sábado, 31 de maio de 2014

A Mente Crística é que é nossa mente verdadeira


LIÇÃO 151

Todas as coisas são ecos da Voz por Deus.

1. Ninguém pode julgar com base em evidência tendenciosa. Isto não é julgamento. É apenas uma opinião baseada na ignorância e na dúvida. Sua aparente certeza é apenas um disfarce para a incerteza que ele quer esconder. Precisa de defesa irracional porque é irracional. E sua defesa parece forte , convincente e indubitável em razão de todas as dúvidas subjacentes.

2. Tu não pareces duvidar do mundo que vês. Tu não questionas realmente o que os olhos do corpo te mostram. E também não perguntas por que acreditas nele, muito embora tenhas aprendido há muito tempo que teus sentidos, de fato, enganam. Quando paras para te recordar com que frequência eles foram testemunhas falhas, de fato, é ainda mais estranho que acredites no que eles contam até o último detalhe. Por que acreditarias neles de forma tão irrestrita? Por que, a não ser em razão da dúvida subjacente, que queres esconder com uma demonstração de certeza?

3. Como podes julgar? Teu julgamento se baseia nos testemunhos que teus sentidos te oferecem. E nunca houve testemunho mais falso do que este. Mas de que outra forma julgas o mundo que vês? Depositas uma fé lamentável naquilo que teus olhos e ouvidos contam. Pensas que teus dedos tocam a realidade e se fecham sobre a verdade. É esta a consciência que compreendes e que pensas ser mais verdadeira do que aquilo que a Voz eterna pelo Próprio Deus testemunha.

4. Isto pode ser julgamento? Insiste-se muitas vezes contigo para que te abstenhas do julgamento, não porque ele seja um direito que se nega a ti. Tu não podes julgar. Tu podes apenas acreditar nos julgamentos do ego, que são todos falsos. Ele orienta teus sentidos com cuidado para provar quão fraco és, quão indefeso e amedrontado, quão receoso da punição merecida, quão imundo pelo pecado, quão desprezível em tua culpa.

5. Ele te diz que esta coisa, de que ele fala e ainda quer defender, és tu mesmo. E tu acreditas que isto é verdade com obstinada certeza. Porém, interiormente, permanece a dúvida oculta de que ele não acredita naquilo que te apresenta como realidade com tanta convicção. É só a si mesmo que ele condena. É dentro de si mesmo que ele vê a culpa. É seu próprio desespero que ele vê em ti.

6. Não dês ouvidos à voz dele. As testemunhas que ele te envia para te provar que o mal dele é teu próprio mal são falsas e falam com segurança daquilo que não conhecem. Tua fé nelas é irracional porque tu não compartilharias as dúvidas que o senhor delas não pode derrotar por completo. Tu acreditas que duvidar de seus vassalos é duvidar de ti mesmo.

7. No entanto, tens de aprender a duvidar de que o testemunho delas desobstruirá o caminho para te reconheceres e permitir que só a Voz por Deus seja o Juiz do que é digno de tua própria crença. Ele não te dirá que teu irmão deve ser julgado por aquilo que teus olhos veem nele, nem por aquilo que sua boca diz a teus ouvidos, nem por aquilo que o toque de teus dedos te contam a respeito dele. Ele não toma conhecimento de tais evidências inúteis, que apenas levantam falso testemunho contra o Filho de Deus. Ele reconhece apenas aquilo que Deus ama e, na luz santa daquilo que Ele vê todos os sonhos do ego acerca do que és se desvanecem diante do esplendor que Ele vê.

8. Deixa que Ele seja o Juiz do que tu és, pois Ele tem uma certeza na qual não há nenhuma dúvida, porque se baseia em tão grande Certeza que a dúvida fica sem significado diante de Sua face. Cristo não pode duvidar de Si Mesmo. A Voz por Deus pode apenas exaltá-Lo, regozijando-se na inocência total e eterna d'Ele. Aquele a Quem Ele julga só pode rir da culpa, agora sem vontade de brincar com brinquedos de pecado, ignorando os testemunhos do corpo diante do arrebatamento que a face santa do Cristo provoca.

9. E Ele te julga deste modo. Aceita a Palavra d'Ele como o que tu és, pois Ele dá testemunho de tua bela criação e da Mente Cujo Pensamento criou tua realidade. O que o corpo pode significar para Aquele Que conhece a glória do Pai e do Filho? A que sussurros do ego Ele pode dar ouvidos? O que pode convencê-Lo de que teus pecados são reais? Deixa que Ele também seja o Juiz de todas as coisas que parecem te acontecer neste mundo. As lições d'Ele vão te capacitar a construir uma ponte sobre a brecha entre as ilusões e a verdade.

10. Ele eliminará toda a fé que colocaste na dor, na infelicidade, no sofrimento e na perda. Ele te dá a visão que pode ver além destas aparências sombrias e que pode ver a bondosa face de Cristo em todas elas. Tu não duvidarás mais de que apenas o bem pode vir a ti que és amado por Deus, pois Ele julgará todos os acontecimentos e ensinará a única lição que todos eles contêm.

