sábado, 16 de janeiro de 2010

Para pôr o aprendizado em prática

LIÇÃO 16

Eu não tenho nenhum pensamento neutro.

1. A ideia para hoje é um passo inicial para fazer desaparecer a crença de que teus pensamentos não têm nenhum efeito. Tudo o que vês é o resultado de teus pensamentos. Não há nenhuma exceção para este fato. Os pensamentos não são grandes ou pequenos, poderosos ou fracos. Eles simplesmente são verdadeiros ou falsos. Os verdadeiros criam a sua própria semelhança. Os falsos o fazem à deles.

2. Não existe nenhuma noção mais contraditória do que a de "pensamentos vãos". Aquilo que dá origem à percepção de um mundo inteiro dificilmente pode ser chamado de vão. Todo pensamento que tens colabora com a verdade ou com a ilusão; ou ele estende a verdade ou multiplica ilusões. Tu, de fato, podes multiplicar o nada, mas não o estenderás ao fazê-lo.

3. Além do teu reconhecimento de que teus pensamentos nunca são vãos, a salvação pede que reconheças também que todo pensamento que tens ou traz paz ou guerra, ou amor ou medo. Um resultado neutro é impossível porque é impossível um pensamento neutro. Há uma tentação tão grande de rejeitar os pensamentos de medo como sem importância, triviais e como não merecedores de que te incomodes com eles, que é essencial que os reconheças a todos como igualmente destrutivos, mas igualmente irreais. Praticaremos esta ideia de muitas formas antes que verdadeiramente a compreendas.

4. Ao aplicares a ideia para hoje, examina tua mente por cerca de um minuto de olhos fechados e busca efetivamente não deixar passar nenhum pensamento "minúsculo" que possa ser capaz de frustrar o exame. Isto é bastante difícil até te acostumares. Descobrirás que ainda é difícil para ti não fazer distinções irreais. Todo pensamento que te ocorrer, independentemente das qualidades que atribuas a ele, é um sujeito adequado para a aplicação da ideia de hoje.

5. Nos períodos de prática, repete primeiro a ideia para ti mesmo e, depois, à medida que cada um passar por tua mente, mantêm-no na consciência enquanto dizes a ti mesmo:

Este pensamento sobre _________ não é um pensamento neutro.
Aquele pensamento sobre _________ não é um pensamento neutro.

Como de costume, utiliza a ideia de hoje sempre que tomares consciência de um pensamento em particular que desperte inquietação. Para esta finalidade, sugere-se a seguinte forma:

Este pensamento sobre ________ não é um pensamento neutro,
porque eu não tenho nenhum pensamento neutro.

6. Recomenda-se quatro ou cinco períodos de prática, se os achares relativamente fáceis. Se experimentares alguma tensão, três serão suficientes. A duração do período dos exercícios também deve ser reduzida se houver desconforto.

*

COMENTÁRIO:

Ao contrário do que podemos ter sido levados a acreditar, nada daquilo que pensamos deixa de exercer alguma influência no mundo tal como o percebemos. E isto, eu diria, é mais uma evidência da veracidade da ideia que o Curso nos oferece neste dia 16 de janeiro. E também daquela que praticamos ontem.

A comprovação disto é bem fácil. Podemos tentar fazê-lo a título de brincadeira ou de um teste. Ou porque, de fato, estamos decididos a levar a sério os exercícios, para aprender a olhar o mundo de forma diferente. Tomemos, por exemplo, alguém, ou alguma coisa, que nos incomode, prestando atenção ao pensamento que está relacionado à lembrança desse alguém ou dessa coisa. Experimentemos mudar esse pensamento.

Vamos buscar nos referir a esse alguém, ou a essa coisa, com um pensamento agradável, um pensamento que nos remeta à alegria, ao prazer, a qualquer coisa que nos lembre tranquilidade, serenidade, paz. Façamos isto por algum tempo, repetindo várias vezes o novo pensamento.

O que acontece? Isto não muda nossa forma de ver ou de pensar a respeito dessa pessoa, ou dessa coisa? Podemos ter certeza de que essa mudança, se a decisão de mudar for mantida, vai afetar também, de forma direta, a pessoa ou a coisa a respeito da qual buscamos mudar.

Por esta razão é que somos capazes, conforme diz o Curso, de salvar o mundo. É simples. O que não significa que é fácil. Pois vai depender da tomada de decisão de abandonar as crenças a que nos apegamos. Ou não é verdade que gostamos de ter razão, sem pensar na infelicidade que ter razão traz muitas vezes? Porque reforça a decisão de dar ouvidos ao ego e continuar julgando ao mundo e a nós mesmos.

