segunda-feira, 8 de junho de 2009

Estendendo a visão e o milagre

A ideia da lição 159, deste dia 8 de junho, Eu dou os milagres que recebo*, amplia o alcance da prática da ideia de ontem, que nos ensinava a dar na mesma medida em que recebemos. Vamos, pois, às indicações daquilo que precisamos saber para o exercício de hoje. Lembrando-nos de que continuamos a praticar da mesma forma que fizemos nos últimos dias. Isto é, dedicando o maior tempo de que dispusermos à ideia que o Curso nos reserva para o dia, buscando ficar atentos para ouvir a Voz por Deus em nós orientando-nos a respeito do caminho a seguir.

Assim, a lição começa por nos lembrar de que ninguém pode dar aquilo que não tem, "o que não recebeu". Isto é, a ação de "dar alguma coisa exige primeiro que a tenhas em teu poder". E, com relação a isto, "as leis do Céu e as do mundo concordam. Mas aqui também elas se separam". Por quê? Porque "o mundo acredita que para se possuir alguma coisa ela tem de ser guardada. A salvação [a lei do Céu] ensina o contrário. Dar é a forma de reconhecer que recebeste. É a prova de que aquilo que tens é teu [o grifo é meu]. Para que isso fique bem claro, há outro ponto em que o livro afirma: "tu só tens, de fato, aquilo que dás".

Isto é o contrário do que nos ensina o ego com o sistema de pensamento que cria este mundo de separação, onde só interessa à maioria de nós apoderar-se de mais e mais coisas, acumulando aquelas às quais nos apegamos, por medo de uma escassez que não existe no mundo criado por Deus. Noutro ponto ainda o Curso diz: "Para ter, dá tudo a todos". E é compreender esta ideia que pode nos fazer entender que estamos curados quando damos a cura, que aceitamos o perdão como realizado em nós mesmos, quando perdoamos; que reconhecemos nosso irmão como nós mesmos e, assim, percebemos que estamos inteiros.

E é isso que a lição de hoje nos convida a experimentar quando diz que "não há nenhum milagre que não possas dar, pois todos te são dados". O que precisamos fazer para isso? Apenas o seguinte: recebê-los agora, abrindo o depósito de nossa mente onde eles estão guardados e distribuindo-os. E talvez só precisemos distribuir o milagre que aprendemos a dar ontem, a visão de Cristo, para que todos os milagres se realizem, pois é nela "que todos os milagres nascem. Ela é a fonte deles" e preserva cada milagre que oferecemos e que, ainda assim, continuam a ser nossos. É a visão de Cristo que une em um só laço doador e recebedor aqui na terra, "da mesma forma que são um só no Céu".

Ao oferecer a visão de Cristo a todos neste dia, o que fazemos de fato é oferecer uma ponte entre o mundo do ego e o mundo de Deus. E podemos confiar no poder dela para nos carregar deste "para um mundo tornado santo pelo perdão".

* Quem tem o livro pode ver que a forma que utilizo para a ideia central desta lição é ligeiramente diferente daquela de que dispomos na tradução: Dou os milagres que tenho recebido. Uma tradução literal perfeita para a ideia expressa em sua língua original: I give the miracles I have received. No entanto, em virtude de o original se valer do tempo verbal denominado Present Perfect [que se refere a uma ação iniciada no passado tem continuidade no presente], um tempo que, em Português, pode, na maioria das vezes, ser melhor indicado pelo simples Presente do Indicativo, parece-me que a ideia original fica mais clara se traduzida por: Eu dou os milagres que recebo. É claro que isso não tem a menor importância diante da grandeza que a ideia traz. Por isso, por favor, fiquem à vontade para utilizar a forma que lhes soar melhor.

2 comentários:

  1. Obrigada por esta bela lição. Eu penso-a como sendo um alargamento do nosso Ego, uma abertura ao universo. Nada nosso, é verdadeiramente nosso se não estivermos dispostos a partilhar, porque Deus dá em abundancia para todos, então, assim sendo estamos sempre à vontade para dar e partilhar e aí reside a nossa riquesa. Será?

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  2. Não por isso, Welwitschia, é sempre um prazer trazer as ideias do UCEM às pessoas todas, que se dão ao trabalho de acompanhar este blogue. Tudo bem com você? É uma alegria voltar a ler seus comentários.
    Obrigado por participar.

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