terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Deixar que a verdade se escreva no mundo

LIÇÃO 12

Estou transtornado porque vejo um mundo sem significado*.

1. A importância desta ideia está no fato de que ela contém uma correção para uma distorção básica de percepção. Tu pensas que aquilo que te transtorna é um mundo assustador, ou um mundo triste, ou um mundo violento, ou um mundo doente. Todas estas características são dadas a ele por ti. O mundo em si mesmo não tem significado.

2. Estes exercícios são feitos com os olhos abertos. Olha ao teu redor, desta vez bem devagar. Tenta regular teu ritmo de forma que a passagem lenta de teu olhar de uma coisa para outra envolva um intervalo de tempo razoavelmente constante. Não permitas que o tempo da passagem se torne marcadamente mais longo ou mais curto, mas tenta, em lugar disso, manter um andamento sereno e uniforme do início ao fim. O que vês não importa. É isso que ensinas a ti mesmo quando dás a qualquer coisa sobre a qual teu olhar pouse atenção e tempo iguais. Este é um passo inicial no aprendizado de dar valor igual a todas elas.

3. Enquanto olhas ao teu redor, dize a ti mesmo:

Eu penso ver um mundo amedrontador, um mundo
perigoso, um mundo hostil, um mundo triste,
um mundo perverso, um mundo louco,

e assim por diante, usando quaisquer termos descritivos que te ocorrerem. Se te ocorrerem termos que parecem mais positivos do que negativos, inclui-os. Por exemplo, podes pensar em "um mundo bom", ou em "um mundo satisfatório". Se tais termos te ocorrerem usa-os juntamente com os outros. Podes não entender ainda por que estes adjetivos "amáveis" são adequados a estes exercícios, mas lembra-te de que um "mundo bom" pressupõe um "mau" e um "mundo satisfatório" pressupõe um "insatisfatório". Todos os termos que passarem por tua mente são sujeitos adequados para os exercícios de hoje. Sua qualidade aparente não importa.

4. Certifica-te de não alterares os intervalos de tempo entre as aplicações da ideia de hoje àquilo que pensas ser agradável e àquilo que pensas ser desagradável. Para os propósitos destes exercícios, não há nenhuma diferença entre eles. No final do período de prática, acrescenta:

Mas estou transtornado porque vejo um mundo sem significado.

5. Aquilo que não tem significado não é bom nem mau. Por que, então, um mundo sem significado deveria te transtornar? Se pudesses aceitar o mundo como sem significado e permitir que a verdade fosse escrita sobre ele para ti, isso te faria indescritivelmente feliz. Mas, em razão de ele ser sem significado, és impelido a escrever nele aquilo que queres que ele seja. É isto o que vês nele. É isto que não tem significado na verdade. Por baixo de tuas palavras está escrita a Palavra de Deus. A verdade te transtorna agora, mas quando tuas palavras forem apagadas, verás as d'Ele. Este é o propósito fundamental destes exercícios.

6. Três ou quatro vezes são suficientes para a prática da ideia para hoje. Os períodos de prática também não devem exceder um minuto. Podes achar até mesmo isso longo demais. Interrompe os exercícios sempre que experimentares uma sensação de inquietude.

* Continua valendo a observação feita ontem a respeito da expressão sem significado como equivalente a sem sentido para traduzir a palavra original: meaningless.

*

COMENTÁRIO:

Parece-me, agora, depois de vários anos de prática destes exercícios, cada vez mais evidente a necessidade de fazermos uma limpeza na memória, livrando-a de tudo aquilo que faz ou fez parte de nossa história, quer de nossa história pessoal e individual, quer da história do mundo como um todo.

Depois da leitura do UCEM feita em grupo ontem, lembramo-nos daquela passagem do texto que diz que a história não existiria se não teimássemos em repetir os erros do passado. Isto é dito de um modo tão claro e honesto que chega a abalar as convicções nas quais o ego quer nos fazer acreditar. Ou seja, de que temos um dever para com as tradições, para com tudo aquilo que nos foi legado pela "civilização". Que temos de manter acesa a chama do patriotismo e de todos os "ismos" que apenas semeiam e alimentam a crença na ideia da separação. Isso para citar apenas dois exemplos.

