sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Que fazemos de nossa vida? Como é a nossa dança?

LIÇÃO 302

Onde havia trevas eu vejo a luz.

1. Pai, nossos olhos se abrem enfim. Teu mundo sagrado nos espera, uma vez que nossa visão é devolvida finalmente e podemos ver. Pensávamos que sofríamos. Mas tínhamos nos esquecido do Filho que Tu criaste. Agora vemos que as trevas são a nossa própria imaginação, e que a luz existe para olharmos para ela. A visão de Cristo transforma as trevas em luz, pois o medo tem de desaparecer quando o amor chega. Permite que eu perdoe Teu mundo sagrado hoje, a fim de eu poder olhar para a santidade dele e compreender que ela apenas reflete minha própria santidade.

2. Nosso Amor nos espera enquanto seguimos em direção a Ele e anda ao nosso lado indicando o caminho. Ele não falha em nada. É Ele o Fim que buscamos e é Ele o Meio pelo qual vamos a Ele.

*

COMENTÁRIO:

Não lhes parece que a ideia para as práticas desta sexta, dia 29 de outubro, nos remete mais uma vez à oração de São Francisco, de que falamos há pouco? Especificamente daquela parte em que a oração diz "onde houver trevas que eu leve a luz"?

Pois é o que me parece. E acho também que a oração serve para ampliar e estender o alcance da ideia de hoje, no sentido de que se vemos luz onde havia trevas é porque já aprendemos, de algum modo em alguns momentos, a ser uma presença de luz no mundo.

Enquanto nos debatemos com todas as atividades e ideia mundanas, envolvendo-nos e nos deixando envolver pelos equívocos que a ilusão resultante do sistema de pensamento do ego nos oferece, ainda estamos andando nas trevas. Sem saber diferenciar aquilo, em nós, que responde à Voz do Espírito Santo daquilo que responde à voz equivocada do ego.

Kaka Werá Jecupé, no posfácio do livro A Terra dos Mil Povos,  fala do caminho do guerreiro, um caminho que pode nos auxiliar a perceber a luz no meio das trevas que nós mesmos criamos. E, quem sabe, até a trazer a luz para substituir as trevas. Ele, um índio txucarramãe, criado no seio de uma aldeia indígena tupi-guarani aqui mesmo no sul da cidade de São Paulo, diz o seguinte:

"No caminho do guerreiro, cabe a você discernir o que foi tecido pelos fios divinos e o que foi tecido pelos fios humanos. Quando você principia a discernir, você se torna um txucarramãe - um guerreiro sem armas. Porque os fios tecidos pela mão do humano formam pedaços vivificados pelo seu espírito. Essa mão gera todos os tipos de criação. Muitas coisas fazem parte de você para se defender do mundo externo pela sua própria mão e pelo seu pensamento. Quando você descobre o que tem feito da sua vida e como é a sua dança no mundo, desapega-se aos poucos das armas, que são criações para matar criações. De repente, descobre-se que, quando paramos de criar o inimigo, extingue-se a necessidade das armas." 

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