quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Perdoar o mundo é o mesmo que abrir mão dele


12. O que é o ego?

1. O ego é idolatria; o sinal do ser limitado e separado, nascido em um corpo, condenado a sofrer e a terminar sua vida na morte. Ele é a "vontade" que percebe a Vontade de Deus como inimiga e toma uma forma na qual ela é negada. O ego é a "prova" de que a força é fraca e de que o amor é amedrontador, de que a vida é, na verdade, morte e de que só aquilo que contraria Deus é verdadeiro.

2. O ego é louco. Com medo, ele se põe diante de Todos os Lugares, separado do Todo, separado do Infinito. Em sua loucura, ele pensa ter se tornado um vitorioso sobre o Próprio Deus. E, em sua autonomia insuportável, ele "percebe" que a Vontade de Deus foi destruída. Ele sonha com castigo e treme diante das imagens de seus sonhos; seus inimigos, que buscam assassiná-lo antes de ele poder garantir sua segurança atacando-os.

3. O Filho de Deus não tem ego. O que ele pode saber da loucura e da morte de Deus, se habita n'Ele? O que ele pode saber da tristeza e do sofrimento, se vive na alegria eterna? O que ele pode saber do medo e do castigo, do pecado e da culpa, do ódio e do ataque, se tudo o que existe à volta dele é a paz perene, livre de conflitos e imperturbada para sempre, no silêncio e na tranquilidade mais profundos?

4. Conhecer a realidade é não ver o ego e seus pensamentos, seus esforços, seus atos, suas leis e crenças, seus sonhos, suas esperanças  seus planos para a própria salvação e o custo que a crença nele cobra. Em termos de sofrimento, o preço pela fé no ego é tão imenso que a crucificação do Filho de Deus é oferecida diariamente em seu santuários sombrio, e o sangue tem de jorrar diante do altar em que seus seguidores doentios se preparam para morrer.

5. Porém, um único lírio de perdão transformará as trevas em luz; o altar às ilusões no santuário à Própria Vida. E a paz será devolvida para sempre às mentes santas que Deus criou como Seu Filho, Sua morada, Sua alegria, Seu amor, inteiramente Seu, um só com Ele totalmente.

*

LIÇÃO 334

Reivindico, hoje, as dádivas que o perdão dá.

1. Não vou esperar outro dia para achar os tesouros que meu Pai me oferece. Todas as ilusões são vãs e os sonhos desaparecem, mesmo porque se baseiam em percepções falsas. Permite que hoje eu não aceite dádivas tão mesquinhas novamente. A Voz de Deus oferece a paz de Deus a todos que ouvem e escolhem segui-Lo. Esta é minha escolha hoje. E, assim, vou encontrar os tesouros que Deus me dá.

2. Busco apenas o eterno. Pois Teu Filho não pode se satisfazer com nada menos do que isso. O que, então, pode servir de consolo para ele, a não ser aquilo que Tu ofereces a sua mente confusa e coração amedrontado, para lhe dar segurança e lhe trazer paz? Quero ver meu irmão sem pecado hoje. Esta é Tua Vontade para mim, pois deste modo verei minha inocência.


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 334

A ideia para as práticas de hoje tem a ver com o renovar nossa decisão de tomar posse da herança de filhos de Deus, a que temos direito natural, por ainda sermos tal qual Deus nos criou, conforme ensina o Curso de várias maneiras e em várias ocasiões ao longo do texto e dos exercícios. 

Tal decisão começa com a afirmação que cada um de nós vai fazer da ideia: 

Reivindico, hoje, as dádivas que o perdão dá.

Ela tem a ver com o perdão, porque é a forma de acessar essa herança. Pois perdoar o mundo é o mesmo que abandoná-lo, é o mesmo que abrir mão dele, para ganhá-lo por inteiro, à luz da percepção verdadeira, sabendo que ele não vai durar, que ele não é eterno e não tem senão o valor que lhe damos, que é sempre temporário e variável. Por dependente da percepção que temos e que, ora nos mostra algo como útil, ora como inútil. 

Ora, se nos parecer difícil pensar na enormidade do gesto que parece ser oferecer o perdão ao mundo todo, é preciso que nos lembremos que o Curso ensina que não há nada fora. Assim é que podemos ficar tranquilos e aceitar a tarefa, pois, além de tudo, perdoar o mundo não é nada mais nada menos do que apenas nos perdoarmos a nós mesmos, por tudo e por nada, aceitando que ainda somos como Deus nos criou, escolhendo viver a Vontade d'Ele para nós, que é a mesma que a nossa, como vimos há pouco 

E é urgente que tomemos esta decisão. A decisão que pode nos salvar e salvar o mundo inteiro. Pois por que esperar para fazer em outro momento, se a decisão pode nos pôr em contato com a paz e a alegria perfeitas e completas, que são a Vontade de Deus para nós? Assim é que dizemos:

Não vou esperar outro dia para achar os tesouros que meu Pai me oferece. Todas as ilusões são vãs e os sonhos desaparecem, mesmo porque se baseiam em percepções falsas. Permite que hoje eu não aceite dádivas tão mesquinhas novamente. A Voz de Deus oferece a paz de Deus a todos que ouvem e escolhem segui-Lo. Esta é minha escolha hoje. E, assim, vou encontrar os tesouros que Deus me dá.

Vamos, pois, perdoar o mundo, em sintonia com o que o Curso ensina, para podermos encontrar e desfrutar dos tesouros que Deus nos dá. Perdoemos o mundo e tudo o que há nele e esqueçamos o passado. Pois perdoar o mundo é, como já disse outras vezes, entregá-lo a seu próprio destino, juntamente com seu futuro, sem sequer uma única intenção de controle, sem qualquer pretensão de saber ditar a ele "melhores" modos e maneiras.

Repetindo, perdoar o mundo é reconhecer que ele não tem nada que queiramos realmente. É dar a ele apenas o valor que lhe é devido por sua impermanência, por sabê-lo passageiro e mutável, reconhecendo a diversidade apenas como aspectos diferentes da mesma ilusão, que o cria e constrói a partir de pensamentos baseados na crença em uma ideia que valoriza a separação, como se ela fosse verdadeira, esquecendo-se da Unidade, de que todos somos partes. 

Não há nada no mundo que vá durar para sempre, para a eternidade; e o que buscamos, unindo-nos à orientação do Curso nesta lição é apenas o eterno. Por isso dizemos:

Busco apenas o eterno. Pois Teu Filho não pode se satisfazer com nada menos do que isso. O que, então, pode servir de consolo para ele, a não ser aquilo que Tu ofereces a sua mente confusa e coração amedrontado, para lhe dar segurança e lhe trazer paz? Quero ver meu irmão sem pecado hoje. Esta é Tua Vontade para mim, pois deste modo verei minha inocência.

