio Deus desde antes do início do tempo e "que ainda serão nossas depois que o tempo acabar na eternidade".

Nossa prática da ideia de hoje nos convida a abandonar "todos os conflitos do mundo, que oferecem outras dádivas e outras metas feitas de ilusões, testemunhadas por elas e buscadas apenas em um mundo de sonhos". Busquemos, pois, em lugar disso apenas o que nos pertence na verdade, reconhecendo que só isso pode nos dar a alegria e a paz. Nada mais que isso nos pertence ou interessa, de fato. Não queremos nada mais do que isso.

Apenas para lembrar mais uma vez o texto lido ontem à noite, o Curso diz lá ainda que "o mundo real pode, de fato, ser percebido. Tudo o que é necessário [para tanto] é uma disposição para não se perceber nenhuma outra coisa". É a isso que nos convida a ideia de lição de hoje.

Vamos à prática?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A felicidade que nos livra do medo e da dor

A lição 103, deste dia 13 de abril, traz consigo a ideia que pode iluminar para sempre nossas vidas, varrendo definitivamente nossa crença no medo, fundada a partir da ideia da possibilidade de estarmos separados de Deus e uns dos outros, e da crença na possibilidade da existência de um deus criado à imagem e semelhança do humano, vingativo e cruel, capaz de "vir e julgar os vivos e os mortos", condenando uns ao fogo eterno e premiando outros com uma vida de felicidade eterna num paraíso para alguns poucos escolhidos, depois de uma vida inteiramente dedicada ao bem.

A ideia para a prática de hoje é: Deus, sendo Amor, é também felicidade. E isto nos livra para sempre da ideia desse deus tirano e julgador, ditador soberano e cheio de caprichos, que nos dão a maioria das religiões ao longo do tempo. Também podemos esquecer a ideia de que a vida que construímos aqui, a partir das escolhas que fazemos, precisa ser de sacrífício e de renúncia, de penitência e sofrimento, e de mágoa e de dor. Uma vida de tristezas que, apesar de não termos escolhido, temos de suportar para pagar por nossas culpas. A ideia para a prática de hoje nos devolve a alegria de podermos escolher novamente a felicidade. E de escolher vivê-la alegremente o tempo todo. A vida toda.

Ninguém é culpado de nada e ninguém pode ser culpado por nada. Cada um de nós é responsável apenas por si mesmo e pelas escolhas que faz. Ora, a felicidade, conforme nos ensina o Curso, "é uma característica do amor" e, assim como não pode estar separada dele, também não pode existir onde não existir o amor. Entretanto, de acordo com o ensinamento de que nos ocupamos, o amor não está sujeito a nenhum limite e existe em todos os lugares. Daí, nossa opção lógica, a única possível, recair sobre a escolha do amor. A única que pode servir para tornar verdadeira a possibilidade de compartilharmos a Vontade de Deus de felicidade para nós.

Apenas uma mente equivocada pode negar o fato de o amor levar consigo a alegria a todos os lugares e acreditar que existem lugares nos quais o amor pode estar ausente, o que limitaria a felicidade, por redefinir o amor como limitado e sujeito a períodos de sofrimento e dor. Isso, de fato, não tem nada a ver com amor, mas sim com um arremedo do verdadeiro sentimento amoroso, um arremedo criado pelo ego e pela mente equivocada para nos levar a acreditar ser necessário que tenhamos medo de Deus.

Para limpar isso, as práticas de hoje, aqueles cinco minutos a cada hora, devem começar "trazendo à verdade este erro básico" para aprendermos de forma definitiva que: "Deus, sendo Amor, é também felicidade. Temê-Lo é ter medo da alegria". Um aprendizado que nos permitirá acolher com a alegria e gratidão toda a felicidade que vai substituir para sempre o medo e a dor.

domingo, 12 de abril de 2009

Celebrar o renascer para a felicidade

Dando seguimento às ideias que nos colocam frente a frente com aquilo que, de fato, queremos para nossas vidas, a lição de número 102, deste dia 12 de abril, o domingo de Páscoa do calendário cristão, não poderia ser senão a melhor expressão de nossa ressurreição, de nosso renascer, suplantadas todas as crenças equivocadas do ego: Eu compartilho da Vontade de Deus de felicidade para mim.

