sábado, 8 de janeiro de 2011

"Fundamentalmente as ideias não nos mudam."

LIÇÃO 8

Minha mente se preocupa com pensamentos do passado.

1. Esta idéia, é claro, é a razão pela qual vês só o passado. Ninguém vê coisa alguma realmente. O que alguém vê é apenas seus pensamentos projetados para fora. A preocupação da mente com o passado é a causa da concepção equivocada do tempo de que sofre tua visão. Tua mente não pode apreender o presente, que é o unico tempo que existe. Por isso, ela não pode entender o tempo e não pode, de fato, entender nada.

2. O único pensamento totalmente verdadeiro que alguém pode ter acerca do passado é que ele não está aqui. Pensar a seu respeito de qualquer modo é, portanto, pensar em ilusões. Muito poucos perceberam claramente o que, de fato, retratar o passado ou prevenir-se para o futuro traz como consequência. Na verdade, quando faz isso, a mente está vazia, pois não está de fato pensando a respeito de nada.

3. O objetivo dos exercícios de hoje é começar a treinar tua mente a reconhecer quando ela não está pensando em absoluto. Enquanto ideias irrefletidas preocuparem tua mente a verdade fica bloqueada. Reconhecer que tua mente está simplesmente vazia, ao contrário de acreditar que ela está cheia de ideias verdadeiras, é o primeiro passo para abrir caminho para a visão.

4. Os exercícios para hoje devem ser feitos de olhos fechados. Isso porque, de fato, não podes ver nada e é mais fácil reconhecer que, não importa quão vivamente possas retratar um pensamento, não estás vendo nada. Com o menor envolvimento possível, investiga tua mente por cerca de um minuto, como de costume, observando apenas os pensamentos que encontras aí. Cita cada um deles pela imagem ou tema central que contenha e passa ao seguinte. Começa o período de prática dizendo:

Parece que estou pensando sobre ____________ .

5. Em seguida, cita cada um de teus pensamentos de modo específico, por exemplo:

Parece que estou pensando sobre [ nome de uma
pessoa], sobre [nome de um objeto], sobre [nome
de uma emoção],

e assim por diante, concluindo, no final do período de exame da mente com:

Mas minha mente se preocupa com pensamentos do passado.

6. Isso pode ser feito quatro ou cinco vezes durante o dia, a menos que aches que te irrita. Se achares o exercício difícil, duas ou três vezes são suficientes. Contudo, podes achar útil incluir, no próprio exame da mente, tua irritação, ou qualquer emoção que a ideia de hoje possa causar.

*

COMENTÁRIO:

Nesta sábado, dia 8 de janeiro, vamos praticar uma ideia que é consequência lógica da ideia que praticamos ontem. Pois não há como nos preocuparmos com qualquer coisa no presente. Isto é, a preocupação só se deve ao fato de que vemos só o passado. Não lhes parece?

E, recorrendo a Tara Singh* ainda mais uma vez, vamos em uma breve pincelada buscar aprofundar a reflexão a respeito da ideia para nossas práticas de hoje. Diz ele:

"O título desta lição te faz parar? O que acontece quanto o lês? Pensas que ele é verdadeiro? Não é verdadeiro? Ele faz alguma diferença de algum modo? Tua concordância ou discordância não é apenas uma ideia?

"Quando concordas com ele ou discordas dele como uma ideia, descobres que nada te acontece. Vês quão descabidas são as ideias?

"Aconteceu um milagre se te deste conta de que as ideias não têm nenhum significado.

"Quando permanecemos no nível das ideias, nenhum milagre acontece. Tanto nos condenamos quanto nos tornamos entusiasmados e dizemos: 'Vou conseguir isto realmente!' Nós nos sentimos culpados ou ótimos. Mas ambos são reações. Não seria mais sábio perceber que fundamentalmente as ideias não nos mudam?

"Quando questionas tuas ideias, tu és como Deus te criou. Tu estás questionando as interpretações que contaminam a humanidade há séculos. Este questionamento te liberta sem esforço da autoridade da percepção equivocada - provavelmente pela primeira vez.

`"Percebes agora que a questão é o pensamento?"

As práticas com a ideia de hoje certamente podem nos ajudar a perceber isto.

3 comentários:

  1. *
    .
    Olá Marília ...

    Sua pergunta é realmente muito boa ...
    "O fato é que só vês mesmo o passado. Não podes escapar dele, ele é igual a areia movediça. Mesmo o querer sair dele é o passado."

    Realmente isso parece loucura como diz a Nina, e que na verdade, é mesmo, já que vivemos na insanidade, na louca idéia de que tudo está separado, o que nos leva a dualidade, e automaticamente ao julgamento, bom ou mal, bonito ou feio, e sem nos apercebermos da falta de realidade disso. Só as experiências do passado nos dão essa perspectiva, ou percepção.