Para nos lembrarmos de tudo isso, ofereço-lhes mais uma vez, outra, a passagem do livro Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa, na qual ele nos apresenta a compreensão disto, a partir da percepção do Menino, em um trecho de uma das estórias:

"E, vindo outro dia, no não-estar-mais-dormindo e não-estar-ainda-acordado, o Menino recebia uma claridade de juízo - feito um assopro - doce, solta. Quase como assistir às certezas lembradas por um outro; era que nem uma espécie de cinema de desconhecidos pensamentos; feito ele estivesse podendo copiar no espírito ideias de gente muito grande. Tanto, que, por aí, desapareciam, esfiapadas.

"Mas naquele raiar, ele sabia e achava: que a gente nunca podia apreciar, direito, mesmo as coisas bonitas ou boas, que aconteciam. Às vezes, porque sobrevinham depressa e inesperadamente, a gente nem estando arrumado. Ou esperadas, e então não tinham gosto de tão boas, eram só um arremedo grosseiro. Ou porque as outras coisas, as ruins, prosseguiam também, de lado e do outro, não deixando limpo lugar. Ou porque faltavam ainda outras coisas, acontecidas em diferentes ocasiões, mas que careciam de formar junto com aquelas, para o completo. Ou porque, mesmo enquanto estavam acontecendo, a gente já sabia que elas já estavam caminhando para se acabar roídas pelas horas, desmanchadas..." 

Não lhes parece que as práticas podem nos levar mais depressa ao encontro de nós mesmos, no Ser, em Deus, com Ele? Não lhes parece que perdoar o mundo vai permitir que, de fato, reivindiquemos e recebamos as dádivas que o perdão oferece, e que, na verdade, já são nossas? 

Às práticas?


quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Como tratar os comportamentos ditos irresponsáveis


12. O que é o ego?

1. O ego é idolatria; o sinal do ser limitado e separado, nascido em um corpo, condenado a sofrer e a terminar sua vida na morte. Ele é a "vontade" que percebe a Vontade de Deus como inimiga e toma uma forma na qual ela é negada. O ego é a "prova" de que a força é fraca e de que o amor é amedrontador, de que a vida é, na verdade, morte e de que só aquilo que contraria Deus é verdadeiro.

2. O ego é louco. Com medo, ele se põe diante de Todos os Lugares, separado do Todo, separado do Infinito. Em sua loucura, ele pensa ter se tornado um vitorioso sobre o Próprio Deus. E, em sua autonomia insuportável, ele "percebe" que a Vontade de Deus foi destruída. Ele sonha com castigo e treme diante das imagens de seus sonhos; seus inimigos, que buscam assassiná-lo antes de ele poder garantir sua segurança atacando-os.

3. O Filho de Deus não tem ego. O que ele pode saber da loucura e da morte de Deus, se habita n'Ele? O que ele pode saber da tristeza e do sofrimento, se vive na alegria eterna? O que ele pode saber do medo e do castigo, do pecado e da culpa, do ódio e do ataque, se tudo o que existe à volta dele é a paz perene, livre de conflitos e imperturbada para sempre, no silêncio e na tranquilidade mais profundos?

4. Conhecer a realidade é não ver o ego e seus pensamentos, seus esforços, seus atos, suas leis e crenças, seus sonhos, suas esperanças  seus planos para a própria salvação e o custo que a crença nele cobra. Em termos de sofrimento, o preço pela fé no ego é tão imenso que a crucificação do Filho de Deus é oferecida diariamente em seu santuários sombrio, e o sangue tem de jorrar diante do altar em que seus seguidores doentios se preparam para morrer.

5. Porém, um único lírio de perdão transformará as trevas em luz; o altar às ilusões no santuário à Própria Vida. E a paz será devolvida para sempre às mentes santas que Deus criou como Seu Filho, Sua morada, Sua alegria, Seu amor, inteiramente Seu, um só com Ele totalmente.

*

LIÇÃO 333

O perdão acaba com o sonho de conflito aqui.

1. O conflito tem de ser resolvido. Se quisermos nos livrar dele, não podemos evitá-lo, pô-lo de lado, negá-lo, disfarçá-lo, vê-lo em outro lugar, dar-lhe outro nome ou escondê-lo por meio de qualquer tipo de truque. Ele tem de ser visto exatamente como é, onde se pensa que ele está, na realidade que lhe foi dada e com o propósito que a mente conferiu a ele. Pois só assim suas defesas são suspensas e a verdade pode brilhar sobre ele à medida que ele desaparece.

2. Pai, o perdão é a luz que Tu escolheste para eliminar todo conflito e toda dúvida, e para iluminar o caminho de nossa volta a Ti. Nenhuma luz a não ser essa pode pôr fim a nosso sonho mau. Nenhuma luz a não ser essa pode salvar o mundo. Pois apenas essa não falhará em nada jamais, pois é Tua dádiva para Teu Filho amado.


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 333

Continuo a crer que nunca é demais repetir as palavras, ou as histórias que buscam facilitar o contato e a sintonia com o que somos na verdade, e que podem nos fazer abandonar as ilusões e os conflitos por inteiro e de uma vez por todas. É isto que vamos fazer mais uma vez hoje para explorar a ideia que o Curso oferece para as práticas. 

Pois é hoje que vamos reconhecer e aceitar o que a ideia nos diz e pô-la em prática. Para tanto, basta que digamos para nós mesmos de forma decidida:

O perdão acaba com o sonho de conflito aqui.

E, após esta tomada de consciência, vamos nos voltar para o interior de nós mesmos à procura da luz que pode perdoar a tudo e a todas as coisas, em nós, e em tudo o que está aparentemente fora de nós também.

Podemos fazer uso novamente da história que reproduzo abaixo como forma de exercitar o perdão, valendo-nos dela para aprender a reconhecer o divino no outro, para lhe oferecer a paz e a alegria do reencontro com o divino, em si mesmo, por nosso intermédio.

Gerald Jampolsky, um dos estudantes de UCEM de primeira hora e fundador do primeiro Center for Attitudinal Healing [Centro para Cura das Atitudes - CCA], escreveu, a partir de suas interpretações dos ensinamentos do UCEM, entre outros, um livro inteiro a respeito do perdão.

O livro se chama Perdão e vale a pena ser lido, pois traz explicações para as muitas razões pelas quais achamos difícil perdoar e ilustra os motivos por que "apegar-se a sentimentos de revanche e de vingança é uma atitude que só pode causar sofrimento". Um livro que descreve de forma clara e simples, "os motivos pelos quais [muitas vezes] nos negamos a perdoar e como a nossa mente trabalha para justificar essa atitude". O que, é claro, tem a ver com a ideia para nossas práticas de hoje.

