quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cada um de nós pode libertar o mundo todo

LIÇÃO 12

Estou transtornado porque vejo um mundo sem significado*.

1. A importância desta ideia está no fato de que ela contém uma correção para uma distorção básica de percepção. Tu pensas que aquilo que te transtorna é um mundo assustador, ou um mundo triste, ou um mundo violento, ou um mundo doente. Todas estas características são dadas a ele por ti. O mundo em si mesmo não tem significado.

2. Estes exercícios são feitos com os olhos abertos. Olha ao teu redor, desta vez bem devagar. Tenta regular teu ritmo de forma que a passagem lenta de teu olhar de uma coisa para outra envolva um intervalo de tempo razoavelmente constante. Não permitas que o tempo da passagem se torne marcadamente mais longo ou mais curto, mas tenta, em lugar disso, manter um andamento sereno e uniforme do início ao fim. O que vês não importa. É isso que ensinas a ti mesmo quando dás a qualquer coisa sobre a qual teu olhar pouse atenção e tempo iguais. Este é um passo inicial no aprendizado de dar valor igual a todas elas.

3. Enquanto olhas ao teu redor, dize a ti mesmo:

Penso ver um mundo amedrontador, um mundo
perigoso, um mundo hostil, um mundo triste,
um mundo perverso, um mundo louco,

e assim por diante, usando quaisquer termos descritivos que te ocorrerem. Se te ocorrerem termos que parecem mais positivos do que negativos, inclui-os. Por exemplo, podes pensar em "um mundo bom", ou em "um mundo satisfatório". Se tais termos te ocorrerem usa-os juntamente com os outros. Podes não entender ainda por que estes adjetivos "amáveis" são adequados a estes exercícios, mas lembra-te de que um "mundo bom" pressupõe um "mau" e um "mundo satisfatório" pressupõe um "insatisfatório". Todos os termos que passarem por tua mente são sujeitos adequados para os exercícios de hoje. Sua qualidade aparente não importa.

4. Certifica-te de não alterares os intervalos de tempo entre as aplicações da ideia de hoje àquilo que pensas ser agradável e àquilo que pensas ser desagradável. Para os propósitos destes exercícios, não há nenhuma diferença entre eles. No final do período de prática, acrescenta:

Mas estou transtornado porque vejo um mundo sem significado.

5. Aquilo que não tem significado não é bom nem mau. Por que, então, um mundo sem significado deveria te transtornar? Se pudesses aceitar o mundo como sem significado e permitir que a verdade fosse escrita sobre ele para ti, isso te faria indescritivelmente feliz. Mas, em razão de ele ser sem significado, és impelido a escrever nele aquilo que queres que ele seja. É isto o que vês nele. É isto que não tem significado na verdade. Por baixo de tuas palavras está escrita a Palavra de Deus. A verdade te transtorna agora, mas quando tuas palavras forem apagadas, verás as d'Ele. Este é o propósito fundamental destes exercícios.

6. Três ou quatro vezes são suficientes para a prática da ideia para hoje. Os períodos de prática também não devem exceder um minuto. Podes achar até mesmo isso longo demais. Interrompe os exercícios sempre que experimentares uma sensação de inquietude.

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*NOTA DE TRADUÇÃO: Continua valendo a observação feita ontem a respeito da expressão sem significado como equivalente a sem sentido para traduzir a palavra original: meaningless.

*

COMENTÁRIO:

Para convidá-los todos a aprofundarem a reflexão a respeito da ideia que vamos praticar nesta quarta-feira, dia 12 de janeiro, ofereço-lhes uma versão requentada do comentário que fiz para a mesma lição no ano passado. Disse eu então que me parecia, naquela oportunidade, depois de vários anos de prática destes exercícios - este é o décimo primeiro -,  ser cada vez mais evidente a necessidade de fazermos uma limpeza na memória, livrando-a de tudo aquilo que faz ou fez parte de nossa história, quer de nossa história pessoal e individual, quer da história do mundo como um todo. Continuo a acreditar nisto.

