quinta-feira, 7 de outubro de 2010

São os limites que nos assustam, ou a liberdade?

LIÇÃO 280

Que limites posso impor ao Filho de Deus?

1. Aquele Que Deus criou sem limites é livre. Posso inventar uma prisão para ele, mas só em ilusões, não na verdade. Nenhum Pensamento de Deus deixa a Mente de Seu Pai. Nenhum Pensamento de Deus não é nada a não ser puro para sempre. Posso impor limites ao Filho de Deus, cujo Pai quis que ele seja sem limites e igual a Si Mesmo em liberdade e em amor?

2. Deixa-me render homenangem a Teu Filho hoje, pois assim encontro o caminho para Ti. Pai, não imponho nenhum limite ao Filho que Tu amas e que criaste sem limites. O louvor que ofereço a ele é Teu e o que é Teu também pertence a mim.

*

COMENTÁRIO:

Não há limites para  o que podemos fazer em Deus, com Ele. E vivemos e nos movemos n'Ele. No entanto, a maior parte do tempo parece-nos que somos limitados, frágeis e indefesos seres que habitam um corpo fadado à deterioração e à morte. Por que razão acreditamos nisto? Há como mudar esta crença? Queremos mudá-la de fato? Ou já estamos tão acostumados a ela que a possibilidade de mudança nos incute medo? Estaremos já tão habituados aos limites que aparentemente nos impomos que a ideia de mudança pressupõe um esforço que não estamos dispostos a fazer? Aceitamos já por inteiro o transe? Aceitamos já de forma incondicional o conforto da acomodação, a ponto de nos assustar a ideia de abandoná-la?

A escritora britânica Doris Lessing tem um livro intitulado Prisões que Escolhemos para Viver, no qual afirma que "todos nós, em certo grau, sofremos lavagem cerebral, efetuada pela sociedade em que vivemos. E verificamos esse fato [dentre outras maneiras] quando viajamos para outro país e somos capazes de enxergar o nosso com os olhos de um estrangeiro. Não há muito o que fazer a esse respeito, a não ser constatar que é assim que as coisas funcionam. Cada um de nós é parte de grandes e confortadoras ilusões forjadas pela sociedade para manter sua própria auto-confiança".

Lembrando-nos, no entanto, de uma passagem do livro, podemos dizer que "isto não precisa ser assim". Basta nos decidirmos a olhar para o mundo de modo diferente.

Porém, o que acontece, em geral, é que, na verdade, a ideia de liberdade nos assusta mais do que as prisões e os limites a que nos sujeitamos. Aliás, Marianne Williamsom, em seu livro Um Retorno ao Amor, diz isto de forma clara e cristalina ao afirmar, como já citei antes, que "o medo mais profundo que abrigamos no peito não tem nada a ver com o fato de sermos medíocres [limitados]. Nosso medo mais profundo é o de que sejamos poderosos para além de todas as medidas. É nossa luz, não nossa escuridão, o que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: 'Quem sou eu para ser brilhante, maravilhoso, talentoso, fabuloso?' Na verdade, quem és para não sê-lo? Tu és um filho de Deus. Fingir-se pequeno não serve de nada ao mundo. Não é uma atitude esclarecida encolher-se para que outros não se sintam inseguros a tua volta. Fomos todos feitos para brilhar, como as crianças brilham. Nascemos para tornar manifesta a glória de Deus, que está dentro de nós. Não apenas em alguns de nós; em todos nós. E, quando deixamos que nossa luz brilhe, inconscientemente damos permissão para que os outros façam o mesmo. À medida que nos libertamos de nossos medos [e limites], nossa presença libera os demais automaticamente".

Tomara que as práticas desta quinta-feira, dia 7 de outubro, sirvam para que, mesmo que durante uns breves instantes, aprendamos a trazer à consciência alguns dos limites que aceitamos e aos quais nos sujeitamos, acreditando-os verdadeiros e imaginando que a realidade é apenas esta ilusão que vemos e ajudamos a construir todos os dias com nossos pensamentos equivocados.

