domingo, 19 de setembro de 2010

Lá onde a paz pode ser encontrada

LIÇÃO 262

Que eu não perceba nenhuma diferença hoje.

1. Pai, Tu tens um único Filho. E é para ele que quero olhar hoje. Ele é Tua única criação. Por que eu deveria perceber mil formas naquilo que continua a ser único? Por que eu deveria dar a este único mil nomes quando um só basta? Pois Teu Filho tem de levar Teu Nome, porque Tu o criaste. Que eu não o veja como um estranho para Seu Pai, nem como um estranho para mim. Pois ele é parte de mim e eu dele, e nós, eternamente unidos em Teu Amor, somos parte de Ti Que és nossa Fonte; somos o Filho santo de Deus eternamente.

2. Nós, que somos um só, queremos reconhecer a verdade acerca de nós mesmos neste dia. Queremos ir para casa e descansar na unidade. Pois a paz está lá e não pode ser buscada e encontrada em nenhum outro lugar.

*

COMENTÁRIO:

Desculpem-me os que estiverem cansados de minhas citações do jagunço Riobaldo. O que acontece é que estou utilizando, para as postagens destas lições, além do original em inglês, as revisões da tradução que fiz em 2008 e, neste período, no ano em questão, eu estava lendo o Grande Sertão: Veredas. Como de hábito, fiz muitas anotações de trechos que julgo serem afins ao ensinamento do Curso. Anotações estas que saltam das páginas do caderno que utilizei na ocasião. 

Prometo-lhes, porém, a partir de hoje, que vou restringir as aparições do Riobaldo. Todavia, para que ampliemos o alcance das práticas da ideia para este domingo, dia 19 de setembro, há uma fala do jagunço que acho interessante dividir com vocês. É quando, a certa altura, ele diz:

"Eu queria decifrar as coisas que são importantes... Queria entender do medo e da coragem, e da gã que empurra a gente para fazer tantos atos, dar corpo ao suceder. O que induz a gente para más ações estranhas, é que a gente está pertinho do que é nosso, por direito, e não sabe, não sabe, não sabe!"

Pois é isto. Enquanto percebermos diferenças, a partir da crença na separação, por maior que seja nossa proximidade daquilo que "é nosso, por direito", não teremos como sabê-lo.

É para aprendermos a reconhecer a unidade, a reconhecer o Filho de Deus em todos e em cada um daqueles que cruzam nossos caminhos que nossas práticas se destinam. E para reconhecermos a nós mesmos e a Deus neles.

Reconhecido isto, conheceremos "a verdade acerca de nós mesmos", voltaremos para casa e descansaremos na unidade, lá e apenas lá onde a paz pode ser encontrada.


4 comentários:

  1. Oh, Moisés, não restringe, não, as aparições do Riobaldo. Pessoalmente, está sendo um presente para mim, relembrar, aqui, todo o encantamento que essas falas me trazem: é de uma lucidez fantástica e ir nas abas dele ajuda a gente VER. E você, com um domínio extraordinário, encaixando um com o Outro no lugar certinho. É comovente!

    A lição de hoje é minha prece diária. Milagre mesmo é me dar conta que eu (embora nem saiba porque; só sei que é isso o que está me acontecendo) estou com o meu coração aberto para esse aprendizado. E, em retorno, os presentes, como você, chegando à minha vida.

    Obrigada, Moisés, por estar onde você está e estender seu universo e consciência até me alcançar. Isso está mesmo muito lindo pra mim.

    Sou Grata. Sou Grata. Sou Grata.
    Marília

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  2. Oi Moisa,

    o importante e o que importa:-)( a menssagem).
    E que menssagem se encaixou perfeitamente com o dia de hj.

    Gostei muito, " e que a gente esta pertinho do que e nosso, por direito, e nao sabe, nao sabe, nao sabe!"

    "A crenca, na separacao", exatamente isso. tenho tido algumas revelacoes a meu respeito.

    E agora lendo este Limite Zero, tem uma pte que ele diz: "quando acho que estou conseguindo lidar com as coisas surge outro livro para pertubar a minha visao de mundo".