11. Ele escolherá neles os elementos que representam a verdade e desconsiderará aqueles aspectos que apenas refletem sonhos inúteis. E Ele reinterpretará tudo o que vês, e todas as ocorrências, cada circunstância e todos os acontecimentos que parecem te tocar de qualquer modo a partir de Seu único ponto de referência, totalmente unificado e certo. E tu verás o amor por trás do ódio, a constância na mudança, o puro no pecado e somente as bênçãos do Céu sobre o mundo.

12. Esta é a tua ressurreição, pois tua vida não é uma parte do nada que vês. Ela fica além do corpo e do mundo, depois de todo testemunho da maldade, no interior do Sagrado, santo como Ele Mesmo. Em tudo e em todos a Voz d'Ele não quer te falar de outra coisa senão de teu Ser e de teu Criador, Que é um com Ele. Deste modo verá a santa face do Cristo em tudo e não ouvirás em tudo nenhum som a não ser o eco da Voz de Deus.

13. Hoje praticamos sem palavras, exceto no início do período que passamos com Deus. Nós começamos estes períodos com apenas uma única e lenta repetição da ideia com a qual o dia começa. E, em seguida, observamos nossos pensamentos pedindo silenciosamente a intercessão d' Àquele Que vê os elementos da verdade neles. Deixa que Ele avalie cada pensamento que vem à mente, elimine os elementos de sonho e os devolva novamente como ideias puras que não contradizem a Vontade de Deus.

14. Dá teus pensamentos a Ele e Ele os devolverá como milagres que revelam de forma clara, alegremente, a totalidade e a felicidade que Deus deseja para Seu Filho, como prova de Seu Amor eterno. E à medida que cada pensamento é transformado desta maneira, ele assume o poder de cura da Mente que viu a verdade nele e deixou de ser enganada por aquilo que lhe foi acrescentado equivocadamente. Todos os fios da fantasia acabam. E o que permanece fica unificado em um Pensamento perfeito que oferece sua perfeição em todos os lugares.

15. Passa cinco minutos deste modo quando acordares e dá com alegria outros quinze mais antes de ires dormir. Teu ministério começa quando todos os pensamentos forem purificados. Assim se ensina a ti a ensinar ao Filho de Deus a lição sagrada de sua santidade. Ninguém pode deixar de ouvir, quando ouves a Voz por Deus prestar homenagem ao Filho de Deus. E todos compartilharão contigo os pensamentos que Ele retraduz em tua mente.

16. Esta é a tua Páscoa. E assim depositas a dádiva de lírios brancos sobre o mundo, substituindo as testemunhas do pecado e da morte. O mundo é redimido pela tua transfiguração e liberado da culpa alegremente. Agora, de fato, erguemos nossas mentes ressurrectas em alegria e gratidão Àquele Que nos devolve a sanidade.

17. E nos lembraremos a cada hora d'Aquele Que é salvação e liberdade. À medida que damos graças, o mundo se une a nós e aceita alegremente nossos pensamentos sagrados, que o Céu corrige e torna puros. Agora começa nosso ministério, enfim, para levar ao mundo a boa nova de que a verdade não tem nenhuma ilusão e de que a paz de Deus, por meio de nós, pertence a todos.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 151

"Todas as coisas são ecos da Voz por Deus."

Terminado mais uma vez um período de revisão, vamos praticar de novo mais uma das ideias que pode nos libertar do julgamento de uma vez por todas. E por que precisamos nos libertar do julgamento? Porque é ele que nos mantém prisioneiros de um mundo diferente daquele que queremos, daquele em que tudo o que fazemos fazemos a partir da Vontade de Deus para nós, entendendo que a Vontade d'Ele e a nossa são a mesma. 

Há ainda várias razões para que busquemos nos libertar do julgamento. Entre elas a seguinte, de acordo com a lição:

Ninguém pode julgar com base em evidência tendenciosa. Isto não é julgamento. É apenas uma opinião baseada na ignorância e na dúvida. Sua aparente certeza é apenas um disfarce para a incerteza que ele quer esconder. Precisa de defesa irracional porque é irracional. E sua defesa parece forte , convincente e indubitável em razão de todas as dúvidas subjacentes. 

Mais razões a lição vai nos dar, para que aprendamos que a percepção mostra apenas aquilo que queremos ver. E o que queremos ver depende do propósito que estabelecemos para nossa percepção. Se nosso propósito é o julgamento, então vamos perceber o mundo sob a ótica dos sentidos, sem duvidar por um instante só de que aquilo que vemos é a "realidade". 

Vejamos o que nos diz a lição:

Tu não pareces duvidar do mundo que vês. Tu não questionas realmente o que os olhos do corpo te mostram. E também não perguntas por que acreditas nele, muito embora tenhas aprendido há muito tempo que teus sentidos, de fato, enganam. Quando paras para te recordar com que frequência eles foram testemunhas falhas, de fato, é ainda mais estranho que acredites no que eles contam até o último detalhe. Por que acreditarias neles de forma tão irrestrita? Por que, a não ser em razão da dúvida subjacente, que queres esconder com uma demonstração de certeza? 

