sexta-feira, 20 de março de 2009

Reconhecer o problema é solucioná-lo

A lição 79, para este dia 20 de março, é uma de minhas favoritas. Já disse isto a respeito de outra? Não importa! O que quero dizer é que, em meu modo de ver, a lição de hoje, Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido, nos apresenta, se não todos, quase todos os argumentos lógicos para entendermos melhor os mecanismos do ego [e o que é mais interessante, utilizando uma linguagem que o ego entende e contra a qual ele não tem argumentos nem defesas possíveis].

Quase que gostaria de copiá-la aqui inteirinha, mas acho que não há necessidade disso. Assim, vamos apenas dar uma espiada nos pontos que me parece ser mais importante destacar. Vejamos. Todos sabemos que, enquanto não reconhecemos que estamos com um problema, não podemos fazer nada para resolvê-lo. É óbvio que isso se deve ao fato de que não temos consciência de que aquilo que estamos vivendo é um problema. Daí, por exemplo, a necessidade de que a pessoa dependente de álcool, do cigarro, ou de qualquer tipo de substância química, reconheça que é dependente antes de decidir se tratar ou pedir ajuda para isso. Isso serve também para nossa dependência do ego e de todas as outras dependências a que ele nos sujeita, das quais muitas vezes não temos consciência em função da habilidade que ele tem de nos iludir. Ou alguém acredita que há, de fato, alguma coisa neste mundo da qual não podemos abrir mão, sem a qual não podemos viver? Isso é dependência ou não? Isso é um problema?

Importante é reconhecer, como a lição afirma hoje, que o único problema do mundo é o problema da separação e ele, na verdade, já foi resolvido. Entretanto, neste mundo, todos nós parecemos ter nossos próprios problemas particulares e esquecemos que eles são todos o mesmo, o único. E que todos eles têm de ser reconhecidos como tal se quisermos aceitar a única solução que resolve todos eles.

É preciso que atentemos para o fato de que não há nenhum momento em que nos vejamos, ou sintamos, completamente livres de problemas e em paz. E que "a tentação de considerar os problemas como muitos é [apenas] a tentação de manter não resolvido o problema da separação". Um truque do ego que nos convence, às vezes, a guardar mágoas e ressentimentos entendo-os como justa indignação pelo que alguém nos fez. Quando decidimos ser preferível ter razão a ser feliz.

Outras vezes, sentimo-nos onipotentes, no ego, desejando ser ou sabendo-nos portadores da solução para todos os aparentes problemas do mundo. Apenas porque eles, parecendo ter tantos níveis, formas tão variadas e conteúdos tão diversos, nos colocam diante de uma situação impossível de se resolver. Esta é mais uma das maneiras que tem o ego de nos pôr em contato com as sensações de desânimo e depressão, em vista de, agora, nossa aparente onipotência se ter transformado em absoluta impotência. Pois, para o ego, reconhecer que não sabemos nada é sinônimo de impotência.

Toda a aparente complexidade que os problemas parecem trazer consigo não são mais do que "uma tentativa desesperada [do ego] de não reconhecer o problema e, por consequência, de não permitir que ele seja solucionado". Por isso, um dos pontos cruciais da lição de hoje, a ser usado sempre que a necessidade surgir é a ideia de que, na verdade, temos o meio para resolver todos os problemas, se os reconhecermos. Se reconhecermos que, por detrás da enorme quantidade de formas com que todos os problemas se apresentam, eles são sempre o mesmo. O único. A crença na ideia da separação.

3 comentários:

  1. Oi Moisés, obrigada pelo parênteses!!Eu ando totalmente dependente do ego, eu assumo,não sei o que fazer direito, mas enfim, vamos tentando... bjs

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  2. Todos nós, Duda. Todos nós. Uns mais, uns menos. Por isso a necessidade de atenção constante.
    Obrigado por comentar.

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  3. Moisés ,

    Aqui estou eu, me remoendo por dentro, por descobrir que volto aos mesmos erros e enganos, trapaças de mim mesma.
    Que terrível frustração é ver que isto está dentro de mim e eu não mudei nada, nada, nada, nunca! Que horrível engano sou eu de eu mesma!

    Estou falando assim de mim, porque já é a terceira vez que tento escrever, e caio nas mesmas armadilhas de meu ego!

    Se até para falar disto eu me engano, como não me enganar de verdade, e não mudar de caminho ou do ponto de vista ao menos?

    Sou vítima de minhas próprias crenças, ou
    sou crente em me prender em mim mesma,para continuar, continuar e finalmente morrer dentro de mim mesma?

    Parar de viver o pesadelo é parar de viver?...finalmente?!!!

    Estou tentando...


    beijos

    Paula.

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