quarta-feira, 8 de abril de 2009

O importante é tomar a decisão

Respondendo a um comentário feito a uma lição anterior, na verdade, não respondendo, apenas acrescentando e confirmando a ideia compartilhada, eu disse que não há, de fato, necessidade de se obedecer rigorosamente ao roteiro elaborado para a prática das lições, uma vez tomada a decisão de fazê-las. O próprio Curso afirma isso em vários pontos, principalmente em um quando nos pede para abandonar todas as ilusões, todas as crenças e abandonar, inclusive, ao próprio Curso, para nos entregarmos à prática, ao Espírito, de mente e corações abertos e vazios de quaisquer ideias pré-concebidas.

É disso, desta decisão, que trata a ideia da lição 98, Vou aceitar minha parte no plano de Deus para a salvação, para a prática neste dia 8 de abril, que nada mais é do que aquela de que já falamos aqui inúmeras vezes. A decisão de aceitar a Vontade de Deus para mim. A única decisão que pode me colocar imediatamente em contato com a alegria perfeita e com a possibilidade de eu viver a eternidade aqui e agora. Esta é a única decisão "lógica", falando em termos que o sistema de pensamento do ego pode entender, mesmo sem concordar, pois é a única que pode me pôr em contato direto com aquilo que sou, com a verdade a meu próprio respeito. E que pode me fazer entender [lembrem-se, por favor, de que entender é sinônimo de perdoar] todas as ilusões criadas pelo ego, a partir da crença na separação.

Aceitar minha parte no plano de Deus para a salvação significa aceitar o que sou agora, o que fui e serei sempre. Pois tudo o que pode mudar é apenas a ilusão. E, se vejo um mundo onde tudo muda com uma frequência que, às vezes, não consigo acompanhar, posso ficar certo de que estou vivendo em um mundo de ilusões e que tudo isso vai passar, restando apenas a Verdade, que não muda nunca.

Aceitar minha parte no plano de Deus para a salvação significa dizer sim à única decisão possível. Significa dizer sim à vida em plenitude. Significa dizer sim a tudo o que se apresentar a partir das escolhas que só eu mesmo posso fazer para minha vida. Significa dizer sim à responsabilidade que preciso assumir para experimentar a alegria perfeita que pode me dar a salvação e me transformar no portador da luz que traz a salvação para o mundo inteiro.

Aceitar minha parte no plano de Deus para a salvação significa aceitar meu papel de salvador de mim mesmo e, por extensão, de salvador do mundo todo. Significa aceitar minha inocência, que é a fonte de todo o poder que vem de Deus. Significa aceitar, com a devida responsabilidade, a liberdade plena que Deus me deu, para ser co-criador com Ele. Sabendo que só posso estender o amor que vem d'Ele, que é o que sou e que é o que Ele É.

A orientação para a prática continua sendo a de dedicarmos os primeiros cinco minutos de cada hora à reflexão acerca da ideia da lição, preparando-nos, com alegria, para os próximos cinco minutos e repetindo-a com a maior frequência possível ao longo do dia.

3 comentários:

  1. Moises, não conhecendo eu o curso, mas interessando-me muito por ele, gostaria de colocar algumas questões que me intrigam:
    Aceitando que sou aquilo que Deus escolheu para mim, não deverei então lutar para mudar o meu estado se eu preferir ser diferente? Isto é: imagina que eu nasci pobre e feia, fico contente com esses factos e aceito-os, ou posso tentar melhorar para viver melhor ( trabalhar, estudar etc.), fazer uma plástica para parecer mais bonita? Enfim lutar para viver melhor neste mundo de aparencia mas que também é muito importante.
    Obrigada, por me orientares. Beijinho

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  2. É claro que sim, Welvitichia.
    Minha primeira professora de UCEM, Anna Sharp, diz o seguinte, e eu já disse isso em um dos textos, "Deus sempre diz sim". Pelo menos é isso que entendemos como o livre arbítrio. Isto é, Deus não é um censor, um julgador, um pai que limita a liberdade de Seus Filhos. Ao contrário.
    Na verdade, então, Deus não escolhe por nós. A escolha é sempre nossa. A Vontade d'Ele para nós, segundo o Curso, é a alegria perfeita, mas, em função de nossas escolhas a partir da liberdade que Ele nos dá, isso não é o que vivemos normalmente.
    Todas as coisas do mundo não são nada mais do que instrumentos para nos apresentar e facilitar as experiências que desejamos viver na busca pela alegria perfeita, porque, na forma, isto é, no mundo, não nos acreditamos perfeitos e "criamos" a ideia de que nos falta alguma coisa que, uma vez alcançada, deixa espaço para a falta de outra, e outra, e outra, e assim por diante.
    Apenas para não estender muito esta resposta, quero te dizer que o Curso busca simplesmente abrir os caminhos para se desaprender tudo aquilo que o mundo nos ensina. Ou seja, ele também nos diz, como na filosofia oriental, que é preciso que esvaziemos a taça para poder enchê-la novamente. As ilusões que o mundo nos apresenta não satisfazem nunca nossa sede, por mais vezes que bebamos de sua taça. Daí o Curso nos pedir que nos entreguemos à Vontade de Deus, para poder beber da Fonte da Vida Eterna, do Amor que dura para sempre, da Alegria que não tem fim.
    Uma última observação muito importante. Não é preciso "lutar para viver melhor", aliás não há necessidade de luta em nenhuma instância. O que precisamos fazer é aprender a entregar a Deus todas as nossas decisões. Não no sentido de sentar e ficar de papo para o ar, mas no sentido de permitir que Ele nos guie e oriente, porque, a rigor, nunca sabemos, de fato, o que é melhor para nós.
    Obrigado por perguntar.

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  3. Obrigada Moisés, as tuas palavras orientadoras já são parte do Milagre.

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