    O querer sair do passado na maioria das vezes está diretamente relacionado com o fato da interpretação que tivemos de que, viver nesse passado nos faz mal, e que portanto, devemos sair dele, ou nos "livrar" dele.

    O simples fato de "julgarmos" que não o queremos porque ele nos faz mal, ou que simplesmente não o queremos mais, já é fruto da própria memória do passado experimentado, se tivermos por base, que só nossas memórias das experiências do passado nos ensinaram a julgar o que é bom ou o que é ruim.

    O que provavelmente nos levará a "lutar" para nos livrarmos dele, se o considerarmos não bom, ou se apenas escolhemos não viver mais nele, porque agora aprendemos que devemos viver no presente, porque este é "melhor" ou nos dará melhores resultados.

    De qualquer maneira, estaremos tomando uma atitude, baseados na idéia do que é melhor ou não,mantendo assim nossa prisão nesse mesmo passado que nos ensinou o julgamento, e principalmente a nos "defender " ou "escolher mudar" o que entendemos que não nos é bom. E é disso que consiste essa areia movediça, ou esse moto-contínuo da ação do passado tão vivo ( mas não percebido ) em nós, e de onde não conseguimos sair.

    Diferente, da percepção correta , que seria a de aceita-lo, assim como aceitar a tudo na vida, sem nada julgar, apenas experimentar a tudo o que nos chega, pela simples experiência em si, entendendo que todos os eventos, situações e pessoas são neutros, com amor e gratidão pela simples oportunidade de poder experimentar a tudo, mesmo o que normalmente a maioria de nós ainda presos nesse sonho insano, poderia classificar como não bom ou como indesejável. ( em julgamento).

    Até porque todos os significados ou qualificações que os eventos, situações e pessoas possam ter, somos nós quem os damos, baseados em nossas verdades pessoais, adotadas exatamente a partir das memórias das experiências passadas que passaram a nos ditar, através de nossos pensamentos, se isso é legal e aquilo não. Como nos dizem não só os exercícios dessa série,como algumas lições do livro, esses pensamentos não significam nada... ou, só meus pensamentos podem me ferir.

    Continua ...

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  2. .
    Contuando ...

    E esse é o nosso grande aprendizado por aqui, e que exatamente porque vivemos presos ao passado, ( nossas memórias de aprendizados ou experiências passadas mantidas vivas pelos nossos pensamentos ) encontramos tanta dificuldade em aprender a experimentar sem julgar, apenas aceitar com alegria pela possibilidade da experiência pura, e isso só é possível quando conseguimos nos colocar em silêncio interior, sem nada pensar ou julgar, o que nos coloca no presente, em contato com o divino em nós, puro e santo, permitindo apenas" sentir " a experiência, seja ela qual for, com perfeito contentamento.

    Existem alguns raros momentos onde experimentamos isso, como no mero exemplo, de quando paramos diante de um belo por do sol, ou de outra coisa "boa" qualquer que nos " tire de nós" e simplesmente nos calamos, e apenas observamos em silêncio, com nossas mentes " mudas", totalmente dispersos de tudo a nossa volta. Onde apenas somos e estamos. O que se pode chamar de um pequeno instante santo, onde experimentamos algo, sem nenhum comentário interior. Onde não existe passado, nem futuro, só o aqui agora puro e simples.

    E para estendermos esse momento santo à todas as nossas experiências, é claro, vai depender de muito exercício, de não julgamento, de aceitação, de entrega a presença divina interior, em confiança plena, ( que ainda temos tanta dificuldade em aprender, porque não conseguimos sair do "controle" e entrega-lo à Deus em nós ) sem nada temer, sem nada separar, com intenso senso de unicidade de nosso ser com a humanidade, com o mundo, o universo e a Fonte, Deus, onde nos sentiremos na Paz infinita do UM.

    Espero que com essa tentativa, tenha conseguido ajudar a responder sua pergunta.

    Paz , Luz e Milagres a você e a todos.

    Carmen.

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  3. Nina, Carmen!!!
    Obrigada. Muito obrigada pelo APOIO.

    Ao chegar aos comentários de hoje, eu encontrei a senha para sair do "lugar apertado": "Quando permanecemos no nível das ideias, nenhum milagre acontece. Tanto nos condenamos quanto nos tornamos entusiasmados e dizemos: 'Vou conseguir isto realmente!' Nós nos sentimos culpados ou ótimos. Mas ambos são reações.

    Tudo o mais que vocês, delicadamente, me mandaram, eu recebi como BRINDE. Valeu!!!

    Beijos,
    Marilia

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