Mas, será que, valendo-nos da mesma lógica que o ego utiliza, não é possível acreditar que "toda cura é libertação do passado" [T-13.VIII.1:1]? Ou já não passamos todos por experiências que comprovam esta afirmação? Isto é, todos nós já nos encontramos em algum momento em alguma situação que pedia que libertássemos alguém [ou nós mesmos] do julgamento em que o/a mantínhamos prisioneiro(a) e, ao fazer isso, experimentamos aquela maravilhosa sensação de termos tirado um fardo muito pesado de sobre nossos ombros, um alívio, uma sensação de liberdade e alegria que mal podia ser descrita.

É disso que trata o exercício deste dia 12 de janeiro. Cada um de nós pode libertar o mundo, deixando que a verdade seja escrita sobre ele, tal como ela é, e não como gostaríamos que fosse.

4 comentários:

  1. Oi Moisés
    Queria muito comentar isto que, sem dúvida, a cura é a libertção do passado, mas o assunto é bem longo... A minha primeira impressão é que estou fazendo isso, deixando o passado no passado, mas como a maioria das nossas crenças estão no inconciente, por conta de situações recentes experimentadas por mim aqui no mundo das ilusões, estou achando que o buraco é mais embaixo e que apesar de praticar com muito empenho as lições, tem algo que tenho deixado escapar, ou que o ego está me impedindo de VER. Como disse é um assunto longo...A lição de hoje com a tua tradução está muito mais linda e o teu comentário também. Sem puxação de saco, pois sabes que quando não sinto assim, não sou exatamente uma lady - corrigindo - o meu ego toma conta e manda a minha versão lady para as cucuias, rs...Cheguei em casa só o pó, mais por conta deste calor senegalesco. Descansei um pouco e senti falta do blog, por isso estou mandando um alô e um beijo a todos os nossos "amados mudinhos"..rs...
    Até...

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  2. Ola a todos,
    Feliz Ano Novo. Que a luz que "re-descobrimos
    " em nos se espanda ainda mais com o nosso aprendizado/ ensinamento, que aqui vivamos o nosso proposito com alegria e Amor.
    Curti bem as minhas ferias. Fomos a uma ilha na Australia, Frazer Island, e por ser uma area de" conservacao"(?) nacional, essa ilha eh um paraiso ( minha percerpcao).( Mas isso nao tem significado!). La, neste ainda paraiso,( Frazer, eh a maior ilha do mundo feita de areia), foi interessante observar que tudo eh. Perguntas e perguntas, porque isso? porque aquilo? Porque, porques? quando eh tao mais facil so absorver, VER simplesmente. Obrigada pela oportunidade de LIMPAR, de remover as minhas ( intranhadas) percepcoes. Essas licoes nos da essa chance, so podemos escolher praticar, praticar, ... deixar o velho vocabulario de lado.
    Bjs. Luz

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  3. .
    Olá meus queridos...
    Olá Nina... espero que esteja melhor queridona ...

    Sobre essa licão de hoje, que complementa tão bem as anteriores,e que fala não só da importância de entendermos a falta de significância do mundo que vemos ou interpretamos mas como colocou bem o Moisés, da necessidade de fazermos uma limpeza na memória.

    Isso me lembrou de uma conversa que tive com uma amiga a semana passada e que ajuda crianças e pessoas com Síndrome de Dawn numa entidade.

    Sua irmã,que já faz o UCEM, recomendou a ela o livro do Eckhart - O Poder do Agora. Ela o leu, e conseguiu absorver bem as explanações do livro sobre o que são e como funcionam, passado presente e futuro em nossas vidas.
    A partir dessa compreensão ela começou a observar essas pessoas a quem ajuda, com outros olhos, e notou como eles lidam com essa questão do "tempo", e que é bem diferente da nossa.
    Ou seja, eles agem e reagem apenas no aqui agora, não vivem de coisas do passado, e sequer pensam qualquer coisa do futuro.
    Com isso ela me fez lembra de algumas observações que eu já havia feito sobre eles, e que confesso, de certo modo na época, me fez sentir uma certa ponta de inveja a esse respeito.