Gostaria de lhes pedir, a quem quiser, se acharem possível e resolverem experimentar a mudança sugerida como exemplo, que comentassem aqui no blogue as sensações que tiveram e os resultados e a que chegaram. Se lhes parecer, é claro, que isto pode contribuir para seu/nosso aprendizado.

2 comentários:

  1. *
    Olá meus queridos...

    Esse exercício me fez lembrar de uma passagem do filme Matrix, onde o Neo, ao ir se encontrar com seu Oráculo, que o ajudará a descobrir quem "É " , o poder que tem, e como usa-lo, encontra uma das crianças que Ele "cuida" em seu apartamento, que se parece com um pequeno monge budista, e que está "brincando" de entortar talheres, apenas olhando para eles.

    Neo então pergunta a criança como ela faz isso, e ela responde:
    - Não tente faze-lo controlando seu pensamento para isso, só poderá faze-lo se estiver consciente da " Verdade ".

    Achei essa passagem de extrema profundidade, e me levou a refletir sobre a "força contrária" que nossos pensamentos exercem sobre nós. Ou seja, todo e qualquer pensamento que desenvolvemos em nossas mentes presas na ilusão da separação, nos mantém limitados no esquecimento do nosso verdadeiro ser e de todo o poder que possuímos , como Filhos de Deus.

    Os pensamentos que temos nessa condição, não são neutros, pois o poder que nos é inerente como seres divinos, sempre é, mas esquecidos que o "possuímos" não sabemos que ao pensar "realizamos" , só que, contrários à nossa natureza real.

    Pois ao pensar que pensamos, e por crermos nesses pensamentos, e ainda, separados do Reino, não só realizamos as coisas inconscientemente, como também "deixamos de realizar" coisas, por acreditar nos pensa- mentos de limitações do mundo. O que quer dizer que, até nesse pensamento de limitação, estamos fazendo uso desse poder de realizar que nos é natural, mesmo sem saber disso.

    Mas se nos tornamos "conscientes" da Verdade, como a criança do filme, passaremos a fazer uso desse poder que nos é natural, e sem o menor esforço. E poderemos realizar o inimaginável. Pois na consciência da Verdade não só, não existem os pensamentos como os conhecemos, como também não existem "idéias" de limitações.
    Pois à Deus, não existe o impossível, e esse mesmo Deus, nos habita com seu poder imensurável.

    O que o filme nos diz, sobre o nosso poder ilimitado, é o mesmo que nos diz esse exercício de hoje, de que não existem pensamentos neutros, pois o que "emanamos" de nós, vem carregado desse poder criador que herdamos do Pai, apenas acrescido das crênças mundanas que adotamos como "verdadeiras", e que nos fazem "realizar ao contrário," ou seja, nessa idéia de separação, limitação, no desamor, na infelicidade, no medo, enfim, realizamos com os pensamentos "fora" da consciência da Verdade, onde tudo é realizado na Unicidade e Amor Perfeitos, na Paz Perfeita, no Prazer e na Felicidade de apenas
    ... Ser em Deus ... Ser, na Perfeição.

    Portanto, a importância desse exercício é enorme, pois nos coloca diante de uma verdade, que é o nosso poder realizador, e a da nossa responsabilidade em escolher e principalmente de estarmos "conscientes" do que escolhemos pensar, já que o que pensamos é o que determina os tipos de experiências que teremos por aqui.

    E o teste que o Moisés sugere, é simplesmente " excelente " como forma de exercitarmos o ato de colocar a atenção sobre as nossas escolhas, nos tornando mais responsáveis e conscientes do que escolhemos pensar e podendo assim, mudar nosso olhar e consequentemente
    os tipos de "realidades" que experimentaremos.

    Muito grata pela oportunidade ...

    E Milagres... muitos Milagres.

    Carmen.

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  2. É isso aí, Carmen.

    Obrigado por compartilhar seus "pensamentos", sua reflexão.

    Na verdade, o que o exercício propõe é bem simples. E é isso o que nos assusta, o que assusta a complexidade tortuosa a que nos acostumamos via sistema de pensamento do ego.

    De acordo com o Curso, pode haver algo mais simples do que dizer que os pensamentos alinhados à ilusão apenas acrescentam mais ilusão e complexidade ao mundo, enquanto que os alinhados à verdade estendem a verdade?

    O que os exercícios e o Curso nos pedem é que busquemos ficar mais atentos as "criações" de nossos pensamentos. Pois, quer percebamos conscientemente ou não, estamos "criando" o tempo todo. Ora estendendo a verdade, o significado verdadeiro de criar, ora acrescentando ilusões à grande ilusão em que pensamos viver, o que, na verdade, não significa nada.

    Obrigado, mais uma vez, por sua contribuição.

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