Além do mais, a fim de ajudar a nos decidirmos pelo perdão, o livro "aponta os efeitos colaterais tóxicos causados [pela] intolerância e os males que isso pode provocar no nosso corpo e na nossa vida em geral. Mas, acima de tudo, revela-nos os incomensuráveis benefícios do perdão".

Entre as várias histórias que Jampolsky conta, e "que abrem nossos corações aos milagres que acontecem quando acreditamos verdadeiramente que todas as pessoas merecem o nosso amor", está a seguinte:

Na tribo Babemba, da África do Sul, quando uma pessoa age de maneira injusta ou irresponsável, ela é colocada sozinha no centro da aldeia, mas não é de maneira alguma impedida de fugir.

Todos os habitantes da aldeia param de trabalhar e formam um círculo em volta da pessoa acusada. Em seguida, cada um, independentemente de sua idade, começa a lembrar o acusado de todas as boas ações que ele praticou ao longo da vida.

Tudo o que é lembrado sobre a pessoa em questão é descrito em pormenores. Todos os atributos positivos do acusado, suas boas ações, seus pontos fortes e generosidades são ressaltados em benefício dela. Cada pessoa do círculo faz isso de forma detalhada.

Todos os fatos da vida dessa pessoa são expostos com o máximo de sinceridade e amor. Ninguém pode exagerar os acontecimentos e todos sabem que não podem inventar histórias. Ninguém mente nem é irônico ao fazer esse relato.

Essa cerimônia prossegue até que todos os habitantes da aldeia tenham relembrado os feitos dessa pessoa como membro respeitado de sua comunidade. Esse procedimento pode prolongar-se por vários dias. No final, a tribo desfaz o círculo e começa uma celebração jubilosa em que a pessoa é recebida de volta à tribo.

Pelos olhos do amor, que essa cerimônia descreve de maneira tão bela, só a reconciliação e o perdão têm lugar. Cada pessoa no círculo, bem como a pessoa colocada em seu centro, é lembrada [de] que o perdão nos dá a oportunidade de abandonar o passado e os medos do futuro. A pessoa que está no centro não é considerada uma pessoa má nem é excluída da comunidade. Em vez disso, ela é lembrada do amor que existe em seu interior e é acolhida por todos à sua volta.


A forma utilizada pelos babembas para tratar o conflito é que vai resolvê-lo de forma definitiva. Pois, como diz a lição:

O conflito tem de ser resolvido. Se quisermos nos livrar dele, não podemos evitá-lo, pô-lo de lado, negá-lo, disfarçá-lo, vê-lo em outro lugar, dar-lhe outro nome ou escondê-lo por meio de qualquer tipo de truque. Ele tem de ser visto exatamente como é, onde se pensa que ele está, na realidade que lhe foi dada e com o propósito que a mente conferiu a ele. Pois só assim suas defesas são suspensas e a verdade pode brilhar sobre ele à medida que ele desaparece.

Podemos, então, perguntar-nos: é isto o que fazemos quando alguém à volta de nós age, para o nosso julgamento, nosso modo particular de ver, de maneira injusta e irresponsável? E se, mesmo que apenas na imaginação, adotássemos o hábito de criar na mente um Círculo de Perdão [o Curso nos oferece a ideia de um círculo de Expiação], no qual colocássemos todas as pessoas que, por qualquer razão, ainda nos parece difícil perdoar? 

É possível!  Podemos fazê-lo, valendo-nos das palavras finais da lição, repetindo-as para nós mesmos sempre que uma situação de conflito se apresentar, dizendo:

Pai, o perdão é a luz que Tu escolheste para eliminar todo conflito e toda dúvida, e para iluminar o caminho de nossa volta a Ti. Nenhuma luz a não ser essa pode pôr fim a nosso sonho mau. Nenhuma luz a não ser essa pode salvar o mundo. Pois apenas essa não falhará em nada jamais, pois é Tua dádiva para Teu Filho amado.

As práticas de hoje se destinam a nos ensinar a encontrar a alegria e a liberdade que só o perdão dá.

A elas?


terça-feira, 28 de novembro de 2017

É pela alegria e pelo perdão que podemos viver o real


12. O que é o ego?

1. O ego é idolatria; o sinal do ser limitado e separado, nascido em um corpo, condenado a sofrer e a terminar sua vida na morte. Ele é a "vontade" que percebe a Vontade de Deus como inimiga e toma uma forma na qual ela é negada. O ego é a "prova" de que a força é fraca e de que o amor é amedrontador, de que a vida é, na verdade, morte e de que só aquilo que contraria Deus é verdadeiro.

2. O ego é louco. Com medo, ele se põe diante de Todos os Lugares, separado do Todo, separado do Infinito. Em sua loucura, ele pensa ter se tornado um vitorioso sobre o Próprio Deus. E, em sua autonomia insuportável, ele "percebe" que a Vontade de Deus foi destruída. Ele sonha com castigo e treme diante das imagens de seus sonhos; seus inimigos, que buscam assassiná-lo antes de ele poder garantir sua segurança atacando-os.

3. O Filho de Deus não tem ego. O que ele pode saber da loucura e da morte de Deus, se habita n'Ele? O que ele pode saber da tristeza e do sofrimento, se vive na alegria eterna? O que ele pode saber do medo e do castigo, do pecado e da culpa, do ódio e do ataque, se tudo o que existe à volta dele é a paz perene, livre de conflitos e imperturbada para sempre, no silêncio e na tranquilidade mais profundos?

4. Conhecer a realidade é não ver o ego e seus pensamentos, seus esforços, seus atos, suas leis e crenças, seus sonhos, suas esperanças  seus planos para a própria salvação e o custo que a crença nele cobra. Em termos de sofrimento, o preço pela fé no ego é tão imenso que a crucificação do Filho de Deus é oferecida diariamente em seu santuários sombrio, e o sangue tem de jorrar diante do altar em que seus seguidores doentios se preparam para morrer.

5. Porém, um único lírio de perdão transformará as trevas em luz; o altar às ilusões no santuário à Própria Vida. E a paz será devolvida para sempre às mentes santas que Deus criou como Seu Filho, Sua morada, Sua alegria, Seu amor, inteiramente Seu, um só com Ele totalmente.


*


LIÇÃO 332


O medo aprisiona o mundo. O perdão o liberta.

1. O ego cria ilusões. A verdade desfaz seus sonhos maus, afastando-os com sua luz. A verdade nunca ataca. Ela é simplesmente. E a partir da presença dela a mente se lembra das fantasias e acorda para o real. O perdão convida esta presença a entrar e a tomar seu lugar legítimo na mente. Sem o perdão, a mente fica aprisionada, acreditando em sua própria inutilidade. Com o perdão, entretanto, a luz brilha, de fato, por entre as trevas, oferecendo-lhe esperança e lhe dá o meio para perceber claramente a liberdade que é sua herança.

