quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Uma viagem ao interior de nós mesmos

LIÇÃO 259

Que eu me lembre de que não existe pecado.

1. O pecado é o único pensamento que faz parecer inatingível a meta de Deus. O que mais poderia nos cegar para o óbvio e fazer o estranho e o tortuoso parecerem mais claros? O que além do pecado gera nossos ataques? O que mais a não ser o pecado poderia ser a fonte da culpa que exige castigo e sofrimento? E o que, exceto o pecado, poderia ser  a fonte do medo, que esconde a criação de Deus; e dá ao amor as características do medo do ataque?

2. Pai, hoje não quero ser louco. Não quero ter medo do amor nem buscar abrigo no oposto dele. Pois o amor não pode ter nenhum oposto. Tu és a Fonte de tudo o que existe. E todas as coisas que existem permancem Contigo, e Tu com elas.

*

COMENTÁRIO:

Ah, tivéssemos a sabedoria simples do jagunço Riobaldo, ou aprendêssemos com ela a pôr nossa atenção a tudo conforme ele nos diz logo no início do Grande Sertão: Veredas:

"Ah, tem uma repetição, que sempre outras vezes em minha vida acontece. Eu atravesso as coisas - e no meio da travessia não vejo! - só estava entretido na ideia dos lugares de saída e de chegada. Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais em baixo, bem diverso do em que primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?"

E um pouco mais adiante:

"A gente vive repetido, o repetido, e, escorregável, num mim minuto, já está empurrado noutro galho... Um está sempre no escuro, só no último minuto é que clareiam a sala. Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia."

Isto não lhes traz à mente a ideia de que, em geral, vivemos distraídos de nós mesmos e distraídos da vida? Ou como disse John Lennon: "A vida é aquilo que te acontece, enquanto estás preocupado pensando outras coisas". Ou não lhes soa como aquilo que o Curso diz? Que o ego não nos deixa viver o presente [a travessia], mas nos coloca com um pé no passado [a saída] - para lamentar as coisas ruins ou para recordar as boas - e outro no futuro [a chegada] - na antecipação do que há de vir: será bom?, será ruim? - sempre com medo do que possa acontecer?

No entanto, a meta que queremos, de fato, alcançar é possível, conforme comentamos ontem, basta que demos um passo por vez, com toda a atenção voltada para aquele passo particular [presente], conscientes de nós mesmos e do que buscamos, e fazendo o mesmo com todos os passos seguintes. Se vamos ou podemos nos distrair? Sem dúvida. Mas isto não é nem nunca deve ser motivo para desistir de caminhar.

Ou vocês não se lembram de que, como se diz normalmente, uma vez definido o objetivo, metade do caminho já foi percorrida? É isto que buscamos fazer com as práticas desta quinta, dia 16 de setembro: encurtar a distância que "aparentemente" nos separa de nossa meta. Aliás, de acordo com o Curso, esta é "uma jornada sem distância", uma vez que a viagem só se dá no interior de nós mesmos.

5 comentários:

  1. Querido Moisés,
    Como disse a Carmen, vc estava inspirado (e iluminado) ontem no seu longo, surpreendente e belíssimo comentário! Parabéns e obrigada! Nina querida, obrigada por me informar a pagina lida na terça. Estou indo lê-la agora mesmo. Vou tentar recuperar um pouquinho do que perdi, mas sei que só a leitura não substitui a discussão, que alias, por tudo que tenho lido de vcs (Carmen incluída) ultimamente tenho total consciência que realmente perdi uma super reunião!!!!! Mais uma vez obrigada por esta dedicação e missão que vcs abraçaram e realizam brilhantemente. Bjs a todos.

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  2. Olá, querida, saudade...

    Você não perdeu nada, não. Só seu corpo não estava lá. Mas com certeza o ES levou a mesma mensagem de amor que recebemos a você em seu descanso, uma vez que seus pensamentos estavam com Ele [e conosco].

    Obrigado por suas palavras. Na verdade, como tenho dito, tudo o que precisamos fazer é tomar a decisão de lembrar-nos do que somos. Tomar a decisão em favor do Céu. Decidir ver de modo diferente.

    É claro que os exercícios diários são muito importantes e uma grande ajuda.

    Obrigado por comentar.

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  3. Mouss, Aninha
    Super obrigada!
    Lição ótima esta de hoje, comentário também. Deixei aberta e reli várias vezes, para diminuir as ações no "piloto automático".
    Bjuuuusssssssss

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  4. Para Moises,

    Com toda a pureza e força do meu reconhecimento, só mesmo me colocando de joelhos: Obrigada, Moises, por toda a clareza tão generosamente a mim oferecida em todos os seus comentários! Ufa... desengatei!

    Eu estava esperando por você nos meus estudos do UCEM, sabia? E você vem na companhia de (entre outros) Riobaldo – o meu mais idolatrado herói!

    Eu me sinto honrada por esse encontro com você, Moisés.

    O meu estudo do UCEM sempre foi solitário: nunca participei de grupos. Algumas vezes visitei alguns, mas nunca me incluí em nenhum. É que nesses meus seis anos de estudo, eu nunca cheguei a encontrar alguém que me falasse do Curso com esse seu pensamento. E eu estou tomada de respeito por você.

    Ai, que alívio!!! Que boa companhia o Espírito Santo me mandou... Ele vê o meu empenho para fluir, mas sabe como eu “engato”; mandou você... OBA!

    Vou repetir o que você colocou porque isso fecha “redondinho” no que me ocorreu nas últimas postagens:

    "Ah, tem uma repetição, que sempre outras vezes em minha vida acontece. Eu atravesso as coisas - e no meio da travessia não vejo! - só estava entretido na idéia dos lugares de saída e de chegada. Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais em baixo, bem diverso do em que primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?" (Riobaldo).

    Mas aí, quando o coração está aberto a se lembrar que não existe pecado, num dado momento o entendimento nos chega trazido por outro alguém e a gente volta à paz.

    O meu agradecimento a você é extensivo igualmente a Nina e a Carmen Thiago pela energia compartilhada.

    Com amor,
    Marilia

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  5. Marília, querida,

    Mais uma vez obrigado por suas palavras tão generosas, tão cheias de amor e de agradecimento.

    É claro que é um prazer enorme servir de canal para a comunicação perfeita, que se dá quando nos decidimos a ouvir a Voz do Espírito Santo em nós, mesmo que aparentemente ela venha de outra fonte.

    Está tudo dentro de nós mesmos, querida. Basta querer lembrar. Basta decidir lembrar. O
    UCEM, é claro, é uma grande fonte para despertar em nós a lembrança do que somos. E é muito bom mesmo poder contar com companhia. Poder contar com pessoas como você, Nina, Carmen, Ana, Cristina, Sania, Dani, Cristiane e todas as outras que apesar de não se manifestarem com frequência, ou que apesar de não se manifestarem vibram na mesma harmonia da unidade de que somos parte.

    Obrigado por me ensinar a me ensinar a aprender. Obrigado por compartilhar.

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