quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Para se desprender de vinculações e apegos

LIÇÃO 252

O Filho de Deus é minha Identidade.

1. Meu Ser é mais santo do que todos os pensamentos de santidade que concebo agora. Seu cintilar e sua pureza perfeita são muito mais brilhantes do que qualquer luz para a qual já olhei. Seu amor é ilimitado e tem uma intensidade que abarca todas as coisas em si, na calma da certeza imperturbável. Sua força não vem dos impulsos apaixonadso que movem o mundo, mas do Amor infinito do Próprio Deus. Quão mais distante deste mundo meu Ser tem de estar e, não obstante, quão perto de mim e quão próximo de Deus.

2. Pai, Tu conheces minha Identidade verdadeira. Revela-A agora para mim que sou Teu Filho, para que eu possa despertar para a verdade em Ti e saber que o Céu me é devolvido.

*

COMENTÁRIO:

Nesta quinta-feira, dia 9 de setembro, vou estender o comentário feito à lição de ontem, em função de a ideia para as práticas de hoje buscar ser - ou ser -, de certa forma, uma tentativa de resposta à pergunta Quem sou eu?, para a qual, de acordo com Ramana Maharshi, não há resposta que o ego possa dar.

Em palavras, porém, para conceituar racional e intelectualmente o que sou, a ideia de que minha Identidade é a de Filho de Deus é a que mais se aproxima da resposta verdadeira, que há de surgir na meditação [ou nas práticas diárias] como um "despertar de uma corrente de consciência vibrante como a própria essência de um ser e, no entanto, impessoal".

É importante, contudo, ter em mente de forma clara que a ideia não é a coisa. Isto é, aquilo que somos, ou aquilo que o Filho de Deus é, nossa Identidade, o próprio Deus, é indizível, inominável. É! É uma experiência que podemos ter apenas sendo, sem tentar descrever, porque indescritível. Ou, como já comentamos antes, "tudo o que se pode dizer a respeito do Tao [ou de Deus] não é o Tao [ou Deus]".

Daí Maharshi dizer que a auto-investigação [o perguntar-se Quem sou eu?, ou a busca do auto-conhecimento do UCEM], tem de ser usada sempre para podermos aprender a nos desprendermos de vinculações e apegos, mesmo vivendo neste mundo. O que não significa dizer "que somente uma atitude desprendida basta, sem uma campanha planejada, pois o ego é sutil e tenaz e se refugiará até mesmo nas próprias ações destinadas a destruí-lo [lembram-se do efeito de se lutar contra alguma coisa?], vangloriando-se de humilhar-se ou gozando entregar-se à austeridade".

E mais, diz ele, "a auto-investigação na atividade diária, a perguntação de quem é aquele a quem os pensamentos ocorrem, é um poderoso plano de campanha. Talvez não pareça assim quando aplicada a um pensamento não-emocional, digamos a opinião de alguém a respeito de um livro ou filme; mas aplicada a um pensamento emocional tem tremenda potência e atinge as próprias raízes das paixões. Alguém foi magoado e se ressente disso... quem foi magoado ou está ressentido? Quem está satisfeito ou acabrunhado ou triunfante? Quando resvalamos para o devaneio ou visualizamos possíveis triunfos, o ego se estufa assim como se esvazia com a meditação [ou as práticas diárias]. Num tal momento requer-se força e vigilância para sacar da espada da vichara (discriminação)* e abrir caminho no emaranhado".

* A palavra "discriminação", na falta de outra melhor, traduz vichara, termo usado por Maharshi, que se refere à pergunta Quem sou eu? como forma de "discriminar", na auto-investigação, quem sente o quê, isto é, que permite questionar se, verdadeiramente, os fatos, situações e acontecimentos por que passamos no dia-a-dia estão sendo experimentados pela "consciência impessoal" ou por um "eu" que não tem consciência do que é.

3 comentários:

  1. Quero agradecer aqui aos comentários às postagens das lições anteriores, desde sexta dia 3 até terça, dia 7, o do feriado. Como estive fora e não acessei a internet, não tive como fazê-lo a cada comentário.

    Por isto aí vai. Primeiro à querida Maria Tereza Venzke que levou meu comentário à lição de sexta, dia 3, para seu blogue, publicando-o com uma imagem linda de S. Francisco. Obrigadão, Maria Tereza, por sua gentileza, por suas palavras e por seu gesto.

    No sábado, dia 4, devo agradecer a Marilia pelo lindo comentário e por suas palavras generosas, considerando a ideia de que "tudo o que não é amor é um pedido de amor" uma lição a ser levada para o resto da vida, como forma de limpar os julgamentos e de olhar para o que se apresenta de modo diferente. É isso aí, Marilia. Eu é que agradeço.

    No domingo, dia 5, a queridíssima colega mestra, Carmen, nos presenteou com um comentário em forma de poesia, complementando a ideia da lição. 'Brigadão, Carmen.

    Na segunda, dia 6, véspera do feriado, Nina nos deu um depoimento particular acerca de suas práticas. Um incentivo a que continuemos a praticar. Obrigadão, Nina.

    Por fim, na terça, dia 7, quando me atrasei na postagem, a Duda, lá da Irlanda me diz que sentiu falta da postagem mas a atribuiu a diferença no fuso horário entre o Brasil e a Irlanda. Obrigado, Duda por continuar a comentar, dividindo sua experiência em terras estranhas conosco. E, mais uma vez, a Nina, que também estranhou o atraso, mas o atribuiu ao feriado e a minha viagem. Obrigado de novo, Nina, por sua presença e comentários constantes.

    É isso aí. Super obrigado a todos que acompanham e praticam conosco. Isto é um estímulo enorme que me ajuda a enfrentar e vencer a dificuldade que vocês devem imaginar que é manter estas postagens no dia-a-dia.

    Paz e bem!

    ResponderExcluir
  2. Moisés
    Saiba que nós é que temos de te agradecer sempre por tamanho empenho, dedicação e DOAÇÃO. Já sabemos que muitos amigos queridos acompanham o blog, mesmo sem fazer comentários. Muitas vezes também não consigo comentar, pois quando vou fazê-lo sou chamada para tratar de algum outro assunto e demoro a voltar ou nem volto ao computador. O importante é que saiba que os teus comentários nos ajudam enormemente a clarear o ensinamento contido na lição do dia e neste caso estou falando em nome de vários colegas queridos e que mesmo que faltemos em algumas postagens, pode saber que estamos firmes, escorregando aqui e ali(nesta parte, falo só por mim, rs...), mas seguindo em frente.
    Obrigada por tudo...sempre...
    Bjs

    PS: Qual é o blog da Maria Tereza?

    ResponderExcluir
  3. Obrigadíssimo, Nina.

    O blogue da Maria Tereza é o Despertando na luz. Acho que se clicares na foto dela lá nos seguidores, deve-se abrir a possibilidade de clicar no link, que leva até ele (ou ela).

    Obrigado de novo.

    ResponderExcluir