sexta-feira, 13 de março de 2009

A mágoa é um ataque ao plano de Deus

Depois das lições dos últimos dias, que se seguiram à revisão das primeiras 50 ideias que o Curso nos oferece para que comecemos a desaprender o que o mundo nos ensinou, a lição desta sexta-feira 13, a de número 72, só poderia nos trazer à conclusão de que, como afirma sua ideia central: Guardar mágoas é um ataque ao plano de Deus para a salvação.

Vejamos: se "eu sou a luz do mundo" [lição 61] nada mais lógico que minha função como tal seja o perdão [lição 62]. E o que faz a luz do mundo, então? Traz paz a todas as mentes por meio do perdão [lição 63]. Porque o perdão é a única coisa que pode trazer paz a todos. Por isso, a lição 64 aconselha "que eu não esqueça a minha função", e porque "minha única função é aquela que Deus me deu", a de ser a luz do mundo e perdoar [lição 65]. Seguindo tais idéias, logo fica evidente que "minha felicidade e minha função são a mesma coisa" [lição 66]. Porque "o amor me criou igual a si mesmo" [lição 67]. Voltando então à ideia de que minha função como a luz do mundo é o perdão, que é a única coisa capaz de trazer paz de espírito a todas as mentes, tenho de entender que a luz do mundo [eu, ou aquilo que é verdadeiro em mim] traz em si a capacidade de perdoar, o que pode me fazer feliz para sempre. E o que é perdoar? Perdoar é abandonar todos os julgamentos, todos os ressentimentos e entregar-se ao amor. Pois "o amor não guarda mágoas" [lição 68]. Quando estou ressentido, me afasto do amor, me esqueço de minha função e não consigo ver a luz do mundo em mim. São, na verdade, "minhas mágoas que escondem a luz do mundo em mim" [lição 69] e que me impedem de exercer minha função de perdão, e que me levam para longe de qualquer ideia de salvação. Separado, magoado e ressentido fica difícil perceber que "minha salvação vem de mim" [lição 70] e mais difícil ainda entender que "só o plano de Deus para a salvação funcionará" [lição 71], porque a mágoa, ou o ressentimento em mim, me leva a pensar que o mundo inteiro está errado e que não há nada que eu possa fazer. Isto é, o ego me convence a acreditar que tudo e todos têm de mudar para o mundo ser salvo, menos eu mesmo.

Assim, a ideia da lição 72, me convida, hoje, a refletir por que razão guardar mágoas é um ataque que faço ao plano de Deus para a salvação. Para entender que, quando me decido pela mágoa, coloco em Deus as características normalmente associadas ao ego e deixo que o ego assuma os atributos d'Ele. Torno o ego "onipotente", dando-lhe a oportunidade de satisfazer seu desejo fundamental de substituir Deus.

Guardar mágoas é colocar minha mente na prisão corpo e acreditar que ela está limitada a ele para se comunicar com outras mentes. É óbvio que limitar a possibilidade de comunicação ao corpo não é a melhor forma de expandi-la. Mas é nisso que o ego quer que eu acredite. E é por isso que as mágoas que guardo estão sempre associadas a alguma coisa que um corpo faz, fez, ou pode fazer. É alguém que diz ou faz alguma coisa da qual não gosto. Ou "trai" segundas intenções com seu comportamento.

Guardar mágoas me impede de ver qualquer pessoa como ela é. Porque me leva a vê-la apenas a partir do que ela faz em um corpo. Isso não a ajuda a ficar livre das limitações do corpo. Ao contrário, contribui de forma eficaz para mantê-la preso a ele, por confundí-la com o corpo e por acreditar que ela é aquilo que um corpo faz.

A lição de hoje, para quem, de fato, se põe a refletir a respeito da ideia que ela traz, é um grande passo para a compreensão de mais algumas das artimanhas do ego para nos enganar. Precisamos mesmo, seguindo a orientação do exercício, questionar tudo aquilo que o ego quer nos ensinar a respeito da salvação. Para isso é necessário que deixemos a Deus a tarefa de nos dizer o que é verdadeiramente a salvação. O ego não sabe. Nós não sabemos. Perguntemos, pois, a Ele. Ele certamente nos dará a resposta.

2 comentários:

  1. Obrigada Moisés! O blog tem sido um grande reforço no exercício em FICAR ATENTO às artimanhas do EGO.
    Beijos

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  2. Gostei muito desse texto, Moisés. Eu achei que ele era exatamente o que a pessoa com quem tive um conflito precisava ouvir, porém é o que eu estava precisando ouvir.
    Obrigada,

    Luana Canhisares

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