sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Vamos nos permitir viver a santidade?

Lembrando ainda da lição de ontem, gostaria de incluir um comentário. A ideia me passou pela cabeça, mas não coube na tela, no momento em que a digitação começou. Sabem como é, não?
Que voz comandará nossos dedos, quando nos pomos a dividir/digitar ideias? Para quem falamos? Com quem falamos? Serão mesmo nossas as vozes em nossa cabeça? Alguém aí acredita em gnomos? Em devas? Em fadas e bruxas? Em magos e bruxos?
Mas estou divagando... O comentário a que me referi acima tem a ver com o ditado que usei. "Antes tarde do que nunca." Há pessoas que pensam, por alguma razão acreditaram no que lhes foi ensinado desde muito cedo, que, uma vez tomado um caminho, não há volta. E há muitas que se surpreendem com a descoberta, ou com qualquer indício, de que o caminho tomado não lhes deu a alegria que esperavam, mas acham que "agora" é muito tarde para mudar. Outras há ainda que se desesperam ao descobrir "agora" que tudo o que fizeram não serviu para nada "aparentemente", já que "no agora que estão" compreenderam que tudo o que gostariam de ter feito e, quem sabe, continuar a fazer, é aquela outra coisa, seja lá o que for, que as pôs em contato com a alegria de viver. Mas... é muito tarde. Têm tão pouco tempo de agora em diante. E resolvem continuar aonde estão. E há muitas que anseiam ser outra pessoa, sem ao menos saber ou procurar saber quem são.
Um de meus filhos falava outro dia sobre a necessidade de se quebrar paradigmas, em tom jocoso e de uma forma que transformava a ideia em algo como uma solução mágica, como a panaceia para todas as nossas atitudes diante da vida e para todos os impasses em que podemos nos encontrar e, principalmente, como um modo de se fugir de toda e qualquer orientação no sentido de se adotar uma determinada postura, de assumir a responsabilidade por alguma coisa que não se quer. Ou mesmo para questionar um hábito comprovadamente salutar, mas com o qual não se deseja assumir o compromisso naquele exato momento. Enfim, a ideia de quebrar paradigmas como uma maneira de se escapar daquilo que se tem de fazer, porque cientes de que não há nada melhor a ser feito, e não o contrário. Uma daquelas contradições com que convivemos na confusão que criamos em nossa mente.
Porém, como já disse um grande pensador em determinado momento, é claro que me contradigo, se não o fizesse não seria humano. Até porque, eu diria, viver é aprender a todo momento. Assim, algo que nos parece a ideia que faz acender em nós a lâmpada do gênio, num instante, no instante seguinte já não nos parece tão genial assim.
E somos todos santos.
E aqui eu gostaria de convidá-los a uma pequena reflexão acerca da santidade de que fala o UCEM. Não se trata, sem dúvida alguma, daquela ideia de santo a que nos habituamos a ouvir nos sermões de professores e padres [os que foram educados dentro da doutrina cristã da igreja católica apostólica romana]. A ideia de que ao santo, ou ao que gostaria de ser santo - e todos éramos instados a sê-lo -, nada é possível. Tudo o que é do mundo é proibido. O mundo é apenas um lugar de pecado, que devemos abominar. Longe disso. Para o Curso, somos santos exatamente como somos. Porque não há um estado, a que se possa chamar de ideal, diferente daquele em que nos encontramos neste exato momento. Nenhum de nós está em um lugar diferente daquele em que deve estar neste exato momento. E nem vive nenhuma situação diferente daquela que lhe cabe viver, e que traz em si, potencialmente, todas as possibilidades para que ele [ou ela] experimente a alegria perfeita. Vivemos a santidade todos os dias e em todos os momentos de nossa vida. O que não sabemos fazer é reconhecê-lo. Recusamo-nos a aceitá-la, em função do equívoco em relação à ideia que nos ofereceu o mundo.
Ser santo para o UCEM é abençoar o mundo e tudo o que existe nele o tempo inteiro. Se quisermos, de verdade, desaprender a ideia errônea de santidade que nos ensinaram, podemos, além de estudar o Curso e praticar o exercícios todos os dias - como apenas um dos caminhos possíveis -, buscar ler algumas biografias de santos reconhecidos. Quanto mais reconhecidos, veremos, tanto mais iguais a nossa foi a vida deles. Vidas cheias de conflitos, cheias de confusões e dúvidas, vidas atormentadas, nas quais o mais importante foi sempre a certeza de que se pode olhar o mundo de outra maneira. A certeza de que, dentre todas as palavras que conhecemos, a que mais se aproxima daquilo que Deus quer para cada um de nós é, verdadeiramente, a alegria perfeita. A alegria perfeita, que é o estado que nos coloca mais próximos da sensação de que somos amados de maneira infinita e de que tudo está absolutamente certo exatamente da forma como está, e de que nem o tempo nem o espaço podem mudar isso.
Isso não torna simples então dizer como a lição deste dia 6 de fevereiro, a de número 37, nos convida a fazer ao longo do dia: Minha santidade abençoa o mundo.
E quem pode nos tirar a alegria, quando vivemos em mundo abençoado? Não é possível, então, que sejamos capazes de entender e seguir o conselho do cantor que diz "hoje o tempo voa, amor, escorre pelas mãos. Mesmo sem se sentir que não há tempo que volte, amor, vamos viver tudo o que há p'rá viver, vamos nos permitir"!