A certa altura do texto o Curso ensina: 

"É essencial que tenha em mente que toda percepção ainda está de cabeça para baixo enquanto seu propósito não for compreendido. A percepção não parece ser um meio. E é isto que torna difícil apreender até que ponto ela tem de depender do propósito que vês nela. A percepção parece te ensinar o que vês. Porém, ela apenas testemunha aquilo que ensinaste. Ela é a figura exterior de um desejo, uma imagem que querias que fosse verdadeira." 

Isto que dizer que ao olharmos para algo, ou ao nomearmos alguma coisa ou alguém, já incorremos no julgamento. E a lição pede para refletirmos acerca do seguinte:

Como podes julgar? Teu julgamento se baseia nos testemunhos que teus sentidos te oferecem. E nunca houve testemunho mais falso do que este. Mas de que outra forma julgas o mundo que vês? Depositas uma fé lamentável naquilo que teus olhos e ouvidos contam. Pensas que teus dedos tocam a realidade e se fecham sobre a verdade. É esta a consciência que compreendes e que pensas ser mais verdadeira do que aquilo que a Voz eterna pelo Próprio Deus testemunha.

Isto pode ser julgamento? Insiste-se muitas vezes contigo para que te abstenhas do julgamento, não porque ele seja um direito que se nega a ti. Tu não podes julgar. Tu podes apenas acreditar nos julgamentos do ego, que são todos falsos. Ele orienta teus sentidos com cuidado para provar quão fraco és, quão indefeso e amedrontado, quão receoso da punição merecida, quão imundo pelo pecado, quão desprezível em tua culpa.

Ele te diz que esta coisa, de que ele fala e ainda quer defender, és tu mesmo. E tu acreditas que isto é verdade com obstinada certeza. Porém, interiormente, permanece a dúvida oculta de que ele não acredita naquilo que te apresenta como realidade com tanta convicção. É só a si mesmo que ele condena. É dentro de si mesmo que ele vê a culpa. É seu próprio desespero que ele vê em ti.
 
É em função disso que precisamos nos voltar para o interior de nós mesmos e deixar que a Voz por Deus nos oriente e ilumine nossa visão e todos os nossos sentidos, curando nossa percepção para que possamos ver apenas o reflexo da santidade em tudo aquilo sobre o que cair nosso olhar. É por isso que a lição nos orienta a não darmos ouvidos ao que nos diz o ego, a falsa imagem que fazemos de nós mesmos, o falso eu. Do seguinte modo:

Não dês ouvidos à voz dele. As testemunhas que ele te envia para te provar que o mal dele é teu próprio mal são falsas e falam com segurança daquilo que não conhecem. Tua fé nelas é irracional porque tu não compartilharias as dúvidas que o senhor delas não pode derrotar por completo. Tu acreditas que duvidar de seus vassalos é duvidar de ti mesmo. 

Ao contrário, a lição diz...

... tens de aprender a duvidar de que o testemunho delas desobstruirá o caminho para te reconheceres e permitir que só a Voz por Deus seja o Juiz do que é digno de tua própria crença. Ele não te dirá que teu irmão deve ser julgado por aquilo que teus olhos veem nele, nem por aquilo que sua boca diz a teus ouvidos, nem por aquilo que o toque de teus dedos te contam a respeito dele. Ele não toma conhecimento de tais evidências inúteis, que apenas levantam falso testemunho contra o Filho de Deus. Ele reconhece apenas aquilo que Deus ama e, na luz santa daquilo que Ele vê todos os sonhos do ego acerca do que és se desvanecem diante do esplendor que Ele vê.

Deixa que Ele seja o Juiz do que tu és, pois Ele tem uma certeza na qual não há nenhuma dúvida, porque se baseia em tão grande Certeza que a dúvida fica sem significado diante de Sua face. Cristo não pode duvidar de Si Mesmo. A Voz por Deus pode apenas exaltá-Lo, regozijando-se na inocência total e eterna d'Ele. Aquele a Quem Ele julga só pode rir da culpa, agora sem vontade de brincar com brinquedos de pecado, ignorando os testemunhos do corpo diante do arrebatamento que a face santa do Cristo provoca.

E Ele te julga deste modo. Aceita a Palavra d'Ele como o que tu és, pois Ele dá testemunho de tua bela criação e da Mente Cujo Pensamento criou tua realidade. O que o corpo pode significar para Aquele Que conhece a glória do Pai e do Filho? A que sussurros do ego Ele pode dar ouvidos? O que pode convencê-Lo de que teus pecados são reais? Deixa que Ele também seja o Juiz de todas as coisas que parecem te acontecer neste mundo. As lições d'Ele vão te capacitar a construir uma ponte sobre a brecha entre as ilusões e a verdade.

Ele eliminará toda a fé que colocaste na dor, na infelicidade, no sofrimento e na perda. Ele te dá a visão que pode ver além destas aparências sombrias e que pode ver a bondosa face de Cristo em todas elas. Tu não duvidarás mais de que apenas o bem pode vir a ti que és amado por Deus, pois Ele julgará todos os acontecimentos e ensinará a única lição que todos eles contêm.

Aí podemos voltar ao texto, no ponto em que ele diz: 

"Não pode ser difícil realizar a tarefa que Cristo designou para ti, pois é Ele Quem a realiza."

