sábado, 14 de janeiro de 2012

O mundo que vemos não tem nada a ver com Deus


LIÇÃO 14

Deus não criou um mundo sem significado*.

1. A ideia para hoje é, evidentemente, a razão pela qual é impossível um mundo sem significado. Aquilo que Deus não criou não existe. E tudo o que existe existe tal qual Ele o criou. O mundo que vês não tem nada a ver com a realidade. Ele é de tua própria autoria e não existe.

2. Os exercícios para hoje devem ser praticados de olhos fechados do início ao fim. O período de exame mental deve ser curto, um minuto no máximo. Não faças mais do que três períodos de prática com a ideia de hoje, a menos que os aches agradáveis. Se achares, será porque compreendes realmente para que servem.

3. A ideia para hoje é outro passo no aprendizado de abandonar os pensamentos que escreves no mundo e ver a Palavra de Deus em lugar deles. Os passos iniciais nesta troca, que pode verdadeiramente ser chamada de salvação, podem ser bem difíceis e até bem dolorosos. Alguns deles te conduzirão diretamente ao medo. Não serás abandonado aí. Irás muito além disso. Nosso rumo é em direção à segurança e à paz perfeitas.

4. De olhos fechados, pensa em todos os horrores do mundo, que passam por tua mente. Cita cada um à medida que te ocorre e, em seguida, nega sua realidade. Deus não o criou e, portanto, ele não é real. Dize, por exemplo:

Deus não criou aquela guerra e, portanto, ela não é real.
Deus não criou aquele acidente aéreo e, portanto, ele não é real.
Deus não criou aquela calamidade [especifica] e, portanto, ela não é real.

5. Os sujeitos adequados para a aplicação da ideia de hoje também podem incluir qualquer coisa que tenhas medo que te aconteça ou a qualquer pessoa com quem estejas preocupado. Em cada caso, cita a "desventura" de forma bem específica. Não uses termos genéricos. Por exemplo, não digas "Deus não criou a doença", mas "Deus não criou o câncer", ou ataques cardíacos, ou o que quer que desperte medo em ti.

6. Isto para que olhas é teu repertório pessoal de horrores. Estas coisas são parte do mundo que tu vês. Algumas delas são ilusões compartilhadas e outras são partes de teu inferno pessoal. Não importa. Aquilo que Deus não criou só pode estar em tua própria mente separado da d'Ele. Por isso, não tem nenhum significado. Em reconhecimento deste fato, conclui os períodos de prática repetindo a ideia de hoje:

Deus não criou um mundo sem significado.

7. A ideia para hoje pode, obviamente, ser aplicada a qualquer coisa que te perturbe durante o dia, à parte dos períodos de prática. Sê muito específico ao aplicá-la. Dize:

Deus não criou um mundo sem significado. Ele
não criou [especifica a situação que está te
perturbando] e, portanto, isto não é real.

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*NOTA DA TRADUÇÃO: Continua a valer a observação feita para as lições 11 e 12.


*

COMENTÁRIO:

Utilizando parte do comentário feito a esta mesma lição no ano passado, vamos nos perguntar novamente neste sábado, dia 14 de janeiro:

Depois de todas estas lições que falam a respeito do que significam e não significam as coisas que vemos, os pensamentos que temos a respeito do que vemos e os significados que damos às coisas e a nossos pensamentos a respeito das coisas, será que já estou pronto para abrir mão da ideia que este mundo é criação de Deus? 


Quando pensas acerca do mundo e das coisas pensamos com palavras ou com imagens? Será que é possível pensar sem palavras? Sem imagens? E como será parar de pensar? Será que se pararmos de pensar morremos?  Ou vamos para um lugar desconhecido de que temos muito medo? Acho que já falamos disso, lembrando do que diz Eckhart Tolle acerca de nosso medo de interromper o processo de pensar.

O que se pode dizer é que as palavras ou as imagens de que se fazem nossos pensamentos não servem para dar significado à experiência por que passamos, no processo de pensar. Tudo o que elas podem fazer, conforme eu disse também no ano passado, é dar-nos uma pálida noção de que em determinadas circunstâncias, em um determinado momento, nós sentimos isto ou aquilo, mas o sentimento que as palavras descrevem não é de forma alguma o modo que sentimos. As palavras não conseguem reproduzir o sentimento, a sensação. E mais, cada um de nós sente de forma única. Indescritível.


É por isso que a ideia para as práticas de hoje tem de ser considerada com muita atenção. Para que vejamos, todos e cada um de nós, que não é possível que Deus tenha criado um mundo aparentemente tão diferente, um mundo que nenhuma das pessoas que o habita é capaz de reconhecer, quando descrito por outra. Isso prova que cada um cria e constrói seu mundo a partir daquilo que traz dentro de si e que Deus não tem nada a ver com isso. Isto é, quando o mundo de alguém é aparentemente o resultado de um vida baseada na crença de que somos todos separados uns dos outros e de Deus.  
 
Esse é certamente um mundo que Deus não criou. E não importa o que fomos e somos levados a acreditar, a respeito dele, do mundo, e de Deus. Importa mesmos é que, com as práticas da ideia de hoje podemos começar a questionar nossas próprias crenças. Questionar os significados que damos ao mundo. Questionar a atribuída autoria deste mundo a Deus. E, quem sabe, questionar também aquilo que nos mostra a percepção, para vermos que aquilo que às vezes se apresenta a nós como sendo um horror talvez seja apenas parte de nossa própria ilusão de mundo, para repetir ainda um trecho do comentário anterior. 


Às práticas?


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