quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O livre arbítrio mais uma vez

LIÇÃO 286

O silêncio do Céu preenche meu coração hoje.

1. Pai, quão sereno é este dia! Com que tranquilidade todas as coisas encontram seu lugar. Este é o dia escolhido como o momento em que venho a compreender a lição de que não há necessidade de que eu faça nada. Todas as escolhas já estão feitas em Ti. Todos os conflitos já estão resolvidos em Ti. Em Ti, tudo o que espero achar já me foi dado. Tua paz é minha. Meu coração está em paz e minha mente descansa. Teu Amor é o Céu e Teu Amor é meu.

2. A serenidade deste dia vai nos dar a confiança de que achamos o caminho e de que já fomos longe nele em direção a uma meta inteiramente certa. Hoje não duvidaremos do final que o Próprio Deus nos assegura. Confiamos n'Ele e em nosso Ser, Que ainda é um com Ele.

*

COMENTÁRIO:

Ora, alguns dirão, e onde fica então o livre arbítrio, se "todas as escolhas já estão feitas" em Deus? Se vocês, em certa medida, tiverem sido estudantes aplicados durante este ano de práticas, vão lembrar de algumas lições lá do início que tratam de nossa função neste mundo e da relação dela com o plano de Deus para a salvação. E, se lembrarem disto, hão de lembrar também daquela lição que diz que Só o plano de Deus para a salvação funcionará.

Ora, tudo o que pensamos a respeito do mundo, a respeito do que somos, a respeito do que Deus é e acerca de nosso relacionamento com o mundo, com nós mesmos e com Deus é apenas uma interpretação que se baseia na percepção, que varia tanto quanto muda a direção para que voltamos nosso olhar, ou quanto mudam os objetos aos quais dirigimos nossa atenção. Quem está preocupado com o livre arbítrio? Quem se sente ameaçado com a informação de que "todas as escolhas já estão feitas"? É o Ser que somos na unidade com Deus? Ou será o ego que treme de medo ante a possibilidade de que compreendamos a fragilidade de sua posição, ao descobrirmos que não temos necessidade dele?

Conforme já apontei aqui anteriormente, Jung disse que "livre arbítrio é a capacidade de fazer com alegria aquilo que eu devo fazer". Isto é o mesmo que dizer, de acordo com o ensinamento do Curso, que nós só podemos escolher na ilusão de que somos capazes fazer escolhas. Não somos! É o ego que quer nos levar a pensar que somos, que podemos escolher, confiando em sua orientação. E, se pensarmos bem, sendo o mais honestos possível, vamos reconhecer que quase todas, se não todas, as vezes que escolhemos a partir da orientação do ego, os resultados foram desastrosos. No sentido de que quase nunca nos levaram à alegria ou à paz de espírito.

Por isso, neste dia 13 de outubro, quarta-feira, vamos praticar a ideia que o Curso nos oferece e permitir que o silêncio do Céu preencha nosso coração. Para aprendermos que, se fizermos a única escolha que nos cabe fazer, podemos viver o Céu, que é o Amor de Deus e saber que o Amor d'Ele é nosso. Esta escolha é a que nos garante, sim, o livre arbítrio, pois é escolher apenas Deus como nossa meta. Ou alguém acha que escolhendo Deus ainda há mais alguma escolha a se fazer?

3 comentários:

  1. caros, caras,

    Depois do feriado prolongado, quero aproveitar para agradecer pelos comentários feitos às lições deste período, pelas manifestações e participações da Nina, sempre reforçando sua disposição de continuar a aprender, da Marília, sempre generosa em seus comentários e da Cristiane, que sempre nos mostra alguns dos aspectos de nós mesmos que havíamos deixado passar.

    Aproveito também para dar as boas vindas a Cris Segatto, que se juntou a nós no dia 9 e que está pensando em montar um grupo de estudos do UCEM em Amparo, aqui no interior de São Paulo.

    Bem-vinda, Cris. Como digo sempre, fique à vontade para comentar, criticar, compartilhar e dividir sua experiência, com exemplos pessoais seus e de outros com quem você tem contato. O espaço também está aberto para perguntas, esclarecimentos de dúvidas e questões de qualquer tipo. Contamos com a certeza de que o Espírito Santo será sempre capaz de nos dar a orientação correta em qualquer circunstância.

    Quanto à pergunta da Marília a respeito da dissolução das crenças, a respeito de como desmanchá-las, creio que bastam os exercícios feitos da maneira como o Curso nos orienta. É claro que existem inúmeros livros e textos a respeitos dos muitos modos com que nos limitamos, ou impomos limites na verdade inexistentes a nossa experiência. O segredo, se é que existe algum, é nossa disposição para questioná-los, trazê-los à consciência e rompê-los, quando for o caso. Para tanto, nada melhor do que buscar-se estar "presente" em todas as situações que se apresentam. Isto é, é só "aqui e agora" que podemos trazer a consciência a crença que nos oferece determinada situação, pessoa ou acontecimento. E trazer a consciência já é questionar a crença, que, uma vez questionada, pode ser substituída por alguma outra que nos ponha em contato com a alegria e com a unidade.

    A questão nunca é uma situação, experiência ou pessoa que se apresente a nós. Tudo isso é neutro. Sempre. A questão é sempre o que vamos fazer, o que escolhemos fazer, o que queremos como resultado para nossa vida, a partir do contato com a situação, com a experiência ou com a pessoa.