E por quê? Porque, como disse também no ano passado, entre as coisas que nos diz o UCEM está uma passagem do texto que afirma que a história não existiria se não teimássemos em repetir os erros do passado. E isto é dito de um modo tão claro e tão honesto que chega a abalar as convicções do próprio ego naquilo que ele quer nos fazer acreditar. Ou seja, que temos um dever para com as tradições, para com tudo aquilo que nos foi legado pela "civilização". Que temos de manter acesa a chama do patriotismo e de todos os "ismos" que apenas semeiam e alimentam a crença na ideia da separação. Isso para citar apenas dois exemplos.

Mas, será que, valendo-nos da mesma lógica que o ego utiliza, não é possível acreditar que "toda cura é libertação do passado" [T-13.VIII.1:1]? Ou já não passamos todos por experiências que comprovam esta afirmação? Isto é, todos nós já nos encontramos em algum momento em alguma situação que pedia que libertássemos alguém [ou nós mesmos] do julgamento em que o/a mantínhamos prisioneiro(a) e, ao fazer isso, experimentamos aquela maravilhosa sensação de termos tirado um fardo muito pesado de sobre nossos ombros, um alívio, uma sensação de liberdade e alegria que mal podia ser descrita.

É disso que trata a ideia da lição de hoje. Cada um de nós pode libertar o mundo, deixando que a verdade seja escrita sobre ele, tal como ela é, e não como gostaríamos que fosse.

2 comentários:

  1. Moises!!!!
    Bom dia!!! Bom dia para todos!!!

    Você disse no seu comentário para a Cristiane há dois dias: “Não lhe parece que fica mais fácil caminhar assim em bando, rsrsrsrs... Afinal quando a gente cansa ou tropeça ou tem sede ou fome há sempre alguém para nos estender a mão, não é mesmo?”.

    E que bando maravilhoso você agrega, Moises! São esses que aqui participam com os seus comentários e AQUELES que você nos apresenta trazendo ao nosso conhecimento as SUAS sábias reflexões.

    Saiba que, nesses primeiros doze dias de Janeiro de 2011, por onde quer que eu tenha estado, caminhando pra cá e pra lá, eu fui na “companhia” de Tara Singh (de quem eu nunca ouvira falar), mas... “apaixonei”: é tanta ficha que anda caindo no embalo dos convites dele, Moises... estou tão grata... tão grata a ele e tão grata a você... estou cheia de vigor, de ânimo, de confiança...

    Fica ecoando em mim algo mais consistente a me dizer: “Vai, Marília, vai...”.

    Ah... Moises... que coisa mais linda isso! É você me ajudando a integrar esse texto SAGRADO do UCEM.

    Com a força da voz do coração: OBRIGADA!
    Marilia

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  2. Puxa..., Marília,

    Que lindo! Quanta generosidade, quanto carinho e quanto amor em seu comentário. É isto que, entre outras coisas, claro, me impulsiona a continuar. É isto que me mostra o quanto é bom partilhar as práticas.

    Sei que as fazemos sozinhos, cada um a sua maneira, em seu canto particular, mas a energia que perpassa pelos acessos ao blogue nos une a todos deste bando em uma corrente de luminosa de amor e de perdão, que é impossível que não vivamos um "instante santo" ao menos a cada dia.

    E, se um de nós ainda não o vive, pode ficar certo de que o experimentará, pois os que, dentre nós, o experimentam costumam compartilhá-lo assim como você o faz em suas manifestações.

    Eu é que lhe sou grato por tanta bondade. Ou melhor nós todos lhe somos gratos por sua disposição de partilha. Por sua capacidade de questionar e por sua humildade em repartir conosco a menor dúvida que surja, ao mesmo tempo em que se apressa a nos contar que achou a luz em seguida.

    Eu também não conhecia Tara Singh até o ano passado, quando descobri este livro de que me vali para os comentários iniciais. Ao voltar de férias, buscando no google descobri que ele morreu em 2006.

    Para quem lê em inglês, há o site de uma fundação que ele criou que traz mais informações. É o seguinte:

    http://www.josephplan.org/

    Super obrigado por continuar conosco e por compartilhar.

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