terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Até quando nos deixaremos enganar pelo falso eu?


LIÇÃO 31

Eu não sou vítima* do mundo que vejo.

1. A ideia de hoje é a introdução de tua declaração de liberdade. Mais uma vez, a ideia deve ser aplicada tanto ao mundo que vês fora quanto ao mundo que vês dentro. Na aplicação da ideia, usaremos uma forma de prática que será utilizada cada vez mais, com modificações conforme indicado. Em geral, a forma inclui dois aspectos, um no qual aplicas a ideia de modo mais contínuo e o outro que consiste em aplicações frequentes da ideia ao longo do dia.

2. São necessários dois períodos de prática mais longos com a ideia para hoje, um pela manhã e um à noite. Recomenda-se de três a cinco minutos para cada um destes períodos. Durante este tempo, olha a tua volta lentamente enquanto repetes a ideia duas ou três vezes. Em seguida, fecha os olhos e aplica a mesma ideia a teu mundo interior. Escaparás de ambos ao mesmo tempo, pois o interior é a causa do exterior.

3. Enquanto examinas teu mundo exterior deixa simplesmente que quaisquer pensamentos que passem por tua mente cheguem a tua consciência, para considerar cada um por um momento e, então, ser substituído pelo seguinte. Tenta não estabelecer qualquer tipo de hierarquia entre eles. Observa-os virem e irem com a maior imparcialidade possível. Não te demores em nenhum em particular, mas tenta deixar a corrente seguir adiante regular e tranquilamente, sem qualquer envolvimento especial de tua parte. Ao sentares calmamente para observar teus pensamentos, repete a ideia de hoje para ti mesmo quantas vezes quiseres, mas sem nenhuma sensação de pressa.

4. Além disso, repete, para ti mesmo, a ideia para hoje com a maior frequência possível durante o dia. Lembra-te de que estás fazendo uma declaração de independência em nome de tua própria liberdade. E em tua liberdade está a liberdade do mundo.

5. A ideia para hoje também é particularmente útil para ser usada como uma resposta a qualquer forma de tentação que possa surgir. Ela é uma declaração de que não cederás à tentação para te colocares em cativeiro.


*

*NOTA DE TRADUÇÃO: A palavra victim, do original, também tem a acepção que permitiria traduzí-la por escravo. A frase ficaria, então, "Eu não sou escravo do mundo que vejo". Em minha opinião, este significado talvez seja até mais adequado para traduzir a ideia da lição de hoje, a se considerar o que dizem as instruções para as práticas quanto à declaração de independência que fazemos ao usar a ideia. Optei por manter a versão dada por Lillian em função do fato de ser comum em nossa experiência neste mundo o contato com pessoas que se julgam vítimas das circunstâncias que as cercam, por não terem aprendido ainda a assumir a responsabilidade pelas situações que seus pensamentos criam para suas vidas.

*

COMENTÁRIO:

Em geral, como eu disse no ano passado, quase todos nós gostamos de pensar que somos livres para escolher o destino que queremos para nossas vidas. Costumamos pensar que temos toda a liberdade para decidir que rumo seguir. E mesmo aqueles que dizem acreditar em um destino imutável ou na existência de um destino que é pré-traçado para a vida de todos e de cada um, no fundo, no fundo, gostariam de acreditar que são senhores de seu próprio destino.

A ideia que vamos praticar nesta segunda-feira, dia 31 de janeiro, trata exatamente de reforçar em nós a ideia da liberdade, a ideia do livre arbítrio que herdamos desde sempre por nossa condição de filhos de Deus. Trata de nos fazer perceber que só nós podemos decidir o tamanho da liberdade que queremos, da mesma forma que só nós mesmos podemos limitar essa liberdade, que, a partir da Vontade de Deus para nós, é ilimitada. 

Porém, como eu já disse antes, é interessante notar que, apesar de gostarmos da ideia que diz que somos livres, em geral,  temos muito medo de exercer esta liberdade. Ou será que algum de nós está em condições de dizer que sua vida segue na direção que sempre quis, sentindo-se inteiramente responsável por todas as escolhas e experiências que resultaram delas?

Quantos dentre nós ainda se sentem vítimas do mundo? Vítimas das circunstâncias de suas vidas? Escravos de algumas das pessoas com quem convivem? Dos patrões? Dos companheiros e companheiras? Dos colegas de escola, de universidade, de grupo, de religião? Dos pais e mães e irmãos? Da família? Das crenças a respeito do que herdamos geneticamente de nossos pais biológicos, e que acreditamos serem verdadeiras? Quantos não reclamam das condições que têm dizendo: - Ah, se eu tivesse nascido em outra família? Em outra época? Em outro lugar? Com outra situação econômica? 

Acho que vale a pena repetir uma segunda vez que utilizar a ideia ao longo do dia, com as práticas, de acordo com as orientações do Curso, vai nos permitir perceber o quanto estamos enganados. Ou o quanto nos deixamos enganar pelo "mundo", acreditando no ego que nos diz que não há como fugir do sofrimento neste mundo. Ou que não há como mudar o mundo. Ou que nós não somos capazes de mudar. Nem a nós mesmos, nem ao mundo. Ora, acreditar que não há possibilidade de mudança, nem para nós mesmos, nem para o mundo, não é nada mais do que acreditar em um destino imutável. É não acreditar no livre arbítrio.