Hoje podemos nos tornar livres de toda a ilusão. Podemos nos libertar de uma vez por todas do domínio das crenças do ego no sofrimento, na dor, na tristeza e na morte. Podemos alcançar a paz, unindo nossa vontade à Vontade de Deus de felicidade perfeita para nós. Fazendo isso, podemos chegar à salvação, libertando-nos definitivamente do medo.

Aceitando no fundo de nossos corações e mentes a Vontade de Deus de felicidade para nós, abandonamos qualquer crença que possamos ter tido na utilidade para o sofrimento e para a dor, e para a tristeza e para a morte. Nenhum deles nos dá nada, nenhum deles tem nenhuma razão de ser e nenhum deles pode realizar coisa alguma. Eles não nos oferecem nada e simplesmente não existem. Tudo o que existe está na Vontade de Deus para nós. E nós a aceitamos agora e vamos dedicar todos os nossos períodos de prática à felicidade que é a Vontade d'Ele para nós e é também a nossa.

sábado, 11 de abril de 2009

A felicidade que dura para sempre

A sequência lógica para a ideia das práticas da lição de ontem, para se usar a terminologia que o sistema de pensamento do ego entende, só poderia ser: A Vontade de Deus para mim é a felicidade perfeita. Esta a ideia central da lição de número 101, para este dia 11 de abril.

E digo isto porque se já tenho consciência da importância de meu papel no plano de Deus para a salvação, a minha e a do mundo inteiro, e se já aprendi que minha função é a alegria ou que minha felicidade e minha função são a mesma coisa, só posso esperar que a Vontade de Deus para mim seja a felicidade perfeita, que só posso cumprir experimentando e mostrando ao mundo a alegria perfeita que só o aceitar a minha parte em Seu plano pode me dar.

E o que pode ser melhor do que saber isto? Acreditar nisto, e só nisto? Não há nada que o mundo da ilusão possa me oferecer que se assemelhe à alegria perfeita. Ou não sei que nada daquilo que "aparentemente" existe no mundo dura para sempre? Ou não é corrente em nossa experiência diária a crença de que "o p'ra sempre sempre acaba" nas relações e coisas do mundo?

Continuemos, pois, a praticar esta ideia nos primeiros cinco minutos de cada hora, lembrando-nos dela. Precisamos dos períodos de prática hoje para afastar de nossa mente tudo o que não seja a Vontade de Deus para nós. Pois só Sua Vontade dura para sempre. Só a felicidade que vem da Vontade d'Ele para nós pode durar para sempre.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Para entender minha função aqui

Cem dias! Atingimos hoje, dia 10 de abril, a marca de cem dias de prática dos exercícios. E chegamos à lição de número 100, Minha parte é essencial ao plano de Deus para a salvação, uma ideia que me convida, e a cada um de nós, a entrar e a me manter em contato com a verdade a meu próprio respeito. A verdade que afirma que meu papel, e o de cada um de nós, no plano de Deus para a salvação é um papel essencial, ou seja, não há como este papel ser cumprido por ninguém que não eu mesmo.

Enganamo-nos a maior parte do tempo, influenciados pelo ego, quando minimizamos a importância que nos damos, fingindo uma humildade que não tem nada de verdadeira. Na verdade, parece-me, buscamos nos furtar à responsabilidade por tudo o que criamos de forma equivocada na ilusão, que sabemos não ser verdadeira.

É essencial, pois, que estejamos dispostos a assumir a importância de nosso papel e, para isso, a prática de hoje pede que abandonemos a tristeza, que a deixemos de lado. Porque não podemos entrar em contato com o papel que nos cabe no plano de Deus, se ficarmos tristes. Pois "a tristeza é o sinal de que [queremos] desempenhar outro papel, em lugar daquele que [nos] foi designado por Deus". Pois, tristes, deixamos de mostrar ao mundo a enorme felicidade que Ele deseja para nós.