2. Não queremos aprisionar o mundo novamente hoje. O medo o mantém prisioneiro. E, não obstante, Teu Amor nos dá o meio de libertá-lo. Pai, queremos libertar o mundo agora. Pois na medida em que oferecemos a liberdade ela nos é dada. E não queremos continuar a ser prisioneiros, quanto Tu nos ofereces a liberdade.



*

COMENTÁRIO



Explorando a LIÇÃO 332

O Curso oferece hoje, mais uma vez, a oportunidade de aprendermos a perdoar o mundo inteiro, e, claro, como não poderia deixar de ser a oportunidade de nos perdoarmos por completo também, porque só podemos condenar o mundo ao nos condenarmos. 


A ideia para as práticas de hoje traz consigo ainda uma nova oportunidade de abraçarmos, também para nós mesmos, a liberdade. A de deixarmos de lado, de uma vez por todas, qualquer ideia de medo que nos aprisione. Daí, novamente, o convite-pergunta: vamos aprender a libertar o mundo e, por consequência, aprender a liberdade para nós mesmos, libertando-nos de toda e qualquer ideia de medo, que faz de todos nós prisioneiros ao mesmo tempo, por manter o mundo todo em uma prisão: a do julgamento?

Pois:

O medo aprisiona. O perdão liberta.

E, como diz Joel Goldsmith, não podes sentir medo e ter fé em Deus. Uma coisa exclui a outra. Pois, para se chegar à liberdade, é preciso que nos libertemos de todo e qualquer medo. E que outra coisa além do perdão pode nos libertar?

O perdão vai nos ensinar que o medo não é real. Tudo o que não é amor não é real. A única realidade com a qual podemos ter contato é o amor, que é sinônimo de alegria e de liberdade. Ou como diz Julian de Norwich:

A plenitude da alegria
é
contemplar 
Deus
em tudo.

Para ver/contemplar Deus em tudo, preciso experimentar/viver "a plenitude da alegria" - cada um de nós precisa - ser capaz de me ver em tudo e em todos o tempo inteiro. Isto é, preciso ser capaz de abandonar qualquer ideia de separação. Qualquer ideia que me coloque distante, por mais perto que seja a distância, do(s) outro(s). E mais, preciso ser capaz de não perceber qualquer distância, qualquer separação, entre Deus e eu. Ou como já disse Goldsmith, não existe Deus e eu, ou Deus e nós, ou Deus e o mundo. Só existe Deus. Eu sou o EU SOU que Deus é.

Enquanto não formos capazes de olhar para tudo e para todas as coisas e perceber em tudo e em todas as coisas a manifestação de Deus, ainda estaremos olhando para as ilusões que nos oferece o ego. É disto que a lição fala, ao dizer:

O ego cria ilusões. A verdade desfaz seus sonhos maus, afastando-os com sua luz. A verdade nunca ataca. Ela é simplesmente. E a partir da presença dela a mente se lembra das fantasias e acorda para o real. O perdão convida esta presença a entrar e a tomar seu lugar legítimo na mente. Sem o perdão, a mente fica aprisionada, acreditando em sua própria inutilidade. Com o perdão, entretanto, a luz brilha, de fato, por entre as trevas, oferecendo-lhe esperança e lhe dá o meio para perceber claramente a liberdade que é sua herança.

É a possibilidade da plenitude de que fala Julian que as práticas com o perdão da ideia de hoje nos oferece. As práticas vão nos trazer, de fato, a grande oportunidade para aprendermos a viver o que é real, a única coisa que é real em nós mesmos. De que modo?

Pela alegria e pelo perdão. O perdão, que é o meio de "remover os bloqueios à consciência da presença do amor" e da verdade, que "nunca ataca" e simplesmente "é". É o perdão que vai nos permitir libertar o mundo e nos libertarmos com ele, pois da mesma forma que não nos queremos prisioneiros da ilusão,

Não queremos aprisionar o mundo novamente hoje. O medo o mantém prisioneiro. E, não obstante, Teu Amor nos dá o meio de libertá-lo. Pai, queremos libertar o mundo agora. Pois na medida em que oferecemos a liberdade ela nos é dada. E não queremos continuar a ser prisioneiros, quando Tu nos ofereces a liberdade.

E o perdão é o meio de que precisamos nos valer para chegar à alegria e à liberdade, a nossa própria e a do mundo. Para tanto, é preciso, primeiro, que deixemos a verdade tomar seu lugar legítimo em nossa mente, para desfazer as trevas que nos impedem de ver a luz.

E é só a luz que vai permitir que cheguemos ao perdão, que abandonemos toda e qualquer condenação que fazemos de nós mesmos sempre que condenamos a quem quer que seja, e que nos libertemos, oferecendo o perdão ao mundo todo que, deste modo, se libertará conosco.

Às práticas?


segunda-feira, 27 de novembro de 2017

O conflito entre tua vontade e A de Deus é impossível


12. O que é o ego?

1. O ego é idolatria; o sinal do ser limitado e separado, nascido em um corpo, condenado a sofrer e a terminar sua vida na morte. Ele é a "vontade" que percebe a Vontade de Deus como inimiga e toma uma forma na qual ela é negada. O ego é a "prova" de que a força é fraca e de que o amor é amedrontador, de que a vida é, na verdade, morte e de que só aquilo que contraria Deus é verdadeiro.

2. O ego é louco. Com medo, ele se põe diante de Todos os Lugares, separado do Todo, separado do Infinito. Em sua loucura, ele pensa ter se tornado um vitorioso sobre o Próprio Deus. E, em sua autonomia insuportável, ele "percebe" que a Vontade de Deus foi destruída. Ele sonha com castigo e treme diante das imagens de seus sonhos; seus inimigos, que buscam assassiná-lo antes de ele poder garantir sua segurança atacando-os.

3. O Filho de Deus não tem ego. O que ele pode saber da loucura e da morte de Deus, se habita n'Ele? O que ele pode saber da tristeza e do sofrimento, se vive na alegria eterna? O que ele pode saber do medo e do castigo, do pecado e da culpa, do ódio e do ataque, se tudo o que existe à volta dele é a paz perene, livre de conflitos e imperturbada para sempre, no silêncio e na tranquilidade mais profundos?

4. Conhecer a realidade é não ver o ego e seus pensamentos, seus esforços, seus atos, suas leis e crenças, seus sonhos, suas esperanças  seus planos para a própria salvação e o custo que a crença nele cobra. Em termos de sofrimento, o preço pela fé no ego é tão imenso que a crucificação do Filho de Deus é oferecida diariamente em seu santuários sombrio, e o sangue tem de jorrar diante do altar em que seus seguidores doentios se preparam para morrer.