6 comentários:

  1. Olá Moisés
    Sobre as perguntas: Há como mudar esta crença? Queremos mudá-la de fato?
    Eu penso que QUERO e MUITO!!! E penso também que estou sim, disposta a fazer o que for necessário para...
    Só que se o que tenho de mudar está dentro, estou bem calma trabalhando na aceitação, gratidão e entrega, além do exercício de "realmente querer ver tudo (que não me pareça bom)(sei que bom é julgamento) de maneira diferente,ou seja, (Ver paz ao invés disso...)
    Parece-me que é por aí, não?
    Pelo menos tenho me sentido em paz, na maior parte do tempo, por estes dias e isso, acredite: NÃO É POUCA COISA !!!
    Bem, por enquanto é isso...
    Bjs e milagres a todos

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  2. Querido Moisa,

    Cada dia te amo mais, tao lindo tao verdadeiro seus texto. Estou com os olhos cheio de lagrimas.

    Muito obrigada, MESMO.
    MF Dani

    E isso ai Nina tb estou me esforcando, estamos juntos neste barco. Milagres e como diz seu irmao, vamos as praticas.
    Bjo

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  3. Querida Nina,

    Na verdade, nós sempre, ou quase sempre, pensamos querer as coisas e, às vezes, querê-las mesmo, e muito, pelo lado consciente de nossa mente. O que acontece, na maioria das vezes, é que no outro lado dela, o inconsciente ou subconsciente, não sabemos que crenças ficaram impressas de nossas experiências anteriores. E são estas crenças que, se não mudadas ou substituídas por outras que nos deem maior equilíbrio para as escolhas dos caminhos que vamos seguir, atrapalham a concretização de mudanças que julgamos querer conscientemente.

    Vê o que diz Carol Gilligan, em um livro chamado "O Nascimento do Prazer", a respeito da dissociação, que "é nossa capacidade de manter partes de nossa experiência não em segredo em relação aos outros, mas como um 'corpo estranho' dentro de nós mesmos", de acordo com Freud.

    Para Carol, "o trauma é o choque à psique que leva à dissociação: nossa capacidade de nos isolarmos de partes de nós mesmos, de criarmos uma ruptura em nós mesmos de tal modo que podemos saber e também não saber o que sabemos; sentir e ainda assim não sentir o que sentimos".

    Penso que somente quando conseguirmos entrar em contato com o que somos de fato, integrando em nosso viver todas as nossas partes 'dissociadas' é que vamos ser capazes de mudar as crenças que nos oferecem uma experiência de mundo limitada, muitas vezes destituída de sentido por não abarcar o todo que trazemos escondido em nós, por medo de exatamente de romper as barreiras que nos levaram ao auto-exílio.

    Na prática, clamamos pela liberdade, mas não temos coragem de ser livres. Por todas as razões ilusórias que aceitamos que o mundo criado pelo ego nos ofereça. É mais cômodo.

    Como disse ao grupo na terça-feira talvez seja bom ler também o livro "A Biologia da Crença", que pode nos ajudar a identificar na ilusão do corpo, as razões pelas quais nos sabotamos tanto.

    Obrigado por compartilhar.

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  4. Dani, querida,

    Super obrigado por suas palavras, por seu amor, por sua disposição em compartilhar e por seu interesse sempre manifestado de modo amoroso.

    Sem dúvida estamos juntos nestas práticas. Espero que continuemos por muito tempo, por tanto tempo quanto for necessário até a volta a nós mesmos e a Deus.

    Obrigado por se manifestar.

    Milagres! Paz e bem!

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  5. Cara, vocês são fera no UCEM. Vou me demorar mais nas leituras. Vale a pena!!!
    Parabéns!!
    É isso ái: Milagres! Paz e bem!
    Tina

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  6. Olá, Tina.

    Obrigado por seu comentário.

    Fique à vontade, por favor. Demore-se quanto quiser e comente à vontade também. Estamos aqui para aprender acerca da unidade e você, sem dúvida, faz muita falta.

    Paz e bem!

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