Quantos de nós, e até quando, ainda querem se deixar enganar pelo falso eu?

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"Fora" só existe como projeção do que há "dentro"


LIÇÃO 30

Deus está em tudo o que vejo, porque Deus 
está em minha mente.

1. A ideia para hoje é o trampolim para a visão. A partir desta ideia o mundo se abrirá diante de ti e olharás para ele e verás nele aquilo que nunca tinhas visto antes. E o que vias antes não será visível para ti nem mesmo vagamente.

2. Hoje tentamos usar um tipo novo de "projeção". Não estamos tentando nos livrar do que não gostamos buscando vê-lo fora. Ao contrário, tentamos ver no mundo o que está no interior de nossas mentes e aquilo que queremos reconhecer que está aí. Deste modo, tentamos nos unir ao que vemos, em lugar de mantê-lo separado de nós. Esta é a diferença fundamental entre a visão e o modo como vês.

3. A ideia de hoje deve ser aplicada tantas vezes quanto possível durante todo o dia. Sempre que tiveres um momento, repete-a para ti mesmo devagar, olhando a tua volta e tentando perceber claramente que a ideia, de fato, se aplica a tudo o que vês agora, ou ao que poderias ver agora, se estivesse ao alcance de tua vista.

4. A visão verdadeira não está limitada a noções tais como "perto" e "longe". A fim de te ajudar a começar a te acostumares com esta ideia, tenta pensar em coisas distantes de teu alcance atual tanto quanto naquelas que podes realmente ver ao aplicares a ideia de hoje.

5. A visão verdadeira não só não é limitada pelo espaço e pela distância, mas também não depende absolutamente dos olhos do corpo. A mente é sua única fonte. Também a fim de te ajudar a conseguires ficar mais acostumado com esta ideia, dedica vários períodos de prática à aplicação da ideia de olhos fechados, usando quaisquer sujeitos que venham a tua mente e olhando mais para dentro do que para fora. A ideia de hoje se aplica igualmente a ambos.

*

COMENTÁRIO:

A ideia para as práticas desta segunda-feira, dia 30 de janeiro, complementa, estende e responde forma mais completa a pergunta que a ideia que praticada ontem respondia. Lembrando de comentário anterior, sabemos já, hoje em dia, que a própria Ciência afirma não haver diferença para o cérebro entre aquilo que é aparentemente real e visível aos nossos olhos e aquilo que existe apenas em nossos pensamentos. A forma com que reagimos a alguma coisa que vemos e podemos tocar é a mesma com que reagimos a uma lembrança, ou a um pensamento que nos vem à mente. Inclusive as alterações físicas e emocionais são as mesmas quer desencadeadas por um fato, alguma coisa que nos acontece, quer desencadeadas por uma lembrança ou por um pensamento.

É por isso que as práticas são extremamente importantes. Se há alguma coisa que achamos que precisa mudar no mundo, ela só pode mudar a partir de nossos pensamentos. É só mudando nosso modo de pensar que o mundo que vemos -  que nos parece real e, por vezes, cruel, um verdadeiro inferno - pode mudar.

E, mais uma vez, a única explicação possível, plausível e lógica para se acreditar que Deus está em tudo o que vejo é a ideia que praticamos hoje. Até porque nada do que "vemos" está, de fato, fora. A verdade é que "fora" não existe, ou só existe como projeção do "dentro". Ou alguém acredita que, de fato, pode ver alguma coisa que já não esteja impressa no interior de si mesmo, em seus pensamentos, em sua mente?

É importante lembrar que este Curso, de acordo com o que ele mesmo diz de si, é um programa de treinamento da mente. E que se quisermos, de fato, mudar alguma coisa em nossas vidas, se quisermos viver no mundo "o sonho feliz" da alegria e da paz perfeitas, que são a Vontade de Deus para nós e a nossa própria vontade, tudo o que precisamos mudar é apenas nosso modo de pensar. Pois, como já disse antes, na verdade, são apenas os nossos pensamentos que "criam" e constróem a aparente realidade que vivemos.


Às práticas?

domingo, 29 de janeiro de 2012

Cabe apenas a cada um a decisão de ver Deus


LIÇÃO 29

Deus está em tudo o que vejo.

1. A ideia para hoje explica por que tu podes ver todo o propósito em todas as coisas. Ela explica por que nada está separado, por si mesmo ou em si mesmo. E explica por que nada do que vês significa coisa alguma. De fato, ela explica cada ideia que usamos até agora e também todas as subsequentes. A ideia de hoje é a base total para a visão.

2. É provável que aches esta ideia muito difícil de apreender a esta altura. Podes achá-la tola, irreverente, absurda, engraçada e até mesmo repreensível. Deus certamente não está em uma mesa, por exemplo, da forma como tu a vês. No entanto, enfatizamos ontem que a mesa compartilha o propósito do universo. E aquilo que compartilha o propósito do universo compartilha o propósito de seu Criador.

3. Tenta, então, hoje, começar a aprender como olhar para todas as coisas com amor, gratidão e receptividade. Tu não as vês agora. Queres saber o que há nelas? Nada é como te parece. Seu propósito sagrado está além de teu pequeno alcance. Quando a visão te mostrar a santidade que anima o mundo compreenderás perfeitamente a ideia de hoje. E não compreenderás como pudeste alguma vez achá-la difícil.