5. Porém, um único lírio de perdão transformará as trevas em luz; o altar às ilusões no santuário à Própria Vida. E a paz será devolvida para sempre às mentes santas que Deus criou como Seu Filho, Sua morada, Sua alegria, Seu amor, inteiramente Seu, um só com Ele totalmente.

*

LIÇÃO 331

Não há nenhum conflito, pois minha vontade é Tua.

1. Quão tolo, Pai, acreditar que Teu Filho pudesse causar sofrimento a si mesmo! Ele poderia fazer um plano para sua própria maldição e ser deixado sem uma forma segura de liberação? Tu me amas, Pai. Tu nunca poderias me deixar abandonado, para morrer em um mundo de dor e de crueldade. Como pude pensar que o Amor abandona a Si Mesmo? Não existe nenhuma vontade a não ser a Vontade do Amor. O medo é um sonho, e não existe nenhuma vontade que possa entrar em conflito com a Tua. Conflito é sono, e paz despertar. Morte é ilusão; vida, verdade eterna. Não existe nenhuma oposição a Tua Vontade. Não existe nenhum conflito, pois minha vontade é Tua.

2. O perdão nos mostra que a Vontade de Deus é Uma Só, e que nós a compartilhamos. Vamos olhar para as imagens sagradas que o perdão nos mostra hoje, a fim de podermos encontrar a paz de Deus. Amém.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 331

Chegamos hoje, mais uma vez - a nona para os que acompanham as postagens deste blogue desde seu início -  à décima segunda das quatorze instruções que o Curso nos oferece para acompanhar e dar unidade às práticas das lições desta segunda parte do Livro de Exercícios. Esta parte que, como eu já disse várias vezes antes, de acordo com o Curso, quer nos oferecer os meios para que alcancemos a percepção verdadeira. 

O tema da instrução para a qual voltamos nossa atenção é: O que é o ego? E é necessário que voltemos a ele diariamente nos próximos dez dias. Ao menos uma vez antes das práticas com a ideia para o dia. Para tanto, como tenho feito desde o início das lições desta segunda parte do livro, vou continuar a postar a instrução a cada dia, antes de cada lição.

Conforme vocês já devem ter percebido, em particular aqueles que já estão passando por este ponto pela segunda, terceira ou mais vezes, esta instrução traz informações preciosas a respeito do ego [o falso eu que quer usurpar o lugar de Deus, como nos ensina o Curso] e de seu sistema de pensamento. Ao mesmo tempo ela nos ensina a olhar para além dele, para nos auxiliar a entrarmos em contato com a verdade do que somos, para nos colocarmos na posição e no lugar em que a Vontade de Deus, em Seu Amor infinito, quer que estejamos. E que é o único lugar em que podemos estar.

Vamos, pois, às práticas com a primeira das dez ideias que as lições deste período nos oferece. Uma ideia que mais uma vez busca nos ensinar o caminho para nos libertarmos de todos os conflitos que o sistema de pensamento do ego quer que acreditemos verdadeiros. Uma ideia que assegura não ser possível qualquer conflito entre a minha, a tua e a nossa vontades e a Vontade de Deus. É por esta razão, pois, que a ideia que praticamos para iniciar este bloco de dez lições diz: 

Não há nenhum conflito, pois minha vontade é Tua. 

É claro que já aprendemos que a Vontade de Deus e a nossa são a mesma e uma só. Por isso não deve haver nenhuma dificuldade a esta altura para nos alinharmos à ideia que praticamos. 

Por isso, podemos dizer em uníssono com a lição: 

Quão tolo, Pai, acreditar que Teu Filho pudesse causar sofrimento a si mesmo! Ele poderia fazer um plano para sua própria maldição e ser deixado sem uma forma segura de liberação? Tu me amas, Pai. Tu nunca poderias me deixar abandonado, para morrer em um mundo de dor e de crueldade. Como pude pensar que o Amor abandona a Si Mesmo? Não existe nenhuma vontade a não ser a Vontade do Amor. O medo é um sonho, e não existe nenhuma vontade que possa entrar em conflito com a Tua. Conflito é sono, e paz despertar. Morte é ilusão; vida, verdade eterna. Não existe nenhuma oposição a Tua Vontade. Não existe nenhum conflito, pois minha vontade é Tua.

Aproveitemos, pois, mais uma vez, a fim de facilitar a compreensão - tendo sempre em mente que compreender é aceitar - da ideia e estender a reflexão, para acompanhar a meditação de Julian de Norwich, mística do século XIV, que também mostra não haver nenhum conflito entre o que Deus quer para nós e aquilo que queremos. Vejamos o que ela diz:

Temos o poder de pedir a nosso Amado,
reverentemente,
tudo o que desejamos.

Pois nosso desejo natural é possuir a Deus
e o bom desejo de Deus é nos possuir.

Não deixaremos nunca de ter esse desejo e 
anseio,
enquanto não possuirmos nosso Amado
na plenitude da alegria.

Então, não teremos mais nenhum outro
desejo. 

E há também, para ilustrar claramente a necessidade de que aceitemos e escolhamos a Vontade de Deus, e apenas a Vontade d'Ele, como a nossa, a história do grande santo, que lutava para chegar a Deus, contada assim por Níkos Kazantzákis, em seu "Relatório ao Greco":

Um grande santo lutou durante quarenta dias e não pôde chegar a Deus; havia alguma coisa no meio que o impedia; depois de quarenta anos entendeu: era o jarrinho de que gostava muito porque jogava dentro dele a água que bebia e o refrescava: quebrou-o e, imediatamente, uniu-se a Deus.

E há ainda o koan budista que diz o seguinte:

O mestre conserva a cabeça do discípulo sob a água, por muito, muito tempo; pouco a pouco as bolhas se rarificam; no último instante, o mestre tira o discípulo, o reanima: quando tiveres desejado a verdade [Deus] como desejaste o ar, então saberás o que ela [Deus] é.

Então, quando não houver "mais nenhum outro desejo" a não ser o de conhecer Deus, fazer de Sua Vontade a nossa, há de ser porque reconhecemos, aprendemos e aceitamos o que o perdão nos mostra. Como diz a lição:

O perdão nos mostra que a Vontade de Deus é Uma Só, e que nós a compartilhamos [com Ele]. Vamos olhar para as imagens sagradas que o perdão nos mostra hoje, a fim de podermos encontrar a paz de Deus. Amém. 

Às práticas?

domingo, 26 de novembro de 2017

Há diferença entre sentir-se bem e sentir Deus? Não!


