sábado, 23 de outubro de 2010

Se a ti, vizinho Deus, eu incomodo às vezes

LIÇÃO 296

O Espírito Santo fala por meu intermédio hoje.

1. O Espírito Santo precisa de minha voz hoje, para que o mundo inteiro possa ouvir Tua Voz e escutar Tua Palavra por intermédio de mim. Estou decidido a deixar que Tu fales por meio de mim, pois não quero nenhuma palavra a não ser as Tuas e não quero ter nenhum pensamento que esteja separado dos Teus, pois só os Teus são verdadeiros. Eu quero ser o salvador do mundo que fiz. Pois, tendo-o amaldiçoado, quero libertá-lo, para poder achar saída e ouvir a Palavra que Tua Voz sagrada vai dizer para mim hoje.

2. Hoje ensinamos aquilo que precisamos aprender, e só isso. E, por isso, a meta de nosso aprendizado se torna uma meta sem conflitos e pode ser facilmente alcançada e realizada. Quão alegremente o Espírito Santo vem para nos resgatar do inferno, quando permitimos que Seu ensinamento, por nosso intermédio, convença o mundo a buscar e a achar o caminho natural para Deus.

*

COMENTÁRIO:

Neste sábado, dia 23 de outubro, a ideia que se apresenta para nossas práticas aprofunda e amplia o alcance da ideia da lição de ontem. É preciso que nos ofereçamos espontaneamente ao Espírito Santo para que sejamos um veículo da comunicação perfeita, para que aprendamos a depositar sobre o mundo e sobre as coisas do mundo o olhar amoroso que Ele nos ensina e para que possamos oferecer ao mundo as palavras que nos chegam por Sua Voz.

Para tanto, vejamos o que podemos aprender das palavras de um poema de Rilke. Haverá alguma ligação entre o que ele diz e o que a lição de hoje quer nos ensinar?

Se a ti, vizinho Deus, eu incomodo às vezes
com rude batimento no meio da noite
é que de quando em quando te ouço respirar
e sei que estás sozinho no salão.
E, se careces de algo, lá não há ninguém
que te ofereça um gole às mãos tateantes...
Sempre atento estou eu: ao menor sinal teu
eu estou muito perto.

Só existe entre nós uma fina parede,
por acaso: se houvesse, por acaso,
de tua boca ou da minha algum chamado,
ela se desfaria
sem alarme ou ruído.

De imagens tuas ela é toda feita:
imagens que em tua frente se põem - nomes.
E, tão logo se acende em mim a luz
com que te reconhece a profundeza minha,
ela some como um reflexo na moldura.

E meus sentidos, que em pouco se debilitam,
desligados de ti - ficam sem pátria.

Se ao menos uma vez tudo se aquietasse...
Se se calassem o talvez e o mais-ou-menos
e o riso a minha volta...
Se o barulho que fazem meus sentidos
não perturbassem mais minha vigília...

Então, num pensamento multifário,
poderia eu pensar-te até os teus limites
e possuir-te (só o tempo de um sorriso)
e oferecer-te a vida inteira, como
um agradecimento.

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