sábado, 23 de janeiro de 2010

Disposição para aprender e ensinar a paz

LIÇÃO 23

Posso escapar do mundo que vejo
desistindo dos pensamentos de ataque.

1. A ideia para hoje contém a única saída para o medo que será sempre bem-sucedida. Nada mais funcionará; tudo o mais é sem significado. Mas este jeito não pode falhar. Todo pensamento que tens cria algum segmento do mundo que vês. É com teus pensamentos, então, que temos de trabalhar, se quisermos que tua percepção do mundo mude.

2. Se a causa do mundo que vês são os pensamentos de ataque, tens de aprender que são esses pensamentos que não queres. Não faz sentido deplorar o mundo. Não faz sentido tentar mudar o mundo. Ele é incapaz de mudança porque é apenas um efeito. Mas, de fato, faz sentido mudar teus pensamentos a respeito do mundo. Agora estás mudando a causa. O efeito mudará automaticamente.

3. O mundo que vês é um mundo vingativo e tudo nele é um símbolo de vingança. Cada uma de tuas percepções da "realidade externa" é uma representação pitoresca de teus próprios pensamentos de ataque. Cabe muito bem perguntar se isso pode ser chamado de "ver". Fantasia não é uma palavra melhor para tal processo e alucinação um termo mais adequado para o resultado?

4. Tu vês o mundo que fazes, mas não te vês como o autor das imagens. Tu não podes ser salvo do mundo, mas podes escapar daquilo que é sua causa. Isto é o que significa salvação, pois onde está o mundo quando aquilo que é causa dele acaba? A visão já tem um substituto para todas as coisas que pensas ver agora. A beleza pode iluminar tuas imagens e, assim, transformá-las de tal modo que tua as amarás, mesmo que elas forem feitas de ódio. Pois tu não as farás sozinho.

5. A ideia para hoje apresenta o pensamento segundo o qual não estás preso ao mundo que vês, porque é possível mudar aquilo que é causa dele. Esta mudança pede, primeiro, que a causa seja identificada e, em seguida, abandonada, para poder ser substituída. Os dois primeiros passos deste processo pedem tua cooperação. O último não. Tuas imagens já foram substituídas. Ao dares os primeiros dois passos, verás que isso é verdade.

6. Além de usá-la ao longo do dia, quando a necessidade surgir, pede-se cinco períodos de prática para a aplicação da ideia de hoje. Ao olhares a tua volta, repete lentamente a ideia para ti mesmo primeiro e, depois, fecha os olhos e dedica cerca de um minuto a examinar tua mente em busca de tantos pensamentos de ataque quantos te ocorrerem. À medida que cada um passar por tua mente, dize:

Posso escapar do mundo que vejo desistindo dos
pensamentos de ataque sobre ________ .

Mantém cada pensamento de ataque em mente enquanto dizes isto e, então, descarta aquele pensamento e passa ao seguinte.

7. Certifica-te de incluir tanto os pensamentos em que atacas quanto aqueles em que és atacado nos períodos de prática. Os efeitos de ambos são exatamente os mesmos porque eles são exatamente os mesmos. Tu ainda não reconheces isto e pede-se, apenas desta vez, que os trates como se fossem os mesmos nos períodos de prática de hoje. Ainda estamos no estágio de identificação da causa do mundo que vês. Quando, finalmente, aprenderes que os pensamentos em que atacas e aqueles nos quais és atacado não são diferentes, estarás pronto para abandonar a causa.

*

COMENTÁRIO:

A ideia que praticamos neste dia 23 de janeiro complementa de certo modo, eu diria, a ideia das práticas de ontem, nas quais nos perguntávamos se, de fato, é este o mundo que queremos ver.

Embora a resposta a esta questão já possa nos parecer óbvia, a necessidade de desistir de nosso modo de ver pode não parecer tão evidente, uma vez que ainda carregamos os registros de um aprendizado que nos diz, entre outras coisas, que "a vingança é doce".

O aprendizado que o mundo nos oferece ensina que não podemos desistir de nada, principalmente se temos razão na situação que se apresenta. Desistir é atitude de fracassado. Por isso nos apegamos tanto às crenças que herdamos e que ajudamos a perpetuar, construindo-as ou as reconstruindo dia a dia a partir das experiências por que passamos em nossa vida.

Como abrir mão, pois, de tudo aquilo que pensamos ser verdade e que aprendemos a duras penas?

As práticas diárias vão nos dar todos os argumentos de que precisamos para responder a esta pergunta. Pois, se insistirmos nelas - nas práticas - certamente vamos nos descobrir, passado algum tempo, mais atentos a nossos pensamentos, mais tranquilos, mais serenos, mais dispostos a aprender e a ensinar a paz.

Um comentário:

  1. Ao praticar a lição de hoje novamente e fazendo isso por anos a fio, ainda me surpreendo com a determinação dos nossos egos em dificultar o ensinamento, pois é só você se destrair por segundos que o padrão de pensamento do ego (de ataque) assume o comando.
    Mas estou firme...
    Bjs a todos

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