quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Um programa de treinamento da mente

Plotino, filósofo egípcio que viveu entre 205 e 270, citado por Roger Walsh e Frances Vaughan em um livro de 1980, intitulado Além do Ego, diz que "devemos fechar os olhos e invocar uma nova maneira de ver, um estado de vigília que pertence a todos por direito, embora poucos o usem".
No mesmo livro, uma citação do filósofo contemporâneo Jacob Needleman, diz que "sempre se supôs, no nosso mundo moderno ... que, para se observar, basta a pessoa 'olhar para dentro de si'. Ninguém sequer imagina que a auto-observação pode ser uma habilidade altamente disciplinida que requer um treinamento mais longo do que toda habilidade que conhecemos... A ... má reputação da 'introspecção'... resulta da noção particular de que, com seus próprios recursos e sem orientação ou treinamento, a pessoa pode chegar a observações precisas e distintas do seu próprio pensamento e de sua própria percepção. Contudo, pode-se muito bem dizer que o ponto vital das disciplinas psicológicas do Oriente e do mundo ocidental antigo consiste no treinamento do estudo de si mesmo".
Tanto a primeira ideia quanto a segunda podem caber perfeitamente nos ensinamentos do Ucem. Basta voltarmos nossa atenção para uma lição anterior que afirma, como Plotino, existir outro modo de se olhar para o mundo. Um modo que pode nos dar uma visão da paz em lugar de todos os conflitos e do caos, que normalmente vemos nele. Quanto ao que nos diz Needleman o próprio Curso afirma: "Este é um curso de treinamento da mente". ... "É um programa organizado, bem estruturado e cuidadosamente planejado [no qual embarcamos], com o objetivo de aprender como oferecer ao Espírito Santo tudo o que não [queremos]".
Assim, pode-se dizer que a prática regular dos exercícios vai treinar nossa mente não apenas para olhar o mundo de modo diferente, mas também vai nos proporcionar um estudo de nós mesmos. Porque, como a lição de ontem dizia, "tudo o que é perfeito está dentro de ti, pronto para se irradiar de ti para o mundo todo".
Embora inicialmente possamos não acreditar nalgumas das ideias que os exercícios oferecem, o uso continuado delas, atendendo à orientação que o livro dá, pode vir a se provar extremamente benéfico para nosso estar-no-mundo. O treinamento que o exercício diário nos dá busca nos auxiliar a ultrapassar uma nuvem escura e pesada de pensamentos loucos, difíceis de entender e confusos - mas que representam tudo o que vemos -, sob a qual está escondida a luz. Busca ainda, como a lição de ontem, nos ajudar a lembrar que Deus vai conosco aonde formos. O tempo inteiro. Não estamos separados d'Ele. Ele não nos abandonou nem nunca abandonará.
Daí, na continuação do treinamento, a ideia para o exercício deste 11 de fevereiro, da lição de número 42, ser: Deus é minha força. A visão é Sua dádiva. A combinação de dois pensamentos muito poderosos, ambos de enorme importância. Pensamentos que o Curso nos aconselha a usar com a maior frequência possível durante o dia inteiro, bem como a quaisquer outros que estejam relacionados a eles. Mas sem fazer esforço para buscar pensamentos pertinentes. O uso de tal ideia é um primeiro passo para a unificação de nossos pensamentos, para entendermos que o que estudamos no Curso é "um sistema de pensamente unificado, ao qual não falta nada do que é necessário e no qual não se inclui nada que seja contraditório ou inoportuno".
Vamos experimentar?

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