11. O que é a criação?

1. A criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus, em número infinito e sem qualquer limite. Só o amor cria, e só como ele mesmo. Nunca houve um tempo em que aquilo que ele criou não existia. Tampouco haverá um em que qualquer coisa que ele criou venha a sofrer qualquer perda. Os Pensamentos de Deus são para todo o sempre exatamente como eram e tal qual são, imutáveis ao longo do tempo e depois que o tempo acabar.

2. Os Pensamentos de Deus recebem todo o poder que seu próprio Criador tem. Pois Ele quer acrescentar ao amor por sua extensão. Deste modo, Seu Filho compartilha da criação e, por isso, tem de compartilhar do poder de criar. Aquilo que Deus quer que seja Um para sempre ainda será Um quando o tempo acabar; e não mudará ao longo do curso do tempo, permanecendo como era antes que a ideia de tempo começasse.

3. A criação é o contrário de todas as ilusões, pois criação é verdade. A criação é o Filho santo de Deus, pois na criação a Vontade d'Ele é completa em todos os aspectos, tornando cada parte continente do todo. A inviolabilidade de sua unicidade fica garantida para sempre; preservada eternamente dentro de Sua Vontade santa, além de toda possibilidade de dano, de separação, de imperfeição e de qualquer mancha em sua inocência.

4. Nós somos a criação; nós, os Filhos de Deus. Parecemos estar separados e não-cientes de nossa unidade com Ele. Mas, por trás de todas as nossas dúvidas, além de todos os nossos medos, ainda existe a certeza. Pois o amor permanece com todos os seus Pensamentos, porque é deles a certeza do amor. A memória de Deus está em nossas mentes, que conhecem sua unicidade e sua unidade com seu Criador. Permite que nossa função seja apenas deixar que esta memória volte, apenas para permitir que a Vontade de Deus seja feita sobre a terra, apenas para sermos devolvidos à sanidade e para sermos apenas como Deus nos criou.

5. Nosso pai nos chama. Ouvimos Sua Voz e perdoamos a criação em Nome de Seu Criador, a Própria Santidade, Santidade Da Qual Sua Própria criação compartilha; Santidade Que ainda é uma parte de nós.

*

LIÇÃO 330

Não vou me ferir novamente hoje.

1. Vamos aceitar o perdão como nossa única função neste dia. Por que deveríamos atacar nossas mentes e lhes dar imagens de dor? Por que deveríamos ensinar-lhes que são impotentes, se Deus oferece Seu poder e Seu Amor e as convida a aceitarem aquilo que já é delas? A mente que se torna disposta a aceitar a dádivas de Deus é devolvida ao espírito e estende sua liberdade e sua alegria, uma vez que a Vontade de Deus está unida à vontade dela mesma. O Ser que Deus criou não pode pecar e, por isso, não pode sofrer. Vamos escolher que Ele seja nossa Identidade hoje e, deste modo, escapar para sempre de todas as coisas que o sonho de medo parece nos oferecer.

2. Pai, Teu Filho não pode ser ferido. E, se pensamos sofrer, nós apenas deixamos de conhecer nossa Identidade una, que compartilhamos Contigo. Queremos voltar para Ela hoje, para nos tornarmos livres de todos os nossos erros e para sermos salvos daquilo que pensávamos ser.


*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 330

Num dos livros de Wayne Dyer que li há já algum tempinho, conforme já lhes disse, ele se refere a Swami Muktananda, que costumava perguntar aos que se aproximavam dele se sabiam qual a diferença entre sentir-se bem e sentir Deus. E, quando as pessoas respondiam, balançando a cabeça negativamente, ele fazia o sinal de zero com os dedos. Indicando com o sinal que não há diferença entre sentir-se bem e sentir Deus.

Esta historinha está em perfeita sintonia com a ideia que o Curso oferece para as práticas de hoje:

Não vou me ferir novamente.

Pois é só o ego que pode querer sentir dor, sentir medo, sentir raiva, angústia; sentir-se mal, isto é, separado de Deus. É só o ego em nós que acredita ser capaz de fazer coisas imperdoáveis e que usa o perdão como forma de se sentir superior ao outro a quem perdoou. Isto, na verdade, não é o perdão a que se refere o Curso, a lição.

Vejamos:

Vamos aceitar o perdão como nossa única função neste dia. Por que deveríamos atacar nossas mentes e lhes dar imagens de dor? Por que deveríamos ensinar-lhes que são impotentes, se Deus oferece Seu poder e Seu Amor e as convida a aceitarem aquilo que já é delas? A mente que se torna disposta a aceitar a dádivas de Deus é devolvida ao espírito e estende sua liberdade e sua alegria, uma vez que a Vontade de Deus está unida à vontade dela mesma. O Ser que Deus criou não pode pecar e, por isso, não pode sofrer. Vamos escolher que Ele seja nossa Identidade hoje. 

É isso, então, que as práticas vão trazer a todos os que praticarem e aceitarem as dádivas de Deus: a volta ao espírito e à liberdade e à alegria do espírito, que levam a nos sentirmos bem, a sentirmos Deus. É esta a única escolha que precisamos fazer. Escolher de modo diferente é separar-se de Deus, da alegria, que é o estado natural do Filho de Deus, como ensina o Curso. 

Aquele que perdoa ama e "quem ama permanece em Deus e Deus nele". Em Deus não há como sermos feridos, magoados, abandonados ou mortos. Em Deus, podemos dizer, fazendo eco à lição:

Pai, Teu Filho não pode ser ferido. E, se pensamos sofrer, nós apenas deixamos de conhecer nossa Identidade una, que compartilhamos Contigo. Queremos voltar para Ela hoje, para nos tornarmos livres de todos os nossos erros e para sermos salvos daquilo que pensávamos ser.

É, pois, a prática com esta ideia, hoje, que vai nos ensinar - a todos que desejarem e decidirem assim - a nos livrarmos para sempre da dor e do sofrimento e de todos os sentimentos e sensações que reforçam a crença do ego na separação.

Se não acreditarmos na separação a ideia de que ainda somos como Deus nos criou só pode ser verdadeira. Só assim podemos voltar a nossa Identidade una com Deus. 

Às práticas? 


sábado, 25 de novembro de 2017

Só o melhor acontece quando entregamos a Deus


11. O que é a criação?

1. A criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus, em número infinito e sem qualquer limite. Só o amor cria, e só como ele mesmo. Nunca houve um tempo em que aquilo que ele criou não existia. Tampouco haverá um em que qualquer coisa que ele criou venha a sofrer qualquer perda. Os Pensamentos de Deus são para todo o sempre exatamente como eram e tal qual são, imutáveis ao longo do tempo e depois que o tempo acabar.

2. Os Pensamentos de Deus recebem todo o poder que seu próprio Criador tem. Pois Ele quer acrescentar ao amor por sua extensão. Deste modo, Seu Filho compartilha da criação e, por isso, tem de compartilhar do poder de criar. Aquilo que Deus quer que seja Um para sempre ainda será Um quando o tempo acabar; e não mudará ao longo do curso do tempo, permanecendo como era antes que a ideia de tempo começasse.