4. Nossos seis períodos de prática de dois minutos para hoje devem seguir um padrão agora familiar. Começa com a repetição da ideia para ti mesmo e, em seguida, aplica-a a sujeitos escolhidos aleatoriamente a tua volta, citando cada um de forma específica. Tenta evitar a tendência a uma seleção auto-direcionada, que pode ser particularmente tentadora em relação à ideia de hoje em razão de sua natureza completamente inusitada. Lembra-te de que qualquer ordem que estabeleças é igualmente estranha à realidade.

5. Por isso, tua lista de sujeitos deve ser tão livre de tua seleção pessoal quanto possível. Por exemplo, uma lista adequada poderia inlcuir: 

Deus está neste cabide.
Deus está nesta revista.
Deus está neste dedo.
Deus está nesta lâmpada.
Deus está naquele corpo.
Deus está naquela porta.
Deus está naquele cesto de lixo.

Além dos períodos de prática estabelecidos, repete a ideia para hoje pelo menos uma vez por hora, olhando lentamente a tua volta enquanto, sem pressa, dizes as palavras para ti mesmo. Pelo menos uma ou duas vezes, deves experimentar uma sensação de tranquilidade enquanto fazes isso. 

*

COMENTÁRIO:

A ideia que vamos praticar neste domingo, dia 29 de janeiro, tem de ser obviamente o resultado de nossa decisão de ver, ou de ver de modo diferente, se nos envolvemos com as práticas da forma que o Curso nos pede que façamos. Decidir que o que queremos, "acima de tudo", é ver, e ver de modo diferente, é a única maneira de chegarmos a experimentar na prática o fato de que Deus está em tudo o que vemos, que a ideia de hoje afirma.


Mais uma vez, é importante ressaltar que a decisão de ver Deus cabe apenas a nós, a cada um de nós. Daí as dificuldades que enfrentamos no mundo. Pois ele nos ensina de forma diferente. O mundo do falso eu - aquela imagem de nós mesmo que construímos, quando acreditamos que podemos atacar e ser atacados - nos mostra todas as coisas aparentemente separadas umas das outras. Mostra-nos as coisas como existentes por si mesmas, em si mesmas. E nos oferece a possibilidade de reagirmos as coisas como se elas tivessem vontade e própria e não fossem apenas resultado da projeção de nossos pensamentos e crenças.


Onde fica Deus nesta descrição do mundo? Ou onde Deus pode estar em mundo tão cheio de contradições e problemas? De que modo acreditar em Deus, se não acreditamos em nós mesmos, em nossa invulnerabilidade? Se podemos atacar e ser atacados, conforme ensina a falsa imagem de nós mesmos que construímos?

As práticas com a lições do UCEM nos oferecem uma situação uma diversa, uma visão diferente de nós mesmos, do mundo e de Deus, uma vez que o Curso nos ensina que não existe nenhum mundo externo ou separado de nós, nenhum Deus externo ou separado de nós. Melhor dizendo talvez, se existe um um mundo externo a nós, ele é apenas a projeção do que trazemos internamente. E se podemos ver um Deus naquilo que está aparentemente externo a nós, Ele tem de ser apenas o reflexo daquele Deus que trazemos em nosso interior e que também é o que somos, na verdade. 

Para todos aqueles que se sentirem de alguma forma incomodados com esta ideia - que pode parecer mesmo muito estranha aos que estão apenas iniciando suas práticas -, sugiro que voltem à introdução ao Livro de Exercícios, ao ponto em que uma das orientações iniciais convida a nos atermos à aplicação das ideias da forma que o Curso nos pede, sem julgá-las. Uma instrução que afirma não ser nem mesmo necessário acreditar nas ideias ou acolhê-las bem, uma vez que elas podem, de fato, se revelar absolutamente desafiadoras para os valores e crenças que construímos a partir do sistema de pensamento do ego. Há também um pequeno trecho do livro texto, que já usei antes e que pode nos convencer de que as práticas são eficazes, se insistirmos nelas. Ele diz o seguinte:

Este curso oferece uma situação de aprendizado muito direta e muito simples e provê o Guia [o Espírito Santo] Que te diz o que fazer. Se o fizeres, verás que funciona. Seus resultados são mais convincentes do que suas palavras. Eles te convencerão de que as palavras são verdadeiras.

Enfim, e em razão de tudo isto, basta dizer uma vez mais, como o Curso diz a certa altura, que não é preciso fazer nada. Basta que acreditemos que o Espírito Santo sabe o que é melhor para nós e que entreguemos nossas práticas a Ele. Ou alguém acredita que pode haver um guia melhor?

sábado, 28 de janeiro de 2012

Quem de nós pode dizer que vive a alegria perfeita?


LIÇÃO 28

Acima de tudo quero ver as coisas de modo diferente.

1. Hoje damos, de fato, aplicação específica à ideia de ontem. Nestes períodos de prática, assumirás uma série de compromissos definidos. Não nos interessa agora se os cumprirás no futuro. Se ao menos estiveres disposto a assumí-los agora, deste início ao movimento para mantê-los. E nós ainda estamos no começo.