Quer dizer, quando aceitamos abrir mão do controle que o ego quer que pensemos ter e quando conseguirmos entender que o corpo apenas parece ser o meio de que nos valemos para realizar qualquer tarefa, pois quando nos pomos em sintonia com o divino interior é a Mente Crística em nós que a realiza de fato. A Mente Crística é que é nossa mente verdadeira. Então, podemos seguir com as orientações da lição de hoje, que nos pede para que deixemos o julgamento de todos os acontecimentos para Cristo, pois

Ele escolherá neles os elementos que representam a verdade e desconsiderará aqueles aspectos que apenas refletem sonhos inúteis. E Ele reinterpretará tudo o que vês, e todas as ocorrências, cada circunstância e todos os acontecimentos que parecem te tocar de qualquer modo a partir de Seu único ponto de referência, totalmente unificado e certo. E tu verás o amor por trás do ódio, a constância na mudança, o puro no pecado e somente as bênçãos do Céu sobre o mundo. 

Isso será a nossa ressurreição, nosso despertar para um mundo novo, pois olharemos para ele com novos olhos, que serão capazes de perceber o Céu em tudo e em todos.

Fiquemos, pois, com o que nos trazem os parágrafos restantes da lição, tentando assimilar o que ela nos ensina. Praticando para compreender e vivenciar tudo o que existe, tudo aquilo que vemos e tudo o que percebemos, por mais estranho que nos possa parecer, como ecos da Voz por Deus. Isto é, daquela voz no interior de nós mesmos - de todos e de cada um de nós - que ainda traz em si a lembrança do Céu, a lembrança de sua divina condição de alegria e de paz completas e perfeitas, que é a única coisa que é real em nós.

Isso é tudo que precisamos lembrar. E é a isto que nossas práticas se destinam. 

Às práticas?

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Os erros não existem. Só existem as experiências.


LIÇÃO 150

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(139) Aceitarei a Expiação para mim mesmo.

(140) Pode-se dizer que só a salvação cura.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 150

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Aceitarei a Expiação para mim mesmo.

Pode-se dizer que só a salvação cura.

Chegamos hoje à última das lições desta quarta revisão, com duas ideias vitais para facilitar o aprendizado e tornar mais suave a caminhada rumo ao conhecimento de nós mesmos, que é o caminho que este Curso oferece como forma de permitir que alcancemos a consciência do divino em nós. Pois, como diz a Bíblia: "Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (I Cor. 3:16)

A primeira das ideias que revisamos hoje é o ponto de partida para limparmos a percepção equivocada que temos de nós mesmos, do mundo e de todas as coisas do, e no, mundo. Aceitar a Expiação é permitir que o erro se desfaça. Qualquer erro. Na verdade, precisamos aprender e manter em mente que não há erro. Só experiência. Conseguimos isso por meio das práticas, desaprendendo o que o mundo nos ensinou e aprendendo a respeito do que somos na verdade. Conseguimos isso abandonando todo e qualquer julgamento do mundo e das coisas e pessoas do mundo. 

Para aqueles que em algum momento entraram em contato com a ideia das práticas do ho'oponopono, é preciso salientar que "ho'oponopono" [uma palavra da língua nativa dos havaianos] e "Expiação" são sinônimos. As práticas, pois, com esta primeira ideia podem - e de fato o fazem - nos levar ao início do aprendizado de que o mundo - e tudo e todos que aparentemente estão nele - é neutro.

Aceitar a Expiação é começar a aprender que, na verdade, não existem erros, como já dito acima. Dizendo de outra forma, aceitar a Expiação, o que equivale a desfazer os erros, é retirar o julgamento de toda e qualquer experiência, permitindo que ela seja apenas o que é: uma experiência simplesmente, que vai nos oferecer um resultado, a partir de uma escolha que fizemos ou de uma decisão que tomamos. 

O resultado que a experiência mostra é que vai determinar se nossa escolha foi acertada ou equivocada, não no sentido de julgamento, mas apenas no sentido da constatação daquilo que a experiência nos trouxe. Se o resultado dela nos afasta da alegria e da paz, então é preciso escolher outra vez. Lembrando-nos sempre de que, para escolher de novo, é necessário acolher o resultado, aceitá-lo e reconhecer que ele era a única coisa que podia ter acontecido e ser grato por ele e pela experiência.

Aceitar a Expiação também significa começar a aprender a ser agradecido por toda e qualquer experiência que se apresente, entendendo que todas elas são apenas a materialização aparente de um desejo nosso, de uma escolha que fizemos nalgum momento, conscientes dela ou não. Se o resultado da experiência não é algo que nos põe em contato com a alegria, se é algo que nos tira a paz de espírito e nos afasta de nós mesmos e dos envolvidos na experiência e se resistimos ao que se apresenta a nós, a sensação de se estar separado fica mais aguda. Daí a necessidade de acolher e agradecer por todas as experiências e por todos os resultados delas, sejam elas quais forem, sejam quais forem os resultados.

As práticas com a segunda ideia tratam de nos devolver a liberdade e o poder para experimentar o mundo sem susto, sem medo, ao nos ensinarem a perceber claramente que tudo o que pensamos a respeito da cura e das doenças, neste mundo, é apenas ilusão, sonho. 