3. A criação é o contrário de todas as ilusões, pois criação é verdade. A criação é o Filho santo de Deus, pois na criação a Vontade d'Ele é completa em todos os aspectos, tornando cada parte continente do todo. A inviolabilidade de sua unicidade fica garantida para sempre; preservada eternamente dentro de Sua Vontade santa, além de toda possibilidade de dano, de separação, de imperfeição e de qualquer mancha em sua inocência.

4. Nós somos a criação; nós, os Filhos de Deus. Parecemos estar separados e não-cientes de nossa unidade com Ele. Mas, por trás de todas as nossas dúvidas, além de todos os nossos medos, ainda existe a certeza. Pois o amor permanece com todos os seus Pensamentos, porque é deles a certeza do amor. A memória de Deus está em nossas mentes, que conhecem sua unicidade e sua unidade com seu Criador. Permite que nossa função seja apenas deixar que esta memória volte, apenas para permitir que a Vontade de Deus seja feita sobre a terra, apenas para sermos devolvidos à sanidade e para sermos apenas como Deus nos criou.

5. Nosso pai nos chama. Ouvimos Sua Voz e perdoamos a criação em Nome de Seu Criador, a Própria Santidade, Santidade Da Qual Sua Própria criação compartilha; Santidade Que ainda é uma parte de nós.

*

LIÇÃO 329

Eu já escolhi aquilo que Tu queres.

1. Pai, pensei que me desviava de Tua Vontade, que a desafiava, desobedecia suas leis e interpunha uma segunda vontade mais poderosa do que a Tua. Todavia, o que sou, na verdade, é apenas Tua Vontade estendida e se estendendo. Sou isto e isto nunca vai mudar. Da mesma forma que Tu és Um, eu também sou um Contigo. E escolhi isto na minha criação, quando minha vontade se tornou para sempre uma só com a Tua. Essa escolha foi feita para toda a eternidade. Ela não pode mudar para ficar em oposição a si mesma. Pai, minha vontade é a Tua. E eu estou seguro, tranquilo e sereno, em alegria sem fim, porque é Tua Vontade que seja assim.

2. Hoje aceitaremos nossa união uns com os outros e com nossa Fonte. Não temos nenhuma vontade separada da d'Ele e todos somos um porque todos compartilhamos a Vontade d'Ele. A partir dela descobrimos, enfim, nosso caminho para Deus.


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 329

Hoje vamos afirmar uma vez mais com toda a honestidade e sinceridade de que somos capazes que queremos - e que acreditamos - estar em sintonia com a Vontade de Deus para nós com a ideia:

Eu já escolhi aquilo que Tu queres.

Vamos nos abrir à ideia de que nossa vontade e a d'Ele são a mesma e uma só, assim como ensina o Curso e conforme já vimos muitas vezes antes. Já escolhemos o que queremos e queremos apenas aquilo que Deus quer, mesmo que durante a maior parte do tempo não tenhamos consciência disso. 

Para chegarmos a tal consciência é que precisamos dizer:

Pai, pensei que me desviava de Tua Vontade, que a desafiava, desobedecia suas leis e interpunha uma segunda vontade mais poderosa do que a Tua. Todavia, o que sou, na verdade, é apenas Tua Vontade estendida e se estendendo. Sou isto e isto nunca vai mudar. Da mesma forma que Tu és Um, eu também sou um Contigo. E escolhi isto na minha criação, quando minha vontade se tornou para sempre uma só com a Tua. Essa escolha foi feita para toda a eternidade. Ela não pode mudar para ficar em oposição a si mesma. Pai, minha vontade é a Tua. E eu estou seguro, tranquilo e sereno, em alegria sem fim, porque é Tua Vontade que seja assim.

Como eu já disse muitas vezes antes, nossa maior dificuldade, quando se trata de escolher entre ilusão e realidade está em achar que alguma das formas da ilusão tem valor [vejam de novo, por favor, o texto O amigo indicado, no capítulo 26 do livro, que citei em comentário de uma lição há não muito tempo]. Isto nos leva a tentar dar realidade às ilusões. Essa tentativa está fadada ao fracasso, uma vez que nada pode dar realidade àquilo que não tem realidade. Esta ideia, aliás, foi tema de um dos exercícios da primeira parte. Lembram?

O Curso ensina, entre outras coisas, que não podemos ter certeza de nada daquilo que vemos fora de nós, mas podemos ficar certos de que, ao nos deixarmos conduzir pelo Espírito Santo, pelo divino em nós, oferecendo-Lhe um lugar de descanso, é n'Ele que vamos descansar.

Dizendo de outra forma, para nos valermos também das ideias de duas lições recentes, tudo o que o Espírito Santo nos pede é que nos deixemos conduzir, que escolhamos ser o segundo, colocando Deus em primeiro, sempre, pois, de verdade, não sabemos o que é melhor para nós em praticamente nenhuma circunstância. Será competir pelo primeiro lugar? Lembremo-nos de que tudo é sempre entre nós e Deus. Daí, muitas vezes, nós mesmos questionarmos as decisões que acabáramos de tomar. Ou de termos dúvidas quanto à decisão a ser tomada. 

Para abandonarmos quaisquer dúvidas, é preciso que cada um de nós assuma seu próprio compromisso com as práticas diárias, aceitando a ideia de que é possível viver em sintonia com Deus e uns com os outros, como nos orienta a lição:

Hoje aceitaremos nossa união uns com os outros e com nossa Fonte. Não temos nenhuma vontade separada da d'Ele e todos somos um porque todos compartilhamos a Vontade d'Ele. A partir dela descobrimos, enfim, nosso caminho para Deus.

Pois os sentidos do corpo, de que nos valemos para traçar os caminhos que vamos trilhar neste mundo, não conseguem ver, tocar, cheirar, saborear ou ouvir a realidade. A lógica do sistema de pensamento do ego [o falso eu] não é suficiente para abarcar todos os aspectos de um fato qualquer. Racionalizar serve para nos dar uma indicação de um caminho provável em função dos dados que determinada situação nos mostra, mas apenas para isso. Quando nos entregamos ao Ser, voltando-nos para o divino dentro de nós mesmos, só o melhor pode acontecer. Sempre.

Às práticas?


NOTA ADICIONADA AO COMENTÁRIO DA LIÇÃO NO ANO PASSADO:

Ao fazer minhas práticas ontem pela manhã (em 2016), acorreu-me à lembrança algo que creio pode valer para ampliar nossa reflexão acerca das lições todas que estamos fazendo, as desta série e as das séries anteriores nesta segunda parte e também as lições da primeira parte do livro de exercícios.