Lembram-se da lição 66, Minha felicidade e minha função são a mesma coisa? Como posso ser feliz se estou triste? É meio óbvio, não?, que minha felicidade depende da, ou está diretamente ligada à, alegria. É isso que a prática de hoje quer que entendamos. Que a alegria é nossa função aqui. A isso dedicamos, conforme as últimas orientações, os primeiros cinco minutos de cada hora, sempre que possível, lembrando-nos também de usar a ideia o maior número de vezes durante o dia, nos intervalos entre uma prática e outra.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Aceitar meu papel é cumprir minha função

Este dia 9 de abril, quinta-feira, é o dia de nossa lição de número 99. Não parece, não, que chegamos tão longe? Noventa e nove dias de caminhada, considerando-se, é claro, o salto inicial do blogue. A ideia da lição de hoje é: A salvação é minha única função aqui. E continuamos com a orientação de reservar os primeiros cinco minutos de cada hora para a prática.

Entre os pontos a se destacar nesta lição está a afirmação do Curso, segundo a qual "salvação e perdão são a mesma coisa". Porque tanto uma quanto a outra pressupõem que alguma coisa errada aconteceu. Existe alguma coisa da qual precisamos ser salvos, perdoados. "Algo errado que necessita de uma mudança corretiva; algo separado ou diferente da Vontade de Deus". Assim, tanto salvação quanto perdão "pressupõem uma coisa impossível mas que ainda assim aconteceu" e trouxe como resultado a percepção de um "estado de conflito entre o que existe e que nunca poderia existir".

Isso faz que tanto a verdade quanto as ilusões sejam igualadas, "pois ambas aconteceram". E "o impossível se torna a coisa para a qual necessitas de perdão", a coisa de que precisas ser salvo. A partir deste momento, o momento em que a coisa impossível acontece, a salvação passa a ser o espaço intermediário entre a verdade e a ilusão.

Será que pode haver um ponto de encontro no qual se possa "conciliar terra e Céu dentro de uma mente em que ambos existem"? O Curso afirma que "a mente que percebe ilusões pensa que elas são verdadeiras... [que] elas têm existência no sentido de que são pensamentos", mas diz mais, que as ilusões "não são verdadeiras porque a mente que tem esses pensamentos está separada de Deus" [o que é uma impossibilidade absoluta].

Para isso o exercício nos convida a refletir sobre o fato de que "apenas um Pensamento de Deus" poderia conceber um plano para "manter a verdade inviolada e, ainda assim, reconhecer a necessidade que as ilusões trazem, e oferecer os meios pelos quais elas são desfeitas sem ataque e sem nenhum toque de dor". E quem mantém este plano é o Espírito Santo, que pode nos colocar em contato com o único "Pensamento que traz as ilusões à verdade e as vê como aparências por trás das quais está o imutável e o certo. Este é o Pensamento que salva e perdoa, porque não deposita nenhuma fé naquilo que não foi criado pela única Fonte que ele conhece. Este é o Pensamento cuja função é salvar" e ele a cumpre tornando tua a própria função que ele tem.

Para tanto é necessário, sem dúvida, que tenhamos cumprido o que nos pedia a lição de ontem. Isto é, é preciso que tenhamos tomado a decisão, acima de qualquer dúvida, de aceitar o papel que nos cabe no plano de Deus para a salvação.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O importante é tomar a decisão

Respondendo a um comentário feito a uma lição anterior, na verdade, não respondendo, apenas acrescentando e confirmando a ideia compartilhada, eu disse que não há, de fato, necessidade de se obedecer rigorosamente ao roteiro elaborado para a prática das lições, uma vez tomada a decisão de fazê-las. O próprio Curso afirma isso em vários pontos, principalmente em um quando nos pede para abandonar todas as ilusões, todas as crenças e abandonar, inclusive, ao próprio Curso, para nos entregarmos à prática, ao Espírito, de mente e corações abertos e vazios de quaisquer ideias pré-concebidas.

É disso, desta decisão, que trata a ideia da lição 98, Vou aceitar minha parte no plano de Deus para a salvação, para a prática neste dia 8 de abril, que nada mais é do que aquela de que já falamos aqui inúmeras vezes. A decisão de aceitar a Vontade de Deus para mim. A única decisão que pode me colocar imediatamente em contato com a alegria perfeita e com a possibilidade de eu viver a eternidade aqui e agora. Esta é a única decisão "lógica", falando em termos que o sistema de pensamento do ego pode entender, mesmo sem concordar, pois é a única que pode me pôr em contato direto com aquilo que sou, com a verdade a meu próprio respeito. E que pode me fazer entender [lembrem-se, por favor, de que entender é sinônimo de perdoar] todas as ilusões criadas pelo ego, a partir da crença na separação.

