segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Para aprender a desaprender

LIÇÃO 25

Eu não sei para que serve coisa alguma.

1. Propósito é significado. A ideia de hoje explica por que nada do que vês significa coisa alguma. Tu não sabes para que servem as coisas. Por isto, elas não têm significado para ti. Tudo serve a teus maiores interesses. É para isto que todas as coisas servem; é este o propósito delas; é isto o que todas as coisas significam. É no reconhecimento disto que tuas metas se tornam harmoniosas. É no reconhecimento disto que aquilo que vês se reveste de significado.

2. Tu percebes o mundo, e tudo nele, como significativo em termos das metas do ego. Essas metas não têm nada a ver com teus maiores interesses, porque tu não és o ego. Esta identificação falsa te torna incapaz de compreender para que serve qualquer coisa. Por consequência, estás fadado a fazer mau uso delas. Quando acreditares nisto, tentarás retirar as metas que estabeleceste para o mundo, em vez de tentar reforçá-las.

3. Outra maneira de descrever as metas que percebes agora é dizer que todas elas estão relacionadas a interesses "pessoais". Uma vez que não tens nenhum interesse pessoal, tuas metas, de fato, estão relacionadas ao nada. Por esta razão, quando as valorizas, não tens absolutamente nenhuma meta. E, deste modo, não sabes para que serve coisa alguma.

4. Antes que possas retirar qualquer sentido dos exercícios para hoje, é necessário mais um pensamento. Nos níveis mais superficiais tu, de fato, reconheces o propósito. Mas o propósito não pode ser compreendido nestes níveis. Por exemplo, compreendes, de fato, que um telefone serve ao propósito de falar com alguém que não esteja fisicamente próximo de ti. O que não compreendes é para que queres alcançá-lo. E é isto que torna teu contato com ele significativo ou não.

5. É vital para teu aprendizado que estejas disposto a desistir das metas que estabeleceste para todas as coisas. O reconhecimento de que elas não fazem sentido, e de que não são "boas" ou "más", é o único jeito de realizar isto. A ideia para hoje é um passo nesta direção.

6. Pede-se seis períodos de prática, cada um com dois minutos de duração. Cada período deve começar com uma repetição lenta da ideia para hoje, seguida de um olhar a tua volta deixando que teu olhar se fixe em qualquer coisa que capte teus olhos casualmente, perto ou longe, "importante" ou "sem importância", "humana" ou "não-humana". Com teus olhos fixos em cada sujeito que selecionares deste modo, dize por exemplo:

Eu não sei para que serve esta cadeira.
Eu não sei para que serve este lápis.
Eu não sei para que serve esta mão.

Dize isto bem devagar, sem deslocar teus olhos do sujeito até completares a declaração a respeito dele. Em seguida, passa para o próximo e aplica a ideia de hoje como antes.

*

COMENTÁRIO:

A ideia da lição deste dia 25 me leva de volta às perguntas feitas pela nossa colega Cristina na última quinta-feira. Acho que ela serve como uma resposta perfeita para as dúvidas apresentadas. Ou não, Cristina?

Creio que, de certo modo, a lição e a prática de sua ideia nos convida, mais uma vez, ao reconhecimento de que não sabemos nada de nada e que, exatamente por esta razão, não podemos julgar nada do que acontece neste nosso mundo de ilusão.

Dizendo de outro modo, se não sabemos para que serve coisa alguma, de que vale nos iludirmos com a ideia de que podemos fazer qualquer coisa para desenvolver, melhorar, aprimorar, construir um mundo mais justo, mais humano, mais solidário?

O mundo não existe. Pelo menos, não da forma que pensamos que ele exista. Duro, não? Tudo o que existe [para cada um de nós] é a ilusão de mundo que construímos a partir de nossos pensamentos sem significado, de nossas crenças. Uma ilusão que pode conter todos os "horrores" pessoais, aqueles que experimentamos individualmente na ilusão de que podemos ter qualquer pensamento privado, e também todos os "horrores" coletivos, compartilhados, aqueles que estamos acostumados a ver ou ouvir nos noticiários.

De qualquer forma, as práticas vão nos ensinar que há um mundo que queremos, um mundo real que podemos alcançar, abandonando a ilusão. Enquanto não o vislumbramos, é melhor que nos dediquemos à prática de desaprender os equívocos que este mundo nos ensinou, conforme nos ensina o Curso com esta primeira parte do Livro de Exercícios.

2 comentários:

  1. Amigos
    Aproveitei bem a última semana para me aprofundar na meditação e na prática mais acentuada das lições e já me sinto bem melhor. Estas últimas lições com os comentários do Moisés e dos colegas, têm sido bárbaras para este aprofundamento.
    Quero muito agradecer a vocês.
    Carmen querida pode passar o meu e-mail para TODO MUNDO, só vai me deixar feliz receber msg deste povo maravilhoso, rs...
    Cristina, meu e-mail é: ninasalles@uol.com.br
    Ok? Aguardo seu contato.
    Amanhã todos firmes lá no encontro do grupo, não?
    bjs

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  2. Ola a todos,
    Estou absorvendo cada licao e cada comentario dos colegas. Venho sempre com a "caneca" vazia, para os estudos, ensinanmentos, como para situacoes diarias, relacionamentos; pessoas as quais conheco e as que nao "conheco". Sim, aceitando que nao sabemos nada, nos oferece a opotunidade se OUVIR o que sabemos de verdade.
    " Eu nao sei para que serve coisa alguma."
    Bjs. Luz

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