    Em outras palavras, ela percebeu que, na maioria deles, qd sentem algum aborrecimento, ou alguma dor, ou tristeza, ou qualquer coisa que os incomode, sentem apenas no agora, e assim que acaba o evento que os está aborrecendo ou causando dor, tristeza e etc... acaba-se também o motivo de sofrer. Não levam a memória do evento nem do que sofreram nele adiante, não estendendo seus sofrimentos ao futuro, como costumamos fazer.

    E tão pouco se importam em dizer exatamente o que sentem. Tipo, ganhar um presente de que não gostaram, eles simplesmente dizem -não gostei, ou não quero e ponto. Não sentem necessidade de agradar ninguém nesse sentido, que ao meu ver, apesar de a sociedade interpretá-los como "deficientes", creio serem eles, nesse sentido, bem mais "íntegros" que nós, com nossa fome egóica de aceitacão, ou seja , não se "obrigam" a algo que não estão a fins por necessidade de aceitacão ou outros.

    Pois eles ( ao meu parecer ) parecem funcionar com um lado puro, simples e inocente de ser. Vivem as experiências apenas, sentem o que elas proporcionam do que chamamos de bom ou de ruim, e não se arrastam com elas para o seu futuro, acumulando as memórias dessas experiências
    e curtindo-as ao longo do tempo de suas vidas.

    Apenas as vivem, mas apenas no momento em que acontecem, e... acabou ! Parecem não possuir apegos as suas dores, sofrimentos e etcc...
    como se desconhecessem o amanhã, são esquecidas como se não tivessem a menor importância depois de ocorridas e acabadas.

    Creio que se conseguirmos abandonar nossos "apegos" ( Eu quero ter razão ou ser feliz ? ) aos nossos sofrimentos, entre outros produtos do medo, que vivemos alimentando com essas memórias, pois é só o que são, e só o que nos move em sentido contrário do amor, talvez consigamos alcançar essa "proeza" de também viver, ou experimentar os eventos cada um em sua natureza, e sem criar atrito ao experimento, apenas percebe-lo ou senti-lo, no aqui, agora, e após, "deixa-lo ir " !
    Sem julgar o ocorrido nem como bom, nem como ruim, já que tudo nesse mundo é neutro mesmo. Só dependendo de nossa interpretação pessoal para ter qualquer "qualidade".

    Apenas e absolutamente a título de experiência apenas, e depois descarta-las, para poder experimentar o novo que sempre se segue, talvez aí, consigamos um pouco dessa paz tão sonhada.
    Creio que essa conversa que tive com essa amiga sobre essa observação tmb não deve ter sido por acaso, já que penso que se encaixou tão bem aqui
    nessa lição. Mas se eu estiver equivocada, por favor, " me acordem "....

    Muitos e muitos milagres, a todos nós !
    Obrigada.

    Carmen.

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  4. Ola,

    qdo fiz esta licao pela manha hj veio uns pensamentos rapidamente na minha mente:
    injusto, falso, mentiroso, violento e dificil.

    Ai veio a segunda parte da licao: " mas estou transtornado pq vejo um mundo sem significado"

    Depois qdo me perguntei pq penso essas coisas com relacao ao mundo tao rapido (subconsciente) como bem disse a Nina, conclui sao as memorias, os traumas ou seja o passado.
    Tai um grande motivo para vivermos o agora, li este livro "o poder do agora" q a Carmem mencionou, gostei muito.
    A vida passa ter um outro significado qdo se assume a responsabilidade em viver o agora a verdade pura e simplesmente.

    Essas licoes iniciais me faz lembrar do principio do livro UCEM:

    Nada real pode ser ameaçado.
    Nada irreal existe.
    Nisso está a paz de Deus.

    E apenas isto que almejamos, continuemos aqui na nossa caminhada em busca da verdade e desconecao com o passado.
    Bj
    dani

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