2. Podes te perguntar por que é importante dizer, por exemplo, "Acima de tudo quero ver esta mesa de modo diferente". Ela não é absolutamente importante em si mesma. Mas o que é por si mesma? E o que significa "em si mesma"? Tu vês muitas coisas separadas a tua volta, o que, de fato, significa que não estás vendo em absoluto. Tu vês ou não. Quando vires uma única coisa de modo diferente, verás todas as coisas de modo diferente. A luz que verás em qualquer uma delas é a mesma que verás em todas.

3. Quando dizes, "Acima de tudo quero ver esta mesa de modo diferente", estás assumindo um compromisso de retirar todas as ideias preconcebidas acerca da mesa e de abrir tua mente para o que ela é e para que ela serve. Tu não a estás definindo em termos passados. Estás perguntando o que ela é, em lugar de lhe dizer o que ela é. Não estás amarrando seu significado a tua experiência diminuta com mesas, nem estás limitando o propósito dela a tuas ideias pessoais insignificantes.

4. Tu não questionarás aquilo que já definiste. E a finalidade destes exercícios é fazer perguntas e receber respostas. Ao dizeres, "Acima de tudo quero ver esta mesa de modo diferente", estás te comprometendo a ver. Não é um compromisso exclusivo. É um compromisso que se aplica tanto à mesa quanto a qualquer outra coisa, nem mais nem menos.

5. Poderias, de fato, obter a visão simplesmente a partir dessa mesa, se estivesses disposto a retirar todas as tuas ideias particulares a respeito dela e a olhar para ela com uma mente completamente aberta. Ela tem algo para te mostrar; algo belo e puro e de valor infinito, cheio de felicidade e esperança. Escondido sob todas as tuas ideias a respeito dela está seu propósito verdadeiro, o propósito que ela compartilha com todo o universo.

6. Portanto, ao usares a mesa como um sujeito para aplicar a ideia para hoje, tu estás realmente pedindo para ver o propósito do universo. Farás este mesmo pedido a cada sujeito que usares nos períodos de prática. E assumes o compromisso com cada um deles de permitir que seu propósito te seja revelado, em lugar de colocar teu próprio julgamento sobre ele.

7. Teremos seis períodos de prática de dois minutos hoje, nos quais primeiro se declara a ideia de hoje e, em seguida, se aplica a ideia a qualquer coisa que vejas ao teu redor. Os sujeitos não só devem ser escolhidos aleatoriamente, mas deve-se atribuir a cada um a mesma sinceridade enquanto se aplica a ideia de hoje a ele, em uma tentativa de reconhecer o valor igual deles todos em sua contribuição para teu ver.

8. Como de costume, as aplicações devem incluir o nome do sujeito que, por acaso, teus olhos encontrarem e deves fixar teus olhos nele enquanto dizes:

Acima de tudo quero ver este _________ de modo diferente.

Cada aplicação deve ser feita bem devagar e tão refletidamente quanto possível. Não há pressa.

*

COMENTÁRIO:

Uma pergunta aos que têm o livro. Algum de vocês já o abriu e leu a introdução geral? A nota do tradutor? Já leu o prefácio? Já ouviu falar em Helen Schucman e William [Bill] Thetford? E Kenneth Wapnick? E Judith Skutch?

Bem, os dois últimos não aparecem no livro, mas fazem parte da história de como o UCEM veio a se tornar o que é hoje em dia. Isto é, tanto Kenneth quanto Judith foram de vital importância para o processo de edição e publicação do livro. Helen e Bill já morreram, mas Kenneth e Judith continuam o trabalho que começaram desde que tomaram contato com a mensagem do livro quando o conheceram no início dos anos 1970. A primeira edição do livro é de 1976.

E o que estas informações têm a ver com a ideia para as práticas deste sábado, dia 28 de janeiro? Talvez nada. Talvez muito. Cabe a cada um de nós responder, a partir da decisão que tomamos de questionar toda e qualquer informação que nos seja oferecida. Conforme já vimos antes é essencial que nos aproximemos pessoalmente da experiência que queremos viver. Não é possível a ninguém viver uma experiência de segunda mão. Ninguém pode tomar nenhuma decisão com base no que alguém diz, ou disse, sem buscar confirmar pessoal e individualmente a informação que recebeu.

É claro que isto tem tudo a ver com a ideia de hoje, que é uma extensão e um complemento da de ontem: Acima de tudo eu quero ver [lição 27].Acima de tudo quero ver as coisas de modo diferente [a lição de hoje]. Há alguma razão para colocarmos como o principal objetivo de nossa vida "ver as coisas de modo diferente"? Quem de nós está absoluta e completamente satisfeito com o mundo da forma como o vê? Quem está vivendo a alegria perfeita que o Curso diz ser a Vontade de Deus para cada um de nós?

Ninguém!?

Então, não há como negar que é preciso que nos decidamos "a ver as coisas de modo diferente", não é mesmo?

Às práticas, pois.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O que "ver" significa para cada um de nós?


LIÇÃO 27

Acima de tudo eu quero ver.

1. A ideia de hoje exprime algo mais forte do que simples determinação. Ela dá prioridade à visão entre teus desejos. Podes te sentir hesitante quanto a usar a ideia, com base em que não tens certeza de que é isto que queres realmente. Isto não importa. O objetivo dos exercícios de hoje é fazer chegar mais perto o momento em que a ideia será inteiramente verdadeira.

