quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Expiação: o desfazer do erro e da culpa

LIÇÃO 308

Este instante é o único tempo que existe.

1. Imagino o tempo de tal forma que frustro meu objetivo. Se eu escolher alcançar a intemporalidade além do tempo, tenho de mudar minha percepção a respeito da serventia do tempo. O propósito do tempo não pode ser o de manter o passado e o futuro como uma coisa só. O único intervalo em que posso ser salvo do tempo é agora. Pois o perdão chega para me libertar neste instante. O nascimento de Cristo é agora, sem um passado ou um futuro. Ele vem para dar Sua bênção presente ao mundo, devolvendo-o à intemporalidade e ao amor. E o amor está sempre presente, aqui e agora.

2. Obrigado por este instante, Pai. É agora que sou redimido. Este instante é o momento que Tu estabeleces para a liberação de Teu Filho e para a salvação do mundo nele.

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COMENTÁRIO:

A ideia para as práticas desta quinta-feira, dia 04 de novembro, oferece mais uma vez o ensinamento que pode nos tornar livres da crença limitadora em um tempo linear, que nos faz acreditar que o que somos hoje é resultado daquilo tudo que aprendemos ao longo de nossa vida ou que somos o resultado de milhões, bilhões quem sabe, de anos de evolução. Isto não é a verdade do que somos. Pois o que somos não muda com o tempo. Nem com o espaço. Aquilo que acreditamos a respeito de nós mesmos é apenas uma ideia equivocada acerca de uma imagem que fazemos do que julgamos ser o que somos.

Isto tem a ver, talvez, com a arrogância que herdamos do sistema de pensamento do ego, que nos faz acreditar que entendemos o que somos, que entendemos o mundo e tudo o que existe e se refere a ele e a nós mesmos. É isto que nos faz deixar de perceber, e de trazer à consciência, que "este instante é o único tempo que existe", como nos ensina a ideia que praticamos hoje.

Por isso, quem sabe, pode ser interessante olharmos para o texto que nossa colega Dani postou como comentário dela à lição de domingo, dia 31 de outubro. Uma vez que o texto que ela nos ofereceu à reflexão está em Inglês, dou-lhes agora uma versão possível para a postagem dela. Tirado do Jornal da Fundação para Um Curso em Milagres, o título do texto é: Atingir uma disposição de espírito corajosa: a humildade de estar errado.

"Acreditamos ter entendido seu ensinamento [o ensinamento do UCEM] porque entendemos suas palavras. Porém, sem atingirmos uma disposição de espírito corajosa e sem aprendermos o que significa aceitar a Expiação, seria impossível compreender seu conteúdo grandioso.

"Por isso, na condição de estudantes do UCEM, precisamos estar cientes da tentação mais inevitável de acreditar de modo arrogante que alcançamos a magnitude dele, quando ainda não fazemos o trabalho - dia após dia - que vai nos permitir espelhar humildemente em nossas vidas o amor que é a essência do Curso, por se sua fonte. Ao falar de Deus, Jesus insiste conosco: "Sê humilde diante d'Ele e, ainda assim, grande n'Ele" (T-15.IV.1:3), querendo dizer que somos grandes em razão de nossa identidade de Filho de Deus e, ainda assim, humildes porque Ele é nosso Criador e Fonte do amor que somos. Além disso, precisamos da ajuda d'Ele (por meio do Espírito Santo) para despertarmos para esta realidade de Filho único d'Ele. Do mesmo modo, devemos sentir humildade diante do Curso, reconhecendo o desfazer da culpa que precisamos realizar antes de podermos nos lembrar de nossa Identidade como Cristo. Pensar que somos mestres em Um Curso em Milagres, quando de fato estamos mal e mal prontos para ele, é o cúmulo de nossa arrogância espiritual."

Entendo que mudar a crença em um tempo que mantém no mesmo lugar o passado e o futuro, considerando-os uma coisa só, substituindo-a pela ideia de que só este instante existe e de que é só neste instante, agora, que podemos tomar a decisão de assumir um atitude corajosa de humildade para reconhecer que estamos errados a maior parte do tempo, pode nos levar a atingir a grandeza de nossa condição de Filhos de Deus. E a humildade de aceitar que não sabemos nada pode nos dar a disposição de espírito para que aceitemos a Expiação [o desfazer do erro e da culpa] e nos disponhamos a fazer o trabalho que há para ser feito, se quisermos de fato cumprir a função que nos cabe no plano de Deus para a salvação.

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