sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O mundo só existe quando olhamos para ele

LIÇÃO 337

Minha inocência me protege de todo o mal.

1. Minha inocência me assegura paz perfeita, segurança eterna, amor duradouro, liberdade permanente de todo pensamento de perda, liberação completa do sofrimento. E meu estado só pode ser o da felicidade, pois somente felicidade me é dado. O que tenho de fazer para saber que tudo isso é meu? Tenho de aceitar a Expiação para mim mesmo e nada mais. Deus já fez todas as coisas que precisam ser feitas. E eu tenho de aprender que não preciso fazer nada por mim mesmo, pois só preciso aceitar meu Ser, minha inocência, criada para mim, que já é minha agora, para sentir o Amor de Deus me protegendo do mal, para entender que meu Pai ama Seu Filho, para saber eu sou o Filho que meu Pai ama.

2. Tu, Que me criaste em inocência, não estás equivocado acerca do que sou. Eu estava enganado quando pensei que tinha pecado, mas aceito a Expiação para mim mesmo. Pai, agora meu sonho acabou. Amém.

*

COMENTÁRIO:

O que tenho de fazer para saber que tenho a paz perfeita e completa, segurança por toda a eternidade, amor que dura para sempre, liberdade permanente de toda e qualquer ideia de perda, que estou livre de todo e qualquer tipo de sofrimento ou dor, que não posso morrer jamais e que tudo o que recebo é felicidade, e apenas felicidade?

Nada! Nada, a não ser aceitar a Expiação para mim mesmo. Deus já fez tudo o que há para ser feito. Por isso, tudo o que precisamos fazer é reconhecer e aceitar nossa inocência, aceitar que continuamos a ser tal como Deus nos criou, e que nada do que pensamos ter feito, fazemos ou podemos vir a fazer pode modificar isso.

Isso, no entanto, exige uma disposição para treinar nossa mente para alcançar a percepção verdadeira. A percepção que vai nos permitir "alcançar o mundo real", o mundo que só a inocência permite alcançar. É a ele que nos remetem as práticas diárias.

Não é diferente com a ideia que praticamos nesta sexta, 3 de dezembro, uma vez que no "mundo real" não existe o mal, que é apenas fruto do equívoco de nos acreditarmos de algum modo separados, uns dos outros e de Deus. É ela que vai nos permitir fazer o que nos aconselha o texto a certa altura:

Senta-te tranquilamente e olha para o mundo que vês, e dize a ti mesmo: "O mundo real não é assim. Não tem edifícios e não existem ruas pelas quais as pessoas andam sozinhas e separadas. Não há lojas nas quais as pessoas compram um lista interminável de coisas de que não necessitam. Ele não é iluminado por luz artificial, e a noite não vem sobre ele. Não existe dia que se torne claro e depois vá escurecendo. Não há nenhuma perda. Nada do que existe deixa de brilhar, e brilha para sempre".

Se isso nos assusta [aos egos e corpos pensamos ser], podemos até recorrer à Ciência moderna que afirma hoje em dia que "o mundo em três dimensões de paisagens, mares, edifícios e corpos humanos, apenas existe nessa forma quando nós olhamos para ele". Quando não o fazemos, ele é apenas "uma massa de campos vibratórios".

Isto é a mesma coisa que dizer que cada coisa que aparentemente existe, ou seja, cada coisa que percebemos com qualquer um de nossos cinco sentidos - inclusive os próprios sentidos - só existe porque a materializamos, primeiro, em nossa consciência, e, em seguida, em nossa vida, no mundo, a partir da ideia de que ela é necessária para nossa experiência.

É por isso também que aquilo de que já não necessitamos em nosso experimentar do mundo deixa de existir - desaparece ou morre. E mesmo que acreditemos que aquilo de que não precisamos ainda possa existir em outro lugar, em outro nível, em outra "realidade", na prática, para nós, para nossa consciência, ele já não existe mais.

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