2. Pode haver uma grande tentação em acreditares que se pede a ti algum tipo de sacrifício, quando dizes que queres ver acima de tudo. Se ficares inquieto em relação à falta de reservas pressuposta, acrescenta:

A visão não custa nada a ninguém.

Se o medo da perda ainda persistir, acrescenta ainda:

Ela só pode abençoar.

3. A ideia de hoje precisa de muitas repetições para o máximo aproveitamento. Ela deve ser usada pelo menos a cada meia hora, e mais se possível. Poderias tentar usá-la a cada quinze ou vinte minutos. Recomenda-se que, quando acordares ou pouco depois, estabelaças um intervalo de tempo definido para o uso da ideia e que tentes ser fiel a ele do início ao fim do dia. Não será difícil fazer isso mesmo se estiveres ocupado conversando ou ocupado de outra maneira no momento. Ainda assim, podes repetir uma frase curta para ti mesmo sem perturbar coisa alguma.

4. A questão verdadeira é quantas vezes tu te lembrarás? Quanto queres que a ideia de hoje seja verdadeira? Responde a uma destas perguntas e terás respondido à outra. É provável que percas várias aplicações e, talvez um número bastante grande delas. Não te incomodes com isto, mas tenta prosseguir em teu horário daí por diante. Se ao menos uma vez durante o dia sentires que foste totalmente sincero enquanto repetias a ideia de hoje, podes ter certeza de que poupaste muitos anos de esforço a ti mesmo.

*

COMENTÁRIO:

Só um desejo "ardente", no sentido daquele desejo que brota do mais profundo em nós mesmos, pode nos levar a estar à vontade no mundo. E estar à vontade no mundo significa estar de bem com a vida, significa entender "até os ossos" que nada do que o mundo nos mostra é permanente ou duradouro. Tudo o que vemos, inclusive os olhos que usamos para ver, vai perecer e, por assim dizer, virar pó. 

É deste entendimento que trata a ideia que vamos praticar nesta sexta-feira, dia 27 de janeiro. Isto é, as práticas de hoje vão nos mostrar de que forma precisamos nos comprometer com a decisão de ver. Em outras palavras elas vão nos mostrar que é preciso aprendermos que o que, de fato, queremos mais que tudo na vida é ver. Mas este aprender não é simplesmente ter em mente ou descobrir intelectualmente, e sim um aprender que exige que sejamos inteiramente absorvidos no processo. É este aprender que vai nos levar a ter contato com a verdadeira visão.

Vejamos pois, mais uma vez, o comentário feito a esta lição em anos anteriores. Creio que vale revisitá-lo, uma vez que ele traz um exemplo de vida de alguém [Meir Schneider] que perseguiu insistentemente o objetivo de ver, por ter sido, para efeitos legais, declarado cego ao nove anos de idade.

O que pensamos querer "acima de tudo"? Qual é nosso maior desejo? Qual é nossa maior aspiração? Será "ver"? Quantos de nós já pensaram a este respeito? Chegaram a alguma conclusão? Será que "ver" tem alguma relação com o que precisamos fazer para alcançar nossos objetivos? Quantos de nós nos lembramos de ser imensamente agradecidos pelo fato de sermos capazes de ver, apenas no sentido de ter a faculdade da visão? E em que medida esta faculdade nos auxilia ou atrapalha na tarefa de construir o mundo no qual queremos viver? Será que o "ver" a que se refere a ideia das práticas de hoje está relacionado apenas à capacidade física do corpo que acreditamos ser?

Meir Schneider nasceu praticamente cego e tem uma história maravilhosa a respeito de seu processo pessoal para desenvolver a capacidade de ver com os olhos do corpo, um processo que envolveu muito mais do que apenas suas capacidades físicas e que está descrito em seu livro Uma Lição de Vida. De acordo com ele, "fomos treinados para acreditar que nossos olhos só podem mudar para pior, e nunca podem melhorar depois de começarem a se deteriorar". Ele diz que isto só acontece porque a maioria de nós não sabe nada a respeito de como melhorar a visão.

Diz ainda que "melhorar a visão é um processo complexo, pois a visão, em si mesma, é um processo complexo. Nossos olhos - e, assim, nossas habilidades visuais - estão ligados, inexplicavelmente, com nossos corpos, nossas mentes e nossas emoções. Nossos olhos [como de resto todos os nossos sentidos, eu diria] atuam sobre todos os aspectos de nós próprios, e são, por sua vez, afetados por todos os aspectos de nossas vidas. Trabalhar com os olhos para melhorar a visão é, portanto, sempre um desafio. No processo, você pode defrontar-se com tensões físicas profundamente arraigadas, resistência mental, bloqueios emocionais e traumas. Ao enfrentar essas coisas, entretanto, muitas pessoas descobriram a força para vencê-las, e ao melhorar a visão mudaram suas vidas".

