domingo, 7 de novembro de 2010

O julgamento é uma arma contra a verdade


10. O que é o Juízo Final?

1. A Segunda Vinda de Cristo oferece esta dádiva ao Filho de Deus: ouvir a Voz por Deus revelar que aquilo que é falso é falso e que aquilo que é verdadeiro não muda nunca. E este é o julgamento no qual a percepção acaba. No começo tu vês um mundo que aceita isto como verdadeiro, projetado a partir de uma mente agora correta. E, com essa visão santa, a percepção dá uma bênção silenciosa e, então, desaparece, alcançada sua meta e cumprida sua missão.

2. O juízo final sobre o mundo não contém nenhuma condenação. Pois ele vê o mundo como totalmente perdoado, inocente e totalmente sem propósito. Sem uma causa e, agora, sem uma função na visão de Cristo, ele simplesmente desaparece no nada. Aí ele nasceu e também aí acaba. E todas as imagens no sonho em que o mundo começou se vão com ele. Agora, os corpos são inúteis e, por isso, se desvanecerão, porque o Filho de Deus não tem limites.

3. Tu, que acreditaste que o Juízo Final de Deus condenaria o mundo ao inferno junto contigo, aceita esta verdade santa: o Julgamento de Deus é a dádiva da Correção que Ele concedeu a todos os teus erros, libertando-te deles e de todos os efeitos que eles já pareceram ter. Ter medo da graça redentora de Deus é apenas ter medo da liberação total do sofrimento, da volta à paz, à segurança e à felicidade, e da união com tua própria Identidade.

4. O Juízo Final de Deus é tão misericordioso quanto cada passo no plano designado por Ele para abençoar Seu Filho e lhe pedir que volte à paz eterna que Deus compartilha com o filho. Não tenhas medo do amor. Pois só ele pode curar toda a tristeza, enxugar todas as lágrimas e despertar suavemente, de seu sonho de dor, o Filho a quem Deus reconhece como Seu. Não tenhas medo disso. A salvação pede que tu lhe dês acolhida. E o mundo espera tua alegre aceitação, que o libertará.

5. Este é o Juízo Final de Deus: "Tu ainda és Meu Filho santo, eternamente inocente, eternamente amoroso e eternamente amado, tão sem limites quanto teu Criador e inteiramente imutável e puro para sempre. Desperta, portanto, e volta para Mim. Eu sou Teu Pai e tu és Meu Filho".

*

LIÇÃO 311

Julgo todas as coisas como quero que sejam.

1. O julgamento foi feito para ser uma arma contra a verdade. Ele separa aquilo contra o qual está sendo usado e o isola como se fosse uma coisa separada. E, em seguida, faz dela aquilo que queres que seja. Ele julga aquilo que não pode compreender, porque não pode ver a totalidade e, por isso, julga de forma falsa. Não vamos usá-lo hoje, mas fazer dele uma dádiva. Àquele Que tem um uso diferente para ele. Ele nos aliviará da agonia de todos os julgamentos que fazemos de nós mesmos e restabelecerá a paz de espírito, dando-nos o Juízo de Deus acerca de Seu Filho.

2. Pai, esperamos com a mente aberta, hoje, ouvir Teu Juízo acerca do Filho que Tu amas. Não o conhecemos e não podemos julgá-lo. E, assim, deixamos que Teu Amor decida o que ele, a quem Tu criaste como Teu Filho, tem de ser.

*

COMENTÁRIO:

Neste domingo, dia 7 de novembro, entramos no tema: O que é o Juízo Final? Um tema que contém a décima das instruções especiais desta segunda parte do livro de exercícios. É este tema que vai orientar e unificar nossas práticas nos próximos dez dias.

Utilizados corretamente, de acordo com as instruções iniciais que recebemos, tanto o texto desta instrução, ao qual devemos voltar diariamente, quanto as ideias das lições que vamos praticar podem nos ajudar a abandonar por completo o julgamento. Aquele que fazemos de nós mesmos e o que fazemos do(s) outro(s). Apesar de que, com o Curso aprendemos aquilo que já sabemos há muito intuitiva e inconscientemente: que sempre que julgamos é a nós mesmos que julgamos.

Da mesma forma, as ideias que o Curso nos reserva para as práticas dos próximos dez dias podem nos fazer abandonar de uma vez por todas a crença que recebemos de nossa educação segundo a qual o Juízo Final reserva a todos e a cada um de nós a condenação ao fogo do inferno, uma vez que não somos capazes de atender às exigências de perfeição que nos faz o sistema de pensamento do ego do alto de sua onipotência.

Quantas vezes nos culpamos por alguma atitude que consideramos equivocada e que acreditamos que tivesse ferido alguém ou provocado dor e mágoa? E quantas vezes, para nossa surpresa, descobrimos que a pessoa que julgamos ter prejudicado, ferido ou magoado veio nos agradecer pela palavra ou pelo gesto, que lhe permitiu ver a questão de outra perspectiva? Que lhe permitiu aprender, crescer e mudar?

A humildade de reconhecer que não sabemos nada é essencial para nossa aproximação do ensinamento do UCEM. O próprio Curso vai nos aconselhar alguma vez a abandonar tudo o que pensamos, tudo o que aprendemos, tudo o que pensamos saber, e a abandonar até mesmo o ensinamento que ele nos oferece, para nos aproximarmos de mãos, mentes e corações vazios da luz, que Deus reserva para cada um de nós no mais íntimo de nós mesmos.

O Juízo Final, o Curso afirma em um outro ponto, não é o fim do mundo, mas sua transformação em Céu. O que significa dizer, sim, o fim do mundo, mas do mundo como o conhecemos agora, a partir da percepção equivocada que recebemos do ego. O Juízo Final, para o Curso, será, talvez, em meu modo de entender, a liberação das culpas e dos medos, do apego e das carências. O reconhecimento de que temos tudo e tudo podemos em Deus, com Ele, na Unidade com o que somos.

Daí a necessidade e a utilidade das práticas da ideia para hoje: Julgo todas as coisas como quero que sejam. Para trazermos à consciência o fato de que tudo o que vemos só pode deixar de ser neutro quando lhe dermos algum valor. Isto é, as coisas que vemos são forçosamente o que queremos que sejam. Não há como ser diferente. A não ser que mudemos nosso modo de pensar a respeito delas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário