quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A verdade que satisfaz todas as necessidades

4. O que é o pecado?

1. Pecado é insanidade. Ele é o meio pelo qual a mente é levada à loucura e busca deixar que ilusões tomem o lugar da verdade. E, por estar louca, a mente vê ilusões aonde a verdade deveria estar e aonde ele verdadeiramente está. O pecado deu olhos ao corpo, pois o que há para os inocentes quererem ver? Que necessidade eles têm da visão, da audição e do tato? O que querem ouvir ou tentar compreender? De qualquer modo, o que perceberiam? Perceber não é conhecer. E a verdade só pode se satisfazer com o conhecimento e nada mais.

2. O corpo é o instrumento que a mente criou, em seus esforços para se enganar. A finalidade dele é lutar. Mas a meta da luta pode mudar. E, em função disso, o corpo serve para lutar por um objetivo diferente. O que ele busca agora é escolhido pelo objetivo que a mente aceita como substituto para a meta do auto-engano. A verdade, tanto quanto as mentiras, pode ser sua meta. Neste caso, os sentidos, de preferência, buscarão testemunhas para aquilo que é verdadeiro.

3. O pecado é o lar de todas as ilusões, que representam apenas coisas imaginárias, resultantes de pensamentos que não são verdadeiros. Eles são a "prova" de que aquilo que não tem nenhuma realidade é verdadeiro. O pecado prova que o Filho de Deus é mau, que a intemporalidade tem de ter um fim, que a vida eterna tem de morrer. E que o Próprio Deus perdeu o Filho que Ele ama, ficando apenas com a corrupção para completar a Si Mesmo, com Sua Vontade derrotada pela morte para sempre, com o amor morto pelo ódio e com a paz a não existir mais.

4. Os sonhos de um louco são amedrontadores e o pecado parece, de fato, aterrorizar. E, no entanto, aquilo que o pecado percebe é apenas uma brincadeira infantil. O Filho de Deus pode fingir que se tornou um corpo, presa do mal e da culpa, com nada mais do que uma vida curta que termina com a morte. Mas seu Pai reluz sobre ele o tempo todo e o ama com um Amor infinito, que suas simulações não podem mudar em absoluto.

5. Até quando, ó Filho de Deus, sustentarás a brincadeira do pecado? Não é melhor abandonar estes brinquedos infantis de pontas afiadas? Enquanto tempo estarás pronto para voltar a casa? Hoje, talvez? Não existe nenhum pecadao. A criação é imutável. Ainda queres adiar a volta ao Céu? Até quando, ó Filho de Deus, até quando?

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LIÇÃO 251

Não preciso de nada a não ser da verdade.

1. Busquei muitas coisas e achei o desespero. Agora busco uma só, pois nela está tudo o que preciso e a única coisa de que preciso. Eu não precisava, e nem sequer queria, nada do que busquei antes. Eu não reconhecia minha única necessidade. Mas agora percebo que só preciso da verdade. Nela todas as necessidades são satisfeitas, todos os anseios findam, todas as expectativas são, enfim, realizadas e os sonhos acabam. Agora tenho tudo o que poderia precisar. Agora tenho tudo o que poderia querer. E, agora, por fim, me encontro em paz.

2. E damos graças por esta paz, Pai nosso. Tu nos devolveste aquilo que negamos a nós mesmos e é só isso que queremos de verdade.

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COMENTÁRIO:

Neste dia 8 de setembro, quarta-feria, recebemos a quarta das instruções que vão orientar nossas práticas nesta segunda parte do Livro de Exercícios. A instrução por próximos dez dias é: O que é o pecado? E, se quisermos, de fato, seguir a orientação do Curso, vamos voltar a ela todos os dias antes de usar a ideia para os exercícios do dia.

A primeira ideia para este novo período complementa uma das ideias que praticamos na primeira parte. A da lição 107: A verdade corrigirá todos os erros em minha mente. E esclarece a afirmação de Jesus: "a verdade vos libertará".

De que forma? Pela prática do que a ideia de hoje nos sugere. Pela compreensão de que até agora nossa busca ainda não nos colocou em contato com a verdade que nos dá a satisfação de todas as necessidade, pois nos dá a paz, que é tudo o que queremos, na verdade.

A pergunta Quem sou eu?, ponto de partida do ensinamento de Ramana Maharshi, e também do UCEM, uma vez que seu objetivo é nos levar ao auto-conhecimento, não tem resposta, ou como ele diz:

"Não há resposta para a pergunta Quem sou eu? Não pode haver resposta pois se trata da dissolução do pensamento do eu, que é pai de todos os demais pensamentos, e da incursão àquela quietude onde não há pensamentos. - Não se deve dar, durante a meditação, respostas sugestivas à investigação (...) A resposta verdadeira surgirá por si. Nenhuma resposta dada pelo ego pode ser certa. - A resposta é o despertar de uma corrente de consciência vibrande como a própria essência de um ser e no entanto impessoal. [Isto deve se tornar cada vez mais frequente por meio de exercícios periódicos e contantes] até que se torne contínuo, não apenas no decurso da meditação [ou das práticas diárias], mas também estando sempre na base de tudo quanto se diz e faz".

É na direção da experiência desta verdade que nossas práticas apontam.

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