terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Nós não sabemos nada de nada

LICÃO 5

Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino.

1. Esta ideia, como a anterior, pode ser usada com qualquer pessoa ou acontecimento que penses estar te causando dor. Aplica-a de modo específico a qualquer coisa que acredites ser a causa de teu transtorno, usando a descrição da sensação em quaisquer termos que te pareçam exatos. O transtorno pode parecer ser medo, preocupação, depressão, ansiedade, raiva, ódio, ciúme, ou ter inúmeras formas todas as quais serão percebidas como diferentes. Isso não é verdade. Entretanto, até aprenderes que a forma não importa, cada uma é um sujeito adequado para os exercícios do dia. Aplicar a ideia a cada uma delas separadamente é o primeiro passo para o reconhecimento de que, em última instância, elas são todas a mesma.

2. Quando utilizares a ideia de hoje para uma causa percebida como específica de um transtorno em qualquer forma, usa tanto o nome da forma com que vês o transtorno quanto a causa a que tu o atribuis. Por exemplo:

Eu não estou com raiva de __________ pela razão que imagino.
Eu não estou com medo de __________ pela razão que imagino.

3. Mas, novamente, isso não deve substituir os períodos de prática em que primeiro examinas tua mente em busca das "fontes" do transtorno no qual acreditas e as formas de transtorno que pensas resultarem delas.

4. Nestes exercícios, mais do que nos anteriores, podes achar difícil não fazer distinções e evitar conferir a alguns sujeitos peso maior do que a outros. Talvez ajude se antes dos exercícios declarares:

Não há nenhum transtorno pequeno. Todos eles
perturbam minha paz de espírito do mesmo modo.

5. Em seguida, examina tua mente em busca de qualquer coisa que esteja te angustiando, independente de quanta aflição, muita ou pouca, imagines que isso esteja causando.

6. Também podes te descobrir menos disposto a aplicar a ideia de hoje a algumas fontes de transtorno percebidas do que a outras. Se acontecer isso, pensa primeiro no seguinte:

Eu não posso manter esta forma de transtorno e abandonar
as outras. Então, para os objetivos destes exercícios, vou
considerá-las todas como a mesma.

7. Em seguida, investiga tua mente por não mais do que cerca de um minuto e tenta identificar algumas forma diferentes de transtorno que estejam te perturbando, independente da importância relativa que possas dar a elas. Aplica a ideia para hoje a cada uma delas, usando tanto o nome da fonte do transtorno conforme o percebes quanto o da sensação do modo com que o experimentas. Outros exemplos são:

Eu não estou preocupado com __________ pela razão que imagino.
Eu não estou desanimado com __________ pela razão que imagino.

Três ou quatro vezes durante o dia é suficiente.

*

COMENTÁRIO:

Talvez a prática deste exercício, neste dia 5 de janeiro, por mais difícil que seja, possa trazer a resposta às questões que nossa colega Cristina apresenta. É claro que todos nós "vimos" as imagens que a imprensa nos ofereceu de todos os acontecimentos dos últimos dias. E é claro também que não conseguimos responder ou reagir sem levar em conta a dor dos que perderam parentes, amigos e pessoas conhecidas. Ou mesmo das pessoas todas que não conhecíamos e que deixaram de fazer parte deste nosso mundo.

O que este exercício oferece é a oportunidade da auto-avaliação. O que, de fato me aborrece e transtorna? É algo que está fora de mim? Ou é algo que crio para justificar meus medos, minhas culpas, meu julgamento de mim mesmo e do mundo inteiro, onde penso que todas as coisas e pessoas vivem?

Lembrando do exercício do ho'oponopono, com o qual tomamos contato há algum tempo, parece-me que o mais difícil para nosso estado de consciência habitual é aceitar que cada um de nós tem 100% de responsabilidade por absolutamente tudo o que acontece em sua vida e na vida de todos no mundo. E cada um de nós, em função do entendimento ou não dessa responsabilidade, escolhe como reagir a tudo o que acontece, recebendo de volta os resultados de sua escolha. Assim, entendida essa responsabilidade, o que nos resta fazer é simplesmente dizer "sinto muito", "perdoa-me, por favor", "eu te amo". Com a finalidade de limpar de nossos registros as memórias de todos os julgamentos que já fizemos e que continuamos a fazer a todo instante, sempre que nos distraímos.

A dificuldade que se nos apresenta em situações como a de que Cristina fala é aceitar que é só a falsa ideia de onipotência do ego que pode fazer com que nos sintamos revoltados, magoados, transtornados além das medidas do sentimento de compaixão e aceitação das escolhas de todos os que "resolveram" viver a situação que não entendemos. Precisamos nos lembrar permanentemente de que "não sabemos absolutamente nada de nada". E aceitar isso de todo coração.

3 comentários:

  1. Boa noite meus queridos,
    Queria agradecer muito as palavras iluminadas de vocês, Moises e Carmen, que já li e reli diversas vezes, respondendo aos meus questionamentos de ontem à noite.
    Carmen com seu Pronto-Atendimento, e Moises aprofundando os Comentários de hoje. Muito obrigada!
    E agradeço também ao ES por ter me trazido para este grupo de volta, neste momento em que tanto preciso.
    Cada vez mais eu noto que basta ler, tanto como no livro, e simplesmente deixar que a ajuda entre, sem que o raciocínio atrapalhe, as palavras simplesmente fluem para onde devem ir, e se acomodam na mente trazendo o conforto e o entendimento da mensagem como ela deve ser.
    Muito obrigada e até a lição de amanhã, que trará mais um passo para este nosso caminho conjunto.
    Cristina

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  2. Olá a todos!
    Cristina, eu estava me preparando para escrever um longo comentário para você, mas já que você está melhor vou deixar para amanhã, pois preciso acabar um trabalho e já está tarde.
    Sobre a lição de hoje, Moisés, eu adorei praticar e tive um dia bem bom.
    Super Carmencita, sempre sábia, né? E me diga KD Cássio ??
    Será que vamos ter de colocar um anúncio no Estadão ?? rs...rs...
    Amanhã vou compartilhar com vocês a minha "bendita" ignorância, rs... (Nós não sabemos nada de nada). Ainda bem !! O ego já nos dá um trabalhão assim, imagina querer saber muito mais...
    Obrigada!
    Bjs

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  3. Feliz Ano Novo Nina.
    Estou de volta. Cheguei ontem.
    A licao de hj foi maravilhosa, comento amanha.
    Pode tirar o anuncio do estadao.
    Saudade de todos.
    Cassio dos Reis

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