Aceitar minha parte no plano de Deus para a salvação significa aceitar o que sou agora, o que fui e serei sempre. Pois tudo o que pode mudar é apenas a ilusão. E, se vejo um mundo onde tudo muda com uma frequência que, às vezes, não consigo acompanhar, posso ficar certo de que estou vivendo em um mundo de ilusões e que tudo isso vai passar, restando apenas a Verdade, que não muda nunca.

Aceitar minha parte no plano de Deus para a salvação significa dizer sim à única decisão possível. Significa dizer sim à vida em plenitude. Significa dizer sim a tudo o que se apresentar a partir das escolhas que só eu mesmo posso fazer para minha vida. Significa dizer sim à responsabilidade que preciso assumir para experimentar a alegria perfeita que pode me dar a salvação e me transformar no portador da luz que traz a salvação para o mundo inteiro.

Aceitar minha parte no plano de Deus para a salvação significa aceitar meu papel de salvador de mim mesmo e, por extensão, de salvador do mundo todo. Significa aceitar minha inocência, que é a fonte de todo o poder que vem de Deus. Significa aceitar, com a devida responsabilidade, a liberdade plena que Deus me deu, para ser co-criador com Ele. Sabendo que só posso estender o amor que vem d'Ele, que é o que sou e que é o que Ele É.

A orientação para a prática continua sendo a de dedicarmos os primeiros cinco minutos de cada hora à reflexão acerca da ideia da lição, preparando-nos, com alegria, para os próximos cinco minutos e repetindo-a com a maior frequência possível ao longo do dia.

terça-feira, 7 de abril de 2009

A verdade a respeito do que somos

"Espírito eu sou, um Filho santo de Deus, livre de todos os limites, seguro, e curado, e íntegro, livre para perdoar, e livre para salvar o mundo".

É com estas palavras, ditadas pelo Espírito Santo, que a lição 97, deste dia 7 de abril, nos pede que iniciemos nossos períodos de prática, nos primeiros cinco minutos de cada hora. Diz-nos que estes são exercícios felizes que devemos oferece-Lhe com alegria hoje, pois é por meio deles que o Espírito Santo vai falar a cada um de nós hoje, para nos lembrar que somos espírito, que somos um com Ele, com Deus, com nossos irmãos e com nosso Ser.

A ideia de hoje, e sua prática, nos identifica com o único Ser que somos. E não aceita a crença em uma possível identidade dividida, nem tenta conciliar fatores contrários para ceder aos caprichos do ego. Ela simplesmente declara a verdade a respeito do Ser de cada um de nós, a respeito do Filho santo de Deus que descansa em nós, à cuja mente foi devolvida a sanidade. Somos o espírito dotado amorosamente de todo o Amor do Pai, e de paz e de alegria. Somos o espírito que O completa e que compartilha da função d'Ele de Criador. Ele está sempre conosco assim como estamos sempre com Ele.

A prática da ideia de hoje pode nos colocar a realidade do que somos cada vez mais perto de nossa consciência e, com isso, poupar, às vezes, mil anos ou mais, multiplicando ínúmeras vezes o tempo que dedicamos a ela, pois "o milagre faz uso do tempo mas não é regido por ele". E "a salvação [que a ideia de hoje nos oferece] é um milagre, o primeiro e o último; o primeiro que é o último, porque ele é um só".


segunda-feira, 6 de abril de 2009

A prática em doses homeopáticas

Além da ideia para a prática em si, nas orientações para a prática do exercício de ontem, que, aliás, são as mesmas que o Curso vai manter por algum tempo para as lições dos próximos dias, há algumas coisas que merecem um exame mais profundo e demorado.

Primeiro, o estágio de aprendizado em que nos encontramos. Para o momento que vivemos agora, o texto estrutura a prática com um roteiro que, se obedecido, nos devolve ao contato com a ideia a cada hora, isto é, nos primeiros cinco minutos de cada uma delas. Isto porque entende a dificuldade que, a esta altura, já descobrimos em nós mesmos, nossa falta de disciplina mental, para empreender uma prática mais longa.