É claro que o exemplo de Meir, de trabalho com a visão orgânica, física, pode ser estendido de forma metafórica à visão em seu sentido mais amplo e abrangente. Cito-o apenas porque a ideia que trabalhamos no exercício de hoje, da mesma forma que o trabalho com o objetivo de melhorar a visão física [do corpo], vai exigir que deixemos de lado o que aprendemos do mundo a respeito de ver. E é claro que o mundo criado e construído a partir do sistema de pensamento do ego também busca nos treinar a acreditar que não há forma de melhorar nossa visão [o que poderia significar ver o mundo de modo diferente]. Isto não é verdade. E as práticas vão provar isto, se insistirmos nelas.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A única coisa que existe é o amor perfeito de Deus.


LIÇÃO 26

Meus pensamentos de ataque ferem minha invulnerabilidade.

1. É certamente óbvio que, se podes ser atacado, não és invulnerável. Tu vês o ataque como uma ameaça real. Isto acontece em razão de acreditares que podes, de fato, atacar. E aquilo que teria efeitos por teu intermédio também tem de ter efeitos sobre ti. É esta lei que, em última instância, te salvará, mas tu a estás utilizando de modo equivocado agora. Por isto, tu tens de aprender de que modo ela pode ser usada em favor de teus maiores interesses mais do que contra eles.

2. Uma vez que teus pensamentos de ataque serão projetados, terás medo do ataque. E, se temes o ataque, tens de acreditar que não és invulnerável. Por esta razão, os pensamentos de ataque te tornam vulnerável em tua própria mente, que é o lugar aonde estão os pensamentos de ataque. Pensamentos de ataque e invulnerabilidade não podem ser aceitos simultaneamente. Eles se contradizem.

3. A ideia para hoje apresenta o pensamento segundo o qual tu sempre atacas a ti mesmo primeiro. Se os pensamentos de ataque impõem a crença de que és vulnerável, seu efeito é o de enfraquecer tua percepção de ti mesmo. Deste modo eles atacam tua percepção de ti mesmo. E, por acreditares neles, não podes mais acreditar em ti mesmo. Uma imagem falsa de ti mesmo vem tomar o lugar daquilo que tu és.

4. A prática com a ideia de hoje te ajudará a compreender que a vulnerabilidade, ou a invulnerabilidade, é o resultado de teus próprios pensamento. Nada exceto teus pensamentos pode te atacar. Nada exceto teus pensamentos pode te fazer pensar que és vulnerável. E nada exceto teus pensamentos pode provar para ti mesmo que isto não é verdade.

5. Pede-se seis períodos de prática para a aplicação da ideia de hoje. Deve-se tentar dois minutos inteiros para cada um deles, embora o tempo possa ser reduzido para um minuto se o desconforto for grande demais. Não o reduzas mais do que isso.

6. Deves começar o período de prática repetindo a ideia para hoje, fechando os olhos, em seguida, e revisando as questões não-resolvidas, cujos resultados estão sendo causa de inquietação para ti. A inquietação pode tomar a forma de depressão, angústia, raiva, uma sensação de incoveniência, medo, pressentimento e fixação. Qualquer problema ainda indefinido que tenda a voltar a teus pensamentos durante o dia é um sujeito adequado. Tu não serás capaz de utilizar um número muito grande em qualquer um dos períodos de prática, porque deve-se dedicar a cada um um tempo maior do que o de costume. A ideia de hoje deve ser aplicada da seguinte forma:

Eu estou preocupado com ____________ .

Em seguida, examina cada resultado possível que ocorra em relação a isso e que te cause preocupação, referindo-te a cada um de modo bem específico, dizendo:

Tenho medo de que ________________ aconteça.

8. Se estiveres fazendo os exercícios de forma adequada, deves encontrar cerca de cinco ou seis possibilidades aflitivas à disposição para cada situação que usares, e é bastante provável achares mais. É muito mais proveitoso examinar por completo algumas poucas situações do que tatear em um número maior. À medida que a lista de resultados previstos para cada situação continuar, é provável que aches alguns deles menos aceitáveis, especialmente aqueles que te ocorrerem perto do final. Na medida do possível para ti, porém, tenta tratar todos do mesmo modo.

9. Depois de citares cada resultado do qual tenhas medo, dize a ti mesmo:

Este pensamento é um ataque contra mim mesmo.

Conclui cada período de prática repetindo a idea de hoje para ti mesmo mais uma vez.

*

COMENTÁRIO:

Voltando a tocar na mesma tecla usada para o comentário a esta lição no ano anterior, havemos de nos lembrar de uma frase, ou expressão, com a qual quase todos os estudantes de UCEM estão familiarizados. Ela diz que "medo é desejo". E é uma frase que tem tudo a ver com a ideia que praticamos nesta quinta-feira, dia 26 de janeiro. Pois é só o medo que pode nos levar a ter pensamentos de ataque, sejam eles na forma de uma atitude defensiva, sejam eles destinados a confirmar a crença segundo a qual "a melhor defesa é o ataque".

Nenhuma destas opções é verdadeira.

Se, a partir das práticas que o Curso tem nos apresentado, já tivermos aprendido a ficar um pouco mais atentos, poderemos nos lembrar daquilo que o texto busca nos ensinar em seu primeiro capítulo do livro, aquele que trata do "significado dos milagres", dizendo o seguinte:

"Todos os aspectos do medo são inverídicos, porque não existem no nível criativo e, portanto, não existem em absoluto. Qualquer que seja a extensão de tua disposição para submeter tuas crenças a esse teste, nessa mesma extensão tuas percepções são corrigidas. Para separar o falso do verdadeiro, o milagre procede nestas linhas:

O amor perfeito exclui o medo.
Se o medo existe,
então não há amor perfeito.
Mas:
Só o amor perfeito existe.
Se há medo,
ele produz um estado que não existe.