    As vezes me vejo agindo com ja se estivesse pronta, fosse a dona da verdade e perfeicao, pura pretensao, por isso eessa licao e muito apropriada. Que eu não perceba nenhuma diferença hoje.

    Depois que tomei consciencia, do quanto errei em nao respeitar e nao amar meu proximo, e o julguei por algo que existe em mim, ou seja ,assumi a responsabilidade. Foi chocante e acabei me auto-punindo (identificao com o corpo?), me senti muito triste, decepionada comigo mesma, acordei outro dia como se tivesse levado uma surra de pau nas minhas costas. E isso aconteceu antes comigo. Sao minhas memoraias reecenadas?

    Talvez ter tomado essa consciencia, seja a oportunidade para eu aplicar o perdao e aprender minha licao.

    Enfim, espero que desta vez, conseguir purifica-las.

    Obrigada por oferecer esse espaco, para meu desabafo e by the way, continue com nosso amigo Riobaldo.

    Obrigada bjo
    Dani

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  3. Olá, Marília...

    Obrigado novamente por suas palavras tão cheias de afeto, de amor, de compreensão. É a isto que Riobaldo se referia ao dizer: "... amizade dada é amor".

    Na verdade, o que me parece mais claro a cada dia é que quando nossa alma se abre para ouvir o que o universo inteiro está a nos dizer a todo momento, começamos a aprender a ouvir, a aprender a lembrar.

    Pois, como o Curso diz, o corpo é apenas um veículo de comunicação e, se e quando nos colocamos todos na mesma sintonia, o resultado que experimentamos é a comunicação perfeita. Aquela comunicação que ignora quaisquer diferenças e que, em lugar disso, aceita-as todas como complementares daquilo que somos em Deus, na unidade.

    Como conhecer a mim mesmo e a Deus, enquanto eu quiser deixar qualquer uma, por menor que seja, de minhas partes não-reconhecida e não-aceita?

    Por isso, mais uma vez, obrigado por você se apresentar a nós. Nossa experiência ficaria incompleta sem você.

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  4. Oi, Dani, querida, tudo bem por aí?

    Super obrigado por seu comentário, por partilhar de sua própria experiência, dando-nos a oportunidade de aprender mais a respeito de nós mesmos. A aprender mais acerca do que precisamos mudar para buscar cumprir de forma mais consciente o papel que nos cabe no plano de Deus para a salvação do mundo.

    Como já disse outras vezes, o ego é bastante ardiloso [tricky] e, muitas vezes, tem o desplante de nos convencer de que já alcançamos a perfeição em nosso modo de viver, "agora que praticamos os exercícios dos milagres". E nos leva a comparar nossa vida com a de outros e outras, fazendo-nos crer que vivemos muito melhor do que eles ou elas, porque eles ou elas ainda têm tais e tais defeitos, ou ainda se comportam deste ou daquele modo, o que não faríamos nunca.

    "Como é que eles ou elas podem pensar assim?" E "eu que pensava que este modo de ver as coisas não existisse mais". E assim por diante...

    Daí a necessidade de mantermos a vigilância, daí a necessidade de continuarmos a praticar. Uma das personagens de Adélia Prado, em livro que li há pouco, se queixava de que manter a consciência dá um trabalho, gera, às vezes, um cansaço muito grande. E a vida não para um minuto para se descansar. Há sempre um dado novo surgindo. Aí é que o ego se infiltra para nos dizer que podemos relaxar, que não há necessidade de tanto esforço, de tanta atenção, que podemos deixar que ele cuida de tudo. Como se ele fosse o Espírito Santo.

    É exatamente disto, entre outras coisas, que trata o Limite Zero: da necessidade de não nos deixarmos enganar pelas memórias e/ou lembranças das experiências do passado. É só com a mente limpa e purificada que podemos olhar para o novo sem preconceitos, sem julgamentos.

    Obrigado, Dani, por sua contribuição. E pode deixar que o Riobaldo vai se apresentar de vez em quando. Eu só tive a impressão, por um momento, de que ele estava querendo se exibir, rsrsrsrs..., equívoco meu.

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