sábado, 14 de março de 2009

A luz é nosso desejo mais profundo

A lição 73, deste dia 14 de março, nos apresenta à ideia daquilo queremos verdadeiramente. Declara nosso desejo em palavras, dizendo: Eu quero que haja luz.* Assim, apresento-lhes, a título de convite à reflexão, alguns pensamentos acerca daquilo que a ideia parece envolver, e que nem sempre fica muito claro, quando nos pomos a pensar a respeito. Lembrem-se, por favor, de seguir as instruções do texto quanto aos exercícios.

Nossas desculpas para a inação [a dos que como eu demoram aparentemente para se pôr em ação], consciente, às vezes, outras inconscientemente, em sua maioria, se resumem na ideia de que não estamos maduros para tal atitude, tal mudança, tal enfrentamento, tal experiência. Parece-me, e acho que isso é mais ou menos consenso, que nunca estamos maduros, nem ficaremos. A não ser no sentido de que é necessário adquirirmos consciência dos estados que podemos alcançar em nossa vida.

Todos eles, ouso dizer, são o mesmo para a consciência, porque presentes nela, na consciência que temos de nós mesmos, por nós mesmos, se temos alguma consciência - e sempre temos por menor que seja - que nos autorize a pensar que não somos só "isso" que se move por entre a sombra e a escuridão que costumam habitar nossos dias de inconsciência. Aqueles dias em que deixamos de fazer contato com o que existe de verdadeiro em cada um de nós. A maioria dos dias que vivemos na condição de zumbis, buscando um guia, uma orientação outra qualquer, de um guru, de um mestre, de uma religião, de uma crença, fé, ideologia, partido político ou grupo, que confirme nossa esperança de que exista alguma esperença para nós. Fora de nós mesmos.

- Não existe!

E o outro, ou outros, com quem dividimos nosso estar-no-mundo, que criamos individual e coletivamente, a fim de passar pelas experiências sensuais que viemos buscar, não faz nada mais do que refletir - no sentido de ser uma projeção de, um reflexo - aquilo que pensamos de nós mesmos. Projetamos nele, ou nela, ou neles ou nelas, todos os nossos medos e inseguranças, todas as nossas qualidades e defeitos, para vê-los devolvidos a nós, muitas vezes, de uma forma mais inteligível e/ou palatável, mas que, de qualquer maneira, a mais das vezes nos recusamos a ver. "Eu não sou isso!" "Eu não faço isso!" "Eu não seria capaz de tal coisa!"

Entretanto, "dar realidade" à ilusão daquilo que nossos pensamentos criam é sempre nossa escolha. E nossos medos, quando muito fortes, são sempre o que se concretiza em nossa experiência, porque é a eles, mais do que a qualquer outra coisa, que devotamos a maior parte de nossa atenção, seja de modo consciente, seja inconscientemente.

O iceberg, o bloco de gelo flutuante, que é nossa consciência, é visível a olho nu apenas na superfície do mar de nossa inconsciência, quando nos acreditamos sabedores do funcionamento do mundo. Ou quando não temos consciência, ou não aceitamos incondicionalmente a ideia de quão pouco sabemos em nosso estado comum de vigília.

Andamos durante o sono letárgico que é a maior parte de nosso viver no mundo do espaço-tempo dos sentidos. Em alguns momentos logramos alcançar um vislumbre de luz, e enchemo-nos do júbilo e da alegria que atestam nossa origem e reafirmam a completa felicidade que tem de ser nosso estado natural, se nos acreditamos filhos do amor, que é quem verdadeiramente move o mundo.

São breves, porém, esses "instantes santos" nos quais nos ligamos inapelavelmente à unidade, como partes unívocas da totalidade de que não podemos deixar de ser e fazer parte complementar.

Abramo-nos para o desejo de que se faça a luz! A luz existe em todos e em cada um de nós! Lembram-se da lição "eu sou a luz do mundo"? A lição de hoje quer apenas que expressemos com toda a sinceridade possível nosso desejo mais profundo e verdadeiro.

*No original a ideia desta lição é "I will there be light." E na tradução aparece como "É minha vontade que haja luz." A versão "Eu quero que haja luz" é minha tradução do original, que me parece mais de acordo com a ideia original. Mas isso é apenas um detalhe. Importante mesmo é que se façam os exercícios e que se busque, como disse, cada vez mais o contato com nossa vontade mais profunda e verdadeira, que, às vezes, parece não estar muito clara.

3 comentários:

  1. Eliane, obrigado por juntar-se a nós, neste espaço que busca o conhecimento daquilo que somos verdadeiramente, a partir do desaprender do que o mundo nos ensina. Bem-vinda.

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  2. UAU! Sem muitas palavras, apenas seguindo na busca em fortalecer a vontade de querer realmente que haja luz. Thanks!

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  3. Olá, bobdaniela, bem-vinda ao clube. Espero que você fique à vontade para se manifestar sempre que achar necessário.

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