Acredita nisto e tu serás livre. Só Deus pode estabelecer esta solução e essa fé é Seu dom."

Acho que, dito isto, podemos nos dedicar às práticas na certeza de que vamos chegar à compreensão de que a única coisa que existe, de fato, é o amor perfeito de Deus. Em tudo e em todos. E que aprender isto é o que pode nos pôr em contato com a invulnerabilidade de que podemos nos valer em tempo integral.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A comprovação de que estamos decididos a ver


LIÇÃO 25

Eu não sei para que serve coisa alguma.

1. Propósito é significado. A ideia de hoje explica por que nada do que vês significa coisa alguma. Tu não sabes para que servem as coisas. Por isto, elas não têm significado para ti. Tudo serve a teus maiores interesses. É para isto que todas as coisas servem; é este o propósito delas; é isto o que todas as coisas significam. É no reconhecimento disto que tuas metas se tornam harmoniosas. É no reconhecimento disto que aquilo que vês se reveste de significado.

2. Tu percebes o mundo, e tudo nele, como significativo em termos das metas do ego. Essas metas não têm nada a ver com teus maiores interesses, porque tu não és o ego. Esta identificação falsa te torna incapaz de compreender para que serve qualquer coisa. Por consequência, estás fadado a fazer mau uso delas. Quando acreditares nisto, tentarás retirar as metas que estabeleceste para o mundo, em vez de tentar reforçá-las.

3. Outra maneira de descrever as metas que percebes agora é dizer que todas elas estão relacionadas a interesses "pessoais". Uma vez que não tens nenhum interesse pessoal, tuas metas, de fato, estão relacionadas ao nada. Por esta razão, quando as valorizas, não tens absolutamente nenhuma meta. E, deste modo, não sabes para que serve coisa alguma.

4. Antes que possas retirar qualquer sentido dos exercícios para hoje, é necessário mais um pensamento. Nos níveis mais superficiais tu, de fato, reconheces o propósito. Mas o propósito não pode ser compreendido nestes níveis. Por exemplo, compreendes, de fato, que um telefone serve ao propósito de falar com alguém que não esteja fisicamente próximo de ti. O que não compreendes é para que queres alcançá-lo. E é isto que torna teu contato com ele significativo ou não.

5. É vital para teu aprendizado que estejas disposto a desistir das metas que estabeleceste para todas as coisas. O reconhecimento de que elas não fazem sentido, e de que não são "boas" ou "más", é o único jeito de realizar isto. A ideia para hoje é um passo nesta direção.

6. Pede-se seis períodos de prática, cada um com dois minutos de duração. Cada período deve começar com uma repetição lenta da ideia para hoje, seguida de um olhar a tua volta deixando que teu olhar se fixe em qualquer coisa que capte teus olhos casualmente, perto ou longe, "importante" ou "sem importância", "humana" ou "não-humana". Com teus olhos fixos em cada sujeito que selecionares deste modo, dize por exemplo:

Eu não sei para que serve esta cadeira.
Eu não sei para que serve este lápis.
Eu não sei para que serve esta mão.

Dize isto bem devagar, sem deslocar teus olhos do sujeito até completares a declaração a respeito dele. Em seguida, passa para o próximo e aplica a ideia de hoje como antes.

*

COMENTÁRIO:

Da mesma forma que fiz no ano passado, eu diria que podemos começar as práticas desta quarta-feira, dia 25 de janeiro, dizendo: - Eu não sei para que serve este Curso. Eu não sei para que serve esta lição. Eu não sei para que servem estas práticas. E, mais uma vez, posso dizer que não estaríamos equivocados, uma vez que, de forma geral, não sabemos, de fato, para que serve coisa alguma.

Se vocês lembrarem do comentário do ano passado, lembrarão também que eu disse acreditar que reconhecer a verdade que a ideia da lição de hoje nos oferece já nos coloca no processo do aprendizado de forma ativa. Serve para atestar que estamos, de verdade, comprometidos. Decididos a ver. E prova ainda que estamos decididos a ver as coisas de forma diferente.

Ou será que algum de nós sabe para que servem as coisas neste e deste mundo? Voltando ao texto que citei no comentário do ano anterior, o Curso nos diz que uma forma "útil para pensar nos milagres é a seguinte: tu não os compreendes, nem em parte, nem no todo. No entanto, eles se realizaram por teu intermédio. Por isso, tua compreensão não pode ser necessária. Porém, ainda é impossível realizar aquilo que não compreendes. E, por esta razão, tem de haver Algo em ti que, de fato, compreende". Algo que sabe para que servem as coisas. E é a este Algo que devemos nos entregar.

Em condições normais, eu disse também, sujeitos às percepções que nos dão os sentidos, podemos não saber para que serve coisa alguma e nem compreender como ou por que os milagres acontecem. Não precisamos, de fato, saber ou compreender nada, para que todas as coisas cumpram as funções a que se destinam e para que os milagres aconteçam todos os dias em nossa vida. Ou como o Curso diz: 'tu não precisas fazer nada".