A segunda ideia, ao devolver nossa condição original de Filhos de Deus, nos restitui a santidade, a pureza e a inocência em que fomos criados, das quais nunca nos separamos, a não ser na percepção equivocada do sistema de pensamento do ego, o falso eu, a imagem de nós mesmos que construímos para viver a experiência deste mundo. 

Às práticas?

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Assumir a responsabilidade por tudo o que acontece


LIÇÃO 149

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(137) Quando sou curado, não sou curado sozinho.

(138) O Céu é a decisão que tenho de tomar.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 149

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Quando sou curado, não sou curado sozinho.

O Céu é a decisão que tenho de tomar.

A primeira das ideias para a revisão de hoje nos remete a dois princípios muito importantes dos milagres. Dois princípios que estão lá no início do livro texto. São eles o trigésimo quinto, que diz: "os milagres são expressões do amor, mas podem não ter sempre efeitos observáveis", e o quadragésimo quinto: "Um milagre nunca se perde. Pode tocar muitas pessoas que nem mesmo encontraste e produzir mudanças não sonhadas em situações das quais nem mesmo estás ciente".

A ideia da lição 137 afirma de forma muito clara que, ao nos curarmos, não curamos apenas a nós mesmos. Isto significa dizer - para que o reconheçamos de forma definitiva - que tudo o que fazemos traz consequências, para nós mesmos, para os que estão próximos de nós, para os que estão distante de nós, de quem nos lembramos, de quem nos esquecemos e também para o mundo inteiro, mesmo que essas consequências não sejam visíveis para nós. 

A ideia segundo a qual "quanto sou curado, não sou curado sozinho" ensina, de forma absolutamente clara, que temos cem por cento de responsabilidade, se não por tudo o que nos acontece, por tudo aquilo que nos chega à consciência, bem como por tudo o que acontece no mundo, que construímos, e que de algum modo nos chegue à consciência. Quer estejamos dispostos a reconhecer isto, quer não.

É importante ter em mente, porém, que nossa responsabilidade não é em relação ao que aconteceu, e sim à cura daquilo que nos parece ser um equívoco de nossa percepção. 

A segunda ideia que revisamos põe em nossas mãos todo o poder de que necessitamos para transformar o mundo, este mundo mesmo, no Céu que queremos viver, a partir do momento em que assumimos completa e total responsabilidade por ele, por sua cura, pela cura de nossa percepção. Para tanto, basta apenas nossa tomada de decisão. Pois o mundo muda conosco, quando mudamos. E é muito fácil experimentar isto na prática, conforme já sugeri nas práticas dos anos anteriores e repito aqui, agora. Vale a pena fazer o teste. Faça-o.

Alguma coisa ou alguém o(a) incomoda em seu dia a dia? Experimente mudar sua forma de pensar a respeito de tal coisa ou de tal alguém. Faça-o de forma decidida pensando em curar-se da percepção equivocada (primeira ideia) e em criar uma experiência de Céu, de paz, de alegria e de felicidade (segunda ideia). Em pouco tempo, a coisa, ou a pessoa, que parecia ser um problema vai certamente deixar de sê-lo. E você vai poder passar a curar outras coisas que sua percepção lhe mostra de forma equivocada.

Como sugeri também em anos anteriores, pode contar aqui mais tarde, se quiser, é claro, os resultados depois de experimentar. Acho que todos vão se beneficiar da experiência e de seu compartilhamento.
 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Acreditar na ilusão da separação é um ataque a Deus


LIÇÃO 148

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(135) Se eu me defendo, sou atacado.

(136) A doença é uma defesa contra a verdade.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 148

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Se me defendo, sou atacado.

A doença é uma defesa contra a verdade.

Por que ficamos doentes? Porque acreditamos que podemos ser atacados pela verdade. É daí que vem nossa crença na necessidade de defesas. Mas, se ainda somos como Deus nos criou, o que poderia nos atacar? Ou não acreditamos que ainda somos tal qual Deus nos criou?

O Curso ensina que nunca houve um tempo em que nos separamos de Deus. Isto quer dizer que a ideia de uma existência separada d'Ele é apenas ilusão. Aliás, podemos pensar até que acreditar na ilusão de uma vida à parte de Deus é que é, sim, um ataque a Ele. Mas é também um ataque que só pode ser feito pelo ego, pelo falso eu, pela imagem equivocada que construímos de nós mesmos. Isto é, um ataque da ilusão à verdade, que não pode ter nenhum efeito.

Como já lhes disse antes, é esta percepção equivocada que temos de nós mesmos e, por consequência, do mundo inteiro e de tudo o que aparentemente existe nele, que nos põe permanentemente na defensiva, pois faz que nos vejamos como criaturas frágeis, destinadas a voltar ao pó de onde viemos. Mas o que volta ao pó é apenas aquela parte ilusória de nós, que é feita de pó. O que somos, na verdade, não pode morrer e nem vira pó.