Um comentário:

  1. Você sabe que hoje eu vivi uma situação que eu fiquei pasma...
    Estava em meu horário de almoço sentada no banco em uma rua tranqüila e sossegada lendo a minha lição de hoje, quando ao longe eu ouvi uma discussão horrorosa, um homem tentando agredir uma mulher, outro separando, enfim, e eu continuei lendo minha lição sem dar atenção, de repente atravessaram a rua e começaram a discutir na minha frente ainda do outro lado da rua e movimentavam muito, de repente estavam discutindo na minha frente, e eu com a minha lição na mão apenas vendo aquela situação e eles praticamente me colocando dentro da situação e eu sem abrir a minha boca.
    Então comecei a entender o porquê da discussão afinal estavam na minha frente, sei que ocorreu uma batida de carro e o homem exaltado queria que ela pagasse na hora, ela recusou e disse que chamaria a policia, então que ele quase à agrediu, ele dizia:
    -Não quero que chame a policia porque tenho “problema” , sou trabalhador e tenho filho para criar e se chamarem a policia vão me prejudicar.
    O homem realmente estava de uniforme e com as mãos sujas de quem estava trabalhando.
    Foi quando sem explicação esse homem exaltado começou a falar em Deus, sentou ao meu lado no banco, eu sem emitir um som, apenas com a minha lição na mão, ele virou para as pessoas com quem ele discutia, e disse :
    - Eu sou trabalhador, filho de Deus.
    Dirigiu para mim e perguntou meu nome... eu disse... então ele falou :
    - Essa moça é testemunha, eu sei que eu me exaltei, errei, na hora do nervoso perdi a cabeça, mas agora eu só quero ir embora, não precisa pagar nada, pediu desculpas e eles começaram a conversar como se eu não mais estivesse ali, acalmaram, os dois homens saíram conversando e a mulher foi ver o carro.
    Eu senti que de alguma forma eu participei daquela situação sem nem sequer abrir minha boca.
    Dei-me conta de que uma parte da lição diz:
    1º Essa idéia contem o 1º vislumbre da tua verdadeira função no mundo...
    2º E, no entanto, é através da tua visão que a integridade do outro é restituída à sua consciência.
    3º A sua santidade é a salvação do mundo. Ela te permite ensinar ao mundo que tu e ele são um só, não através de sermões ou de explicações, mas meramente através do teu quieto reconhecimento de que, na tua santidade, todas as coisas são abençoadas junto contigo.
    Foram exatamente essas três coisas que aconteceram nessa situação, eu fiquei quieta, sem entender nada, me envolveram na situação, acalmaram e foram embora...
    Não é maravilhoso?Eu via a lição acontecendo na minha frente... Bjs

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