Segundo, o fato de que a prática dividida em vários períodos curtos possibilita que organizemos nosso dia de modo a não nos esquecermos da ideia para a prática por muito tempo. Ou seja, é mais ou menos como organizar o dia para tomar um medicamento homeopático, para o qual os intervalos entre uma dose e outra, em muitos casos, são bastante curtos e exigem atenção constante e permanente.

Terceiro, a possibilidade de que desanimemos por não sermos capazes da concentração necessária a uma prática mais longa. Porque quando a recomendação pede apenas um período longo de prática, tendemos a considerar o dia perdido se nos esquecemos dele, ou se deixamos de cumprí-lo por alguma razão. No caso de períodos curtos, mesmo quando deixamos passar um ou outro, sempre podemos voltar à prática, sem a sensação de nos termos desviado muito. Para o Curso, recusar-se a voltar à ideia, por ter esquecido um período ou outro, é apenas uma recusa a permitir que os erros sejam corrigidos e má vontade para tentar de novo.

Por fim, conforme sugere o texto, precisamos aprender que nossos erros não atrasam o Espírito Santo em Seu ensinamento. Ele só pode ser detido por nossa má vontade em abandoná-los ou por nossa recusa em seguir Sua orientação. Mas o próprio Curso diz que precisamos aprender a ser tolerantes para com nossas fraquezas. E que deixar de cumprir as exigências do Curso é simplesmente um equívoco que necessita de correção. Nada mais.

Por isso, a lição 96, deste dia 6 de abril, diz que, embora cada um de nós seja um só Ser, a maioria de nós percebe a si mesma como, no mínimo dois. O bom e o mau, o amoroso e o que odeia, a mente e o corpo. E que é isto que precisamos resolver, porque é isto que nos põe novamente em contato com o único problema que temos: a crença na ideia da separação. Crença que podemos começar a mudar acreditando que A salvação vem do meu único Ser. É esta ideia que devemos praticar hoje. Obedecendo às mesmas orientações dadas para os exercícios de ontem. Ou seja, utilizando sempre que possível os primeiros cinco minutos de cada hora deste dia para refletir a respeito dela.

É esta ideia, na prática, que vai nos colocar em contato frequente com a unidade que somos e com a Unidade de que fazemos parte, na Verdade. Porque os opostos que pensamos ver em nós mesmos não são senão partes da ilusão. E, na verdade, não existem.

domingo, 5 de abril de 2009

Treinar a mente para a verdade

A lição deste dia 5 de abril, a de número 95, logo no início diz que a ideia para prática de hoje, Eu sou um só Ser, unido ao meu Criador, "te descreve tal qual Deus te criou". Diz que "tu és único em ti mesmo e um com Ele". E que "é tua a unidade de toda a criação". E mais, que "tua unidade perfeita torna impossível a mudança em ti" [grifo meu]. Na continuação, lemos que a maioria de nós não aceita isso e deixa de perceber que isso tem de ser assim verdadeiramente. O fato de não aceitarmos isso se deve a acreditarmos que já mudamos a nós mesmos.

E, na verdade, não podemos realmente mudar. Melhor dizendo, o Ser que somos não muda. Foi, é e será para sempre. O que acontece no mundo da ilusão é que acreditamos nele. E acreditamos que é preciso mudar o mundo. E que precisamos mudar com ele. Joseph Campbell diz: "quando falamos em solucionar os problemas do mundo, estamos redondamente enganados. O mundo é perfeito. É uma baderna. Sempre foi uma baderna. Nós não vamos mudá-lo. Nossa tarefa consiste em endireitar nossas próprias vidas".

Para isso, o Curso, referindo-se a si mesmo, logo em seu primeiro capítulo diz que "este é um curso de treinamento da mente". É a mente que pode escolher a quem servir, à verdade ou às ilusões. Daí a necessidade do treinar a mente para ela reconhecer que "qualquer coisa que seja verdadeira é eterna e não pode mudar nem ser mudada", que "o espírito é ... inalterável porque já é perfeito". E que o que somos é isso, espírito perfeito e eterno.

