LIÇÃO 3
Eu não entendo nada do que vejo neste quarto
[nesta rua, desta janela, neste lugar].
1. Aplica esta ideia do mesmo modo que as anteriores, sem fazer distinções de qualquer tipo. O que quer que vejas é um sujeito adequado para a aplicação da ideia. Certifica-te de que não questionas a adequação de qualquer coisa para a aplicação da ideia. Estes não são exercícios de julgamento. Qualquer coisa é adequada se tu a vês. Algumas das coisas que vês podem estar carregadas de significado emocional para ti. Tenta deixar de lado tais emoções e usa simplesmente essas coisas da mesma forma que usarias qualquer outra.
2. O objetivo dos exercícios é ajudar a limpar tua mente de todas as associações do passado, para veres as coisas exatamente como elas se apresentam para ti agora, e para compreenderes claramente quão pouco realmente sabes a respeito delas. Por isso, é essencial que mantenhas uma mente perfeitamente aberta, livre do julgamento, ao escolheres as coisas às quais a ideia para o dia deve ser aplicada. Para este propósito uma coisa é igual à outra; igualmente adequada e, portanto, igualmente útil.
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COMENTÁRIO:
Nesta terça-feira, dia 3 de janeiro, vamos continuar com as práticas desta primeira parte do livros de exercícios, cujas lições se destinam a nos ensinar a desfazer a programação e os condicionamentos que recebemos do mundo desde o nosso nascimento, programação e condicionamentos que continuamos a receber dia após dia. Mas, de verdade, o que é que sabemos a respeito de tudo o que vemos, quando dirigimos nosso olhar para qualquer coisa ao alcance de nossos olhos? - repetindo a pergunta feita no ano passado.
O que sabemos - agora, no momento presente - a respeito de algo ou de alguém para o que ou para quem voltamos nossa atenção, mesmo que só em pensamento? Nada, nada, nada! E embora o falso eu teime em nos convencer de que sabemos, na verdade, não sabemos mesmo nada. Nem de nós mesmos, nem de ninguém. E como nos diz a sabedoria antiga, o primeiro passo em direção à sabedoria e ao (auto)conhecimento é reconhecer isto.
Vejamos pois como se dá nossa caminhada no entender do poeta Daniel Lima, para auxiliar nossa reflexão a respeito da ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje. Diz Daniel:
Saio de mim, mas carrego
comigo tudo o que sou.
Posso fingir-me de cego,
mas como esconder que nego
que é sempre pra mim, que eu vou?
Toda viagem que faço,
longe embora, é sempre assim:
se me afasto em cada passo
mais me vejo e me embaraço,
vou sempre esbarrar em mim.
E também podemos nos valer da pequena prece-poema de Daniel que lhes ofereci nas últimas lições do ano passado. Lembram?
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