No entanto, ao nos identificarmos com um corpo perecível - a forma que temos na ilusão da percepção -, que está sujeito ao ataque de parte de nós mesmos, de outros de nós mesmos, da passagem do tempo, das condições climáticas e de todas as coisas que povoam o mundo amedrontador que construímos a partir desta percepção distorcida, damos à ilusão um poder sobre nós que ela não tem e nos deixamos enganar pelo ego, que se vale do poder que atribuímos a algo que não existe.

O fato de vivermos na defensiva, identificador do julgamento que fazemos de nós mesmos, e que projetamos em tudo o que vemos, abre espaço para o ataque, melhor dizendo, autoriza a que nos sintamos atacados pelas outras pessoas e por outras coisas vivas, vírus, bactérias, animais, grandes e pequenos, visíveis e invisíveis; e por coisas aparentemente inanimadas, utensílios, plantas, líquidos e alimentos. 

É para nos libertarmos da crença na separação, que gera a ideia da necessidade de defesa, que revisamos hoje. A primeira das ideias para as práticas deste dia ensina de forma clara como deslocar o ataque de qualquer coisa aparentemente externa a nós, atribuindo-o à única fonte de onde ele pode surgir: de nossa posição de defesa. 

É claro que isto contraria aquele pensamento do mundo segundo o qual "a melhor defesa é o ataque" e ensina que não há necessidade de defesas, que não podemos ser atacados por nada nem por ninguém, a não ser por nossa própria percepção equivocada de nós mesmos, que constrói todo este mundo de ilusões em que pensamos habitar. Na verdade, a melhor defesa não é o ataque. A melhor defesa é acreditar que ainda somos como Deus nos criou, na inocência e na pureza, que permitem o olhar amoroso para tudo e para todos porque não percebe nenhum ataque, porque não cogita a possibilidade de atacar a nada nem a ninguém.

A segunda informa a razão pela qual inventamos a doença, que consegue ser, ao mesmo tempo, uma forma de defesa e de ataque. Contra a verdade e contra nós mesmos. Sempre. Por mais que queiramos nos auto-enganar atribuindo uma doença qualquer a alguma coisa exterior a nós, todas as doenças são escolhas que fazemos - claro que na maior parte das vezes de forma inconsciente - e das quais nos valemos para atacar a verdade, ou para fazê-la calar, quando não queremos aceitar a completa e total responsabilidade por tudo aquilo que nos acontece na vida. 

Quem quer de forma consciente assumir que cria para si mesmo todas as experiências e situações por que passa? Quem quer assumir conscientemente que as pessoas que o/a cercam são as pessoas que ele/ela mesmo escolheu para o bem ou para o mal? E reconhecer e aceitar que elas cumprem um papel que ele/ela mesmo atribuiu a elas e que ele/ela deve ser grato/a por isso? 

Que se dirá, então, da possibilidade de encontrar alguém capaz de aceitar a responsabilidade por tudo o que vê no mundo, isto é, por tudo aquilo que lhe chega à consciência, sabendo que cabe apenas a si mesmo mudar o que vê, perdoando-se pela percepção equivocada para perdoar o mundo inteiro?

Pratiquemos, portanto, hoje, para aprendermos a abandonar tanto a defensiva quanto o ataque, entregando-nos por inteiro à verdade cujo conhecimento, segundo o que disse Jesus, nos libertará.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Há algo no mundo que ofereça plena satisfação?


LIÇÃO 147

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(133) Não darei valor àquilo que não tem valor.

(134) Que eu perceba o perdão tal como ele é.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 147

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Não darei valor àquilo que não tem valor.

Que eu perceba o perdão tal como ele é.

Hoje, vamos reforçar em nossa consciência o aprendizado de duas ideias que também são vitais para a busca do autoconhecimento, isto é, o aprendizado, o reconhecimento e a aceitação da verdade do que somos, que é o que o ensinamento do Curso oferece a quem se dispõe a seguir as orientações que ele traz a cada um.

A primeira delas nos convida a praticar e a reforçar o entendimento de que o mundo que vemos não contém nada daquilo que, de fato, queremos, conforme uma lição que já praticamos antes. Ou algum de nós, querendo muito alguma coisa, já se satisfez por completo com ela, após obtê-la? Isto é, obteve o que queria e nunca mais desejou nada do mundo?

Esta ideia, pelo convite a aprendermos a não dar valor àquilo que não tem valor, nos incita a abandonar o apego às coisas todas do mundo, reconhecendo a neutralidade delas a fim de aprendermos a usá-las apenas como instrumentos que podem nos servir de auxílio na caminhada em direção ao mundo que há além deste, e que é queremos.

A segunda indica o melhor instrumento a ser usado para nos livrarmos do apego às coisas do mundo. É só o perdão que pode curar nossa percepção equivocada. Ao aprendermos a perceber o perdão como ele é, ou seja, um meio de eliminar a crença na separação, que apenas a percepção equivocada pode reforçar, seremos capazes de dar valor apenas àquilo que, de verdade, tem valor. À paz, à alegria e à felicidade completas, que são a Vontade de Deus para nós, em Seu Amor Infinito. 

Às práticas?

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Alinhar o que pensamos ao que o Curso ensina


LIÇÃO 146

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(131) Ninguém que busque alcançar a verdade pode falhar.