Por isso a prática de hoje, que também deve ser feita nos primeiros cinco minutos de cada hora, visa a nos fazer entrar em contato frequente com a ideia que revela a verdade a respeito de nós mesmos: a de que somos um só Ser e que estamos unidos a nosso Criador.

sábado, 4 de abril de 2009

"Eu sou como Deus me criou."

Se estou bem lembrado, no episódio bíblico, o da sarça ardente, em que Moisés é chamado por Javé para receber a primeira mensagem a ser levada a seu povo que era escravo no Egito, Moisés pergunta a Javé como deve ser referir a Ele. A resposta que lhe é dada é "Eu sou aquele que é" e a orientação é que Moisés diga que "Eu sou" me enviou até vós. A lição 94, deste dia 4 de abril, diz: Eu sou como Deus me criou. Uma afirmação que tem por finalidade devolver a cada um a lembrança daquilo que, de fato, somos. Para desfazer a crença de que somos menores do que o Filho de Deus ou de que somos indignos da salvação, porque pecadores separados do Pai.

Deus, por seu Espírito Santo, habita em cada um de nós. "Aquele que é" nos criou como somos e nada pode mudar isso. Compreender isso é aceitar que luz e alegria e paz moram em mim, conforme vimos na lição de ontem. É carregar isso a todos os lugares a que formos para mostrar ao mundo a verdadeira força que nos move, sustenta e ampara.

Uma de nossas últimas lições nos aconselhava a nos perguntamos "se não sou um corpo, o que sou?" E esta pergunta só pode ser respondida de modo a corresponder à verdade quando a ideia da lição de hoje estiver gravada em nossos corações e mentes. Pois é esta ideia que nos autoriza a dizer que somos o Filho de Deus, Que nos envia ao mundo para trabalhar pela salvação, para demonstrar que já estamos salvos. Para demonstrar que as trevas não podem jamais nos atingir, nem ocultar "Aquele que é" em nós.

A prática deste dia pede apenas que abandonemos todos os ídolos e auto-imagens que criamos de nós mesmos; que ultrapassemos toda e qualquer lista de qualidades, boas ou más, que atribuímos a nós mesmos; e que aguardemos em silenciosa expectativa pela verdade, que o Próprio Deus assegurou que nos será revelada, e a todos que a pedirem.

Do mesmo modo que ontem o livro nos pede que pratiquemos durante os primeiros cinco minutos de cada hora, após acordarmos, e que usemos a ideia com a maior frequência possível durante o dia. Sempre que nos lembrarmos. Cada vez que praticarmos estaremos dando um passo gigantesco na direção de nossa liberação e na direção do aprendizado do sistema de pensamento que este curso apresenta.

sexta-feira, 3 de abril de 2009


Esta é a imagem de uma cerejeira em flor que encontramos em Tiradentes, MG, em julho do ano passado. É apenas uma pausa que a natureza oferece aos olhos cansados de palavras, que lhes ofereço junto com a lição de hoje.

Tu és o Reino e a realidade é tua

"... nosso presente estado de consciência cotidiano, seja ele qual for, triste, feliz, deprimido, extático, agitado, calmo, preocupado ou amedrontado... - este exatamente, exatamente como é, é o Nível da Mente [Deus, ou qualquer nome que se dê a Ele]. [Deus] não é uma experiência particular, nível de consciência ou estado de alma - mais do que isso, é precisamente o nivel que temos agora, seja ele qual for, e compreender isto nos confere um profundo centro de paz, que aparece sob as piores depressões, ansiedades e medos e que permanece enquanto elas durarem." Esta descrição aparece logo no início do último capítulo do livro O Espectro da Consciência, de Ken Wilber, um capítulo intitulado Aquilo Que É Sempre Já, referindo-se, acredito, à Consciência Universal, ou a Deus, ou ainda à experiência de Deus que podemos ter em nossas vidas.

O poeta Alberto Caieiro diz o seguinte:

Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento,
Assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade.
Mas, como a realidade pensada não é a dita mas a pensada,
Assim a mesma dita realidade existe, não o ser pensada.
Assim tudo o que existe, simplesmente existe.
O resto é uma espécie de sono que temos,
Uma velhice que nos acompanha desde a infância da doença.

