LIÇÃO 323
Faço o "sacrifício" do medo com alegria.
1. Eis aqui o único "sacrifício" que Tu pedes a Teu Filho amado: pedes que ele desista de todo o sofrimento, de toda a sensação de perda e de tristeza, de toda ansiedade e dúvida e permita livremente que Teu Amor venha a se derramar em sua consciência, curando-o da dor e lhe dando Tua Própria alegria eterna. É este o "sacrifício" que Tu me pedes e ele é um que faço com prazer; o único "custo" do restabelecimento de Tua memória em mim, para a salvação do mundo.
2. E, quando pagamos a dívida que temos para com a verdade - uma dívida que é apenas o abandono dos auto-enganos e das imagens que adorávamos falsamente -, a verdade volta para nós na integridade e na alegria. Não somos mais enganados. O amor volta então a nossa consciência. E ficamos em paz mais uma vez, pois o medo se foi e só o amor permanece.
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COMENTÁRIO:
Eis que o jagunço Riobaldo, do Grande Sertão: Veredas, ataca mais uma vez! Confessem que vocês já estavam com saudade! Ele diz, e já o citei antes, o seguinte a respeito do que fazemos e buscamos, aparentemente sem saber em nossas vidas:
"Sempre sei, realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era uma só coisa - a inteira - cujo significado e vislumbre dela eu vejo que sempre tive. A que era: que existe uma receita, a norma dum caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver - e essa pauta cada um tem - mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia encontrar e saber? Mas, esse norteado, tem. Tem que ter. Se não, a vida de todos ficava sendo sempre o confuso dessa doideira que é. E que: para cada dia, e cada hora, só uma ação possível da gente é que consegue ser a certa. Aquilo está no encoberto; mas fora dessa consequência, tudo o que eu fizer, o que o senhor fizer, o que beltrano fizer, o que todo-o-mundo fizer, ou deixar de fazer, fica sendo falso, e é o errado. Ah, porque aquela outra é a lei, escondida e vivível, mas não achável, do verdadeiro viver: que para cada pessoa, sua continuação, já foi projetada, como o que se põe, em teatro, para cada representador - sua parte, que antes já foi inventada, num papel."
Há melhor forma de dizer que estejamos aonde quer que estejamos aí é o lugar certo para nós? Ou de dizer que façamos o que quer que façamos - ou deixemos de fazer - esta é a ação correta? Pode-se pensar também que a ideia que Riobaldo nos apresenta revela de forma clara aquilo que já aprendemos no Curso: Só o plano de Deus para a salvação funcionará [Lição 71].
A ideia que praticamos nesta sexta-feira, 19 de novembro, em sintonia com a fala do jagunço nos autoriza a abandonar o julgamento que nos apresenta esta ou aquela ação como "sacrifício", como forma de alcançar a consciência daquela "uma ação possível da gente... que consegue ser a certa". Do mesmo modo que o Curso nos ensina que todas as coisas são neutra e recebem o valor que damos a elas, não nos compete julgar o papel que nos cabe neste teatro do mundo. Há apenas que reconhecê-lo, aceitá-lo e vivê-lo para que a vida deixe de ser aparentemente "o confuso dessa doideira que é".
Lembram-se daquela parte do Curso que diz que, aos olhos do Espírito Santo, tudo o que não é amor é um pedido de amor? Pois o jagunço Riobaldo diz isso de outro modo: "Olhe: tudo o que não é oração, é maluqueira..."
Boas práticas a todos.
Moisés
ResponderExcluirMUITO BOM!!
MUITO MESMO!!!!!!
Sigo praticando...quem sabe a sabedoria do Riobaldo me contagie...
Fique com Deus!
Obrigada!
Bjs
Obrigado, Nina.
ResponderExcluirTomara, sim, a sabedoria do Riobaldo nos contagie a todos.
Parabéns por sua decisão de continuar praticando, pois como diz o jagunço "... manter firme uma opinião, na vontade do homem, em mundo tão tansviável tão grande, é dificultoso. Vai viagens imensas".
Vamos todos, pois, continuar a praticar.
Paz e bem!
Moisés, continuo a dizer que seus comentários são iluminadores. Obrigada.
ResponderExcluirUm beijo
Tina
Obrigado, Tina.
ResponderExcluirLembre-se de que a iluminação está na luz de que olha também.
Obrigado por comentar.