(132) Libero o mundo de tudo o que eu pensava que ele fosse.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 146

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Ninguém que busque alcançar a verdade pode falhar.

Libero o mundo de tudo o que eu pensava que ele fosse.

Voltemos nossa atenção para a primeira das ideias que revisamos hoje. Uma ideia que nos põe em contato direto com a possibilidade alcançarmos a verdade a nosso próprio respeito, além de qualquer sombra de dúvida, além de qualquer idade e de qualquer medida no tempo. 

Aliás, só quem pode duvidar disso é o falso eu [o ego do Curso], aquela parte de nossa mente que acredita na separação e que busca nos convencer de que a ilusão que este mundo nos oferece é que é a verdade.

Lembremo-nos de que o Curso ensina que o estado natural de todo Filho de Deus é o estado de graça, ressaltando que "quando ele [o Filho de Deus] não está em estado de graça, está fora de seu ambiente natural e não funciona bem".

Noutro ponto do texto o Curso diz que só fora de nosso ambiente natural é que podemos nos perguntar: "O que é a verdade?", já que a verdade é o ambiente pelo qual e para o qual fomos criados. Isto, sem dúvida, dá todo o sentido à primeira das ideias que revisamos hoje.

A segunda ideia de nossa revisão indica a maneira pela qual podemos alcançar a verdade. Isto é, pela liberação do mundo, pela compreensão de que tudo o que já pensamos no passado a repeito do mundo não tem nada a ver com a verdade. Tudo o que pensamos, hoje, que o mundo é também não é a verdade. E tudo o que podemos vir a pensar a respeito dele também não é a verdade. 

Porque, assim como mudamos o modo de pensar ao longo do tempo em que acreditamos viver, o mundo vai mudando, bem de acordo com a mudança que operamos em nosso modo de pensar, não é mesmo? Então, resta-nos a alternativa de alinhar o que pensamos ao que o Curso ensina acerca do mundo. Isto é, que ele, e tudo o que aparentemente existe nele, é neutro. 

Isto quer dizer, conforme já vimos lá atrás, nas primeiras lições, que todas as coisas só adquirem significado a partir daquilo que pensamos delas. Em outras palavras, o mundo, as coisas e as pessoas do, e no, mundo têm apenas o significado que queremos que tenham. 

Refazendo, portanto, a pergunta feita antes, compreender isto não é, de fato, um grande passo em direção à liberdade e, por consequência, em direção à verdade? E mais: um grande passo na direção do estado de graça, nosso estado natural, que fica além do tempo e de qualquer medida que possamos inventar na experiência dos sentidos e da forma? 

Às práticas?

domingo, 25 de maio de 2014

A porta para o contato com a verdade do que somos


LIÇÃO 145

Minha mente contém só o que penso com Deus.


(129) Além deste mundo há um mundo que eu quero.

(130) É impossível ver dois mundos.


*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 145


"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Além deste mundo há um mundo que eu quero.

É impossível ver dois mundos.

As ideias que revisamos hoje são a sequência natural das ideias da revisão de ontem. Abrem nova porta para entrarmos em contato com a verdade a respeito do que vemos a partir da percepção do corpo e dos sentidos. Permitem que nos debrucemos sobre nossas escolhas para refletir a respeito do que nos mantém presos a este mundo. O que há nele que ainda queiramos? A que estamos apegados? 

São as práticas com estas duas ideias que podem explicar e nos fazer ver a razão pela qual não há nada que, de fato, queiramos neste mundo. Ele não é verdadeiro. Pelo menos não da maneira como o percebemos.

Elas também servem para assegurar que não nos sintamos perdidos em um mundo que é apenas fruto de uma ilusão da percepção equivocada. Uma percepção que tem por ponto de partida a crença na possibilidade de uma existência separada daquilo que somos verdadeiramente e, por consequência, separada de Deus e apartada de todas as manifestações d'Ele.

A segunda das ideia de nossa revisão de hoje, ao garantir que não é possível ver dois mundos, nos assegura a existência de apenas um mundo verdadeiro: aquele que está além do que vemos na ilusão e que é o que queremos.

E, mais uma vez - para nos lembrarmos -, o que o Curso nos pede não é que desistamos deste mundo, mas que o troquemos por um mundo muito mais satisfatório, mais pleno de alegria. Um mundo que pode nos oferecer a paz. Para tanto, basta escolhermos mudar nossa forma de pensar a respeito deste mundo que vemos. Como todos já aprendemos, não há nada a mudar fora de nós. Só dentro.

Precisamos nos lembrar também de que o mundo que vemos apenas reflete nossa forma de pensar, que, por sua vez, é influenciada por nossas crenças, para se tornar o reflexo de nossa escolha do que queremos ver. É só a partir de um ponto de vista equivocado que podemos pensar em mundo no qual possam existir o ódio e o amor ao mesmo tempo.

As práticas ensejam a mudança na forma de pensar, de que precisamos para limpar nossa consciência do auto-engano a que nos induz o sistema de pensamento do falso eu, em que este mundo de ilusões se baseia.

Às práticas, pois! 

