segunda-feira, 6 de abril de 2009

A prática em doses homeopáticas

Além da ideia para a prática em si, nas orientações para a prática do exercício de ontem, que, aliás, são as mesmas que o Curso vai manter por algum tempo para as lições dos próximos dias, há algumas coisas que merecem um exame mais profundo e demorado.

Primeiro, o estágio de aprendizado em que nos encontramos. Para o momento que vivemos agora, o texto estrutura a prática com um roteiro que, se obedecido, nos devolve ao contato com a ideia a cada hora, isto é, nos primeiros cinco minutos de cada uma delas. Isto porque entende a dificuldade que, a esta altura, já descobrimos em nós mesmos, nossa falta de disciplina mental, para empreender uma prática mais longa.

Segundo, o fato de que a prática dividida em vários períodos curtos possibilita que organizemos nosso dia de modo a não nos esquecermos da ideia para a prática por muito tempo. Ou seja, é mais ou menos como organizar o dia para tomar um medicamento homeopático, para o qual os intervalos entre uma dose e outra, em muitos casos, são bastante curtos e exigem atenção constante e permanente.

Terceiro, a possibilidade de que desanimemos por não sermos capazes da concentração necessária a uma prática mais longa. Porque quando a recomendação pede apenas um período longo de prática, tendemos a considerar o dia perdido se nos esquecemos dele, ou se deixamos de cumprí-lo por alguma razão. No caso de períodos curtos, mesmo quando deixamos passar um ou outro, sempre podemos voltar à prática, sem a sensação de nos termos desviado muito. Para o Curso, recusar-se a voltar à ideia, por ter esquecido um período ou outro, é apenas uma recusa a permitir que os erros sejam corrigidos e má vontade para tentar de novo.

Por fim, conforme sugere o texto, precisamos aprender que nossos erros não atrasam o Espírito Santo em Seu ensinamento. Ele só pode ser detido por nossa má vontade em abandoná-los ou por nossa recusa em seguir Sua orientação. Mas o próprio Curso diz que precisamos aprender a ser tolerantes para com nossas fraquezas. E que deixar de cumprir as exigências do Curso é simplesmente um equívoco que necessita de correção. Nada mais.

Por isso, a lição 96, deste dia 6 de abril, diz que, embora cada um de nós seja um só Ser, a maioria de nós percebe a si mesma como, no mínimo dois. O bom e o mau, o amoroso e o que odeia, a mente e o corpo. E que é isto que precisamos resolver, porque é isto que nos põe novamente em contato com o único problema que temos: a crença na ideia da separação. Crença que podemos começar a mudar acreditando que A salvação vem do meu único Ser. É esta ideia que devemos praticar hoje. Obedecendo às mesmas orientações dadas para os exercícios de ontem. Ou seja, utilizando sempre que possível os primeiros cinco minutos de cada hora deste dia para refletir a respeito dela.

É esta ideia, na prática, que vai nos colocar em contato frequente com a unidade que somos e com a Unidade de que fazemos parte, na Verdade. Porque os opostos que pensamos ver em nós mesmos não são senão partes da ilusão. E, na verdade, não existem.

3 comentários:

  1. Oi Moises, muito obrigada pelas palavras de hoje.
    Olha eu confesso que não pratico a cada cinco minuto de cada hora, mas sempre que eu lembro eu pratico a lição, realmente é um equivoco que precisa de correção.

    Bjs

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  2. Moisés
    Queria dizer a Duda que não importa se não conseguirmos fazer na íntegra (os cinco minutos a cada hora) o que importa e o que ELE pede é só um pouco de boa vontade, portanto já estou bem satisfeita com o resultado que obtenho por ler a lição pela manhã e carregá-la (em xerox) comigo que deixo como um amuleto na mesa de trabalho durante o dia e JURO "faz uma diferença incrível"!! E releio antes de dormir. Mas quando não faço isto tão certinho, não releio à noite, pois "desmaio", mas o fato de ter estado com ela durante o meu dia, é o que basta para eu sentir que estou no caminho.
    O B R I G A D A !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  3. Caras Duda e Nina, obrigado por comentar e compartilhar.
    É verdade que não tem tanta importância seguir-se rigorosamente um roteiro, de acordo com as orientações do Curso, o que conta é a tomada de decisão. É a disposição de se ficar atento durante a maior parte do tempo possível, de não se render aos auto-enganos a que o ego nos convida. É saber que sempre se pode fazer uma escolha diferente, se a que fizemos não nos trouxer a alegria perfeita. É entender que não há ninguém para culpar, nem a nós mesmos. É ter a convicção de que tudo o que [de pior, para a visão do ego] podemos fazer é errar [o pecado não existe]. E que há correção para todos, para absolutamente todos, os erros que cometemos na ilusão.

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