domingo, 15 de janeiro de 2012

Aquilo que é eternamente verdadeiro é inominável


LIÇÃO 15

Meus pensamentos são imagens que faço.

1. É em razão de os pensamentos que pensas que pensas aparecerem como imagens que não os reconheces como nada. Tu pensas que os pensas e, por isto, pensas que os vês. É deste modo que teu "ver" foi feito. Esta é a função que dás aos olhos de teu corpo. Não é ver. É construir imagens. Toma o lugar de ver, substituindo a visão por ilusões.

2. Esta ideia introdutória ao processo de construção de imagens que chamas de ver não fará muito sentido para ti. Tu começarás a compreendê-la quanto vires pequenas bordas de luz em torno dos mesmos objetos familiares que vês agora. Isto é o começo da visão verdadeira. Podes ter certeza de que a visão verdadeira virá rapidamente quando isso acontecer.

3. Conforme prosseguirmos, poderás ter muitos "episódidos de luz". Eles poderão assumir muitas formas diferentes, algumas das quais bastante inesperadas. Não tenhas medo deles. Eles são sinais de que estás abrindo os olhos finalmente. Eles não perdurarão, porque simplesmente simbolizam a percepção verdadeira e não estão relacionados ao conhecimento. Estes exercícios não vão te revelar o conhecimento. Mas prepararão o caminho para ele.

4. Ao praticares a ideia para hoje, primeiro repete-a para ti mesmo e, depois, aplica-a a qualquer coisas que vires à volta de ti, utilizando o nome dela e deixando que teus olhos descansem sobre ela enquanto dizes:

Este(a) _______ é uma imagem que faço.
Aquele(a) ________ é uma imagem qu faço.

Não é necessário incluir um número grande de sujeitos específicos para a aplicação da ideia de hoje. É necessário, porém, continuar a olhar para cada sujeito enquanto repetes a ideia para ti mesmo. A ideia deve ser repetida bem lentamente a cada vez.

5. Embora obviamente não sejas capaz de aplicar a ideia a um número muito grande de coisas durante o minuto aproximado de prática que se recomenda, tenta tornar a seleção o mais aleatória possível. Se começares a te sentir inquieto, menos do que um minuto será suficiente para os períodos de prática. Não faças mais do que três períodos de aplicação da ideia para hoje, a menos que te sintas inteiramente à vontade com ela, e não ultrapasses quatro. Todavia, a ideia pode ser aplicada conforme a necessidade ao longo do dia.

*

COMENTÁRIO:

Neste domingo, dia 15 de janeiro, começamos como já disse antes, a tomar contato com o modo por meio do qual fomos - e ainda somos - ensinados a pensar da forma que pensamos pensar. Isto é, a maneira pela qual construímos nosso sistema de pensamento e o "ver" que é fruto deste sistema do falso eu que pensamos ser.


A lição de número sete, que já praticamos, facilita o entendimento do processo de que nos valemos para construir o mundo aparente à volta de nós. Ela nos diz que aprendemos a "ver" a partir das imagens que nos foram - e continuam sendo - apresentadas desde os primeiros momentos de nossas vidas nesta forma que pensamos ter. Isto é, da vida do corpo que pensamos ser. É por isto que nosso "ver" se constrói com base nas imagens a que aprendemos a dar nomes. Porém, o que somos, na verdade, é inominável. Ou, como nos diz Lao-Tzu, no Tao-Te King:


O Tao que pode ser nomeado 
não é o Tao eterno.
O nome que pode ser pronunciado 
não é o Nome eterno. 
O inominável é o eternamente verdadeiro.
O (ato de) nomear é a origem
de todas as coisas particulares.
Livre de desejos, pode-se ver o mistério.
Preso aos desejos, pode-se ver apenas as manifestações.
Mistério e manifestação, porém, 
brotam da mesma fonte.
A esta fonte dá-se o nome de trevas.
Trevas dentro das trevas.
O portal para toda a compreensão. 


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