O livro texto do Curso diz, a certa altura do capítulo sete, o seguinte: "Estar no Reino é apenas focalizar tua atenção completa nele. Enquanto acreditares que podes tratar do que não é verdadeiro, aceitas o conflito como tua escolha. Isso é uma escolha realmente? Parece ser, mas a aparência e a realidade dificilmente são a mesma coisa. Tu que és o Reino não tens interesse na aparência. A realidade é tua porque tu és realidade..."

Todas esta afirmações podem nos ajudar a reforçar a ideia que a lição 93, deste dia 3 de abril, nos oferece para a prática de hoje: A luz, a alegria e a paz habitam em mim. Em nosso estado comum de aparente vigilia nos acreditamos acordados, mas a maior parte do tempo, ao acordar do sono noturno, levantamos para um sono ainda mais profundo e perturbador. Isso porque são raros aqueles entre nós que acreditam, de fato, nas ideias expostas acima e na ideia do exercício de hoje. E somos poucos também os que sabem que nosso maior desejo, o único verdadeiro desejo que podemos ter, é o de entrar em contato com "aquilo que é sempre já". Com a realidade e com o Reino. Ser o Reino, para vivê-lo.

E tudo isso porque ainda não aprendemos a focalizar nossa atenção completa apenas naquilo que queremos de verdade. Sabemos imediatamente citar as coisas de que não gostamos, aquelas que não queremos. Damo-nos ao trabalho de ter listas de coisas indesejáveis, de defeitos que não suportamos nos outros, dos problemas mais sérios do mundo, de nossa cidade, de nossa rua ou do lugar onde moramos, mas raramente utilizamos parte de nosso tempo para definir claramente aquilo que nos traz alegria, aquilo que nos dá felicidade, paz.

A luz, a alegria e a paz habitam em mim. É isso que a lição de hoje nos convida a praticar durante os primeiros cinco minutos de cada hora deste dia. E se não for possível ou não tivermos a disposição necessária para fazê-lo, pede-se ao menos que nos lembremos de repetir a ideia a cada hora, ou sempre que nos lembrarmos. Isso virá a ser de grande auxílio para nos pôr em contato com a realidade daquilo que somos e com o papel que nos cabe na salvação.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Os olhos do corpo veem?

E então? Pensaram um pouco na questão da lição de ontem: Se não sou um corpo, o que sou? Bem, sempre se pode pensar um pouco mais a respeito. De acordo com Joseph Campbell, "o privilégio de uma existência é ser quem você é". A questão é que "o mundo" aparentemente não nos deixa pensar assim, não é mesmo? Para o mundo, somos sempre seres incompletos e imperfeitos que precisam evoluir, crescer. E aí está o equívoco do mundo e a confusão que nós mesmos fazemos com ele. Pois se o mundo é criação nossa, de cada um, como pode ditar o que devemos ou não pensar?

A lição 92, deste dia 02 de abril, estende a ideia a respeito da qual refletimos ontem, ao nos informar que: Milagres são vistos na luz, e luz e força são a mesma coisa. Comumente não pensamos em luz em termos de força ou em escuridão em termos de fraqueza. Mas é perfeitamente claro, se pensarmos na luz que ilumina nossas casas, que ela é energia e força. Ou já não ouvimos alguém dizer, quando falta luz, energia, em casa: "faltou força"? O que acontece normalmente é que nem mesmo prestamos a devida atenção a nosso modo de falar, não percebemos de forma consciente que nosso modo de nos referirmos a quaisquer experiências do dia a dia, sejam elas pequeninas e insignificantes, sejam importantes e significativas, revela nossa maneira de pensar e põe em ação as nossas crenças.

Assim, não associamos luz à força ou escuridão à fraqueza porque nossa ideia do que significa ver, de acordo com o texto do exercício, "está ligada ao corpo e a seus olhos e cérebro". Tanto é assim que nos acreditamos capazes de mudar o que vemos pondo pedacinhos de vidro diante dos olhos, diz. Afirma que "esta é uma dentre as muitas crenças mágicas que advêm da convicção de que és um corpo e de que os olhos podem ver". Acreditar que o cérebro do corpo pode pensar também está entre essas crenças, pois ainda não somos capazes de entender a natureza do pensamente. E, se pudéssemos, riríamos desta ideia louca, que o Curso compara a pensarmos em nós mesmos como quem segura o fósforo que acende o sol, ou como quem mantém o mundo em suas mãos em segurança até soltá-lo. Tolices.

