terça-feira, 16 de novembro de 2010

"Ama, e faze o que quiseres." (Sto. Agostinho)

LIÇÃO 320

Meu Pai me dá todo o poder.

1. O Filho de Deus não tem limites. Não há nenhum limite para sua força, sua paz, sua alegria nem para qualquer qualidade que seu Pai deu na sua criação. O que ele quiser com seu Criador e Redentor tem de acontecer. Sua vontade sagrada não pode ser negada nunca porque seu Pai brilha sobre sua mente e deposita toda a força e todo o amor, na terra e no Céu, diante dela. Eu sou aquele a quem tudo isso é dado. Eu sou aquele em quem o poder da Vontade de meu Pai habita.

2. Tua Vontade pode realizar todas as coisas em mim e, então, se estender também ao mundo inteiro por meu intermédio. Não há nenhum limite para Tua Vontade. E, por isso, todo o poder também foi dado a Teu Filho.

*

COMENTÁRIO:

E chegamos à última das lições sob o tema: O que é o Juízo Final? Bem de acordo com o que o Curso busca nos ensinar, a ideia que praticamos nesta terça-feira, dia 16 de novembro, nos coloca mais uma vez no centro de todos os acontecimentos de nossas vidas.

Como entender a ideia de que meu Pai me dá todo o poder? Isso significa que só eu recebi e tenho comigo todo o poder de Deus? Não! Significa apenas que recebi e tenho todo o poder de que necessito e que sou capaz de aceitar e usar para escolher o que fazer de minha própria vida.  Para fazer de meu próprio mundo, uma vez que não há nada fora de mim.

Mas... e o(s) outro(s)? Não há outro(s)!

Então... estou sozinho no mundo? Sim! E não!

Como assim? Sim, estou sozinho porque não há mundo, a não ser no sentido de que o que vejo, aparentemente fora de mim, é apenas a projeção das imagens de um mundo inteiro, que trago e crio dentro de mim. E não! Não estou sozinho porque apesar de o mundo - pelo menos do modo como penso nele - não existir, minha experiência nos e dos sentidos e na e da forma parece real porque acredito nela.

Isso é mais ou menos a mesma coisa que Richard Bach diz, por meio de "um Messias indeciso", em seu livro Ilusões, respondendo, a certa altura, às pergunta de uma pessoa ao telefone durante um programa radiofônico. Vejam o que ele diz:

- Está tudo bem, é? - disse a pessoa no telefone. - Não exite o mal na terra, nem pecado em volta de nós? Isso não o incomoda, não é?
- Nada disso deve nos incomodar, senhora. Vemos apenas um pinguinho do conjunto que é a vida, e esse pinguinho é falso. Tudo se equilibra e ninguém sofre e morre sem o seu próprio consentimento. Ninguém faz o que não quer fazer. Não existe o bem nem o mal, além do que nos torna felizes e do que nos torna infelizes.

O grande equívoco, que nos leva a questionar às vezes as razões por que vivemos ou por que estamos em determinado lugar fazendo determinadas coisas, está em acreditarmos, a maior parte do tempo, que estamos fazendo algo que não queremos fazer ou que não as estamos fazendo no lugar em que gostaríamos de estar. Isto não é verdade. Nossa própria experiência já nos provou - eventualmente até mais do que uma vez - que, quando queremos verdadeiramente alguma coisa, nada nem ninguém pode nos impedir de obtê-la, o que vale também para esta afirmação ao contrário. Isto é, quando não queremos, de fato, fazer alguma coisa, nada nem ninguém vai nos convencer a fazê-la.

Entretanto, é bom que prestemos bastante atenção a uma das frases que acompanha a ideia que praticamos hoje: O Filho de Deus não tem limites. (...) O que ele quiser com seu Criador e Redentor tem de acontecer [grifo meu]. É importantíssimo que tenhamos sempre em mente isto, para não darmos crédito ao ego quando ele tenta nos convencer de que podemos tudo, o que lhe interessa, ou de que não podemos nada, daquilo que não lhe interessa. Já aprendemos que a única realidade do mundo é o Amor, que é o Amor que define nosso Criador e Redentor.

É verdade também que recebemos todo o poder. Mas só o podemos exercer e usar para a realização de nossas vontades e desejos quando estas vontades e desejos estão em sintonia com nosso Criador e Redentor. Ou seja, no Amor podemos tudo. Para lembrar o que dizia Santo Agostinho: "Ama, e faze o que quiseres".

Um comentário:

  1. Retomo a rotina agradecendo aos comentários às lições de sábado e domingo, feitos pela Helena, pela Dani e pela Cristiane.

    Helena, querida, é exatamente isto que você diz: "... de repente passou a ser mais importante aceitar do que entender as lições, assim como mais importante ouvir do que falar..."

    Para lembrar, é isto o que o Curso nos pede na Introdução ao Livro de Exercícios: "Lembra-te apenas disso: não precisas acreditar nas ideias, não precisas aceitá-las e não precisas nem mesmo acolhê-las bem. A algumas delas podes resistir ativamente. Nada disso importará ou diminuirá a sua eficácia. Mas não te permitas fazer exceções ao aplicar as ideias contidas no livro de exercícios e, quaisquer que sejam as tuas reações às ideias, usa-as. Não se requer nada mais do que isso".

    Dani, querida, obrigado por seu comentário e por sua generosidade "inspiradíssima".

    Cris, querida, é isso aí.

    Não há nenhum problema em nos lembrarmos de coisas pelas quais passamos. Em geral as experiências que ficam em nossa história pessoal são as que nos colocaram em contato com a alegria e nos fizeram experimentar uma sensação de paz que normalmente não sabemos descrever. O que não podemos nos permitir é deixar de ver as oportunidades que se apresentam a nós de viver esta mesma alegria e de experimentar esta mesma paz indescritível por estarmos apegados a uma sensação do passado.

    As mudanças são necessárias e são a única coisa constante em nossa experiência, em nosso estar no mundo. Rejeitá-las para evocar um passado em que nos sentíamos mais seguros, é quase como negar-se a crescer, a viver, a continuar. Precisamos, sim, ser agradecidos pelas experiências que vivemos, porque nossa gratidão vai nos trazer a certeza de que o que há ainda para viver será sem dúvida muito melhor do que o que já vivemos.

    Lembre-se de que o livro diz: "Todas as coisas cooperam para o bem". Todas, todas, todas. Por isso não há que lamentar por nada do que passou. Não há que se ficar triste e nem que comparar o momento que vivemos agora com um qualquer já vivido. Fazer isto é negar ao agora tudo o que ele quer nos oferecer. E, em geral, não sabemos o que é.

    Viver no presente, no agora, é como estar prestes a abrir um pacote que nos deram de presente e que não sabemos o que contém, mas que podemos ter certeza de que visava a nos oferecer um motivo para grande alegria. No passado só temos pacotes já abertos, não há nenhuma surpresa. E, pode até ser, que tenhamos recebidos presentes dos quais não gostamos.

    Obrigado por sua honestidade e disposição de compartilhar partes de sua vida conosco.

    Paz e bem!

    Boa semana a todos.

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