terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A Fonte da alegria perfeita

Alguém me diz que não estou sendo suficientemente claro em meus textos. Que eles estão mais difíceis do que o texto do próprio UCEM. E que não estou respondendo aos comentários, quando deveria. Isso definitivamente não torna mais fácil fazer o trabalho a que me propus, que é apenas abrir um espaço para os interessados em um local para acompanhar os exercícios do UCEM dia após dia, um após o outro. Enfim, o mundo que criamos é fruto da percepção de cada um. Não há o que comentar a respeito. Cada um percebe como percebe. Não há como ser diferente.
Porém, quem quer que abra um espaço como este, quer me parecer, se coloca à disposição de todos para todo e qualquer tipo de comentário e deseja, com toda a certeza, ser claro e transparente no compartilhar de suas ideias e percepções acerca daquilo de que fala. Seja o que for. Se não o consegue é um problema com o qual tem de lidar, buscando atender a indicações de leitores e tentando se fazer cada vez mais claro. A aprender e a mudar. Por isso, todos os que me leem neste blog, podem ficar certos de que em nenhum momento desejei, desejo ou pretendo alimentar a intenção de substituir o que o texto diz por aquilo que compreendo. Ao contrário, exponho aqui meu modo de entender com exemplos tirados de minha própria experiência e de historinhas a que tive acesso pela leitura apenas como forma de colocar à disposição de quem visita este espaço uma das infinitas formas de entendimento, que não é nem mais certa, nem mais errada nem mais simples, nem mais complicada do que qualquer outra. É diferente apenas. E pode ou não coincidir com a maneira de pensar de outros. O que não é nenhum erro, nenhum pecado ou crime. [Aliás, creio ter frisado bem em meu primeiro texto que, no caso da necessidade de se esclarecer quaisquer dúvidas, aconselho que se recorra ao texto do UCEM, porque minha interpretação pode muito bem ser equivocada.]
Bem... para tentar deixar ainda mais claro o que espero para o espaço, vou dizer mais uma vez. Espero que ele seja um espaço livre para qualquer pessoa se manifestar, da forma que lhe parecer mais conveniente, a respeito daquilo de que falo, a respeito de minha compreensão dos ensinamentos do UCEM. Um canal onde quem estiver interessado vai encontrar a ideia central do exercício do dia, considerando-se que a série começou, como expliquei em texto anterior, no dia primeiro de janeiro. Por fim, este espaço também pode servir - eu pelo menos gostaria que ele servisse -, quando for o caso, para oferecer respostas a dúvidas e questões que surjam da lição do dia ou dos comentários feitos a respeito dela. Gostaria, porém, de pedir a todos que quiserem contribuir com seus comentários que manifestassem claramente seu interesse em receber uma resposta, uma confirmação ou alguma ponderação a respeito de sua contribuição. Isso porque acho que certos comentários não envolvem nenhuma dúvida nem requerem complementação. São apenas o compartilhar de uma situação que tem a ver ou com o que escrevi ou com a ideia da lição do dia. Algo pelo qual apenas posso agradecer.
Dito isto, vamos ao que interessa: a alegria perfeita.
No conto/romance Campo Geral, Guimarães Rosa, põe na boca de um de seus personagens à beira da morte, Dito, a seguinte fala:

- "Miguilim, Miguilim, vou ensinar o que agorinha eu sei, demais: é que a gente pode ficar sempre alegre, alegre, mesmo com toda coisa ruim que acontece acontecendo. A gente deve de poder ficar então mais alegre, mais alegre, por dentro!..."
E Miguilim, ao lembrar do Dito, após sua morte, pensava de onde é que ele "descobria a verdade dessas coisas?" Lembrava que "... o Dito dizia que o certo era a gente estar sempre brabo de alegre, alegre por dentro, mesmo com tudo de ruim que acontecesse, alegre nas profundas. Podia? Alegre era a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma".

Isso não lhes parece uma amostra da alegria perfeita. É difícil de entender?
A lição deste dia 10 de fevereiro, a de número 41, pede que pratiquemos a ideia de que: Deus vai comigo aonde eu for. E diz ainda entender que não acreditemos nisso. Que é difícil acreditarmos porque nossa luz [a de cada um] está escondida nas profundezas, sob uma nuvem pesada de pensamentos loucos, difíceis de entender e ambíguos, mas que, ainda assim, representam tudo o que vemos.
A prática da ideia de hoje, garante o livro, vai fazer com que superemos por completo a sensação de solidão e de abandono que experimentamos por nos acreditarmos separados. E afirma, em seu quarto parágrafo, o seguinte:

Tu não podes jamais ser privado de tua santidade perfeita porque a Fonte dela vai contigo aonde tu fores. Tu não podes sofrer nunca porque a Fonte de toda a alegria vai contigo aonde tu fores. Tu nunca podes estar sozinho porque a Fonte de toda a vida vai contigo aonde fores. Nada pode destruir tua paz de espírito porque Deus vai contigo aonde tu fores.

Vale a pena, então, praticar tal ideia?