domingo, 8 de janeiro de 2012

Vemos apenas a projeção de nossos pensamentos


LIÇÃO 8

Minha mente se preocupa com pensamentos do passado.

1. Esta idéia, é claro, é a razão pela qual vês só o passado. Ninguém vê coisa alguma realmente. O que alguém vê é apenas seus pensamentos projetados para fora. A preocupação da mente com o passado é a causa da concepção equivocada do tempo de que sofre tua visão. Tua mente não pode apreender o presente, que é o unico tempo que existe. Por isso, ela não pode entender o tempo e não pode, de fato, entender nada.

2. O único pensamento totalmente verdadeiro que alguém pode ter acerca do passado é que ele não está aqui. Pensar a seu respeito de qualquer modo é, portanto, pensar em ilusões. Muito poucos perceberam claramente o que, de fato, retratar o passado ou prevenir-se para o futuro traz como consequência. Na verdade, quando faz isso, a mente está vazia, pois não está de fato pensando a respeito de nada.

3. O objetivo dos exercícios de hoje é começar a treinar tua mente a reconhecer quando ela não está pensando em absoluto. Enquanto ideias irrefletidas preocuparem tua mente a verdade fica bloqueada. Reconhecer que tua mente está simplesmente vazia, ao contrário de acreditar que ela está cheia de ideias verdadeiras, é o primeiro passo para abrir caminho para a visão.

4. Os exercícios para hoje devem ser feitos de olhos fechados. Isso porque, de fato, não podes ver nada e é mais fácil reconhecer que, não importa quão vivamente possas retratar um pensamento, não estás vendo nada. Com o menor envolvimento possível, investiga tua mente por cerca de um minuto, como de costume, observando apenas os pensamentos que encontras aí. Cita cada um deles pela imagem ou tema central que contenha e passa ao seguinte. Começa o período de prática dizendo:

Parece que estou pensando sobre ____________ .

5. Em seguida, cita cada um de teus pensamentos de modo específico, por exemplo:

Parece que estou pensando sobre [ nome de uma
pessoa], sobre [nome de um objeto], sobre [nome
de uma emoção],

e assim por diante, concluindo, no final do período de exame da mente com:

Mas minha mente se preocupa com pensamentos do passado.

6. Isso pode ser feito quatro ou cinco vezes durante o dia, a menos que aches que te irrita. Se achares o exercício difícil, duas ou três vezes são suficientes. Contudo, podes achar útil incluir, no próprio exame da mente, tua irritação, ou qualquer emoção que a ideia de hoje possa causar.

*

COMENTÁRIO:

Por que nos julgamos sabedores, conhecedores, da verdade a respeito de qualquer coisa de que nos fale alguém? Por que acreditamos - acreditamos? - ser capazes de fazer o(s) outro(s) ver(em) a verdade a respeito de alguma situação que vem/vêm nos contar? Por que achamos - achamos? - que nossos conselhos, nossa experiência, pode ajudar alguém a se sentir melhor, quando esse alguém vem nos falar de algum problema que está enfrentando?


A ideia para as práticas deste domingo, dia 8 de janeiro, vem nos mostrar o quanto estamos enganados a respeito de nossa pretensa sabedoria, de nosso grande, enorme, conhecimento, de nossa dita capacidade de ver. Pois, na verdade, como a lição ensina, "ninguém realmente vê nada", a não ser seus próprios pensamentos acerca de algo que não existe projetados para fora de si mesmo [um lugar que também não existe].


Isto quer dizer que o primeiro passo, conforme ensina a lição, para se chegar à visão, à verdadeira visão, é reconhecer que não vemos nada, que tudo o que nossos pensamentos - que já passaram - fazem é tão-somente bloquear, impedir que a verdade se mostre.


Em outras palavras, todos, ou quase todos - a maioria deles - os pensamentos que nos vêm à mente são recorrências de coisas que já aconteceram - e nos assusta e põem medo - ou que pensamos que podem acontecer - para nos assustar e pôr medo. E tudo o que isso faz é impedir que entremos em contato com o único tempo que existe verdadeiramente: o presente. Aqui e agora.


É isso o que queremos de verdade para nossas vidas? Não? Às práticas, pois. Para mudar isso. Para nos abrirmos à visão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário