sábado, 16 de maio de 2009

A doença vista à luz da verdade

Neste dia 16 de maio, a lição de número 136 nos oferece, para a reflexão e para as práticas, a ideia: A doença é uma defesa contra a verdade. Uma ideia absolutamente inusitada para o sistema de pensamento do ego. Porque sempre pensamos que a doença é apenas alguma coisa que nos acontece, sobre a qual não temos a menor responsabilidade, sobre a qual não temos o menor controle ou a menor possibilidade de escolha.


Há que se pensar muito a respeito disso, não é mesmo? Pois o livro diz que "a doença não é um acidente", mas, "como todas as defesas, é um instrumento louco para o auto-engano". O objetivo de toda e qualquer doença, por menos claro e por mais insano que isso possa parecer, é apenas o de "esconder a realidade, atacá-la, modificá-la, torná-la inepta, deturpá-la, distorcê-la ou reduzí-la a um montinho de partes desagregadas". Isto é, "o objetivo de todas as defesas é o de impedir que a verdade seja íntegra", fazendo que cada parte seja vista como íntegra em si mesma.


É importante voltar toda a atenção possível para o seguinte: As defesas não são involuntárias, nem se fazem sem consciência. Elas são varinhas de condão secretas que agitas quando a verdade parece ameaçar aquilo em que queres acreditar. Elas parecem ser inconscientes apenas por causa da rapidez com a qual escolhes usá-las. Naquele segundo, ou até menos, em que se faz a escolha, reconheces exatamente o que queres tentar fazer e, então, passas a pensar que está feito. Isto é, criamos a estratégia [a doença] que vai nos livrar de ter enfrentar a verdade de uma forma tal que ela [a doença] nos parece algo inevitável, uma fatalidade, um acidente, algo completamente alheio a nossa vontade.


E o texto continua: Quem, senão tu mesmo avalia uma ameaça, decide que é necessário uma saída e constrói uma série de defesas para reduzir a ameaça considerada verdadeira? Não se pode fazer tudo isso inconscientemente. Mas, depois, teu plano exige que esqueças que o fizeste, de modo que ele pareça ser independente de teu próprio objetivo; um acontecimento que ultrapassa teu estado de espírito, [e que traz] um resultado com uma consequência real sobre ti, em lugar de um produzido por ti mesmo.


O Curso diz que este esquecimento rápido do papel que cada um de nós desempenha na criação de nossa "realidade" é que faz as defesas parecerem estar fora de nosso próprio controle. Diz ainda que podemos lembrar do que esquecemos, se quisermos, de fato, "reconsiderar a decisão protegida duplamente pelo esquecimento". E que "não lembrar-se... é apenas um sinal de que essa decisão ainda continua em vigor, no que se refere a teus desejos". O livro aconselha a não confundirmos isso com fato, pois "as defesas têm de tornar os fatos irreconhecíveis. Elas visam a fazer isso, e é isso que fazem".


Importantíssimo ainda é pensar a respeito do seguinte: A doença é uma decisão. Não é algo que te acontece, algo a que absolutamente não buscaste, que te torna fraco e te traz sofrimento. Ela é uma escolha que fazes, um plano que aplicas quando, por um instante, a verdade surge em tua própria mente delirante e teu mundo inteiro parece oscilar e se preparar para desmoronar. Nesse momento ficas doente, para que a verdade possa ir embora e não ameace mais a ordem que estabeleceste para teu mundo.


Começaremos nossos dois períodos de quinze minutos, hoje, com uma prece de cura, pedindo que a verdade venha até nós e nos liberte de toda necessidade de defesa, dizendo:

A doença é uma defesa contra a verdade. Hoje, aceitarei a verdade do que sou e deixarei minha mente ser totalmente curada.

A proteção que a verdade nos oferece tem de ser preservada por uma vigilância cuidadosa. Assim, todas as vezes, ao longo do dia, em que formos tentados a ceder espaço ao julgamento, à necessidade de defesas ou de fazer planos para prevenir as incertezas do futuro, vamos dizer:

Esqueci-me do que realmente sou, pois confundi a mim mesmo com meu corpo. A doença é uma defesa contra a verdade. Mas eu não sou um corpo. E minha mente não pode atacar. Por isso não posso ficar doente.

2 comentários:

  1. Oi Moises, a lição de hoje veio na hora certa, sabe que eu passei esses dias com uma gripe horrível, daquelas de derrubar, de dormir em pé, e me senti muito mal, porque sei o que o curso diz sobre a doença e sei que somos nós que criamos, então me sinto pior ainda por ter criado isso, é muito ruim.
    Ainda não sei qual é a verdade que eu quero esconder, ou não quero enxergar, mas seja qual for, que seja mostrada.
    Não gosto de ficar doente e muito menos de saber que fui eu que criei, quando sabemos disso nos julgamos muito mais.
    Enfim agora já estou melhor, mas não fiquei nada feliz em saber que eu criei isso, gostaria que fosse diferente.
    Bjs

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  2. Eu diria que esta é uma lição muito difícil, Duda. Considerando-se tudo o que aprendemos a respeito do mundo e das maneiras que precisamos desenvolver para viver nele, é claro que o ego vai rejeitar a ideia de que somos responsáveis por tudo o que criamos. E vai aceitar menos ainda a ideia que nos diz que não somos só um corpo. E que o corpo é apenas um meio de comunicação. E que a doença é apenas ruído, interferência, que busca atrapalhar a verdadeira comunicação. Acho, pois, então, que a melhor maneira de aprender a lidar com isso é não lutar contra a doença que "aparentemente" se manifestou, aceitando-a apenas como o que ela é: uma forma de chamar a atenção para algum aspecto que não queremos entregar, para alguma coisa em nós mesmos que não queremos perdoar. Uma ideia equivocada que nos fala que precisamos nos defender de alguma forma, de alguma coisa, de alguma ameaça. Pensar que "tudo está certo exatamente da forma como está" o tempo inteiro, talvez seja útil. Pensar que não sabemos nunca o melhor para nós também. Pensar, refletir acerca do fato de que ainda acreditamos na possibilidade de contrariar a Vontade de Deus de alegria perfeita para nós, talvez também seja um caminho para abrir nossas mentes e corações para a alegria que sabemos existir em nós, quando deixamos o mundo, e as coisas do mundo, de lado e nos voltamos para o Céu, que está em nós e é onde queremos sempre estar.
    Obrigado por compartilhar.

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