OBSERVAÇÃO:

No ano passado incluí aqui a informação de que neste dia, muitos anos atrás - na contagem do tempo que fazemos -, aconteceu meu nascimento neste mundo. O dia de nosso nascimento, como aprendemos, de nossos pais, e da educação que recebemos é algo a se celebrar. E é bom que nos deixemos contagiar pela alegria da celebração, desde que conscientes de que só celebramos o passageiro. 

Um amigo costuma dizer que o que há para ser celebrado a cada aniversário é apenas o fato de que ficamos cada vez mais próximo do encontro com aquilo que somos de verdade, de que, realmente, nunca nos afastamos. Na mesma linha de raciocínio dele, há algo que li no início deste ano, que me faz convidá-los a refletirem comigo a respeito desta celebração em especial.

O que li, e quero compartilhar com vocês, hoje, foi dito/escrito por Ramana Maharshi e é o seguinte:

"Em um de meus aniversários, enquanto eu estava em Virupaksha Cave, provavelmente em 1912, as pessoas à volta de mim insistiram em cozinhar e preparar a comida como que para celebrar a ocasião... (...) Quando, após a atividade de preparo da comida, a refeição acabou, Iswaraswamy, que costumava estar comigo naqueles dias, disse: 'Swamiji! hoje é seu aniversário. Faça, por favor, dois versos e eu farei dois também'. Foi então que eu escrevi estes dois versos que encontro neste caderno aqui. São estes:

1. Tu, que pretendes celebrar o aniversário, certifica-te de quando nasceste. O dia em que chegarmos a um lugar naquela vida que dura para sempre, que está além do alcance de nascimentos e mortes é o dia de nosso verdadeiro nascimento.

2. Mesmo nestes aniversários que acontecem uma vez por ano, temos de lamentar que tenhamos chegado a este corpo e caído neste mundo. Em vez disso, celebramos o evento com um banquete. Alegrar-nos por isso é como decorar um cadáver. A sabedoria está em perceber claramente o Ser e se deixar absorver por Ele.

Este é o propósito destes versos. Parece que entre as pessoas de uma certa região de Malabar existe o costume de se chorar quando uma criança nasce na casa de alguém e de se celebrar a morte com toda a pompa. Devíamos realmente lamentar ter deixado nosso estado real e ter nascido de novo neste mundo, e não celebrá-lo como uma ocasião festiva!" 

sábado, 24 de maio de 2014

Nada no mundo pode satisfazer o desejo pelo Céu


LIÇÃO 144

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(127) Não há nenhum amor a não ser o de Deus.

(128) O mundo que vejo não tem nada que eu queira.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 144

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Não há nenhum amor a não ser o de Deus.

O mundo que vejo não tem nada que eu queira.

Revisamos hoje duas ideias que, com as práticas, devem servir para reforçar em nossa consciência o fato de que todo amor vem de Deus e o aprendizado de que não há nenhum amor a não ser o d'Ele. Isto é, a partir desta ideia, tudo aquilo que não vem d'Ele é ilusão, não existe e não é amor.

A segunda das ideias que praticamos nos convida a reconhecer que o mundo que vemos não tem nada que, de fato, queiramos. Pois, quando paramos para refletir, podemos perceber claramente que, na verdade, tudo o que vemos no mundo é passageiro, é efêmero e não pode e nem vai durar.

Sabemos também que nossos anseios mais profundos sempre nos levam em direção ao duradouro, ao eterno. Pois tudo aquilo que passa e pode mudar para atender a nossos desejos, que variam como variam as marés não pode, de fato, nos satisfazer. Isso é bastante claro quando pensamos nas coisas todas que já obtivemos e que deixaram de nos interessar após obtidas. Não lhes parece que nada no mundo ou deste mundo pode satisfazer nosso desejo pelo Céu?

Sugiro, pois, que pratiquemos com disposição para nos abrirmos ao amor de Deus em nós, que é a única coisa que existe de verdade. Para aprendermos a renunciar ao mundo, abrindo-nos, deste modo, à eternidade do que somos em Deus, com Ele.

Pois não há como negar a verdade da afirmação de que tudo passa neste mundo. Nada daquilo que vemos dura para sempre. Nem nossos corpos, que também são ideias que fazemos de nós, e não têm realidade em si mesmos, nem nosso olhar, pois, em muitas ocasiões, ao olharmos para uma mesma coisa repetidas vezes, a coisa muda. Mesmo os corpos, que achamos, de modo equivocado, que é o que somos, mudam a cada respiração. 

É por isso que vale praticar com afinco as ideias desta revisão. Elas nos dão mais uma vez a oportunidade de escolhermos o desapego das coisas do mundo, mesmo que por vezes elas nos pareçam valiosas demais.

Tudo o que vale realmente é o que somos, além do que pensamos a respeito de nós mesmos, que é apenas uma ideia falsa, uma vez que não somos nem de longe a imagem que fazemos de nós mesmos.

Tudo o que fazemos no mundo é sonhar. Pois como diz Ramana Maharshi: 

"Não há nenhuma diferença entre o estado do sonho e o estado de vigília, exceto que o sonho é curto e a vigília longa. Ambos são o resultado da mente."

Às práticas?