Tudo o que é necessário é a disposição para aceitar o papel que nos cabe no plano de Deus para a salvação do mundo, acreditando que o espírito em nós, o "Algo", a que se refere o Curso, sabe e deixando o controle a cargo d'Ele. A partir disso basta que sejamos o que somos. Basta esperar, na entrega ao Espírito, que nossa presença no mundo seja uma manifestação do divino em nós.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Liberdade é aprender a abrir mão do controle


LIÇÃO 24

Eu não percebo meus maiores interesses.

1. Não percebes claramente que resultado te faria feliz em nenhuma situação que surja. Por isto, tu não tens nenhum guia para a ação apropriada e nenhum modo de julgar o resultado. O que fazes é determinado por tua percepção da situação e essa percepção está errada. É inevitável, então, que não vás atender a teus maiores interesses. No entanto, eles são tua única meta em qualquer situação percebida de modo correto. De outra forma, não reconhecerás quais são eles.

2. Se te desses conta de que não percebes teus maiores interesses, poder-se-ia ensinar-te quais são eles. Mas, diante de tua convicção de que sabes quais são eles, não podes aprender. A ideia para hoje é um passo na direção da abertura de tua mente a fim de que o aprendizado possa começar.

3. Os exercícios para hoje pedem muito mais honestidade do que estás acostumado a usar. Alguns poucos sujeitos, considerados honesta e cuidadosamente em cada um dos cinco períodos de prática que devem ser empreendidos hoje, serão mais úteis do que um exame mais superficial de um número grande deles. Sugere-se dois minutos para cada um dos períodos de exame mental que os exercícios envolvem.

4. Os períodos de prática devem começar com a repetição da ideia de hoje, de olhos fechados, seguida pelo exame mental em busca de situações não resolvidas acerca das quais estejas preocupado atualmente. A ênfase deve estar em descobrir o resultado que queres. Rápido perceberás com clareza que tens em mente várias metas como parte do resultado desejado e também que essas metas estão em níveis diferentes e que, muitas vezes, são antagônicas.

5. Ao aplicares a ideia para hoje, cita cada situação que te ocorrer e depois lista cuidadosamente o maior número possível de metas que gostarias que fossem alcançadas na sua resolução. A forma de cada aplicação deve ser mais ou menos a seguinte:

Na situação que envolve _________, eu gostaria que ________
acontecesse, e que __________ acontecesse,

e assim por diante. Tenta incluir tantos tipos diferentes de resultado quantos realmente possam te ocorrer, mesmo que alguns deles não pareçam estar diretamente relacionados à situação ou que nem mesmo pertençam a ela de forma alguma.

6. Se estes exercícios forem feitos de modo correto, reconhecerás rapidamente que fazes um grande número de exigências da situação, que não têm nada a ver com ela. Também reconhecerás que muitas de tuas metas são contraditórias, que não tens nenhum resultado harmonioso em mente, e que terás de te frustrar em relação a algumas de tuas metas independentemente de como a situação se resolva.

7. Depois de examinares a lista do maior número possível de metas almejadas para cada situação não resolvida que passar por tua mente, dize a ti mesmo:

Eu não percebo meus maiores interesses.

e passa para a seguinte.

*

COMENTÁRIO:

Vezes sem conta já ouvimos dizer que não há meio de acrescentar mais líquido em um copo que já esteja cheio. É disso que trata a ideia para as práticas desta terça-feira, dia 24 de janeiro. Pensamos saber o que queremos, quando, na verdade, não temos a menor ideia do que seria melhor que acontecesse para nós em praticamente nenhuma das situações que se apresentam, ou se apresentaram a nós até agora, como afirma a lição de hoje.

Nem ao menos sabemos - no sentido de que não temos consciência, em geral, porque não queremos nem ouvir falar na possibilidade -, que as situações que se nos apresentam são sempre manifestações, ou materializações de escolhas que fizemos, muitas vezes de modo inconsciente. E na grande maioria das vezes elas não são nem de longe aquilo que esperávamos. Como, então lidar com esta questão?

As práticas que o Curso nos oferece são a melhor maneira  que temos para aprender a reconhecer que não sabemos nada. São a melhor ajuda que podemos encontrar para abrir nossa mente para a mudança. Uma mudança que vai nos ensinar de que modo abrir mão da necessidade de ter razão e de "bater o pé", acreditando que sabemos o que é melhor para nós. São as práticas que vão nos ensinar quão libertador é abrir mão do controle.

Assim como nos ensinam a reconhecer que não sabemos, de fato, como escolher o melhor para nós em quase nenhuma ocasião, as práticas nos ensinam também a aceitar o resultado que vai se mostrar a nós a partir de nossa decisão de deixar a cargo do Espírito Santo a escolha do que vai nos fazer felizes e nos devolver à alegria, que é a Vontade de Deus para nós.

Reconhecer que não sabemos é o primeiro passo para começar a esvaziar o copo, antes de permitir que ele volte a ficar cheio. Na verdade, quanto mais o esvaziarmos de nossa pretensa sabedoria, tanto mais seremos capazes de enchê-lo com o novo, com a sabedoria indizível, que não precisa de palavras para ser vista, percebida e reconhecida.


OBSERVAÇÃO: Este comentário, com pequenas modificações é praticamente o mesmo feito a esta lição no ano passado.