domingo, 23 de janeiro de 2011

O que contém o mundo que vemos?

LIÇÃO 23

Posso escapar do mundo que vejo
desistindo dos pensamentos de ataque.

1. A ideia para hoje contém a única saída para o medo que será sempre bem-sucedida. Nada mais funcionará; tudo o mais é sem significado. Mas este jeito não pode falhar. Todo pensamento que tens cria algum segmento do mundo que vês. É com teus pensamentos, então, que temos de trabalhar, se quisermos que tua percepção do mundo mude.

2. Se a causa do mundo que vês são os pensamentos de ataque, tens de aprender que são esses pensamentos que não queres. Não faz sentido deplorar o mundo. Não faz sentido tentar mudar o mundo. Ele é incapaz de mudança porque é apenas um efeito. Mas, de fato, faz sentido mudar teus pensamentos a respeito do mundo. Agora estás mudando a causa. O efeito mudará automaticamente.

3. O mundo que vês é um mundo vingativo e tudo nele é um símbolo de vingança. Cada uma de tuas percepções da "realidade externa" é uma representação pitoresca de teus próprios pensamentos de ataque. Cabe muito bem perguntar se isso pode ser chamado de "ver". Fantasia não é uma palavra melhor para tal processo e alucinação um termo mais adequado para o resultado?

4. Tu vês o mundo que fazes, mas não te vês como o autor das imagens. Tu não podes ser salvo do mundo, mas podes escapar daquilo que é sua causa. Isto é o que significa salvação, pois onde está o mundo quando aquilo que é causa dele acaba? A visão já tem um substituto para todas as coisas que pensas ver agora. A beleza pode iluminar tuas imagens e, assim, transformá-las de tal modo que tua as amarás, mesmo que elas forem feitas de ódio. Pois tu não as farás sozinho.

5. A ideia para hoje apresenta o pensamento segundo o qual não estás preso ao mundo que vês, porque é possível mudar aquilo que é causa dele. Esta mudança pede, primeiro, que a causa seja identificada e, em seguida, abandonada, para poder ser substituída. Os dois primeiros passos deste processo pedem tua cooperação. O último não. Tuas imagens já foram substituídas. Ao dares os primeiros dois passos, verás que isso é verdade.

6. Além de usá-la ao longo do dia, quando a necessidade surgir, pede-se cinco períodos de prática para a aplicação da ideia de hoje. Ao olhares a tua volta, repete lentamente a ideia para ti mesmo primeiro e, depois, fecha os olhos e dedica cerca de um minuto a examinar tua mente em busca de tantos pensamentos de ataque quantos te ocorrerem. À medida que cada um passar por tua mente, dize:

Posso escapar do mundo que vejo desistindo dos
pensamentos de ataque sobre ________ .

Mantém cada pensamento de ataque em mente enquanto dizes isto e, então, descarta aquele pensamento e passa ao seguinte.

7. Certifica-te de incluir tanto os pensamentos em que atacas quanto aqueles em que és atacado nos períodos de prática. Os efeitos de ambos são exatamente os mesmos porque eles são exatamente os mesmos. Tu ainda não reconheces isto e pede-se, apenas desta vez, que os trates como se fossem os mesmos nos períodos de prática de hoje. Ainda estamos no estágio de identificação da causa do mundo que vês. Quando, finalmente, aprenderes que os pensamentos em que atacas e aqueles nos quais és atacado não são diferentes, estarás pronto para abandonar a causa.

*

COMENTÁRIO:

O que contém o mundo que vemos? Ou personalizando um pouco mais, o que o mundo que vês contém? Ele está cheio de desgraças, de infelicidade, de dor, de sofrimento, de desastres, de poluição dos mais variados tipos? Está superpopuloso, com gente, como se diz, "saindo pelo ladrão", sem lugar para dormir, sem lugar para morar, sem as condições mínimas para uma vida decente e confortável? Estás satisfeito com o mundo que vês? Ou gostarias de mudá-lo? Ou gostarias de ter nascido em outra época, em outro lugar?

Neste domingo, dia 23 de janeiro, a ideia que vamos praticar complementa e estende a que praticamos ontem. Pois, se o que vemos é uma forma de vingança, o mundo que vemos é, certamente, uma forma de vingança também. Uma vingança que se apresenta em função de nossa crença na separação e de nossa crença na necessidade do ataque como forma de defesa. Ou não concordamos com a expressão corriqueira segundo a qual "a melhor defesa é o ataque".

Na verdade, o que o Curso nos apresentou com as lições até agora foi a possibilidade de percebermos que este mundo, e tudo o que ele contém, não tem significado algum. Para que lhe demos apenas o valor que ele tem, na verdade. Isto é, se nada do que vemos tem qualquer significado, não há porque nos apegarmos a nada. Se nada do que vemos vai durar para sempre, não há nenhum motivo para imaginarmos que existem no mundo coisas de que precisamos para ser o que somos, para viver nossas vidas. Coisas sem as quais não poderíamos viver.

Assim, nada mais verdadeiro e libertador do que a ideia que praticamos hoje. Aliás, nada mais prático do que treinar a ideia que o Curso nos oferece neste dia, para libertarmo-nos do mundo. Pois se ele, como o vemos, é uma forma de vingança, e a vingança é uma forma de ataque, de que melhor forma podemos escapar da vingança do mundo que vemos do que desistindo dos pensamentos que o criam do modo com que o vemos?

Às práticas, pois.  

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