É claro que minha memória foi despertada por questões que não vêm ao caso comentar, mas que se referem basicamente aos princípios centrais deste ensinamento que compartilhamos aqui. Tratam-se de lições cujo aprendizado é fundamental para quem quer que queira seguir adiante em seu aprendizado. Ensinamentos sem os quais o Curso não faz sentido. Sem os quais tudo não passa de conversa mole, instruções para se chegar a lugar nenhum.

Vejamos, então, o que quero dizer. E peço desde já que me desculpem pela extensão da reflexão e que não a leiam se se sentirem tentados a fazê-lo da má vontade ou mesmo que a abandonem e deletem de suas práticas, caso seja este o impulso que tenham.

Relendo o que nos dizia a lição de ontem, lá no texto que unifica a série:

"A criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus," - Isto quer dizer nós, cada um de nós e todos nós ao mesmo tempo - "em número infinito e sem qualquer limite".

É só o Amor que cria e Ele só cria como a Si mesmo - aliás, há uma lição na primeira parte que diz isso exatamente, se não me falha a memória, não é? -, isto é, com Amor, no Amor.

Os Pensamentos de Deus, nós todos e cada um de nós, recebem todo o poder que seu próprio Criador tem. Pois o Criador quer acrescentar ao amor, estendendo-o. Desse modo o Filho de Deus, Seu Pensamento, compartilha da criação e tem, por isso, que compartilhar também do poder d'Ele para criar.

Não se pode pensar, então, ao dizermos "eu só preciso chamar e Tu me responderás", como na lição de anteontem, que estamos nos referindo a qualquer coisa fora de nós.

Deus - ou qualquer que seja o nome que damos Àquilo que move o universo e o mantém coeso - não é diferente daquilo que cada um de nós é. Que todos somos. E só podemos acessar o poder que vem d'Ele quando nos reconhecemos como iguais - por semelhança - a Ele. 

Não há como dedicar nada a Deus, se não o dedicamos primeiro a nós mesmos. Cada um de nós a si mesmo.

Tudo aquilo que penso de mim - e também tudo aquilo que penso de qualquer outra pessoa no mundo, ou de qualquer aspecto da criação, em minha experiência, em minha consciência - é revelador daquilo que penso de Deus. Não posso estabelecer contato com Deus, nem me comunicar com Ele, se tenho alguma coisa contra mim mesmo, ou contra qualquer pessoa do mundo, ou contra qualquer aspecto da criação.

Quer dizer, a comunicação com Deus só se dá quando é perfeita a minha comunicação com tudo o que é criado. Quando entendo e aceito que tudo é exatamente como é porque é assim que deve ser. E, porque entendo e aceito isso, entendo e aceito também - sem me julgar, sem me diminuir, sem me humilhar ou fazer pouco de mim e do que sou - que eu escolho o que quero viver o tempo inteiro. E vivo apenas o que escolhi.

Não há ninguém fora de mim a quem responsabilizar, a quem culpar, ou a quem atribuir os efeitos de minhas escolhas. Sejam eles quais forem.

Eu sou Deus materializado numa forma, que, por um lado, experimenta as impressões da percepção e dos sentidos, escolhendo uma vida, um modo de viver para poder vivenciar a completude da criação.

Se, por outro lado, não é a alegria completa e perfeita que experimento a partir de minhas escolhas, ainda não aceitei minha divindade e estou preso ao mundo da percepção e do julgamento de uma imagem falsa de mim mesmo que o mundo tenta me vender como real. Uma imagem - um ego, na linguagem do Curso - que, centrada em si mesma, se quer onipotente. Uma imagem louca que não percebe, não atina e não aceita a total dependência de Deus. Mas do Deus interno, do Deus em nós mesmos, além e acima de toda e qualquer imagem que possamos construir para identificá-Lo.

O esforço, qualquer esforço, para ligar Deus a uma imagem, seja ela qual for, é idolatria apenas. Não há um Deus fora a Quem possamos nos dirigir. Isso é básico no Curso. E na vida real, não na vida neste mundo das ilusões, que pensamos ser real. Na vida real, a que temos a partir do Ser, do espírito em nós, do EU SOU.

Nós somos a criação. Nós somos os Filhos de Deus. Apenas parecemos estar separados e inconscientes de nossa eterna unidade com Ele. Porém, atrás de todas as nossas dúvidas, além de todos nossos medos, ainda existe a certeza de nossa origem, de nossa unidade. Pois o Amor, que é também o que Deus é, permanece com todos e com cada um de Seus Pensamentos e lhes dá, e nos dá, Sua certeza.

A lembrança de Deus está em nossas mentes santas, que conhecem sua unicidade e sua unidade com o Criador.

Não nos enganemos mais. Deixemos que o divino em nós assuma as tarefas todas relativas ao viver neste mundo, para que ele se torne cada vez mais parecido com o Céu, que é nosso lar, que é nossa origem, que é o estado-lugar de onde viemos e do qual nunca saímos. Apesar da impressão, apesar das aparências de um mundo cheio de coisas desejáveis e indesejáveis, criado apenas como fantasia, uma ilusão construída por aquela falsa imagem de nós mesmo, que se deve ao sistema de pensamento do ego.

Não há como chegar ao Céu, à comunicação com Deus, enquanto o mundo e as coisas do mundo ainda exercerem qualquer atração sobre nós.

Parece-nos que vamos ganhar autonomia, independência, somente com nossa luta para nos mantermos separados. Parece-nos que o jeito de chegar à salvação é sermos independentes do restante da criação de Deus. Porém, assim, tudo o que encontramos é doença, sofrimento, perda e morte. Porque tudo está interligado, como as tramas de um tecido, como os fios de uma teia de aranha.

Não temos uma vontade independente da Vontade de Deus, por mais que o ego queira e pense que é possível uma vontade assim separada da única que existe.

Ora, se pararmos para pensar um pouquinho só que seja, veremos, reconheceremos que a humanidade, desde o início dos tempos - se é que houve algum -, busca a felicidade, o Céu, por assim dizer.

Só a alegria vivida a partir do divino interior em nós pode nos dar isso.

E se isso, essa alegria, é tudo o que todos e cada um de nós queremos, o que há em nós que possa nos autorizar a pensar que alguns são diferentes, para melhor ou para pior, de outros?

As diferenças que vemos nas aparências só existem na experiência da ilusão de um mundo construído sob a falsa premissa da separação.

Um mundo em que alguns - a maioria talvez - acreditam e buscam mudar. Esquecendo-se de que não há mundo senão no interior de cada um. Assim, o que cada um vê, quando olha para o mundo, é apenas o reflexo de si mesmo. Daquilo que traz dentro de si.

Paz e bem!