A verdade que a lição de hoje oferece nos põe de novo em contato com algumas ideias por que já passamos, segundo as quais "a força de Deus em ti é que é a luz na qual vês" e é com a "Mente d'Ele que pensas". E que "a força d'Ele nega tua fraqueza", que é quem acredita que "vê com os olhos do corpo, perscrutando na escuridão para ver a imagem de si mesma: o pequeno, o fraco, o doente e o moribundo, os necessitados, os impotentes e amedrontados, o triste, o pobre, o faminto e o infeliz". Isso é ver com olhos que não podem ver, porque não podem abençoar.

A prática da ideia de hoje, à qual é aconselhável dedicar dois períodos de vinte minutos, visa a nos juntar à força, que vê além das aparências, pois mantém seu olhar sempre na luz que existe além delas, à força que vem da verdade "e brilha com a luz que sua Fonte lhe dá". Além dos dois períodos mais longos, o livro recomenda a repetição da ideia com a maior frequência possível durante o dia todo.

Para finalizar, mais uma ideia de Campbell, para quem "devemos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos para ter a vida que aguarda por nós" [na luz e na força, que vêm de Deus, eu diria], assim como, "é preciso se desfazer da pele velha para que a nova possa chegar".

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Se não sou um corpo, o que sou?

Neste dia 01 de abril [não é mentira] retomamos nossa jornada em direção à alegria perfeita, voltando nossa atenção para a lição de número 91 que nos diz que: Milagres são vistos na luz. É um novo começo, já que o exercício nos pede que reservemos, além de vários períodos curtos de prática, três períodos de cerca de dez minutos para fazer um momento de silêncio, buscando abandonar a aparente fraqueza que nos impede de ver a luz e, por consequência, o milagre. Fraqueza que é resultado direto de nossa crença na separação, nosso único problema.

Para aproveitar a lembrança recente do que nos trouxe a leitura que fizemos ontem no encontro do grupo, na página 306 do texto do Curso, lemos que escondemos a glória e o poder que Deus nos deu na escuridão da culpa e da negação de nossa própria inocência [aqui no sentido de pureza, perfeição e integridade]. Fomos nós mesmo que fechamos as portas ao poder de Deus que brilha em nós, banindo-o de nossa mente, permitindo que o ego, do alto de sua ilusória onipotência, se negue a deixar a cargo do Espírito Santo, para que Ele desfaça, tudo aquilo que pode esconder a nossa glória.

É disso que trata também a lição de hoje, lembrando-nos de que "milagres e visão andam necessariamente juntos". Algo que precisamos aprender e repetir, e repetir, e repetir... para que se torne uma das ideias centrais de nosso novo sistema de pensamento e da percepção que ele busca nos apresentar. O texto do exercício nos garante que "o milagre está sempre aí", sempre presente. Que "sua presença não é causada por tua visão [e nem] sua ausência é o resultado de tua incapacidade de ver". Que "apenas tua consciência dos milagres é que é afetada".E o livro diz mais. Tu os verás na luz; não os verás nas trevas.

E mais: Por isso, a luz é vital para ti. Enquanto permaneceres nas trevas, o milagre permanece invisível. Desta forma, ficas convencido que ele não existe. Isto decorre das premissas das quais a escuridão provém. A negação da luz leva à incapacidade de percebê-la. Deixar de perceber a luz é perceber a escuridão. A luz, então, é inútil para ti, mesmo que ela exista. Tu não podes usá-la porque a presença dela é desconhecida para ti. E a aparente realidade das trevas torna sem sentido a ideia da luz.

A prática de hoje nos convida a entrar em contato com a força que a glória de Deus nos dá. Para fazer isso é preciso que nos concentremos na experiência da força, lembrando-nos que toda sensação de fraqueza resulta da crença de que somos apenas um corpo, uma crença equivocada que não merece crédito nenhum. O objetivo do exercício está em buscar afastar da mente a fé que temos na crença de que somos um corpo, mesmo que só por um instante. O resto deixamos a cargo do Espírito Santo, que vai preencher nossa mente com os Pensamentos de Deus.

É parte importante da prática perguntar com honestidade, se não sou um corpo, o que sou?
Pensemos, pois.