    Um livro muito interessante a este respeito é o de Eckhart Tolle, "O Poder do Agora", que traz verdades conhecidas há muito tempo, ditas desde sempre por tantos mestres, mas nas quais não prestamos atenção muitas vezes. Distraídos de nós mesmos. Mais ou menos o que nos disse Doris Lessing, que nem sempre fazemos uso dos instrumentos de que dispomos. Em razão de preferirmos manter nossas crenças, muitas vezes deixamos passar em branco informações que podem enriquecer, e muito, nossa experiência.

    Enfim, há que se ter sempre em mente que tudo o que quisermos está a nossa disposição o tempo todo. Lembremo-nos de que Deus sempre diz "sim". O resto é conosco.

    Por enquanto é isto. Boas práticas a todos.

    Paz e bem!

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  2. *
    Olá meus queridos ...

    Mais um pouco sobre esse livre arbítrio ...

    É estranho pensar, que não importa o que façamos, nossas escolhas já foram todas feitas antes de nós.
    É como se ficássemos escolhendo a toa, já que no final vai prevalecer a escolha que Deus fez para nós.

    A principio é uma idéia que incomoda e que nos dá uma sensação de frustração e impotência, como se não tivéssemos poder sobre nada. Nos dá uma idéia de que a vida é uma coisa estúpida, uma vez que tudo já foi planejado antes de nós, e que qualquer plano que venhamos a traçar vai morrer na praia sem nenhum valor ou efeito.

    E é isso ... e ao mesmo tempo, não é isso ...
    Parece complexo, mas só parece.
    É isso na ilusão do mundo mas não é na realidade do mundo de Deus.

    É isso, pelo olhar do nosso ego que pensa ter o controle de tudo, que quer a autonomia plena, e que tenta fazer isso valer, não importa o preço a se pagar. Pois para ele, manter o controle é fundamental para a sua sobrevivência, e para a sua "idéia" de poder.

    Esse poder que ele tenta manter a todo custo, é nada mais nada menos que o poder que ele tenta usurpar do próprio Deus, e que pensa que conseguiu.
    Nos levando a crer que tudo o que temos nesse mundo foi criação nossa, e de que Deus não teve parte nenhuma nisso.

    E justamente nesse poder que ele pensa que tirou de Deus para si, é que se origina a idéia de culpa e pecado, e daí o medo digamos atávico embutido em nossas vidas, e de onde vem toda a dor e sofrimento, de toda natureza, que percebemos ou experimentamos no mundo.

    Como ele é totalmente inconsistente em suas idéias de criações, pois nada pode ser "criado" a parte de Deus que tudo creou, os efeitos de suas "criações" sem significado são evidentemente desastrosas como bem explicou o Moisés. Podemos constatar isso apenas olhando para nós mesmos, e percebendo os tipos de experiências que provamos nesse mundo através dos conflitos internos que nunca nos permitem experimentar a abundância infinita, a paz, o amor, a alegria plenos e ILIMITADOS.
    Podemos até experimentar uma ou outra dessas coisas, mas apenas temporariamente, nunca efetivamente, pois ilusões não duram.

    Continua ...

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  3. *

    Continuando ...


    E é exatamente isso, abundância infinita, a paz, o amor, e a alegria ou êxtase plenos e ilimitados, que Deus creou para seu Filho desde o princípio. Essa é a escolha que Deus fez à seu Filho, e que o ego na sua tentativa de usurpar o poder de Deus nos tirou, em troca de uma ilusão de poder individual e separado d'Ele, onde pensa que "cria" tudo sozinho.

    Gerando todo tipo de sofrimento porque não possui verdade portanto, nenhuma realidade, e que somados a idéia de culpa e medo, por ter feito algo separado de Deus, torna todas as suas escolhas inconsistentes e insanas, com resultados ou efeitos iguais.

    Por isso o Curso nos ensina que, se compreendermos que não temos necessidade de fazer nada, porque todas as escolhas já estão feitas por Deus para Seu Filho, que tudo, absolutamente tudo já nos foi dado, desde sempre, encontraremos o Céu com todas essas benções apenas esperando que a queiramos.

    Porque essa é a escolha que Deus fez para nós, a da abundância infinita, da paz, do amor, do êxtade de simplesmente existir, o verdadeiro Céu, Seu/Nosso Reino Perfeito.
    A Felicidade Ilimitada.
    E que outra coisa poderia um Pai que ama verda-deiramente seu filho, querer oferecer a ele.

    E além dessas benções, a certeza de que todos os conflitos e culpas que criamos nessa ilusão já foram desfeitos, já que não possuem verdade ou realidade, e que Deus na Sua infinita amorosidade nos permitiu experimentar, porque assim em algum momento escolhemos, e que em nenhuma instância Ele nos julgou ou condenou por essa escolha de separação, mas, ao invés disso, apenas continua nos esperando de braços abertos, à nossa livre escolha de apenas querer retornar a Nossa Realidade, Nosso Céu Perfeito, que Ele criou para seu Filho em Seu Amor Infinito.

    Alguém conhece maior exemplo de Livre Arbítrio ?



    Milagres e Milagres a todos.

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